Mudanças entre as edições de "Francisca dos Anjos de Lima e Silva"
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Francisca dos Anjos de Lima e Silva, mais conhecida por "Fanny", foi uma popular moradora do bairro [[Santa Terezinha]] em Brusque. | Francisca dos Anjos de Lima e Silva, mais conhecida por "Fanny", foi uma popular moradora do bairro [[Santa Terezinha]] em Brusque. | ||
| − | Nascida em 19 de janeiro de 1900, filha de João Raymundo dos Anjos e de Theodora da Silva. Casou-se com Eduardo de Lima e Silva Hoerham em Ibirama no dia 22 de setembro de 1920, residindo no Posto Indígena daquele município. | + | Nascida em 19 de janeiro de 1900, filha de João Raymundo dos Anjos e de Theodora da Silva. Casou-se com Eduardo de Lima e Silva Hoerham em Ibirama no dia 22 de setembro de 1920, residindo no Posto Indígena daquele município<ref>SOUZA, A.D. de, 2005. IDENTIDADES VELADAS: Fanny: a formação e a educação na cidade de Brusque na década de 1960. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale do Itajaí - Programa de Pós-Graduação em Mestrado em Educação. Itajaí. Santa Catarina. Brasil.</ref>. |
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[[Ficheiro:Capa livro Fanny.jpg|thumb|left|150 px|Capa do livro de Aquiles Duarte de Souza.]]Causou certa aflição a notícia de que seria lançada uma biografia sobre a Fanny no início de 2011. A causa do desconforto, segundo Celso Deucher, se daria ao fato de que | [[Ficheiro:Capa livro Fanny.jpg|thumb|left|150 px|Capa do livro de Aquiles Duarte de Souza.]]Causou certa aflição a notícia de que seria lançada uma biografia sobre a Fanny no início de 2011. A causa do desconforto, segundo Celso Deucher, se daria ao fato de que | ||
| − | {{cquote|''Algum desalmado criou pânico esta semana entre uma parcela significativa de vovôs da cidade. Espalhou o boato de que um escritor local havia encontrado o “famoso caderninho de fiados” da Fanny e que estaria publicando na integra em um livro. Na longa lista de clientes da mais famosa cafetina brusquense, haveria um rosário de nomes conhecidos e gente da mais alta roda social da cidade. Todos freqüentadores assíduos ou como se diz hoje em dia “clientes de carteirinha” da casa de tolerância de Fanny.''}} | + | {{cquote|''Algum desalmado criou pânico esta semana entre uma parcela significativa de vovôs da cidade. Espalhou o boato de que um escritor local havia encontrado o “famoso caderninho de fiados” da Fanny e que estaria publicando na integra em um livro. Na longa lista de clientes da mais famosa cafetina brusquense, haveria um rosário de nomes conhecidos e gente da mais alta roda social da cidade. Todos freqüentadores assíduos ou como se diz hoje em dia “clientes de carteirinha” da casa de tolerância de Fanny.<ref>DEUCHER, Celso. História de Fanny vira livro. 3/01/2011. Disponível em: <http://historiadebrusque.blogspot.com.br/2011/01/historia-de-fanny-vira-livro.html., acesso em 03 de agosto de 2012.</ref>''}} |
Deucher, para dar um exemplo concreto, expõe a opinião de um senhor de idade: | Deucher, para dar um exemplo concreto, expõe a opinião de um senhor de idade: | ||
| − | {{cquote|''“Teve gente muito preocupada e sem tirar isso a limpo não ficou descansado. depois de tanto tempo isso ai poderia criar dissabores reais na vida de muita gente”, confessa um dos preocupados vovôs que estava numa cafeteria da cidade e soube da bombástica notícia na terça feira, dia 27. “Mas eu acho que este tal caderninho nem existe. É papo furado deste povo. Pelo que eu sei a Fanny não tolerava dívidas e se o cidadão ficava lhe devendo ela o procurava e educadamente pedia ao cliente para escutar a Rádio Araguaia no dia seguinte. A sutileza do convite era o que bastava para até o final do dia o cidadão passar lá no estabelecimento dela e acertar as contas”, diz o mesmo vovô.''}} | + | {{cquote|''“Teve gente muito preocupada e sem tirar isso a limpo não ficou descansado. depois de tanto tempo isso ai poderia criar dissabores reais na vida de muita gente”, confessa um dos preocupados vovôs que estava numa cafeteria da cidade e soube da bombástica notícia na terça feira, dia 27. “Mas eu acho que este tal caderninho nem existe. É papo furado deste povo. Pelo que eu sei a Fanny não tolerava dívidas e se o cidadão ficava lhe devendo ela o procurava e educadamente pedia ao cliente para escutar a Rádio Araguaia no dia seguinte. A sutileza do convite era o que bastava para até o final do dia o cidadão passar lá no estabelecimento dela e acertar as contas”, diz o mesmo vovô.<ref>Ibid.</ref>''}} |
| − | O livro | + | O livro surgiu a partir da dissertação de mestrado em Educação pela Univali que buscou compreender Fanny como agente educador em Brusque na década de 1960 sendo que sua imagem perpassa uma dicotomia: de profissão impura a pessoa necessária (uma educadora sexual aos rapazes e uma protetora da pureza das noivas), respeitável (por seu caráter) e até temida (por seu controle sobre quem ficava devendo a ela). |
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Edição das 09h29min de 3 de agosto de 2012
- Álisson Sousa Castro
Francisca dos Anjos de Lima e Silva, mais conhecida por "Fanny", foi uma popular moradora do bairro Santa Terezinha em Brusque.
Nascida em 19 de janeiro de 1900, filha de João Raymundo dos Anjos e de Theodora da Silva. Casou-se com Eduardo de Lima e Silva Hoerham em Ibirama no dia 22 de setembro de 1920, residindo no Posto Indígena daquele município[1].
Fanny: uma vida em perspectiva
Causou certa aflição a notícia de que seria lançada uma biografia sobre a Fanny no início de 2011. A causa do desconforto, segundo Celso Deucher, se daria ao fato de que
| “ | Algum desalmado criou pânico esta semana entre uma parcela significativa de vovôs da cidade. Espalhou o boato de que um escritor local havia encontrado o “famoso caderninho de fiados” da Fanny e que estaria publicando na integra em um livro. Na longa lista de clientes da mais famosa cafetina brusquense, haveria um rosário de nomes conhecidos e gente da mais alta roda social da cidade. Todos freqüentadores assíduos ou como se diz hoje em dia “clientes de carteirinha” da casa de tolerância de Fanny.[2] | ” |
Deucher, para dar um exemplo concreto, expõe a opinião de um senhor de idade:
| “ | “Teve gente muito preocupada e sem tirar isso a limpo não ficou descansado. depois de tanto tempo isso ai poderia criar dissabores reais na vida de muita gente”, confessa um dos preocupados vovôs que estava numa cafeteria da cidade e soube da bombástica notícia na terça feira, dia 27. “Mas eu acho que este tal caderninho nem existe. É papo furado deste povo. Pelo que eu sei a Fanny não tolerava dívidas e se o cidadão ficava lhe devendo ela o procurava e educadamente pedia ao cliente para escutar a Rádio Araguaia no dia seguinte. A sutileza do convite era o que bastava para até o final do dia o cidadão passar lá no estabelecimento dela e acertar as contas”, diz o mesmo vovô.[3] | ” |
O livro surgiu a partir da dissertação de mestrado em Educação pela Univali que buscou compreender Fanny como agente educador em Brusque na década de 1960 sendo que sua imagem perpassa uma dicotomia: de profissão impura a pessoa necessária (uma educadora sexual aos rapazes e uma protetora da pureza das noivas), respeitável (por seu caráter) e até temida (por seu controle sobre quem ficava devendo a ela).
Referências
- ↑ SOUZA, A.D. de, 2005. IDENTIDADES VELADAS: Fanny: a formação e a educação na cidade de Brusque na década de 1960. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale do Itajaí - Programa de Pós-Graduação em Mestrado em Educação. Itajaí. Santa Catarina. Brasil.
- ↑ DEUCHER, Celso. História de Fanny vira livro. 3/01/2011. Disponível em: <http://historiadebrusque.blogspot.com.br/2011/01/historia-de-fanny-vira-livro.html., acesso em 03 de agosto de 2012.
- ↑ Ibid.
