Entrevista Duzilina Trindade - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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DUZILINA TRINDADE, popular Dudu Trindade: Viúva do capitão Trindade –Benedito João Farias; quatro filhos, que na verdade são cinco: Nilton, Nilo, Nelson e Neli, e adotou João, com carinho. Tem dezoito netos e 15 bisnetos. Está com 94 anos de idade

A alegria de viver e essa força estampada no seu semblante, indicam que presente ainda lhe pertence e, que a solidão não tem vez com Dona Dudu?

E como.... acredito em minhas forças, e é nesta fase da vida que pode-se ver e entender tudo melhor. Tenho uma felicidade imensa no coração, no sentido de viver uma vida produtiva, utilizando-se da experiência adquirida através dos anos, são 94 anos de vida bem vividos. solidão não se aproxima de mim. Aliás, solidão não é dever de ninguém, muito menos de um idoso, temos direito a alegria e de realizações. Quem me conhece, sabe que estou falando a realidade que vivo.

A oportunidade de crescimento e realização perde espaço com o passar dos anos? Seus momentos de lazer conquistaram seu tempo?

As oportunidades de crescimento e realização não diminuem com o envelhecimento, ainda mais quando se unem aos grupos vivos. Gosto de dança, e olha que ainda não arrasto os pés, o compasso é certinho. Dizem que sou a menina dos olhos do Evaldo - esposo da Coordenadora do Clube dos Idosos, a Catarina E. Moresco. No canto do salão não fico plantada. Vibro e canta em cada música romântica. Quero ser sincera, o que gosto mesmo é literatura. Sou muito curiosa, gosto de saber das coisas: leio o jornal diariamente e tenho livros na cabeceira da minha cama. Literatura é amiga e terapia, e não uso mais óculos. Ah, foi o que mais aproveitei. Viajei muito, em virtude de meu esposo ser removido, devido a promoções de seu cargo, fazendo com que conhecesse lindas cidades, onde residia por tempo determinado. Bolão é minha paixão; pertenço a um time formado por senhoras, denominado ABC – iniciais dos saudosos Arnoldo, Beno e Celso Schaefer. Guardo com carinho 10 medalhas que conquistei com meu entusiasmo.

Quer dizer, Dona Dudu, que a renovação esta na agenda do idoso?

Carregamos o peso dos anos, o nosso lema é transmitir experiência às gerações futuras. Somos diários vivos. Resta tanto a fazer, não nascemos só para viver, em todo lugar há tantas forças vivas esperando o toque da ação conjunta. O exemplo aí está, o Estatuto do Idoso, assegura a todos que acreditam: estendam as mãos e tracem planos. Agir é demonstrar o que sabes. Não existe limite de idade para buscar a felicidade, sonhar, realizar, aprender, se doar e amar, sempre é tempo. O tempo me trouxe uma coroa: os meus cabelos branquinhos e em cada ruga do meu rosto uma história, a foto comprova. Todas as flores do futuro estão nas sementes de hoje; cada dia é uma pequena vida; plante agora é assim que penso.

A vida é uma sucessão de lições?

Olhando para trás você verá que os momentos bons de sua vida, os momentos que realmente viveu são aqueles em que você agiu com coragem e verdade em tudo. A natureza nos indica: nascer, crescer, viver e morrer... sempre alegria e bom humor.

O que dá sentido à vida? Qual a maior riqueza que dá sentido à vida?

A minha maior riqueza é meus filhos, netos e bisnetos e os vínculos de amizade que tracei. Nunca vou conseguir somar as minhas amizades, realmente são tantas, tantas....Em cada coração encontrei um amor guardado, aprecio, admiro e amo a todos.

O caminho é iluminado pro Deus?

A vida longa é uma estima, um afeto de Deus. Uma vida digna que ajude a enxerga as coisas realmente importantes, é assim que Deus mostra o caminho para chegar a longevidade. Tenho uma relação particular a direita de Deus, vale a pena buscar. Cultive a amizade, nenhum caminho é longo, quando um amigo nos acompanha, sem esquecer que somos criados à imagem e semelhança de Deus.

Tem lido a Voz de Brusque e a Coluna Dez?

Sim, leio e ao ler a Coluna Dez, reconheço e revejo pessoas que há muito tempo não via. Sou fá dessa Coluna.

Assim a Coluna fica toda faceira....

Também agradeço a oportunidade ao Jornal A Voz de Brusque e aos todos os leitores, deixando meu abraço fraterno.

Referências

  • Entrevista publicada em 29 de fevereiro de 2008, em A VOZ DE BRUSQUE.