Raulino Reitz

De Sala Virtual Brusque
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Raulino Reitz
Acervo SAB.

A biografia de Padre Raulino Reintz é extensa. Dedicou sua vida a pesquisa e ao trabalho, foi conhecido com o “padre dos gravatás”. O texto a seguir, foi publicado originalmente no livro:

“BENSEN, José Artulino. Seminário de Azambuja: 1927 – 2002/ José Artulino Bensen – colaboradores – AESA. Florianópolis, 2002.p.306 á 314”

Sugerimos a leitura da biografia publicada por José Artulino Bensen, no respectivo livro indicado. Desta destacamos alguns pontos de sua vida, privilegiando uma visão geral de seu trabalho:

“ Raulino Reitz nasceu em Antônio Carlos – SC a 19 de setembro de 1919, filho de Nicolau Adão Reitz e de Ana Wilvert Reitz. Foi batizado na capela do Louro [...]. Em 1937 foi matriculado na Escola Mista do Louro [...] caminhava dois quilômetros levando a tiracolo uma bolsa com a ‘pedra’ (lousa preta de escrita) e o lanche de pão de milho com queijo e melado.”

[...]

“Estimulado pelos dois irmãos, Afonso terminando os estudos teológicos e João neo-sacerdote vai ao seminário de Azambuja, Brusque, em 1932, Pe. João Reitz lecionava ali. [...]Permaneceu em Azambuja de 1932 a 1936, cursando o Ginásio e o Clássico [...]. Os cursos seminarísticos de Filosofia e Teologia foram realizados no Seminário Central de São Leopoldo – RS, de 1937 a 1943. Ali conheceu o Pe. Balduíno Rambo SJ, notável cientista botânico que lhe deu as primeiras instruções e o incentivo para os estudos botânicos”.

[...]

“Vinte e quatro anos de seu ministério foram transcorridos no Seminário Menor Metropolitano de Azambuja (11-01-1947 a 14-05-1971) onde desempenhou as funções de Diretor de Ensino e professor. Este período coincide com a ‘época áurea’ dos estudos do Seminário [...]. Lecionou latim, inglês, alemão, espanhol, física, química, agronomia, cosmografia, história das Américas, geografia geral e do Brasil e história geral. Matéria de sua predileção foi a Cosmografia, que lecionou por 20 anos seguidos.”

[...]

“Azambuja perdeu muito com a saída do Pe. Raulino em 1971, para assumir a direção do Jardim Botânico no Rio de Janeiro. [...] Raulino não se contentava em juntar plantas: busca saber o nome, a família, o sistema de propagação, sua história. Aprende a técnica de ‘herborizar’: coletar um exemplar com folha, flor, fruto, se possível a raiz, depois pensar e secar, para que a amostra não se desnature.”

[...]

“A 22 de junho de 1942, em seu quarto no Seminário Central, com assistência dele mesmo, funda o ‘Herbário Barbosa Rodrigues’, nome dado em homenagem ao botânico brasileiro Barbosa Rodrigues, no centenário de seu nascimento. Era constituído de seis caixas de papelão e uns quinze livros. Será inicialmente um Herbário ambulante. Recém ordenado, leva-o para Turvo. Em Sombrio a Casa Paroquial é muito pequena: guarda-o num puxado de madeira, em cima da baia dos cavalos. Em 1946 leva-o para Itajaí: já possui 1.500 plantas herborizadas. Dali não sairá mais. Em 1953, com a doação do terreno, constrói a sede do Herbário: ampla e confortável. Hoje o Herbário reúne mais de 96% das espécies de plantas existentes no território de Santa Catarina e Estados limítrofes.”

[...]

“Como botânico coletou e herborizou 28.769 plantas. Descobriu para a ciência cerca de 350 espécies novas e descreveu 6 novos gêneros de plantas. Percorreu mais de 1 milhão de quilômetros em 953 excursões botânicas durante 50 anos. [...] De 1949 a 1951 Pe. Raulino colabora ativamente nas pesquisas fitossanitárias realizada em Santa Catarina. Aqui se instala o Instituto de Malariologia para erradicar a malária no sul do país [...]. Fruto destas pesquisas, em 1951 nasce o livro: “Bromeliáceas e a malária – Bromélia Endêmica” [...]. Este livro [...] sairá apenas em 1984, às expensas do autor: são 808 páginas, 140 estampas e 106 mapas.”

[...]

“No decorrer dos preparativos para as comemorações do Centenário de Brusque, começa a organizar o “Museu Arquidiocesano Dom Joaquim” a ser instalado no antigo prédio do Seminário de Azambuja [...] o Museu é inaugurado em 1960.”

[...]

“O reconhecimento internacional [...]veio em 1990, quando no Dia Mundial do Meio Ambiente, a 5 de julho, na Cidade do México, recebe o Prêmio Global 500 da ONU. Este prêmio foi estabelecido em 1987 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Em 5 anos (1987) receberão o prêmio 500 ambientalistas mais destacados do mundo.”

[...]

“Foi em Itajaí,durante uma homenagem que lhe prestava a Câmara de Vereadores, que o coração pára fulminantemente [...]. Era o dia 20 de novembro de 1990. No dia seguinte, às 10.00 horas, é sepultado ao lado da Igreja Matriz de Antônio Carlos, no mesmo local onde fora coroinha, rezara a Primeira Missa.”

Referências