Mudanças entre as edições de "Silvia Teske"

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'''MULHERES EM TIRINHAS''' – (Entre final da década de 90 e inicio de 2000) foi um projeto em que trabalhei voltado para outros formatos de telas, no caso telas compridas, onde a maioria tinha 10 cm de largura por 150cm de comprimento. Esse trabalho tinha uma preocupação com a questão da anorexia que em finais da década de 90 era comum entre as mulheres, principalmente as modelos. E isso me comoveu ao pensar nessa nova estética promovida pela ditadura da moda, e como trabalhar essas mulheres. A série que começou como um questionamento sobre o corpo feminino, adentrou na questão das tirinhas de HQ e passou a ter uma linguagem verbal também voltada para comportamentos bizarros femininos.
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'''PRIMEIRAS CAPAS''' – Projeto voltado para experimentação de materiais, que além de técnicas mistas, colagens, pintura, aquarela, desenho, também pesquisava suportes distintos. Em específico tecidos para telas, já que vivo na cidade dos tecidos quis observar como esses poderiam ser usados para as artes visuais. Usei desde chita a tecidos brocados. Foi uma série de poucas obras e mais tempo em cada uma. Totalmente distinta do momento das tirinhas que foi rápida e acelerada, com uma pressa de dizer logo as coisas antes que elas desaparecessem. Nesta a noção de contar histórias se ampliou, e a ideia principal focou nas capas de livros (primeiras capas), onde a linguagem visual e a verbal trabalhavam juntas.
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'''AS TIAS''' – Com as deixas que apareceram nas séries anteriores, as mulheres continuaram a me interessar, e principalmente aquelas que se apresentavam fora do glamour. As Tias eram tanto, as tias mesmo, como as feias, as gordas, as velhas, enfim as esquecidas sociais. A paleta mudou drasticamente. Passou a ter cores neutras, o preto, o cinza, o marrom. AS figuras paradas, meio que perdidas num espaço sem cenário. A vezes eram varias personagens em um mesmo espaço, noutras uma solitária figura, inadequada.
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'''2018\AGORA''' – A discussão entre suporte e técnica continua. Uma busca pela não figura, ou pela figura destroçada. Volta as interferências com outros materiais, principalmente o bordado, e para a simplicidade da linha ou do suporte. Entre as descobertas um estudo do desenho verbal e de identidades geográficas. 
  
 
===Obras em destaque===
 
===Obras em destaque===

Edição das 17h22min de 30 de julho de 2020

Silvia Teske
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Nome artístico Silvia Teske
Nascimento 27 de maio de 1960 em Brusque, Santa Catarina, Brasil.
Falecimento -
Formação Mestrado em Artes Visuais: Processos Artísticos Contemporâneos
Trabalhos notáveis São as séries de pinturas: 1) Mulheres em Tirinhas; 2) Tias; 3) Primeiras Capas
Linguagem artística Pintura, desenho, colagem, publicação, literatura, performance
Movimento artístico Arte Contemporânea

Biografia

Silvia Teske nasceu em Brusque. Pai operário e mãe professora. Estudou no Colégio São Luiz do jardim de infância até o terceiro colegial. Segundo a artista, ela sempre se sentiu "inadequada" pois o colégio era para uma classe social diferente da dela e teve de se adaptar com a situação. A forma de adaptação, lembra, já seria uma performance. Sempre gostou muito de escrever e ler e desenhar. Era sua forma de desabafo e de encontro consigo mesma. Principalmente a escrita, e os contos. E foi assim até os 18, 20 anos. Seu encontro com a arte era por meio da literatura. E então, entrou para a universidade pensando em eliminar disciplinas para fazer teatro e dança e acabou sendo "abduzida" pelas artes visuais, principalmente a partir de sua professora e grande artista Jandira Lorenz. Depois dela, veio sua grande mestra, Doraci Girrulat, também artista que acentuou seu gosto pela linguagem contemporânea. E foi cursando Arte Educação no CEART\UDESC em Florianópolis que começou a participar de exposições e entrou no mundo da arte. Mas o envolvimento com a pintura aconteceu em Brusque ao trabalhar com alunos em oficina de artes.

Filha única, então em sua infância, mesmo com os primos vizinhos, se sentia muito sozinha e sempre foi muito criativa. Então teve a necessidade de brincar sozinha, e das brincadeiras começaram a vir as histórias que inventava. No início conversando com os brinquedos e depois indo para a escrita. A literatura foi seu primeiro contato com as imagens, pois foi através dela que começou a perceber a necessidade de construção de imagens mentais para escrever sobre o que queria. Um dos grandes impactos para a escolha das artes visuais foi com Doraci Girrulat na faculdade, quando ela a colocou diante de um painel de papel pardo de 2mx2m com pincéis largos e com latas de tinta de carro de 1 kg cada, todas metálicas, e disse a ela "TE EXPRESSE COM ISSO!" A partir daí a artista viu a necessidade de ter acesso a linguagem visual para além da verbal, e ambas passaram a fazer parte de sua vida, as vezes juntas, as vezes separadas. Por isso sua produção artística transita entre a palavra e a imagem e o que ambas tem em comum é a necessidade de contar histórias.

A artista começou sua produção artística em um viés moderno. Aos 5 anos de idade não se contentava apenas em pintar ou desenhar objetos ou pessoas realisticamente. Já aí rompia com padrões puristas e criava um híbrido entre pintura, desenho, personagens e criava interfaces entre as áreas, algo que pertence a uma atitude mais contemporânea. As influências vem desde Toulouse Lautrec a Sophie Calle. Ou seja, do desenho quase caricatural ao apelo mais conceitual. No desenho, além de Lautrec, Saul Steinberg são buscas que ainda hoje a inspiram. Na pintura, se inspira em Adriana Varejão, Vânia Mignone e Leda Katunda. A relação com a publicação já vem pontuada com artistas como Sophie Calle, Annette Messager, Cindy Shermann e Nan Goldin. Na literatura, Anaís Nin e Fernanda Young. Na performance o Grupo Guará, Marina Abramovic e Raquel Stolf.

Obras

MULHERES EM TIRINHAS – (Entre final da década de 90 e inicio de 2000) foi um projeto em que trabalhei voltado para outros formatos de telas, no caso telas compridas, onde a maioria tinha 10 cm de largura por 150cm de comprimento. Esse trabalho tinha uma preocupação com a questão da anorexia que em finais da década de 90 era comum entre as mulheres, principalmente as modelos. E isso me comoveu ao pensar nessa nova estética promovida pela ditadura da moda, e como trabalhar essas mulheres. A série que começou como um questionamento sobre o corpo feminino, adentrou na questão das tirinhas de HQ e passou a ter uma linguagem verbal também voltada para comportamentos bizarros femininos.

PRIMEIRAS CAPAS – Projeto voltado para experimentação de materiais, que além de técnicas mistas, colagens, pintura, aquarela, desenho, também pesquisava suportes distintos. Em específico tecidos para telas, já que vivo na cidade dos tecidos quis observar como esses poderiam ser usados para as artes visuais. Usei desde chita a tecidos brocados. Foi uma série de poucas obras e mais tempo em cada uma. Totalmente distinta do momento das tirinhas que foi rápida e acelerada, com uma pressa de dizer logo as coisas antes que elas desaparecessem. Nesta a noção de contar histórias se ampliou, e a ideia principal focou nas capas de livros (primeiras capas), onde a linguagem visual e a verbal trabalhavam juntas.

AS TIAS – Com as deixas que apareceram nas séries anteriores, as mulheres continuaram a me interessar, e principalmente aquelas que se apresentavam fora do glamour. As Tias eram tanto, as tias mesmo, como as feias, as gordas, as velhas, enfim as esquecidas sociais. A paleta mudou drasticamente. Passou a ter cores neutras, o preto, o cinza, o marrom. AS figuras paradas, meio que perdidas num espaço sem cenário. A vezes eram varias personagens em um mesmo espaço, noutras uma solitária figura, inadequada.

2018\AGORA – A discussão entre suporte e técnica continua. Uma busca pela não figura, ou pela figura destroçada. Volta as interferências com outros materiais, principalmente o bordado, e para a simplicidade da linha ou do suporte. Entre as descobertas um estudo do desenho verbal e de identidades geográficas.

Obras em destaque

Exposições

Anos 1970

Anos 1980

Anos 1990

Anos 2000

Anos 2010

Ligações externas


Referências