Entrevista Edla Steffen - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Filha de Max e Alma Muller Blesing; natural de Brusque, nascida aos 29.01.29. São em três irmãos: Irma, Rolf (in memoriam) e Edla. Viúva de Rodolfo E. Steffen. Duas filhas: Margit e Cláudia;cinco netos: Geovania, Claudete, Patrícia, André e Adriano; quatro bisnetos: Natali, Patrini, Alice e Diego (in memoriam).

Como foi sua infância e juventude?

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Minha mãe viuvou quando eu tinha dois anos e pouco, como a gente morava próximo de parentes, brincávamos por lá. Ia à Escola, no Alberto Torres, quando estava no segundo ano, com a proibição de falar em alemão – segunda guerra – retornei ao primeiro ano, para iniciar os estudos na língua portuguesa. Prossegui estudando até a quinta série. Na juventude, como meu padastro era muito rígido, só saia, às vezes, para ir às domingueiras. Com 13 anos fui trabalhar na Iresa, tendo permanecido por uns quatro anos, até casar. Depois, trabalhei por uns cinco anos no Calçados Kiri, também cozinhava para casamentos, para as festas da Igreja Evangélica, bem como, para as festas para angariar fundos para a Maternidade C. Carlos Renaux; depois, ainda, trabalhei na casa dos Pastores Prints e Brunken e por uns dois anos na Enceroplast, ah e cuidei de você quando eras neném.

A senhora cuidou de mim? Como eu era? Muito Chorãozinho?

Cuidei por um bom tempo. Sua mãe trabalhava na Renaux, no segundo turno e, você ficava aqui em casa. Comias bastante, e se estavas com fome choravas, mas eras disposto, brincalhão e querido.

Como conheceu o Elat?

Conheci o Elat, aos dezesseis anos, ele já consertava bicicletas e num domingo à noitinha ao ir dar uma voltinha, no centro, com colegas, tudo começou, conversamos, depois me trouxe para casa, pediu ao padastro para permitir que namorássemos, tendo sido permitido só as domingos à tarde. Aos dezessete, noivamos e aos dezoito subimos ao altar.

O casamento ainda é válido?

Não vale mais... ficou tudo vulgarizado, não tem mais conquista, muitos interesses, hoje casam, amanha, já estão separados, já se amontoam novamente. Nada mais é levado à sério.

Professores?

Hilda Niebuhr, Leopoldo Germer, Vertolino Schitz, Gerdard Batchauer.

A senhora é uma das primeiras moradoras  da localidade. Lembra de outros moradores na época?

Os primeiros moradores foram o velho Morsch – pai do Erich, o Henrique Steffen e Pedro Cavichiolli, depois vieram, o Gercino Brandes, Valdemar Steffen, Erich Morsch, Ernesto  Teske e o seu pai, Evaldo Gianesini.

Henrique Steffen?

É o pai do Cristiano, Rodolfo,Frederico, Pedro, Augusto, Ana, Berta, Guilhermina e outra, que no momento não lembro o nome dela.

Para se viver, antes ou agora?

Agora... hoje tem clube dos Idosos, Damas da Caridade, passe livre, médico no Postinho, consegue-se algum remédio.

Criar filhos, antes ou agora?

Antigamente, nascia um filho, precisávamos levá-lo junto à roça, colocando numa banheirinha, mantendo-o ao alcance de nossos olhos. Atualmente nasce um filho, já tem carrinho, já ganha de tudo... agora, quanto à educação, naqueles idos, as crianças obedeciam aos pais, hoje, é o que você está vendo.

O que faz atualmente?

Hoje, aposentada, ajudo os filhos e netos, bordo, faço crochê, assisto um pouco de TV.

Sente solidão?

Sinto-me sozinha, o companheiro faz falta; à noite, às vezes, eu choro.

Até que idade a mulher sente falta de um homem?

Até uns sessenta, depois aparecem as doenças, as cirurgias, fazendo com que percamos a necessidade fisiológica do companheiro.

A administração do Ciro?

Atualmente, para contentar o povo não é para qualquer um... e o Prefeito Ciro, por mais que faça não irá agradar a todos.

A rua em frente a sua casa?

É a rua leva o nome de meu sogro, Augusto Steffen, foi iniciada por mim  e  o Elat, com o enxadão, depois na administração Bonatelli/Zeno, aterraram; depois o Ciro e Danilo colocavam macadame e areia. O Hylário fez o esgoto e, recentemente, na administração do Ciro, por intermédio do Chico Souza, foi colocado lajotas, as quais pagamos.

O Brasil tem acerto?

Bom... se houver um controle mais rígido sobre os desvios, o que não é fácil... lidar com gente, é muito difícil.

Referências

  • Entrevista publicada em A VOZ DE BRUSQUE, em 05 de abril de 2008.