Entrevista Irineu Hipólito Teixeira - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Nosso entrevistado Irineu Hipólito Teixeria.
Divulgação.

O entrevistado da semana é Irineu Hipólito Teixeira, nascido em Florianópolis, aos 02/05/33, filho de Hipólito e Maria Rosina Bernardes Teixeira. Casado com Erondina, com a qual teve 4 filhos: Claudete, Claudeci, Claudiomar e Cláudio Ronaldo (in memoriam). Torcia pelo CACR, hoje pelo Brusque e para o Avaí.

Como surgiu Brusque em sua trajetória?

Quando meu pai faleceu em Florianópolis, tínhamos um tio, o tio José Bernardes, irmão de minha mãe que residia aqui. Como Brusque oferecia empregos, o tio José não relutou em trazer minha mãe com os filhos para cá, na época eu tinha 8 anos.

Memórias da infância?

Muito pobre, vendia torradinho, fui engraxate, entregador de jornais

Sonho de criança?

Sendo de origem humilde não alimentei grandes sonhos.

Um resumo de sua trajetória profissional?

Fui chefe de distribuição de jornais: Jornal Santa Catarina, Estado, jornal A Nação e Gazeta Mercantil. Aos 14 anos ingressei na Iresa, mais precisamente na Estamparia, onde permaneci por 28 anos, quando então fiz um acordo sai e fui para Cia Schlosser, permanecendo por 2 anos, também no setor de estampagem. Aí obtive o benefício previdenciário. Após a aposentadoria trabalhei como porteiro na Tecelagem São Luiz –gerenciada pelo Ciro Marcial Roza -, por quatro anos.

Divertimentos?

Jogava futebol. Fui um dos fundadores do São Paulo (Rua Azambuja). Quanto a prática do futebol só gostava de atuar descalço, quando passou a usado chuteiras abandonei os gramados, isso aconteceu nos idos de 47 a 60.

Escolaridade?

Fiz as 4 séries e o primeiro ano complementar no Feliciano Pires. Também fiz o curso de Contabilidade por correspondência no Instituto Universal Brasileiro.

Como enriqueceu seu vocabulário?

Como sempre estive ligado a jornais, lia-os e assim fui tendo um vocabulário adequado e apropriado.

Lembra de alguns professores?

Lembro de Dona Sila e Dona Arminda e mais tarde do Professor Daniel

Qual foi a primeira trova que escreveu e publicou?

Em 2001, oportunidade em que tive vontade de escrevê-las. Foi “Versinho para o Prefeito”:

I

As grandes obras, eu sei...

Satisfazem a vaidade...,

Mas das pequenas, prefeito,

Nós temos necessidade!

II

O amanhã não é hoje

O hoje não é mais ontem,

E entre as obras necessárias,

O prolongamento das pontes...

E como foi a sequência?

Como o Ruy pediu para continuar resolvi dar um nome e surgiu “TROVAS AO VENTO”, que foram publicadas, semanalmente, totalizando umas 55 trovas, sendo que numa delas escrevi:

I

Danilo fez Beira Rio,

Mas não fez como devia,

O invés daquele passeio

Duas ruas cabia,

Uma extensão na ponte

Veja só que regalia

Não pegava sinaleira,

Quem da Hercílio Luz descia.

II

Sr Hylário, quem diria,

Entrou na onda fogoza,

Fez Beira Rio pitoca

Ainda se sentiu prosa

E o problema continua

Aqui pela Rui Barbosa

Como surgiam os assuntos para elaborar as Trovas?

Surgia com o andar pelas ruas e o que eu via de obras e nas coisas que estavam sendo feitas, em resumo escrevia sobre o cotidiano. Eu só precisava me inspirar. As palavras se relacionavam uma com as outras.

Como trabalhava as trovas?

Chegava em casa já com as idéias na mente e passava para o papel, durante à noite levantava escrevia o que vinha na mente, deitava novamente, tudo para não perder o fio da meada. As frases eram claras em minha mente como se já estivessem escritas. As idéias já se insinuavam dentro de mim como uma pequena semente prestes a germinar. É assim que surgem os grandes discursos, certa feita o Dr Márcio Clóvis Schaefer foi convidado para ser paraninfo, ele imaginando o que iria dizer, foi caminhar na beira-rio para ter as idéias que comporiam o discurso

Pensa em compilá-las num livro?

Falando em publicar um livro, o Dr Germano Hoffman disse que guarda as trovas e incentivou-me a publicar num livro, mas não tive condições.

Chegou a fazer alguma do mais querido da Pedro Werner?

Sim a primeira parte das Trovas ao Vento sobre a fusão do CACR como Clube esmeraldino:

I

Há sessenta anos passados

Quando em Brusque cheguei

Dois times de futebol

Na cidade eu encontrei.

Sport Club Brusquense

Pelo qual me apaixonei

Clube Esportivo Paysandu

Que importância não dei

Depois mudaram o nome

Do meu time eu não gostei,

E com o tempo passando

Com a camisa verde e branco

Entrei em campo e joguei...” e em outubro de 2001, escrevi mais uma que inicia assim:

“Assim que o Doutor

Suspender a liminar,

e o Paysandu novamente

Para o seu campo voltar

O Ruy vai fazer um jogo

Pro associado estrear.” ...

Uma que apesar de ter completado uma década, já a previa barragens, para evitar as destruições ocasionadas pela cheias?

Em trovas ao vento, certa feita, pelos idos de 2001, o verso VII, coloquei:

...”Atrasar a água do rio

Também pode ter vantagem

Na condição de enchente

É normal fazer barragem.”...

Por que parou?

Como disse acima, em 2001 iniciei a escrevê-las e mais tarde não flui mais.

Claudeci, Cláudio (in memoriam), Claudiomar, Claudete e Erondina.
Divulgação.

Curiosidades em sua jornada?

Uma foi que consertei minha bicicleta no oficina do Ingo Fischer que ficava localizada em frente a Sorveteria Cervi, a outra é que trabalhei com Hercílio Imhof – hoje proprietário da Florisa - na Estamparia da Iresa, onde ele trabalhou 30 anos e eu 28. Antes dele obter o benefício previdenciário ele colocou uma estamparia de tapetes - e eu já tinha instalado uma, e ele se baseou na minha para instalar a dele - passando a do Hercílio, mais tarde, para tinturaria de malha.

Referências

  • Jornal Em Foco. Edição de 31 de janeiro de 2012.