Entrevista Nelson Cadore - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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NELSON CADORE: Filho de José Cadore e Rosa Echer Cadore; natural de Nova Trento, nascido aos 13.09.47. São em dez irmãos: Leontina, Valério, Florentina, Zulma, Rosalina, Elizete, Marlene, Arnaldo, Nelson e Maria Aparecida. Cônjuge: Zulma Montibeller Cadore, casados em 22.12.73; três filhas: Jani, Joice e Jaqueline; três netos: Nicolas, Victória e Martina. Torce pelo Carlos Renaux, Santos e Botafogo.

Uma palhinha da descendência

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Jani casou com Aldo Kruehl Filho, dois filhos: Nicolas e Martina; Joice, com Marcos César Pires, uma filha: Victória e a Jaqueline é solteira.

Fale de suas contribuições ao esporte e a Comunidade

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Aos 13 anos fui líder de um grupo onde tive a primeira participação na construção de um campo de futebol na localidade de Laranjeiras –Itajaí – na época, preparamos todo o terreno : cavamos, nivelamos e plantamos a grama, tudo feito à braço. Aos 18, construímos o segundo campo de futebol, onde tínhamos cancha de bocha e também salão para dança. O nosso time chamava-se Tupinambá. Em 1966, vim para Brusque e comecei a trabalhar na Buettner S/A, e iniciei a prática de esportes. Fundamos a Associação Atlética Buettner. Grupo de Bombeiros industriais voluntários e a Cooperativa Buettner.

Mais precisamente em relação ao bairro Santa Rita?

Presidi a APP do Colégio Estadual Osvaldo Reis, oportunidade em que construímos uma quadra esportiva de futebol suíço, vôlei e basquete. Em 1990, fundamos a Associação de Desenvolvimento do Bairro Santa Rita, ocupando a presidência por cinco mandatos – 10 anos - na ocasião fizemos um Projeto , atinente a que um cidadão precisa para morar bem dentro de um bairro. No levantamento feito junto à comunidade constatou-se cinco pontos principais: a) saúde- Iniciamos e construímos um Posto de Saúde, com participação do Município, registrando-se que atuam um número de trabalhadores: enfermeiras, médicos e dentistas, dando assistência à comunidade; b) educação infantil: As mães não tinham aonde deixarem as crianças de 2 a 5 anos, para que elas pudessem trabalhar; construímos a escola para atender ate 200 crianças; c) Moradia: Fizemos um projeto para a construção de um condomínio para 50 famílias que estavam sem casa,, com prestações bem acessíveis para os mais carentes; d) Esporte e lazer: Adquirimos uma área de terra, através de compras e doações, onde construímos o Centro Esportivo da Associação com sede própria: lanchonete, cancha de bocha, salas de reunião, vestuário, quadras esportivas, campo de grama –suiço e campo de areia adulto e infantil, com estacionamento numa área de 9 mil metros quadrados, onde funciona a escolinha de futebol para 120 crianças e também os treinamentos dos nossos atletas que participam dos Jogos Abertos Comunitários, valendo ressaltar que, ficamos quatro anos campeões geral dos jogos disputados com 30 modalidades esportivas. Hoje somos a Associação que oferece o maior prêmio no torneio de bocha disputado no Estado. Oferecemos um carro 0 km, para a dupla campeão do torneio, todos os anos.e) Segurança: Procuramos sempre envolver toda a comunidade para que participe no combate às drogas, à violência, e ao trânsito, junto ao município, ao Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e principalmente, a vigilância, daí que temos um índice muito baixo com relação a criminalidade, em comparação aos outros bairros – comunidades.

E a associação Beneficente, Cultural e Assistencial de Santa Rita?

Com relação a Associação, fui presidente por um mandato – 2 anos – na época projetamos e construímos o Centro Comunitário da Igreja do Bairro Santa Rita. A comunidade é atendida na parte social e festiva.

Quanto a associação de piscicultores ?

Fui presidente e ainda sou presidente dessa Associação dos Piscicultores de Brusque – criadores de peixes de água doce – completamos um período de 12 anos. Auxiliamos sempre no bom desenvolvimento na criação de peixes.

A ACIMPEVE – Associação das pequenas e médias empresas?

Também fiz parte do Conselho na criação da Câmara setorial aprovada e registrada em Brasília, dando a cobertura na aprovação dos projetos realizados no Vale do Itajaí, Blumenau e Brusque. A nível de Estado e Brasil – fiz parte da ACIMPEVE, da qual participei, escrevendo e participando da aprovação dos Estatutos no Estado e em Brasília – na defesa do pequeno empresário. Uma das maiores conquistas no desenvolvimento brasileiro da qual, também, tive participação direta na elaboração da Lei dos Incentivos Fiscais, junto ás empresas na dedução do imposto de renda, nas despesas, gastos com as empresas, com seus colaboradores, quando fui escolhido para fazer parte da comissão brasileira, representando o Estado de Santa Catarina, lá em Brasília.

Politicamente?

Sempre tivemos uma participação na política - direta ou indiretamente você acaba se envolvendo. Em 1988, tivemos uma participação mais direta, sendo candidato a vereador; na época, assumindo um compromisso de eleger um pequeno empresário, Ciro Marcial Roza, que estava entrando na política e deu certo.

Valeu a experiência como candidato a Vereador?

Fui candidato como vereador, contudo sabia que tinha poucas chances de me eleger; só dentro do nosso Bairro Santa Rita, disputamos em onze candidatos para vereador, onde consegui uma votação de 278 votos. Foi mais uma experiência positiva fantástica.

Como Presidente-fundador da Câmara Júnior? Grandes nomes no movimento em Brusque?

Câmara Júnior – sempre fui e sou um grande incentivador do desenvolvimento humano e a Câmara Júnior oferece aos jovens todo complemento para a sua vida profissional e social. Tive a honra de ser um dos líderes e o fundador e primeiro presidente, junto com grupos de amigos: Luiz Gianesini, Ivan Martins e outros grandes nomes que também ocuparam a presidência e lideraram por um longo tempo.

Para retornar com o movimento Júnior?

Para voltar o movimento júnior teríamos que formar um novo grupo de jovens e escolher líderes com boa credibilidade para dar continuidade ao movimento.

Para o Brasil dar certo?

O Brasil, como qualquer outra nação, tem seu potencial natural, humano e técnico em desenvolvimento constante, porém, dependemos de quem escolhemos para governá-lo. Infelizmente somos comandados mais por uma política de interesse internacional, sacrificando muito a vida da população, veja por exemplo, as reformas tributária e previdenciária. Como custa mudar alguma coisa neste país. Os “Projetos “ no Brasil são feitos por mandatos de governantes – trocam de quatro em quatro anos . O Brasil deveria ter um corpo técnico permanente, principalmente social e econômico para apontar os caminhos da solução, indicando as diversas alternativas, criando uma bolsa de informações profissional, para que nossos jovens, em formação , possam dispor de uma orientação, indicando locais e áreas de atuação após a formação, como é o caso de outras nações: Japão, EUA, Alemanha, Itália. Admitimos que tem melhorado um pouco com a globalização, sofrendo algumas intervenções na padronização de produtos comercializados, todavia muito aquém das necessidades.

O homem atual é um capacho –aceita tudo numa boa?

Vejo que o homem atual participa da sociedade, ocupando e dando espaço as pessoas que o cercam do dia a dia, nas atividades profissional, social e econômica, ensinando e aprendendo as coisas da vida sem distinção de sexo, raça e cor.

Fato marcante na sua vida?

O fator marcante, durante minha vida foi que nunca tive medo de mudar para melhorar. Fui colono até os 18 anos, trabalhava com papai, plantávamos e colhíamos nossa produção com muito sucesso; dos 18 aos 38 anos, fui empregado – simples operacional – em que sempre procurei trabalhar e estudar, acompanhando o desenvolvimento profissional, cultural, técnico e pessoal. Hoje sou empresário há mais de 20 anos, sendo sócio de duas empresas: confecções Cadore e Malhas Cadore, ocupando a posição de diretor administrativo; faço meu trabalho com toda motivação e sucesso com as pessoas que me auxiliam.

O homem e a mulher trabalhando fora seria a causa dos filhos estarem, hoje, perdidos?

Com a ida do homem e da mulher trabalhar fora, não vejo motivo para que os seus filhos sejam prejudicados em sua formação familiar, desde que cada um se responsabilize e cumpra o papel de pai e mãe nas horas que devem dedicar a família. Nem sempre a mãe que não trabalha fora, consegue ter uma família perfeita, os problemas existem cabendo ao pai e a mãe juntos aos filhos administrá-los com todo carinho e atenção, muitas vezes a mãe trabalhando fora, ajuda na economia e a família é mais feliz com mais recursos econômicos e conforto familiar. Cada pessoa desde o momento que nasce faz a sua história, por tudo aquilo que vive e faz, porém, depende muito do meio, a qual está condicionado e as oportunidades que aparecem.

O sucesso de Nelson Cadore?

O importante é estar sempre preparado para assumir na vida aquilo que acontece, nunca perder a vontade de aprender e o medo de ensinar uma outra pessoa, pensando que vai ocupar o seu lugar. Assim, se concretiza o sucesso profissional e pessoal de Nelson Cadore.

Referências

  • Matéria publicada em A VOZ DE BRUSQUE, em 12 de setembro de 2003.