Entrevista Eneida Nascimento Schaefer 2 - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Eneida com o marido Adilson e filhos.

A entrevistada da semana é a musicista e professora de piano Eneida Nascimento Schaefer, Presidente do Clube Soroptimista de Brusque e da ASSAC -Associação Artístico-Cultural de Brusque; nascida em Itajaí/SC aos 29/09/1949, filha de Manoel Nascimento e de Maria Andriani Nascimento; casada com Adilson Schaefer, com o qual tem três filhos:Alexandre, Juliano e Manuela.

Quais são as lembranças que você tem da sua infância?

Muitas lembranças boas, lembranças do Colégio São José, onde estudei, mas sempre lembro quando fui convidada para representar o Colégio numa maratona Cultural na Rádio, onde as perguntas eram feitas ao vivo, e contava com a participação de várias escolas.

Como foi sua juventude? O que você mais gostava de fazer para se divertir?

Eneida Nascimento Schaefer e família2.jpg

Minha juventude foi ótima, sempre viajava bastante, ia em muitas festas, muitos bailes, e naquela época minha turma ia sempre ao Rancho do Baturité, em Balneário Camboriú, ali era o ponto de encontro da juventude, e depois íamos na Boate do Dimas Campos, que era a melhor casa noturna da época.

Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e juventude?

Impacto mesmo em minha vida, nenhum evento causou,, mas lembro das noticias que causaram grande impacto para todos, quando ouvimos na rádio a notícia do assassinato do Presidente Kennedy, naquele tempo a TV era só em preto e branco

Como era a escola quando você era criança? Estudei no Colégio São José, em Itajaí, que era dirigido pelas irmãzinhas da Imaculada Conceição. O Colégio era ótimo, muita disciplina, tínhamos até notas de comportamento no boletim mensal.

Quais eram suas melhores e piores matérias?

Minha matéria preferida sempre foi português, gostava muito de fazer redações e de análise sintática, gostava muito de geografia, mas nunca gostei de matemática.

De que atividades escolares e esportes você participava?

Nas festinhas do Colégio, eu sempre tocava piano, desde menina, e também participava das peças de teatro. Uma vez interpretei a “Gata Borralheira”, e em outra ocasião participei de um Musical, onde fui vestida de “Julieta”, de peruca branca e vestido longo bem armado, e dancei com um menino vestido de Romeu. Éramos seis pares, e a dança foi muito ensaiada, dançamos minuetos de Bach.

Esportes, o que você participava?

Jogávamos “Queimado”, um jogo onde a bola não pode acertar a pessoa, caso acerte, ela é excluída do jogo, nisso eu era muito forte, quase sempre eu sobrava como a última na quadra, sem ser atingida pela bola.


Primeira professora?

-Irmã Célia, no Colégio São José

Grandes professores?

Na Faculdade de Letras, da Fepevi na época, hoje Univali, destaco o professor Celestino Sachet, de Florianópolis, meu professor de Literatura Brasileira.

Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de vida?

Comecei a lecionar aulas de piano, em Itajaí, em 1969, quando abri minha própria Escola de Música, e mantive a Escola até em 1973. Em abril de 1974, mudei-me para Brusque, porque casei.

Como constatou o dom para a música?

Desde criança, sempre gostava de ouvir músicas tocadas ao piano, e bem cedo ganhei um pianinho de brinquedo. Lembro-me que eu tocava o Jingle Bells, por números, que vinha no folheto do pianinho. Quando eu tinha uns seis anos, lembro que eu fazia de conta que estava tocando num piano de verdade, usando a penteadeira da minha mãe, e enquanto a música tocava na rádio, eu fingia que estava tocando piano, acompanhando com o dedos na penteadeira.

A Sra. preside o Clube Soroptimista de Brusque. Qual a duração do mandato? (de quando a quando vai a gestão)?

Minha gestão é de julho de 2010, a julho de 2012.

A execução do hino nacional no piano - por você, Célia Walendosky e Elizabeth Cavalca - sem as formalidades de praxe, dando o o pontapé inicial da I Conferência Municipal de Cultura, realizada no SENAC, foi um ponto positivo para o evento?

Acredito que é muito importante que se mantenha o sentimento de civismo, além de praticarmos a cidadania, eu aprecio muito a própria composição do Hino Nacional Brasileiro, como música mesmo, é uma peça muito rica, muito linda, A execução do Hino Nacional na abertura da Conferência Municipal de Cultura, foi uma escolha muito inteligente por parte do protocolo, pois foi um momento muito importante para a vida cultural de Brusque. A execução do Hino Nacional, abriu oficialmente a Conferência, demonstrando a seriedade do evento,

Quais apresentações mais marcaram sua carreira ?

Uma das apresentações que lembro bem, foi quando fui convidada para acompanhar a Camerata Vocale, de Blumenau, no Teatro Carlos Gomes, em 1983, na época regida pelo professor Telmo Locatelli, que me fez o convite.

Quando ingressou na Escola de Música da ASSAC ?

Ingressei na Escola de Música da Assac, em agosto de 1975, a convite do pianista Jorge Hartke ( in memorian). Na época, fui convidada para substituí-lo, pois êle estava se mudando para Blumenau.

Como presidente do Conselho Municipal de Cultura vê com bons olhos os encaminhamentos apreciados, discutidos e aprovados?

Sim, para mim foi muito importante acompanhar de perto toda a trajetória da criação dos editais, ter em mãos os projetos aprovados e não aprovados, para poder ter conhecimento do que os artistas reivindicam . A Fundação Cultural disponibilizou oficinas para os membros do Conselho Municipal de Cultura, com um profissional altamente conceituado, que nos orientou sabiamente como deveríamos proceder para dirigir o Conselho.

O que poder-se-ia fazer para melhorar o dinamismo dos Conselhos Municipais?

Para melhorar o dinamismo dos Conselhos Municipais de Cultura, precisaria uma verba maior, para que pudesse atender a demanda dos projetos culturais.

Os objetivos do Conselho Municipal de Cultura e da Fundação Cultural de Brusque se complementam?

Com certeza, a Fundação e o Conselho Municipal de Cultura, caminham juntos. A Fundação tem toda uma estrutura bem montada, e dá apoio aos artistas que desejam apresentar projetos, tirando dúvidas de preenchimento de formulários, e ainda oferece oficinas para ensinar a montar projetos. Como Presidente do Conselho Municipal de Cultura, pude conhecer de perto, a riqueza de ideias dos artistas brusquenses, colocadas em seus projetos. Infelizmente, nem todos os projetos podem ser aprovados, muitos bons projetos ficaram sem aprovação, porque há um limite de verbas para a realização de projetos, que é destinada para cada área específica. Há verbas destinadas para projetos de música, teatro, dança, e artes populares.

Que conselhos daria para quem pensa em seguir o caminho da música?

Dedicar-se à música, como em outras áreas também, requer um estudo constante., muita dedicação e paciência.

Algo que você apostou e não deu certo?

Sou muito cautelosa, e não arrisco em nada

O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia? Com certeza muitos ensinamentos são para toda a vida, mas sempre acredito que o aprendizado deve ser constante, deve ser renovado a cada dia, pois a vida é um eterno aprender. Enquanto se vive, sempre se aprende.

Referências

  • Jornal Em Foco. Edição de 17 de abril de 2012.