Entrevista Maria de Lourdes Schmitz - Luiz Gianesini
MARIA DE LOURDES SCHMITZ: A entrevistada da semana com a Professora e Diretora de Teatro: Maria de Lourdes Schmitz; natural de Lages, nascida aos 01/!970; filiação: Namir e Leonora; cônjuge: Valério Schmitz; filho: Valério Schmitz Júnior
Como veio para Brusque?
Vim em 21/01/1984, depois da separação de meus pais.
Foi bem acolhida em Brusque?
Sim, amo esta cidade e me considero brusquense de coração.
Como foi sua infância?
Tive algumas dificuldades devido a separação de meus pais, mas recebi muito amor de minha mãe. Eu e meus irmãos brincávamos muito...Tenho boas recordações desta época!
Sonhos de criança?
Ah, tive muitos sonhos, mas sempre ligados a arte. Queria aprender a pintar telas, tocar piano, ser bailarina. Como meus irmãos não gostavam muito destas coisas ligadas a arte, quando eu brincava de teatro, brincava sozinha. Criava personagens usando panela na cabeça, meias nas mãos, o sapato da mamãe e assim ia. Foi a partir destas lembranças que criei e pintei a série “Lembranças de Menina” e também a peça teatral “Enquanto mamãe dormia”. Também quis ser escoteira. Já realizei muitos dos sonhos de infância!
Como foi sua Juventude?
Foi aqui que comecei a ter contato com os livros, a minha grande paixão.
Pessoas que a influenciaram?
Minha mãe, meu marido, meu filho, os artistas plásticos Silvia Teste e Silvio Pleticos. Ah, são tantas pessoas maravilhosas que fizeram ou fazem parte da minha vida, e com elas aprendo muito.
Formação escolar?'
Sou graduada em artes cênicas pela UDESC, pós-graduada em arte-educação e pós-graduanda em arteterapia. Estudar é muito bom!
De que prof. Você lembra com carinho?
Vera Lucia Ferraz, minha professora da 3ª e 4ª série, que saudade! Também da Sulanger Bavaresco, minha professora de dramaturgia na faculdade.
Qual de suas apresentações foi inesquecível?
Como atriz, “sonho de uma noite de verão” e “Pedro, livros e Margarida”. E diretora, “Enquanto mamãe dormia” e “noite de Natal”. É muito bom fazer teatro!
Não ficou como esperava?
Todo trabalho teatral que faço, sempre penso que algo pode ser melhora. São tantas possibilidades de mudança, o teatro é uma abra aberta.
Que tipo de peça predomina em seu repertório?
Gosto de trazer o cotidiano e refletir no palco, mas com uma pitada de comédia. Não gosto de coisas dramáticas, pesadas. Penso que a pessoa quer ir ao teatro para se divertir, mas ao mesmo tempo ela deve sair de lá, com alguns elementos que a façam refletir sobre a vida, o comportamento da sociedade, o seu comportamento, etc. Também escrevo textos bastante lúdicos, para o público infantil.
Quais nomes destacaria no teatro, inclusive em Brusque?
Os professores e diretores Fátima Lima e André Carreira, são bárbaros. Em Brusque temos Alécio Maçaneiro, Luciano Mafra, Douglas Leoni, e as jovens e talentosas atrizes Kétria Angiolett, Ritiele Zen e Stefanie Paulo, entre outros.
Como surgiu o Sebo?
O Sebo e Livraria Cantinho do Leitor surgiu em fevereiro de 1996, ele aconteceu devido ao meu amor pelos livros.
Que livros são mais procurados?
Romances, auto-ajuda e pela criançada, os gibis.
Um resumo de sua trajetória profissional?
Trabalho no Cantinho do Leitor, sou professora e diretora de teatro. Ministro as oficinas no Espaço Arte Luz, que também é a sede da Associação da Companhia teatral Cenareta.
O Valério, técnico têxtil, é um bom marido?
Maravilhoso! Uma pessoa especial, um parceiro que sempre me apoiou em tudo. Ele também faz parte Cia Teatral Cenareta, mas como a sua formação é mais técnica, ele cuida da iluminação e da parte burocrática, e eu a parte artística.
Sou católico, você é espírita, quais as diferenças básicas?
Na verdade eu não sou espírita, sou universalista. Gosto e estudo o espiritismo, esta doutrinada trás ensinamentos maravilhosos. Acredito que a principal diferença é que o espírita acredita em reencarnação (e não é só o espiritismo que acredita) e o catolicismo não. O ser humano é um espírito encarnado que esta fazendo uma experiência na matéria, por isso não demos ser tão apegados as coisas materiais, vamos deixar tudo quando partirmos daqui. Deveríamos viver a vida com mais intensidade, mais amor. Olhar com atenção para as pessoas que nos cercam. Ser grato a DEUS pela vida, pela natureza...
Finalizando, quais as maiores alegrias e as maiores tristezas que você teve?
Uma das minhas maiores alegrias foi ter conhecido o Valério, ter tido o meu filho Valério Junior. Também estar no Sebo e conhecer pessoas e aprender muito com elas, desde qual o melhor chá para determinada doença a uma conversa sobre filosofia,...Na vida só vejo alegrias, as dificuldades que tive, considero aprendizado.
Referências
- Jornal Em Foco. Edição de 8 de março de 2011.