Entrevista Tânia Mara Vieira Pompermayer - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Nossa entrevistada Tânia Mara Vieira Pompermayer.

A entrevistada da semana é a Professora, atual Vice-Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Brusque - SINSEB, Tânia Mara Vieira Pompermayer, nascida em Bom Retiro/ SC aos 02/04/1961, filha de Icaroty Andrade Vieira e Antonia Maria da Silva Vieira; cônjuge: Rômulo Luiz Pompermayer; dois filhos: Fernanda Iara da Cunha e Icaroty Vieira da Cunha.

Quais são as lembranças que você tem da sua infância?

Das brincadeiras, dos passeios com a família, das pescarias, dos domingos todos em casa, mas o que mais gostava era quando meu pai chegava de viajem, ele sempre trazia novidades pra nós. Do natal como era bom esperar o natal chegar.

Você tem amigos da infância ainda?

Sim, tenho amigos de infância que moram em Bom Retiro, e que quando vou passear lá sempre vou visitá-lo, revê-los.

O que sente falta da infância?

Das brincadeiras, da família unida, dos amigos e de não ter as preocupações, responsabilidades que adulto tem.

Quando você era criança queria ser adulto?

Sim, queria crescer logo, me tornar independente, fazer as coisas do meu jeito, ser “ dona do meu nariz”.

Em que você sonhava ser quando era pequena?

Em ser médica.

Como foi sua juventude? O que você mais gostava de fazer para se divertir?

Foi muito boa. Adorava ir festas, dançar, praticar esportes, de encontrar com meus amigos e ficar conversando, ficávamos sentados na praça observando o “movimento” dos meninos é claro.

Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e juventude?

Quando eu tinha 9 anos foi a copa do mundo de 70, Olimpíadas quando a ginasta Nádia Comeaneci participou.

Pessoas que influenciaram ?

Com certeza meus pais.

Como era a escola quando você era criança?

Era um colégio grande, o único que tinha em Bom Retiro, ele parecia frio, eu tinha medo dos professores, eles eram muito severos, eu ficava muito de castigo, gostava de sentar no fundo da sala e conversava muito. A merenda não era tão boa quanto é hoje nas escolas, a sopa era servida numa caneca de plástico, e não gostava muito, preferia levar lanche de casa, levava pão caseiro que minha mãe fazia.

Quais eram suas melhores e piores matérias?

Sempre gostei muito de matemática e a pior era Língua Portuguesa, lembro que uma vez fique de castigo no recreio por não ter conseguido tirar 8,0 num ditado, eu estava no primeiro ano.

De que atividades escolares e esportes você participava?

Gostava de dançar quadrilha nas festas juninas, de desfilar no dia 7 de setembro, não gostava de fazer apresentação no dia em que tínhamos que cantar o hino, cada turma tinha que fazer apresentação de alguma data importante. Gostava muito de esportes, jogava vôlei e handebol e no atletismo arremessava disco.

Formação escolar?

Entrei na escola com 6 anos, fiz do Ensino Fundamental até o Ensino Médio, curso de magistério no Colégio Estadual Alexandre de Gusmão. Como lá tinha faculdade parei de estudar com 17 anos, só voltei a estudar quando vim morar em Brusque. Aqui na FEBE fiz o curso de Pedagogia e depois fiz especialização na IBPEX em Balneário Camboriú

Primeira professora ?

Ester Kretzer Rosar.

Grandes professores?

Padre Nestor , Sonia Borges Silveira (minha professora de matemática em Bom Retiro), Antônia Maria da Silva Vieira (minha mãe), Rosemeri Costa Silva, Marcia Mosimann Negruni, Celerino Rauber e Aline Fantini

Como surgiu o sindicalismo em sua trajetória?

Sempre tive um grande interesse pelas questões de direitos das pessoas, mas nunca tinha me envolvido diretamente em nada, até que em 2008 fui convidada para participar de uma reunião para compor uma nova chapa para a diretoria do sindicato e sai dessa reunião como candidata vice presidente Nunca imaginei que um dia seria uma sindicalista. No mundo sindical ainda percebo um forte domínio do sexo masculino, onde as mulheres são minoria. Percebo que as mulheres são tratadas com muito respeito neste meio, porém falta avançarmos e conquistarmos mais espaço. O SINSEB ao contrário da maioria de outros sindicatos tem na sua diretoria uma participação expressiva de mulheres. Pessoas como as brusquenses Rose dos aposentados, Marli do vestuário, Adriana, presidente do sindicato de São Bento do Sul e Marta Vaneli, são inspirações para que mais mulheres participem do movimento sindical.

Quais as causas mais frequentes de ações encaminhadas pelos servidores públicos?

Desavenças entre servidores e chefias (caracterização de assédio moral ou não), esclarecimentos sobre direitos trabalhistas, insalubridade, dúvidas sobre o estatuto, aposentadoria entre outras.

Quantos associados têm o SINSEB?

Quando entramos em 2008 tínhamos aproximadamente 600 e hoje somos 1564.

O SINSEB leva em consideração a condição de idoso para os pagamentos advindos das ações?

Em todas as ações a prioridade são os aposentados com mais de 60anos e pessoas portadoras de doenças graves com laudo médico.

Quem integra a Diretoria?

A atual diretoria é composta por 42 membros de todos os segmentos da Prefeitura, se algum setor não tiver representante é porque todos os servidores daquele setor estão em estagio probatório ou são ACT, o nosso estatuto diz que só pode ser membro da diretoria servidores efetivos estáveis.

Orlando é um grande presidente?

Com certeza. Existe um sindicato antes e outro depois do Orlando. Ele é uma pessoa muito dedicada ao que faz, sempre age com muita seriedade e responsabilidade, é muito correto, e preza a transparência em todas as ações a qual o sindicato está presente. A sua competência como presidente do sindicato está no resultado das eleições, o Orlando juntamente com a diretoria foi eleito com 94% dos votos . Nestes primeiros quatro anos que trabalhei junto com ele aprendi muito e tenho certeza que aprenderei muito mais nos quatro anos que temos pela frente. Ele é uma pessoa pela qual tenho grande admiração e hoje é uma grande referência na minha vida profissional.

Quais medos você tem ou teve? maior medo é o de envelhecer ou o de entristecer?

Meu maior medo sempre foi perder pessoas que amo. De entristecer, já senti muita tristeza nas perdas que tive, primeiro meu pai, depois minha mãe e há seis anos meu filho mais novo de 21 anos. A tristeza é como uma doença que vai te enfraquecendo dia a dia, e não é fácil de encontrar “remédios” que te façam melhorar.

Arrependimentos? Você se arrependeu de alguma coisa que disse ou que fez?

Sim. Perdi muito tempo de minha vida só trabalhando, deixando muitas vezes de passear, me divertir, curtir mais minha família, muitas vezes me preocupei mais em ser responsável com meu trabalho do que comigo mesma. Hoje, primeiro vem minha família depois o restante. Que lembre não me arrependi de coisas que fiz ou que disse, mas sim do que deixei de fazer ou dizer.

Qual foi o maior desafio até agora?

Viver todos os dias tentando superar a morte de meu filho.

Você tem algum ressentimento?

Tenho. Mas é melhor não falar deles, alguns ainda são recentes, e quanto menos alimentá-los menores eles ficam.

Algo que você apostou e não deu certo?

Meu primeiro casamento. Algumas amizades que acreditava serem verdadeiras

O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?

Teria abandonado a profissão, por ser tão pouco reconhecida e valorizada e procuraria realizar o sonho de estudar direito.

O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?

A sensibilidade, o bom senso diante das situações, o reconhecimento do outro, a valorização, o olhar para o outro como eu quero que olhem para mim.

Quais as maiores decepções e alegrias que teve?

Alegrias – meus filhos, minhas vitórias pessoais e profissionais, grandes amigos, trabalho e a maior de todas que recebi dia 04 /10/12, serei vovó. Decepções – falsidade, hipocrisia, maldade das pessoas.

Referências

  • Jornal Em Foco. Edição de 08.01.13.