Documento de 19 de março de 1862

De Sala Virtual Brusque
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Directoria da Colonia Brusque em 19 de Março de 1862.

Exm°. e Revm°. Snr.

Devolvendo os Requerimentos, de Belmiro de Amorim Serpa datado de 23 de Janeiro de 1861, e o de Theodoro Dandkwardt de data 21 de Julho de 1861, ambos enviados por Vª. Exª. em 22 de Novembro do mesmo anno, à esta Directoria, para serem informados, e já com precedencia pelo 1°. Supplente do Juiz Municipal da Villa e Termo de Itajahy o Snr. Jozé Francisco Alves Serpa com datas de 20 de Abril e 21 de Outubro 1861 informados, tenho a honra de levar ao conhecimento de Vª. Exª. o que sobre isto me consta, e o que respeitosamente refiro.

Peço primeiramente, que Vª. Exª. tenha a bondade de mandar buscar do Archivo da Presidencia o riscunho da mappa tosco, que no meu officio e informação de 10 de Outubro de 1861 sobre as Terras A requeridas por Manoel Coelho Gomes e Domingo Coelho Gomes, moradores em Tijucas grandes tive a honra de remetter a Vª. Exª., afim de que, com a compração do riscunho e do que passo a referir, Vª. Exª. possa ter mais visiveis esclarecimentos.

O peticionario Theodoro Danckwardt, não Colono, occupa e cultiva a quasi 4 annos no ugar chamado Batêas um terreno, que se compoem das parcellas B e C do riscunho, que juntos tem uma frente de 400 Braças e por fundo mais ou menos 500 commeçando na embocadura do ribeirão das Batêas no Rio Itajahy Merim por cima da parcella B. - Por baixo da mesma parcella B em distancia mais ou menos de 100 braças acha-se outro ribeirão que tambem desagua no Rio Itajahy Merím e que tambem se chama ribeírão dos Batêas, como se vê no riscunho.

Entre estes dois ribeirões de igual nome, esta edificada a Caza e varias plantações do petícionario, desde a sua entrada nas ditas terras, e é por ignorancia, como elle diz, que ultrapassou com as ditas plantações e estrema por cima da parcella B, entrando nas terras do Estado devaluta, não passando esta ultrapasso em mais do que circa 50 a 60 braças em quadro.

A parcella C tem 300 braças por frente, que com as 100 braças de frente da parcella B formão 400 braças, que diz o requerimento ter a frente das terras, que o peticionario declara ter comprado.

A circunstancia, que os 2 ribeirões tem iguall apellido: Batêas aproveita Theodor Dandkwadt para pretender depois de que Belmiro de Amorim Serpa requereo a parcella D e que tambem mais ou menos tem 100 braças de frente: que os 400 braças, que comprára de um particular, commecão do 2°. Ribeirão para baixo da Parcella B, e não do por cima do B, e que as terras, que comprou cheguem assim com suas 400 braças de frente até a estrema do Belmiro de Amorim Serpa incluindo a parcella D requerida por Belmiro.

Danckwardt diz de conhecer agora, que a parcella B fui por elle por ignorancia, cauzada pela falta de medição, sem direito occupada e usofructada e que por isto pede agora compral-a ao Estado, com preferencia aos outros, o que pede por ser antigo posseiro.

Não posso dizer se isto hé um jogo do peticionario, pois não apresenta seu requerimento documento algum, para poder colligir os limites da compra. - O que é claro, é que de todas as maneiras ou a parcella B ou a parcella D estão em terras pertencentes ao Estado.

É quanto tenho de informar a Vª. Exª. a respeito das 2 petições de Theodor Danckwardt, que tambem tem padaria e negocio na Colonia, e de Belmiro Amorim Serpa, que esta com Serraria de táboas, nas suas terras contíguas a parcella D por elle requerida.

Deos Guarde a Vª. Exª.
Exm°. e Revm°. Snr. Conselheiro Vicente Pires da Motta
Digm°. Presidente desta Provincia

O Director da Colonia
Barão de Schneéburg

Casa de Brusque