Entrevista Rosemari Glatz - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Nascida em Taió (SC), filha de Daniel Glatz e Edda Catarina Glatz. Cônjuge: Carlos Roberto Meyer; filhos: Ariel, Luan, Anna, Marcele e Sarah. Chefe da Agência da Receita Federal do Brasil em Brusque. Professora da Unifebe. Vice Presidente da Associação de Professores e Funcionários da Unifebe. Instrutora pela Escola Superior de Administração Fazendária – ESAF do Ministério da Fazenda.

Sonho de criança?

Contribuir para um mundo melhor através de ações concretas junto a família e comunidade na qual estou inserida, instruindo para que se honre as gerações passadas e se tenha consciência da responsabilidade individual para com as gerações atuais e futuras, pois a árvore saudável e frondosa produz bons frutos, e um pomar saudável deve cumprir sua missão perante Deus.

Histórico escolar?

Mestrado em Administração de Negócios pela Fundação Universidade Regional de Blumenau – FURB. Especialização em Auditoria Contábil pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Graduação em Administração pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Técnico em Contabilidade pelo Colégio Estadual Luiz Bértoli.

Como conheceu o Carlos Roberto?

Pela internet.

Pessoas que influenciaram?

Meus avós maternos, pelo seu exemplo de coragem em sair da Romênia e começar a vida do zero no Brasil. Meus pais, pois apesar dos poucos anos que passamos juntos, marcaram pelo exemplo de amor e retidão. Minha madrinha Anna, pela mensagem que até hoje levo comigo: “nada é completamente bom, ou completamente ruim”. Meus filhos, no seu exemplo de humildade pura e infantil em continuamente querer aprender.

Você se espelha em alguém?

Em Jesus Cristo.

Quais os três melhores livros que leu?

O Mundo de Sofia: romance da história da filosofia. Autor: Jostein Gaarder. História do cristianismo ao alcance de todos. Autor: Bruce L. Shelley . Pai Rico, Pai Pobre. Autor: Kiyosaki, Robert T.

O que está lendo atualmente?

Inni, um menino da roça – memórias de minha juventude. Autor: Weingärtner. Lindolfo.

O que levou a escolher a sua profissão?

Tive a benção de ter alguns “anjos” ao longo da minha trajetória profissional. Pessoas que, muitas vezes mesmo sem saber, me mostraram caminhos. Aproveitei as oportunidades. Enxerguei os sinais. Ouvi conselhos. Em mais de uma oportunidade, “eu estava na estação quando o trem passou e embarquei”. Fiz carreira na Receita Federal e também como professora, pois amo o que faço. Realizo-me nas atividades que desenvolvo. Trabalhar para mim é um prazer.

Que matéria leciona e há quanto tempo?

Atualmente leciono três disciplinas (1) Estrutura e Análise das Demonstrações Financeiras, (2) Administração Financeira e Orçamentária I e (3)Administração Financeira e Orçamentária II, todas no Curso de Administração da Unifebe. Também já lecionei as disciplinas: Contabilidade Aplicada I e II, Contabilidade Pública e Administração Financeira no Curso de Ciências Contábeis; e a disciplina de Contabilidade Geral no Curso de Administração (Unifebe). Estou lecionando no ensino superior desde 1997. Na minha cidade natal – Taió, também atuei durante 6 anos em atividades relacionadas a pré escola, sendo 3 anos diretamente com crianças de 3 a 6 anos de idade.

Uma palhinha sobre a direção da Agência da Receita Federal.

Meu papel enquanto Chefe da Agência da Receita Federal de Brusque envolve as funções básicas do Administrador em qualquer organização, seja ela privada ou pública: planejar, organizar, dirigir e controlar. A Agência de Brusque conta com um quadro de colaboradores comprometidos, pessoas que gostam do que fazem e acreditam na sua missão enquanto servidores públicos, trabalhando para cumprir a Missão da RFB: “exercer a administração tributária e aduaneira com justiça fiscal e respeito ao cidadão, em benefício da sociedade”. É uma caminhada conjunta, que se renova a cada dia. Nossas ações são pautadas pelos valores institucionais: Respeito ao cidadão, Integridade, Lealdade com a instituição, Legalidade, Profissionalismo e Transparência, e o servidor que atua na Receita Federal precisa viver estes valores também na sua vida pessoal.

Como aconteceu o encontro com a Assistência Social, objetivando a aplicação do percentual de 3% do IR a pagar ao FIA?

Desde que assumi a Agência da Receita Federal em Brusque, em abril de 2009, tenho constatado que o povo da região é comprometido com as causas sociais, basta observar a quantidade, diversidade e qualidade de instituições que atuam em prol dos menos favorecidos. Assim, ao longo dos últimos anos, mas de forma mais contundente a partir de 2012, venho estimulando as doações ao FIA, pois ao destinar parte do imposto de renda devido em favor das crianças e adolescentes, por meio de doações ao FIA, o cidadão receberá de volta o valor doado, junto com a restituição, ou em forma de desconto no imposto a pagar. E ao mesmo tempo estará contribuindo para projetos que beneficiam crianças e adolescentes da cidade, sem qualquer ônus financeiro adicional ao doador.

É uma forma eficaz de garantir que recursos federais sejam aplicados em ações no município, na comunidade na qual estamos inseridos. No entanto, para que as doações de até 3% do Imposto de Renda devido pela Pessoa Física seja possível, é indispensável que o Fundo da Infância e do Adolescente do município esteja devidamente cadastrado na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – SDH/PR . Assim, o que fiz foi simplesmente orientar a Secretaria de Assistência Social a respeito das medidas a serem adotadas para que as doações fossem possíveis ainda na Declaração de Imposto de Renda de 2013.

Você acha que nossa juventude, ainda, poderá retomar um caminho saudável … salutar?

Sim. Mas para isso alguns ajustes sociais são necessários. A sociedade precisa ser mais íntegra e menos corrupta, pois a integridade protege e dá segurança. A juventude precisa aprender a assumir a responsabilidade por seus atos. As famílias, por sua vez, precisam assumir suas responsabilidades na formação integral das crianças e jovens, isso não pode ser delegado. A família precisa ser exemplo vivo e acompanhar seus filhos. Saber com quem andam, onde andam, o que estão fazendo. A sociedade precisa de mais disciplina, mais respeito, mais responsabilidade e menos liberdade. Passar menos a mão na cabeça, orientar mais, cobrar, acompanhar, dar bom exemplo. Eu acredito, sim, que nossa juventude poderá retomar um caminho saudável e que esse caminho é de responsabilidade, antes de tudo, da família.

Como concilia a Direção na Receita Federal, Professor e as atividades de casa?

Administrando bem o tempo. Com muita disciplina, determinação e trabalho em equipe. Delegando atividades. Com muito amor, companheirismo, comprometimento, ajuda e compreensão da família. E, acima de tudo, com as bênçãos de Deus.

Qual o maior desafio que enfrentou?

A tragédia de 2008, quando Santa Catarina foi duramente assolada por tragédias naturais e perdemos a nossa casa em Blumenau em função de desmoronamento. Foi momento de sair com a roupa do corpo e com Fé em Deus começar tudo outra vez.

Um resumo de sua trajetória pessoal e profissional

Sou descendente de comerciantes, trabalhei desde menina no comércio. No entanto, com a morte precoce de meus pais (quando eu tinha 8 anos faleceu minha mãe e quando tinha 12 anos faleceu meu pai) precisei mudar o rumo.

Aos 14 anos passei a atuar como estagiária na educação pré-escolar, conheci de perto a dura realidade de muitas crianças. Aos 18, assumi o cargo de Coordenadora de Pré Escolar na Prefeitura Municipal de Taió. Aos 19, prestei concurso e aos 20 assumi na Secretaria da Fazenda do Governo do Estado de Santa Catarina, foi quando comecei a atuar na área tributária e me identifiquei. Aos 24, prestei concurso e aos 25 assumi na Receita Federal, onde já atuei nas mais diversas áreas e em diversos projetos, inclusive a nível nacional. Aos 31 anos, passei a lecionar na Unifebe. Continuo trabalhando na Receita Federal, agora como Chefe da Agência de Brusque, cidade que adoro, e na Unifebe, como professora.

O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?

Aceitaria os convites que recebi para trabalhar na Receita Federal em Brasília.

O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?

Aprendi que na vida, nada é por acaso e que existe o livre arbítrio. Temos o direito de escolher e construir uma trajetória que nos proporcione um presente e um futuro melhor. Podemos escolher fazer a diferença de forma positiva. Se você quer ser bem tratado, trate bem. Se quer ser respeitado, respeite. Se quer receber amor, primeiro dê amor. Ajude sempre, sem olhar a quem e sem esperar nada em troca. Se quer ter saúde, cuide do corpo, da mente e da espiritualidade. De forma geral, é simplesmente uma questão de causa e efeito.

Quais as maiores decepções e alegrias que teve?

Das decepções, guardei apenas o aprendizado. Dentre minhas maiores alegrias, destacam-se o nascimento de cada um dos meus 5 filhos e meu segundo casamento.

Referências

  • Entrevista publicada no EM FOCO aos 17 de maio de 2013