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+ | Friderich von Klitzing foi o segundo administrador efetivo da Colônia Itajahy(Brusque). Segundo Oswaldo Rodrigues Cabral, baseado no periódico joinvillense ''Kolonie Zeitung'' de 9 de maio de 1868, Klitzing fora "major da reserva do exército austríaco e, ao que se dizia, ajudante de ordens do malogrado imperador Maximiliano, fuzilado no México". Ele teria chego a Brusque durante os festejos de páscoa, em 1868<ref>CABRAL, Oswaldo Rodrigues. Brusque: Subsídios para a história de uma colonia nos tempos do Império. Brusque: Sociedade Amigos de Brusque, 1958. p. 127.</ref> | ||
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+ | Sua administração fora curta, de abril de 1868 a outubro de 1869, tendo administrado também a Colônia Príncipe D. Pedro, tendo por conta disto, solicitado duplo pagamento: | ||
+ | {{cquote|''A Colônia Príncipe Dom Pedro acha-se distante duas léguas desta Séde e quando tomei conta da Diretoria interina vi-me forçado a ir todos os dias, às vêzes duas vêzes por dia, e mesmo de noite para aquela Colônia, para aí dispersar reuniões não legais, que tiveram lugar em consequência do estado agitado da população, causado uma vez pela irregularidade dos pagamentos, a existência de muitos americanos brutais e finalmente pelas notícias falsas e provocações feitas por agentes do exterior, cujo intento era de realizar uma emigração para Buenos-Aires<ref>Ibid. p. 131 apud Doc. 27/3/1869.</ref>''}} | ||
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+ | Como diz Cabral, os ventos sopraram em desfavor de Klitzing, desde os infortúnios com o agrimensor Carlos Marschner, as enchentes de 29 palmos acima do nível do rio em 26 de novembro de 1868 e entre os dias 23 e 26 de janeiro de 1869<ref>Ibid. p. 130</ref>. Além disso, Klitzing fora acusado de surrupiar 12 contos de réis destinado às despesas coloniais, quando se dirigia da Capital a Brusque. Depois disso, afirma Cabral, "nos documentos, apenas referências a atos de Klitzing, mas não mais interferência sua na vida colonial"<ref>Ibid. p. 134</ref>. | ||
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+ | Joaquim Xavier Neves (1869 apud Cabral 1958) conta-nos que | ||
+ | {{cquote|''Entre êles (''factos''), assume maior vulto o fato do roubo de que se queixa o Barão de a Colônia, levando consigo a quantia de 12 contos que recebera na Tesouraria da Fazenda nesta Capital, em 16 de setembro findo, para despesas daquêle estabelecimento, cujos pormenores e medidas que então se tomaram V. Excia. encontrará no processo de verificação e inquirição a que procedeu a autoridade competente, o qual foi remetido a esta Presidência pelo dr. Chefe de Polícia<ref>Op. Cit. p. 134</ref>''}} | ||
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+ | Ao analisar as discussões geradas na imprensa sobre o caso, Cabral conclui | ||
+ | {{cquote|''ter o Barão [von Klitzing] praticado o crime - que aliás o jornal diz ter sido de peculato - foi processado, prêso e condenado, mas fugiu, nos Ganchos, ao ser remetido para a Capital. Quanto a Léo Arnoldi [o novo agrimensor nomeado, que o acompanhara], acreditamos que nada tenha ficado provado contra êle, tendo-se livrado das malhas do processo, pois em anos subsequentes o encontramos contratando com o Estado a execução de obras públicas na Colônia, inclusive a estrada Brusque-Itajaí, o que certamente não teria acontecido se a sua situação não tivesse ficado perfeitamente limpa, em todo êste caso.<ref>Ibid. p. 136.</ref>''}} | ||
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+ | Em 28 de outubro de 1869, portanto, fora demitido do cargo<ref>Ibid. p. 137.</ref>. | ||
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Edição atual tal como às 08h36min de 2 de dezembro de 2013
- Álisson Sousa Castro, Historiador.
Friderich von Klitzing foi o segundo administrador efetivo da Colônia Itajahy(Brusque). Segundo Oswaldo Rodrigues Cabral, baseado no periódico joinvillense Kolonie Zeitung de 9 de maio de 1868, Klitzing fora "major da reserva do exército austríaco e, ao que se dizia, ajudante de ordens do malogrado imperador Maximiliano, fuzilado no México". Ele teria chego a Brusque durante os festejos de páscoa, em 1868[1]
Sua administração fora curta, de abril de 1868 a outubro de 1869, tendo administrado também a Colônia Príncipe D. Pedro, tendo por conta disto, solicitado duplo pagamento:
“ | A Colônia Príncipe Dom Pedro acha-se distante duas léguas desta Séde e quando tomei conta da Diretoria interina vi-me forçado a ir todos os dias, às vêzes duas vêzes por dia, e mesmo de noite para aquela Colônia, para aí dispersar reuniões não legais, que tiveram lugar em consequência do estado agitado da população, causado uma vez pela irregularidade dos pagamentos, a existência de muitos americanos brutais e finalmente pelas notícias falsas e provocações feitas por agentes do exterior, cujo intento era de realizar uma emigração para Buenos-Aires[2] | ” |
Como diz Cabral, os ventos sopraram em desfavor de Klitzing, desde os infortúnios com o agrimensor Carlos Marschner, as enchentes de 29 palmos acima do nível do rio em 26 de novembro de 1868 e entre os dias 23 e 26 de janeiro de 1869[3]. Além disso, Klitzing fora acusado de surrupiar 12 contos de réis destinado às despesas coloniais, quando se dirigia da Capital a Brusque. Depois disso, afirma Cabral, "nos documentos, apenas referências a atos de Klitzing, mas não mais interferência sua na vida colonial"[4].
Joaquim Xavier Neves (1869 apud Cabral 1958) conta-nos que
“ | Entre êles (factos), assume maior vulto o fato do roubo de que se queixa o Barão de a Colônia, levando consigo a quantia de 12 contos que recebera na Tesouraria da Fazenda nesta Capital, em 16 de setembro findo, para despesas daquêle estabelecimento, cujos pormenores e medidas que então se tomaram V. Excia. encontrará no processo de verificação e inquirição a que procedeu a autoridade competente, o qual foi remetido a esta Presidência pelo dr. Chefe de Polícia[5] | ” |
Ao analisar as discussões geradas na imprensa sobre o caso, Cabral conclui
“ | ter o Barão [von Klitzing] praticado o crime - que aliás o jornal diz ter sido de peculato - foi processado, prêso e condenado, mas fugiu, nos Ganchos, ao ser remetido para a Capital. Quanto a Léo Arnoldi [o novo agrimensor nomeado, que o acompanhara], acreditamos que nada tenha ficado provado contra êle, tendo-se livrado das malhas do processo, pois em anos subsequentes o encontramos contratando com o Estado a execução de obras públicas na Colônia, inclusive a estrada Brusque-Itajaí, o que certamente não teria acontecido se a sua situação não tivesse ficado perfeitamente limpa, em todo êste caso.[6] | ” |
Em 28 de outubro de 1869, portanto, fora demitido do cargo[7].
Precedido por![]() Barão de Schneeburg 04/08/1860 - 31/12/1867 |
Administrador da Colônia ![]() Friderich von Klitzing 24/10/1868 - 07/10/1869 |
Sucedido por![]() Capitão Firmino José Correia 09/12/1869 - 07/1870 |