Entrevista Nemézio Alexandre - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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NEMÉZIO ALEXANDRE, popular Nemézio Maçaneiro: Filho de Orácio e Olibia Flor Alexandre; natural do Limoeiro, Itajaí, nascido aos 11.09,22. São em sete irmãos –Arnoldo, Reinoldo, Genésio, Olindina, Nelson, Iolanda e Nemézio. Cônjuge Maria Coppi Alexandre –in memoriam, seis filhos Valmor, Cláudio,Dulce, Vilma, Elisete e Dulcemar. Dez netos e oito bisnetos. Torce pelo Paysandu

Como foi sua infância e juventude?

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Como a maioria das crianças de minha idade: caçava, pescava, batia umas peladas; já na juventude, como casei cedo, convivi com minha esposa essa fase da vida.

Como conheceu a Maria Coppi?

Trabalhava no terceiro turno na Renaux, um dia, quando vinha do serviço encontrei Maria Coppi; ali próximo do Stoltenberg, existia um hotel, em que ela trabalhava. Eu já andava de olho nela e um dia, aproximei-me dela, conversamos e assim foi indo. Em 15 dias levei-a para a casa de meus pais, aí pensamos em casar no civil, mas primeiro precisei ficar no exército, por uns 7 meses, em Itajaí, até terminar a guerra.

Como surgiu a Banda TUPI?

Iniciei um conjunto com meus filhos e um irmão: eu no acordeão, Valmor, na bateria, Dulce,vocalista, e meu irmão, Reinoldo, popular Reno, no pandeiro.

Toca ainda muitos instrumentos?

Sim, toco 12 instrumentos: bateria, bandonho, acordeão, clarinete, pistão, violão, gaita de boca, pandeiro, saxafone, guitarra, cavaquinho e banjo.

Vendia lenha embalada?

Sim, teve uma época que eu e a esposa Maria cortávamos lenha, embalávamos e enchíamos a carroça e os filhos Valmor e Dulce saiam a vender.

Como foi o início da fabrica de brinquedos?

Comecei a fazer uns carinhos de mão e caminhõezinhos para crianças. Eu fazia e o filho Valmr desenhava e pintava e, assim, foi desenvolvendo o empreendimento. Mais tarde, passei a construir balanço de jardim. Era a manufatureira Alexandre.

Uma palhinha de sua trajetória profissional?

Ingressei na Renaux aos 14 anos, como fiandeiro, permanecendo por uns 8 anos, depois, na Iresa, como tecelão, por uma década; em seguida, na Buettner, também como tecelão, por mais uns 6 anos, na sequência, adquiri um caminhão – um Ford Inglês – pegava peixe em Itajaí, levava para Botuverá e retornava de Botuverá para Itajaí com laranjas; nesse período, abri o sala de danças, denominado ‘Tupi’, e embaixo do salão, a fábrica de brinquedos. Toquei salão de danças , por aproximadamente, 15 anos, terminando em 78, quando houve o incêndio. Depois, ainda abri novamente e coloquei a Manufatureira Alexandre, quando fazia balanços de jardim e tive, ainda, uma borracharia. Trabalhei ainda de latoeiro, mecânico, torneiro e soldador.

Pode dar certo homem e mulher trabalhando fora e os filhos sozinhos?

Não é fácil... a educação correta tem que iniciar pelos pais, antes pai trabalhava e a mãe criava e educava os filhos, hoje, a mulher precisa ajudar o marido e as crianças estão soltas... só vejo uma saída, proporcionar escola em tempo integral... não esquecendo de levar os filhos às missas.

Como o Sr vê, hoje, uma criança, de nove anos, se ameaçada de uns puxões de orelha, já contra ataca, dizendo que vai procurar o Conselho Tutelar?

Sou favorável a dar umas palmadinhas... palmadinhas de amor... colocando o filho no caminho correto... caso contrário, ninguém mais dará jeito.

E esse negócio de só trabalhar com 16 anos, não estamos criando uma ninhada de bandidos?

Sim, um homem e uma mulher só é formado com orientações pelos pais, iniciando a educação correta, reforçada pelos professores, pelos religiosos e, fazer trabalhar cedo. As crianças, enquanto não estiverem trabalhando deveriam permanecer na escola o dia inteiro... se não estaremos formando bandidos.

Como gosta de viver?

Hoje, estando aposentado, gosto de tocar, de andar de moto e assistir programas de caipiras.

A administração Ciro/Damomar?

Não tem melhor... sempre votei nele... e o dia que eu partir, retornarei para votar no Cir.

O Brasil tem acerto?

Infelizmente não tem na, é muita gente passando a mão.

Referências

  • Matéria publicada em A VOZ DE BRUSQUE, em 30 de abril de 2007.