Entrevista Tarcísio Luiz Feller - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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TARCÍSIO LUIZ FELLER: Filho dos saudosos Almir Pedro Feller e Hilda de Oliveira Feller; natural de Nova Trento, nascido aos 20.05.53; cônjuge: Jaqueline Teixeira; quatro filhos: Tarcísio Luiz Júnior, Fádia ; Nagalin, Virgínia e Lauro; dois netos: Arthur e o outro ainda não foi informado do nome. Torce para o C A Carlos Renaux, atual S.C. Brusquense e C R Flamengo.

Como surgiu as artes cênicas em sua trajetória?

Foi em Nova Trento, idos de 1957, nos finais de semana, na residência da família Marchi, que aos domingos à tarde, era armado o teatro: arrumavam o palco e até cobravam ingresso e, lá estava eu assistindo; mais tarde, lá pelo final da década de 60 e início da década de 70, na juventude evangélica, em Brusque, comecei a atuar como ator.

Há quanto tempo dedica, exclusivamente, a arte cênica?

Vivo, exclusivamente, o teatro há 13 anos, com o apoio de diversos colaboradores em Nova Trento, Brusque, Laguna, Criciúma, Tubarão e Garopaba. O interessante é o ator viver sua arte, seu sonho e sua realidade, 24 horas por dia, dedicar-se, exclusivamente, a vida de ator.

Quem ensinou a dar os primeiros passos como ator?

Foi o meu avô, Lauro Joaquim de Oliveira.

Como foi o início?

Na juventude, umas quatro a cinco peças em diversas cidades catarinenses. Em 1993, lecionava língua portuguesa e literatura, para o segundo grau no Colégio Cônsul Carlos Renaux, oportunidade em que conheci o grupo “Só nois três, porque!!!?”. Procurei o Eduardo Fão, para promover uma noite de poesia. Levei algumas produções e ficou decidido que a montagem da peça exclusiva com minha produção. As apresentações: “O banquete dos miseráveis “, eram realizadas no teatro de bolso, Edifício Rio Center, com 70 lugares, e praticamente todos os lugares eram ocupados. A partir daí participei do Festival Catarinense de Teatro, em Caçador, Festival Universitário de Teatro, em Blumenau. Em 94, Fuji a Fortaleza, com Eduardo e Tércia, oportunidade em que apresentavam a peça: “O homem diz sim”, acompanhei as apresentações por cinco vezes, na sétima passei a integrar o elenco e a partir de 95, passei a atuar sozinho, interpretando dois personagens.

Em quem se espelha?

Antony Hopkins.

O que é fazer teatro?

Fazer teatro exige dois requisitos essenciais: além de sua função lúdica, que é divertir, tem uma função imprescindível ao ser humano: a do questionamento político, sem os quais torna-se impossível a convivência entre os homens.

Que mensagens procura transmitir nas apresentações?

Tento desperta-las para o futuro e fazê-las mais eficazes.

Quando falamos em teatro, é comum o leigo lembrar-se somente da profissão de ator, mas não é só isto. Quais são as profissões envolvidas com o teatro?

Existe um grande número de profissionais que são necessários para se levantar uma produção: cabe ao produtor fornecer recursos financeiros e materiais. O Diretor é responsável pela estruturação cênica do espetáculo, ele é o comandante de um grupo de técnicos e artistas, cujo objetivo é produzir, criar e montar a peça teatral. Ele orienta o ator na composição da personagem, no estabelecimento das marcações cênicas, na escolha da trilha sonora, na criação, em conjunto com os técnicos, das áreas respectivas, da cenografia e dos figurinos. Já o Cenógrafo cria o espaço artificial, necessário para ilustrar, apoiar e emoldurar o ato cênico, através de uma linguagem própria, enquanto o Figurinista cria as vestimentas dos atores. Além destes, existem ainda, o iluminador, o técnico de som, o coreógrafo, o maquiador, a camareira, o bilheteiro, o administrador e a equipe que cuida da divulgação do evento. Ao todo são cerca de catorze diferentes funções.

O volume de profissionais que vive, exclusivamente, da atividade teatral tem crescido ou diminuído? Por quê?

Existe uma grande atração pelo teatro, principalmente em razão do glamour que a profissão de ator representa ou aparenta ter. A televisão, através das novelas, é um dos principais divulgadores dessa imagem de sucesso, de beleza e de riqueza, que nem sempre corresponde a verdade. São poucos os privilegiados que conseguem galgar os degraus da fama através das produções globais – a ilusão de todo aspirante à carreira de ator. No teatro, a situação é bem outra. São poucos os que conseguem viver somente da profissão. Fora dos grandes centros – especialmente Rio e São Paulo – a profissão, praticamente, inexiste. É o caso do Vale do Itajaí, onde atuam pouquíssimas companhias que têm em seu elenco atores profissionais, que vivem, exclusivamente do seu trabalho.

Quais as maiores dificuldades enfrentadas nas apresentações de peças?

Sem dúvida, a financeira para os pequenos grupos teatrais e a concorrência desleal com os grupos ligados à mídia.

Em que cidades já se apresentou?

Foram inúmeras: Nova Trento, Brusque, Caçador, Blumenau, Itajaí, Imbituba, Laguna, Criciúma, Tubarão, Garopaba, Florianópolis, João Pessoa (Paraíba), Iço (Ceará), Recife e Olinda (Pernambuco), Vitória (Espírito Santo), Aracaju (Sergipe), Salvador e Itaparica – apresentações encima da balsa), Porto Seguro e Arraial do Ajuda e Buenos Aires.

Reconhecimento?

Ao saudoso Padre Orlando M. Murphy e a Marga Helga Erbe Kamp.

Alguma apresentação em vista?

A partir de abril acontecerão apresentações em Brusque e região, com o apoio do SESC, com o projeto “Transando Saúde”.

Referências

  • Matéria publicada em A VOZ DE BRUSQUE em 14 de julho de 2007.