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Este artista brasileiro já realizou grandes projetos artísticos e recebeu vários prêmios a nível nacional e internacional. Suas esculturas lembram totens, com signos e personagens que remetem às culturas arcaicas e mitológicas com algum aspecto trágico. | Este artista brasileiro já realizou grandes projetos artísticos e recebeu vários prêmios a nível nacional e internacional. Suas esculturas lembram totens, com signos e personagens que remetem às culturas arcaicas e mitológicas com algum aspecto trágico. | ||
− | [[Categoria:Simpósio Internacional de Esculturas de Brusque]] | + | ==Dados biográficos<ref>GASPAR, Lúcia. Francisco Brennand. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br>. Acesso em: 08/08/2012. (Recife, 15 de julho de 2003. Atualizado em 28 de agosto de 2009).</ref>== |
+ | Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand nasceu a 11 de junho de 1927, na cidade do Recife, capital do Estado de Pernambuco. | ||
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+ | Em novembro de 1971, o artista começou a reconstruir a velha Cerâmica São João da Várzea, fundada pelo seu pai em 1917. Esse conjunto, encontrado em ruínas, deu início a um colossal projeto de esculturas cerâmicas que deveriam povoar os espaços internos e externos do ambiente. | ||
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+ | Hoje, após mais de 34 anos de trabalho intenso e obsessivo, confrontamo-nos com esse complexo escultórico, cujo significado dá relevo a um sentido cosmogônico e, ao mesmo tempo, visionário de Francisco Brennand. O escritor e arquiteto Fernando de Barros Borba define as características da arte brennandiana como poucos o fizeram. | ||
+ | No dia 11 de junho de 1927, nasce Francisco de Paula de Almeida Brennand, filho de Ricardo Monteiro Brennand e Olímpia Padilha Nunes Coimbra. | ||
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+ | Vai morar no Rio de Janeiro, em 1937, ingressando no Colégio Aldridge, na Praia de Botafogo, e no ano seguinte, no Colégio São Vicente de Paula, em Petrópolis, como interno. | ||
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+ | Em 1939, de volta ao Recife, matricula-se no Colégio Marista, onde conclui o curso ginasial em 1942. Começa a trabalhar na Cerâmica São João, que pertencia a seu pai, como aluno informal do escultor Abelardo da Hora. | ||
+ | Em 1943, vai estudar no Colégio Oswaldo Cruz para concluir o segundo ciclo colegial, onde conhece Deborah de Moura Vasconcelos, que viria a ser sua esposa. | ||
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+ | Desde cedo o seu talento é revelado através de caricaturas de professores e colegas. Em 1945, Ariano Suassuna, então um colega de classe, o convida para ilustrar os poemas que ele publicava no Jornal Literário do colégio, por ele organizado. | ||
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+ | Começa a ser orientado em pintura pelo pintor e restaurador Álvaro Amorim, um dos fundadores da Escola de Belas Artes de Pernambuco, que havia sido contratado para restaurar a coleção de João Peretti que seu pai havia comprado. | ||
+ | Ricardo Brennand convida diversos artistas para pintar a paisagem natural dos engenho São João, entre eles, Álvaro Amorim, Balthazar da Câmara, Mário Nunes e Murillo La Greca. Francisco acompanha os trabalhos e começa a pintar paisagens, transformando uma casa abandonada do engenho em seu primeiro ateliê. Estuda pintura com Murillo La Greca e sua primeira escultura é a cabeça de Deborah, feita em barro. | ||
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+ | Em 1947, recebeu o primeiro prêmio de pintura do Salão de Arte do Museu do estado de Pernambuco, com o quadro de uma paisagem inspirada no engenho São João, intitulada, Segunda visão da terra. No ano seguinte, novamente recebe o primeiro prêmio e uma menção honrosa por seu auto-retrato como Cardeal inquisidor, inspirado no retrato do cardeal inquisidor, Dom Fernando Nino de Guevara, de El Greco. | ||
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+ | O pintor pernambucano Cícero Dias, morando em Paris, faz uma exposição no Recife. Brennand mostra-lhe então suas obras e trava com ele constantes diálogos sobre pintura. Encantado com o talento e a convicção do jovem artista, Cícero Dias convence o amigo Ricardo Brennand a mandar o filho para Paris. | ||
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+ | No final de 1948, casa-se com Deborah e, em fevereiro de 1949, o casal embarca para Paris instalando-se no Hotel Montalambert, onde se hospedavam regularmente muitos intelectuais e artistas. Conhece então Almada Negreiros, amigo de Fernando Pessoa, o poeta surrealista René Char e ainda Fernando Léger. Porém, em outubro, voltam ao Brasil por problemas de saúde e adaptação. | ||
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+ | A fábrica de azulejos da família Brennand é inaugurada em 1954 e nela Francisco Brennand cria o seu primeiro grande painel em cerâmica. | ||
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+ | Em 1955, participa da III Bienal de Barcelona, na Espanha. Em 1958, inaugura o mural do Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife e, em 1961, o mural Anchieta, no Ginásio Itanhaém, na cidade de São Paulo. | ||
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+ | Entre 1961 e 1962 realiza uma das obras mais significativas da sua carreira: Batalha dos Guararapes, para uma agência do Banco da Lavoura de Minas Gerais, no Recife. O painel trata da expulsão dos holandeses do Brasil. | ||
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+ | Foi de Francisco Brennand a idéia de transformar a antiga Casa de Detenção do Recife na atual Casa da Cultura, na época em que exerceu a chefia da Casa Civil no primeiro governo de Miguel Arraes, entre outubro de 1963 até às vésperas do golpe militar de 1964. Ele queria criar em Pernambuco uma instituição similar a algumas implantadas na França pelo escritor André Malraux. | ||
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+ | Participou de várias exposições nacionais e internacionais, individuais e coletivas. Sua obra recebeu diversos prêmios, sendo o mais importante deles, o Prêmio Interamericano de Cultura Gabriela Mistral, concedido pela OEA (Organização dos Estados Americanos), Washington, Estados Unidos, em 1993. Este prêmio foi criado em 1983, pelo Conselho para a Educação, Ciência e Cultura da OEA como reconhecimento por um trabalho que tem ação contínua e alcançou grande dimensão enriquecendo a cultura da América. O nome Gabriela Mistral é uma homenagem à primeira escritora latino-americana a receber, em 1945, o Prêmio Nobel de Literatura. | ||
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+ | Grande parte da obra do artista pode ser encontrada na Oficina Cerâmica Francisco Brennand, criada em 1971, no bairro da Várzea, no Recife. A Oficina funciona no local onde existia a antiga Cerâmica São João, que fabricava telhas e tijolos, fundada em 1917 por seu pai, Ricardo Brennand. A fábrica, fechada em 1945, ficou abandonada e quase em ruínas, sendo reconstruída por Francisco Brennand, que aproveitou todas as estruturas existentes com algumas adaptações. Hoje, o local é um ponto turístico importante da cidade do Recife. Abriga mais de 2.000 peças do artista, possui um jardim cujo traçado é de Roberto Burle Marx, uma loja, a Bibliopolion, onde podem ser encontrados livros sobre o artista, peças cerâmicas, cartões postais, serigrafias e uma lanchonete, chamada Cantina dos Deuses. | ||
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+ | BRENNAND: esculturas 1974-1978. São Paulo: Pinacoteca, 1998. [s.p.]. | ||
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+ | CARRAZONE, Eric. Brennand e a Casa da Cultura. Suplemento Cultural D. O. PE, Recife, a.10, p.9, jan. 1997. | ||
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+ | CONTINENTE MULTICULTURAL, Recife, a.1, n.6, jun. 2001. | ||
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+ | FERRAZ, Marilourdes. Oficina Cerâmica Francisco Brennand: usina de sonhos. Recife: AIP, 1997. 147p. | ||
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+ | [[Categoria:Simpósio Internacional de Esculturas de Brusque|7º]] | ||
+ | [[Categoria:Parque das Esculturas|7º]] |
Edição atual tal como às 13h42min de 30 de abril de 2014
Este artista brasileiro já realizou grandes projetos artísticos e recebeu vários prêmios a nível nacional e internacional. Suas esculturas lembram totens, com signos e personagens que remetem às culturas arcaicas e mitológicas com algum aspecto trágico.
Dados biográficos[1]
Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand nasceu a 11 de junho de 1927, na cidade do Recife, capital do Estado de Pernambuco.
Em novembro de 1971, o artista começou a reconstruir a velha Cerâmica São João da Várzea, fundada pelo seu pai em 1917. Esse conjunto, encontrado em ruínas, deu início a um colossal projeto de esculturas cerâmicas que deveriam povoar os espaços internos e externos do ambiente.
Hoje, após mais de 34 anos de trabalho intenso e obsessivo, confrontamo-nos com esse complexo escultórico, cujo significado dá relevo a um sentido cosmogônico e, ao mesmo tempo, visionário de Francisco Brennand. O escritor e arquiteto Fernando de Barros Borba define as características da arte brennandiana como poucos o fizeram. No dia 11 de junho de 1927, nasce Francisco de Paula de Almeida Brennand, filho de Ricardo Monteiro Brennand e Olímpia Padilha Nunes Coimbra.
Vai morar no Rio de Janeiro, em 1937, ingressando no Colégio Aldridge, na Praia de Botafogo, e no ano seguinte, no Colégio São Vicente de Paula, em Petrópolis, como interno.
Em 1939, de volta ao Recife, matricula-se no Colégio Marista, onde conclui o curso ginasial em 1942. Começa a trabalhar na Cerâmica São João, que pertencia a seu pai, como aluno informal do escultor Abelardo da Hora. Em 1943, vai estudar no Colégio Oswaldo Cruz para concluir o segundo ciclo colegial, onde conhece Deborah de Moura Vasconcelos, que viria a ser sua esposa.
Desde cedo o seu talento é revelado através de caricaturas de professores e colegas. Em 1945, Ariano Suassuna, então um colega de classe, o convida para ilustrar os poemas que ele publicava no Jornal Literário do colégio, por ele organizado.
Começa a ser orientado em pintura pelo pintor e restaurador Álvaro Amorim, um dos fundadores da Escola de Belas Artes de Pernambuco, que havia sido contratado para restaurar a coleção de João Peretti que seu pai havia comprado. Ricardo Brennand convida diversos artistas para pintar a paisagem natural dos engenho São João, entre eles, Álvaro Amorim, Balthazar da Câmara, Mário Nunes e Murillo La Greca. Francisco acompanha os trabalhos e começa a pintar paisagens, transformando uma casa abandonada do engenho em seu primeiro ateliê. Estuda pintura com Murillo La Greca e sua primeira escultura é a cabeça de Deborah, feita em barro.
Em 1947, recebeu o primeiro prêmio de pintura do Salão de Arte do Museu do estado de Pernambuco, com o quadro de uma paisagem inspirada no engenho São João, intitulada, Segunda visão da terra. No ano seguinte, novamente recebe o primeiro prêmio e uma menção honrosa por seu auto-retrato como Cardeal inquisidor, inspirado no retrato do cardeal inquisidor, Dom Fernando Nino de Guevara, de El Greco.
O pintor pernambucano Cícero Dias, morando em Paris, faz uma exposição no Recife. Brennand mostra-lhe então suas obras e trava com ele constantes diálogos sobre pintura. Encantado com o talento e a convicção do jovem artista, Cícero Dias convence o amigo Ricardo Brennand a mandar o filho para Paris.
No final de 1948, casa-se com Deborah e, em fevereiro de 1949, o casal embarca para Paris instalando-se no Hotel Montalambert, onde se hospedavam regularmente muitos intelectuais e artistas. Conhece então Almada Negreiros, amigo de Fernando Pessoa, o poeta surrealista René Char e ainda Fernando Léger. Porém, em outubro, voltam ao Brasil por problemas de saúde e adaptação.
A fábrica de azulejos da família Brennand é inaugurada em 1954 e nela Francisco Brennand cria o seu primeiro grande painel em cerâmica.
Em 1955, participa da III Bienal de Barcelona, na Espanha. Em 1958, inaugura o mural do Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife e, em 1961, o mural Anchieta, no Ginásio Itanhaém, na cidade de São Paulo.
Entre 1961 e 1962 realiza uma das obras mais significativas da sua carreira: Batalha dos Guararapes, para uma agência do Banco da Lavoura de Minas Gerais, no Recife. O painel trata da expulsão dos holandeses do Brasil.
Foi de Francisco Brennand a idéia de transformar a antiga Casa de Detenção do Recife na atual Casa da Cultura, na época em que exerceu a chefia da Casa Civil no primeiro governo de Miguel Arraes, entre outubro de 1963 até às vésperas do golpe militar de 1964. Ele queria criar em Pernambuco uma instituição similar a algumas implantadas na França pelo escritor André Malraux.
Participou de várias exposições nacionais e internacionais, individuais e coletivas. Sua obra recebeu diversos prêmios, sendo o mais importante deles, o Prêmio Interamericano de Cultura Gabriela Mistral, concedido pela OEA (Organização dos Estados Americanos), Washington, Estados Unidos, em 1993. Este prêmio foi criado em 1983, pelo Conselho para a Educação, Ciência e Cultura da OEA como reconhecimento por um trabalho que tem ação contínua e alcançou grande dimensão enriquecendo a cultura da América. O nome Gabriela Mistral é uma homenagem à primeira escritora latino-americana a receber, em 1945, o Prêmio Nobel de Literatura.
Grande parte da obra do artista pode ser encontrada na Oficina Cerâmica Francisco Brennand, criada em 1971, no bairro da Várzea, no Recife. A Oficina funciona no local onde existia a antiga Cerâmica São João, que fabricava telhas e tijolos, fundada em 1917 por seu pai, Ricardo Brennand. A fábrica, fechada em 1945, ficou abandonada e quase em ruínas, sendo reconstruída por Francisco Brennand, que aproveitou todas as estruturas existentes com algumas adaptações. Hoje, o local é um ponto turístico importante da cidade do Recife. Abriga mais de 2.000 peças do artista, possui um jardim cujo traçado é de Roberto Burle Marx, uma loja, a Bibliopolion, onde podem ser encontrados livros sobre o artista, peças cerâmicas, cartões postais, serigrafias e uma lanchonete, chamada Cantina dos Deuses.
Referências
- ↑ GASPAR, Lúcia. Francisco Brennand. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br>. Acesso em: 08/08/2012. (Recife, 15 de julho de 2003. Atualizado em 28 de agosto de 2009).
BRENNAND: esculturas 1974-1978. São Paulo: Pinacoteca, 1998. [s.p.].
CARRAZONE, Eric. Brennand e a Casa da Cultura. Suplemento Cultural D. O. PE, Recife, a.10, p.9, jan. 1997.
CONTINENTE MULTICULTURAL, Recife, a.1, n.6, jun. 2001.
FERRAZ, Marilourdes. Oficina Cerâmica Francisco Brennand: usina de sonhos. Recife: AIP, 1997. 147p.