Entrevista Waldemar José Duarte - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Nosso entrevistado Jota Duarte com a esposa Juracy.

O entrevistado da semana é Waldemar José Duarte, popular Jota Duarte, filho de José Duarte e Carlota Elizia Vaz; nascido aos 03 de janeiro de 1930; casado com Juracy Kormann Duarte, com a qual têm 5 filhos: Sérgio Roberto, Geraldo José, Carlos César (in memoriam), Sílvio Luìs e Fábio Rogério. É avô com 6 netos. Flamenguista doente e fervoroso desde 1938, acreditando ser um dos mais antigos flamenguistas de Brusque.

Por que Jota Duarte?

Em minha primeira passagem pela rádio, entre os anos de 1946 e 1948, radiofonicamente era o nome de origem Waldemar José Duarte. Entre 1948 e 1956, morei no Rio de Janeiro, então capital federal, onde cumpri o serviço militar na Aeronáutica, retornando a Brusque em 1956. Em 1957, o então amigo Celso Teixeira começou a utilizar meus serviços na rádio diariamente, percorrendo os estádios de Carlos Renaux e Paysandu, buscando ao Teixeira os acontecimentos que abrangiam os dois clubes, porém, sem participação direta com o uso de microfone, o que foi acontecendo aos poucos. A partir de 1958, então como funcionário da rádio, minha participação era mais assídua. Explica-se aqui a origem do codinome Jota Duarte, eis que com o nome Waldemar não soava radiofonicamente, em determinado momento o Teixeira usou o seguinte diálogo; “Ora bolas, Jota Duarte soa bem melhor!”. Daí em diante, fiquei conhecido como tal, há ponto de uma grande maioria só me conhecer como Jota Duarte.

Como surgiu a rádio em sua vida?

A rádio na minha vida surgiu de forma natural. Moleque com 15 anos convivia com amigos comuns da época, entre os quais Cyro Gevaerd, Antônio -Néco – Heil, irmãos Borba e muitos outros de saudosa memória. Na época havia em Brusque o jornal semanal “O Município”, fundado por Álvaro de Carvalho, posteriormente dirigido por Raul Schaefer, a quem tive a felicidade de conhecer. Dr Raul tinha planos bem concretos de fundar uma rádio na cidade, com planos já bem definidos e adiantado, chamar-se-ia “Rádio Araguaia”, em homenagem aos irmãos Vila-Boas; na época com atuação na região do Araguaia, fato com destaque na imprensa na época. Com reportagem na maior revista da época, que se chamava “O Cruzeiro”, comandado por David Nasser Geamason.

Então foi o Dr Raul que lançou o senhor na rádio?

Eu era na época entregador do jornal “ O Município”, e vivendo praticamente o dia a dia do jornal, com presença diária na sua redação, que funcionava no casarão da família Renaux, onde hoje se situa a Praça Barão de Schneeburg. E em determinado momento Dr Raul me perguntou:” Queres trabalhar na rádio?” E me entregou ao técnico que dirigia os serviços de montagem técnica da futura Rádio Araguaia, Erondino Fagundes de Morais, o querido e saudoso Morais. Os estúdios da rádio estavam sendo montados no prédio conhecido como pombal, de propriedade dos Schaefer, leia-se aqui Dr Nica e irmãos, prédio situado na esquina das ruas Conselheiro Rui Barbosa e Adriano Schaefer, construído por volta de 1900, como Hotel Schaefer.

E qual equipamento que vocês usavam? Era só o cabo?

Equipamentos! Que equipamentos? Para uma época em que a comunicação engatinhava, apelávamos para tudo, desde linhas telefônicas emprestadas, transmissores de ondas curtas – que saudades do grande amigo João Maurício!. Com transmissões de ondas curtas. Falando em equipamentos, sou obrigado a me lembrar de Augusto Zucco e do nosso equipamento grande e pesado.

E naquela época não tinha esse negócio dos repórteres saírem atrás dos jogadores? Repórter? Que repórter ?

Qual a partida mais empolgante que narrou?

Perguntas-me qual a partida mais empolgante que narrei. Resposta difícil para praticamente 40 anos de futebol, com a memória bem usada e depois de tantas emoções! Sem medo de errar foi a final do campeonato de 1992, entre Brusque Futebol Clube e Avaí Futebol Clube. A resposta difícil, porém, bem perto dos dias de hoje.

Qual a partida mais apática que narrou? Quantas partidas aproximadamente narrou?

Assim como é difícil responder a partida mais empolgante, difícil tornar-me a lembrar qual a maior pelada, já que foram tantas, também difícil dizer em quantas partidas participei.

Grandes narradores de futebol?

Grandes narradores de futebol, também difícil responder já que foram tantos. Do Brasil, se destaca Oduvaldo Cozzi, denominado o maior vocabulário esportivo do rádio brasileiro, gaúcho de nascimento, com passagem marcante na Rádio Mairynk da Veiga, do Rio de Janeiro. No rádio catarinense convivi com grandes profissionais, no entanto, o maior de todos foi Murilo José, de conhecida família do rádio, ou seja família Lino, sobrinho do querido amigo Sérgio Lino, que militou no jornal ”A Tribuna de Brusque”.

Além de futebol narrou outros esportes?

Difícil lembrar da última que foi praticamente ontem. Narrei outros esportes, além do futebol: Vôlei, basquete, inclusive boliche (Bolão), por ocasião do Primeiro Centenário de Brusque, nas canchas do Paysandu, em disputa cujo título foi ganho pelo Marabá B.C., anexo ao Paysandu, grandes jogadores da época, um montão!

Jota Duarte com a esposa, filhos e netos.

E quem eram os grandes jogadores na época?

Ontem Zizinho (Dr Rubens), Dequinha, irmão do Dr Chico Dall’Igna e não esquecendo de Zico, “O Galinho”, todos do meu flamento! Ainda Pelé que dizem ter sido o maior de todos, então lembrar de todos é difícil para mim, já que idoso de 81 anos, mas cuja a memória fotográfica cita Dirceu Mendes, Gaúcho de Uruguaiana, que desfilou o seu futebol maravilhoso pelos gramados de Santa Catarina com a camisa do Carlos Renaux.

Como você escalaria uma equipe com jogadores do Carlos Renaux durante os anos em que foi locutor esportivo?

Uma equipe, Carlos Renaux, campeão estadual de 1950: Mosimann, Afonsinho, Ivo, Tesoura, Bolognini, Pilolo, Julinho, Otávio, Petrusky, Teixeirinha e Hélio.

Referências

  • Jornal Em Foco. Entrevista publicada em 30 de agosto de 2011.