Entrevista Ana Cristina Heil Belli - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Ana.

ANA CRISTINA HEIL BELLI: A entrevistada da semana é Ana Cristina Heil Belli, brusquense, 34 anos, casada com Adalberto Belli Júnior, com o qual tem uma filha de 5 anos, a Júlia. É formada em Pedagogia –Furb e fez dois cursos de Pós-graduação: Gerenciamento de Unidades Escolares pela Furb e Gestão Empresarial pela FGV. Sempre trabalhou na educação. Iniciou a carreira  como Professora de Educação infantil na Prefeitura Municipal de Brusque e na Creche “Pedacinho do Céu”, que não existe mais nos dias de hoje. Depois trabalhou por quase dez anos  no Colégio Cultura, como Professora  e na Coordenação Pedagógica da escola. Iniciou no Senac no dia  13 de janeiro de 2003, tendo ficado por quase oito anos  no Senac na função de Coordenadora Educacional. Assumiu a Direção do Senac no dia 20 de janeiro, no lugar de José Carlos Theiss, que passou a dirigir o Senac Bistrô, em Blumenau.

Ana.

Como foi sua infância?

Tive uma infância muito feliz. Morei a maior parte da minha vida aqui no bairro Jardim Maluche, onde fiz grandes amizades. Andávamos de bicicleta por todas as ruas do bairro, numa época que as ruas eram de barro e haviam poucas casas. Subíamos nos pés de goiaba e nos deliciávamos. Tenho ótimas lembranças da minha infância.

Sonho de criança?

Duda e Júlia.

Ser professora. Minha avó foi professora também e me inspirou nesta profissão. Realizei meu sonho, mas minha trajetória profissional acabou me tirando da sala de aula.

Como foi sua juventude?

Ana e Júlia.

Na juventude me dediquei muito aos estudos e tinha uma paixão: o voleibol. Joguei vôlei durante muito tempo, participando de campeonatos regionais e estaduais. Mais tarde acabei largando o vôlei pela necessidade de começar a trabalhar e pagar minha faculdade. Comecei a namorar com meu esposo muito cedo. Então passei minha adolescência entre os estudos, o vôlei e o namoro.

Pessoas que influenciaram?

As primeiras pessoas que mais me influenciaram foram os meus pais, que me ensinaram desde cedo valores como respeito, ética, comprometimento, lealdade e verdade. Depois aprendi com meus professores, alguns marcaram muito minha trajetória escolar. Na vida profissional gostaria de mencionar três pessoas que foram muito especiais: a Cássia e a Luciene, proprietárias do colégio Cultura durante o período que trabalhei na escola, foram grandes companheiras e amigas e o sr. José Carlos Theiss diretor do Senac, um grande líder, parceiro enfim ,uma pessoa maravilhosa.Não poderia deixar de mencionar meu esposo o Duda e minha filha Júlia, que são os meus maiores incentivadores, me apoiando e dando o suporte em todos os momentos da minha vida.

Formação escolar?

Na educação infantil passei pelo SESC e pelo Jardim de Infância Divina Providência, hoje é a Educação Infantil do Colégio São Luiz. Cursei o ensino fundamental e médio também no Colégio São Luiz, sendo que me formei no ensino médio no Colégio Cônsul. Fui para o Cônsul para fazer o Magistério, mas naquele ano, não fechou turma e acabei concluindo esta etapa dos meus estudos lá.

Primeiro professor/a?

Foi no jardim de infância ... infelizmente não me recordo dela.

Melhor professor/a? Motivo?

Tive grandes professores... no colégio São Luiz lembro-me da professora Luciane Schilindwein, D. Olinda Cestari (in memoriam) e a Rosana Heil. Na graduação destaco a Eliane Busnardo Bueno, Udi Tridapalli (hoje reitora da Unifebe) e o Padre Nestor que também foi secretário de Educação no nosso município.

O que fez seguir a carreira do magistério? Algum antecedente familiar?'

Minha inspiração foi a minha falecida avó Helena que foi professora quando muito jovem.

Se não estivesse no ramo do magistério?

Hoje não me imagino em outra profissão. Eu adoro o meu trabalho. É muito gratificante encontrar nossos alunos e ex-alunos felizes e realizados profissionalmente.

O que o SENAC oferece ao público ?

O Senac é uma instituição de Educação Profissional. Aqui na unidade de Brusque temos cursos livres, Aprendizagem, Capacitações, Técnicos e Pós-Graduação.

Como funciona o SENAC? Grupo de funcionários? Coordenações de áreas?

O Senac em Brusque conta com 14 colaboradores no corpo técnico, 53 docentes e 3 estagiárias. Além da direção, estamos divididos em 3 setores: Administrativo/ Financeiro, Educacional e Relações com o Mercado. Trabalhamos com os Eixos de Gestão e Negócios; Comunicação e Informática; Saúde, Ambiente e Segurança; Produção Cultural e Design.

Ao oferecer determinados cursos é resultado de alguma pesquisa de necessidade de formação? Do mercado?

Administração Regional do Senac/SC em Florianópolis tem desenvolvido pesquisas de mercado, que tem nos sinalizado as demandas existentes em nossa região. Nossa maior atuação hoje está nos cursos de Gestão e Moda e temos a intenção de ampliar a nossa atuação na área de saúde mais especificamente em estética.

Sua promoção sinaliza que o SENAC cria condições para os funcionários estarem motivados para crescerem profissionalmente?

Sim, o Senac possui a política de valorizar as pessoas que trabalham na instituição. Somente recorremos ao mercado externo quando não encontram dentro da instituição pessoas com o perfil adequado para a vaga.

Você acha que uma entidade como o Senac, lidando com pessoas que buscam aperfeiçoamento, leva uma vantagem na motivação sobre as Escolas em que formam no ensino fundamental e de nível médio, já que ali o estudante freqüentou mais  por exigência básica de requisito, com vistas ao ingresso no mercado de trabalho?

Não, porque o ensino profissionalizante pode ser desenvolvido integrado, concomitante ou subseqüente ao ensino médio. Os cursos  do Senac possuem pré-requisito para matrícula  e no pré-requisito  é exigido o ensino fundamental ou médio, dependendo do curso. Muitos alunos nos procuram a fim de se profissionalizar e esbarram na barreira do pré-requisito. Sendo assim um ensino acaba complementando o outro.

Traçaria um breve paralelo entre o brusquense  e os imigrantes atuais, quanto a responsabilidade , comprometimento?

Brusque é uma cidade  com descendentes de italianos e alemães. Nossos descendentes nos ensinaram a valorizar o trabalho. Foi através de muito trabalho que Brusque cresceu e se desenvolveu ao longo  de sua história. Hoje somos conhecidos por sermos uma região ‘rica’  em recursos, emprego, educação, saúde e qualidade de vida. As pessoas  que vem para Brusque atrás destes recursos, acabam chegando aqui e encontrando algumas dificuldades, pois  possuem uma  cultura de trabalho diferenciada. Além disso, na grande maioria são pessoas  com baixa escolaridade e sem qualificação.

Algo que você apostou e não deu certo?

Quando estava cursando o ensino médio, pensei em fazer a faculdade de Arquitetura. Cheguei a realizar a prova de desenho que era exigida na época, mas acabei optando mesmo pela pedagogia.

O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?

Arriscaria um pouco mais... hoje com o conhecimento e maturidade que adquiri, fica mais fácil pensar desta maneira. Quando se tem 16 anos é mais difícil e optei por aquilo que me parecia mais apropriado e seguro.

O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?

Poderia citar a teoria de Paulo Freire, que propôs a educação a partir da realidade social do indivíduo, foi uma grande influencia na minha formação. Atualmente temos aprofundado a metodologia por competência, utilizada no SENAC e que propõe o desenvolvimento de conhecimento, habilidades, atitudes e valores.

Quais as maiores decepções e alegrias que teve?

A minha maior alegria o foi nascimento da minha filha. Ela me inspira todos os dias, com sua alegria e espontaneidade contagiante. Tive algumas decepções na vida, que me ensinaram a superar os obstáculos e dar a volta por cima.

Referências

  • Jornal Em Foco. Edição de 5 de abril de 2011.