Entrevista Maria Lydia dos Santos Carturani - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Maria Lydia dos Santos Carturani.

MARIA LYDIA DOS SANTOS CARTURANI: Natural de Itajaí, 77 anos, viúva do saudoso Guilherme Carturani. Tem 4 filhos e sete netos.

A vida nos ensina muito, não dona Lydia?

Sim, toda a beleza da vida está bem a nossa frente! Se você quer viver bem sua velhice, comece cedo, construa agora, escolhendo e praticando hábitos saudáveis. Procure encontrar uma maneira de enxergar a vida diferente. A vida não é mais divertida, porque não deixamos. O ontem não volta mais. O minuto que passou, passou. O tempo de ser feliz é agora, não é a lamentação pelo que passamos e nem a preocupação pelo que virá, que vai mudar nossa vida, é o estar presente, estar no tempo certo, na serenidade do ser.

Quantas verdades! Tudo é movimento e vida? É pelo sonho que vamos, como escreveu Sebastião Gama?

Dr Luiz a vida não pode ser vivida, precisa ser sonhada. É preciso sonhar e ter muita coragem para viver. É preciso ter forças para sobreviver. Estamos vivendo um tempo onde muitos “segredos” estão revelando-se , bem a nossa frente. O segredo estampando que precisamos tão pouco para sermos felizes. Viva no espírito,no coração, na emoção e no amor, pois só assim você vai experimentar o verdadeiro sentido de viver.

Seus momentos de lazer com certeza são merecidos? A experiência conta nestes momentos?

São merecidos, atuam como relaxante, nesses meus quase oitenta anos. O nosso sorriso leva a felicidade a todos e em toda a parte. É símbolo da amizade, da boa vontade, é alento. Nossa sabedoria e experiência traz os sonhos e os torna realidade. Tens um amigo ao teu lado, tens vida, existe a esperança. Tudo isso faz a vida parecer melhor.

Como está vivendo esta fase da vida, Dona Lydia? O passado conta?

Estou vivendo uma fase sem lei, não preciso votar, mas cumprirei esse dever de cidadã. Ninguém me obriga nada, sou livre. Gosto de viajar, sou orgulhosa do passado, quando contemplo os álbuns de registro das fotos tiradas. É difícil descrever a energia, essa mistura do passado e presente. A emoção compensa tudo. Um tempo prazeroso, vida estruturada, tranqüilidade e saúde. Nesta etapa da vida fiz muitos cursos de atualização, curso do ensino superior. Agora em 2007, me dediquei à música. No momento estou apreendendo a tocar violino. O meu violino recolhe e guarda os meus segredos. Quando os meus segredos não cabem mais dentro de mim ele recebe com carinho e dignidade que eu espero. E, por isso, eu canto um hino à vida, tentando musicalizar, no meu violino, todo o meu existir, coma as notas da alegria, do otimismo e da gratidão. Assim sou.

Está enganado, quem pensa que a mulher madura que terminou sua tarefa de maternidade, está tudo acabado?

Completamente enganado. A juventude dos velhos está nos velhos, é só querer descobrir. Eu digo assim: ‘ A mulher madura que não se sente acabada, sabe, que a aprendizagem é continua e só termina com a morte. Tem que colher os frutos que plantou. Desfrute de suas realizações, bem como de seu planos, seja sempre você mesmo. Faça tudo para ser feliz. Não importa a idade, vale a pena! Mantenha boas relações com todas as pessoas. Só o amor aproxima as pessoas e faz com elas falem a mesma linguagem. Viver é uma art.

Tem lido a Coluna Dez?

Sou uma fiel leitora de suas crônicas, no jornal “A Voz de Brusque”.

Referências

  • Jornal A Voz de Brusque. Entrevista publicada em 08 de dezembro de 2007.