Entrevista Sálvio José Colombi - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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SÁLVIO JOSÉ COLOMBI: O entrevistado da semana é SÁLVIO JOSÉ COLOMBI, nascido em Brusque, aos 27/03/1969, filho de: Sérgio José Colombi e Clotilde Maria Colombi, casado com Elaine Pedrini Colombi, com a qual tem um filho Vinícius Pedrini Colombi. Pós-graduado em Auditoria e Contabilidade Pública. Torce para o tricolor das laranjeiras

Quais são as memórias dos tempos de criança?

Gostava muito de brincar de carrinhos especialmente as miniaturas de ferro de caminhões e máquinas, com o meu inseparável amigo na época, César Vicentini. A bicicleta também foi um brinquedo que estava presente diariamente nos tempos de criança, era coajuvante em nossas eventuras.

Sonho de criança?

O maior sonho de criança era ter uma motocicleta.

Como foi sua juventude?

Considero que ainda vivo a juventude, lógico que é diferente do que 20(vinte) anos atrás, principalmente a questão tecnológica, especialmente o acesso a internet, devido a grande gama de informações disponíveis. Mas de uma forma geral, quando mais jovem, acho que a vida não era muito diferente do que é hoje, curtia as festas juntamente com os meus amigos de Botuverá, o nosso destino nos finais de semana era sempre Brusque, quando não tinhamos opção em Botuverá.

Pessoas que influenciaram?

As principais pessoa que me influenciaram foi meu pai, Ivo e o Nilo Barni, pelos quais tenho grande consideração e admiração. O meu pai sempre me apoio em qualquer situação, foi rígido na questão da educação e na formação do meu caráter.O Ivo e o Nilo Barni são pessoas com quem convivi por longo tempo, por esse motivo a influência. O Ivo foi em partes um professor na questão técnica, e com o Nilo aprendi a ter uma visão empreendedora na administração pública, que trouxe da iniciativa privada as idéias que foram adaptadas e aplicadas na Prefeitura de Botuverá, que deu um resultado surpreendente, se fez muita coisa, Botuverá deu um salto de desenvolvimento.

Como conheceu a Elaine?

Eramos praticamente vizinhos, e a gente sempre se via ou se encontrava quase que diariamente, e posteriormente iniciamos um namoro.

Formação escolar?

Fiz o Fundamental : Escola Básica Padre João Stolte – Botuverá; 2o. Grau -Técnico Contábil: Colégio Consul Carlos Renaux; o Superior : Ciências Contábeis – UNIFEBE e a Especialização em Auditoria e Contabilidade Governamental - ICPG - Uniasselvi

Primeiro/a professor/a?

Edite Pozzi Colzani

Grandes professores?

Edite Pozzi Colzani, Irmã Deondina, Marlene Pereira, Joel do Vale, Hélio Bambinetti

Como era a escola quando você era criança? Quais eram suas melhores e piores matérias? De que atividades escolares e esportes você participava?

A escola não era muito diferente do que é hoje, é o mesmo prédio, sofreu algumas modificações e ampliaçoes físicas, mas basicamente continua a mesma. A grade curricular sofreu poucas alterações. Participava de todas as atividade e esportes que a escola promovia.

Como foi sua experiência na Prefeitura de Botuverá? Que cargos ocupou?

Ingressei na Prefeitura de Botuverá a convite do ex-Prefeito Nilo Barni, no cargo de Diretor de Tributação e Finanças. Posteriormente exerci o cargo de contador por meio de concurso público, e logo após assumi as funções de Secretário de Administração e Finanças, onde fiquei até 2008, na gestão do ex prefeito Moacir Merizio. Foi uma experência de 20 anos, aprendi quase tudo de administração pública, além de ter sido uma experiência e um aprenzidado profissional , também foi um aprendizado para a vida, adquiri uma experiência que não é possível buscar nos bancos de escolas de qualquer nível. Foi uma oportunidade muito interessante profissionalmente, e gostava muito do que eu fazia, me dedicava de 10 a 12 horas por dia trabalhando na Prefeitura de Botuverá e estudando administração pública.

Qual a diferença entre secretariar um Prefeito em Botuverá e em Brusque?

A lógica e o funcionamento burocrático é o mesmo, a diferença está no volume de trabalho. Imagine bastante trabalho na Prefeitura de pequeno porte como é o caso de Botuverá, e multiplique por 10 (dez), esse é o tanto de trabalho em uma Prefeitura de Grande porte como é caso de Brusque, que hoje está entre os 10 (dez) maiores Municípios de Santa Catarina em movimento econômico. Eu diria que a minha passagem pela Prefeitura de Brusque foi uma oportunidade que jamais vou esquecer, foi um desafio muito grande, já que tinha saído de uma pequena Prefeitura, e fui para uma grande, com uma outra realidade, uma outra situação financeira. Na Prefeitura de Botuverá, a situação financeira era estável e muito equilibrada, ao contrário da Prefeitura de Brusque, onde o Prefeito Paulo Eccel herdou uma situação financeira caótica, que assustava. Pra mim foi uma honra muito grande ter participado do Governo do Prefeito Paulo Eccel, que entendo ter colaborado para com o mesmo.

Qual é o papel de um Secretário de Finanças ?

Um Secretário de Finanças tem que primar pela prática da justiça fiscal. Ele não pode perder de vista o equilíbrio fiscal.É um dos cargos estratégicos de qualquer governo, de qualquer esfera, por ele passa todos os recursos e todas as despesas, sendo o responsável pelo equilíbrio orçamentário e financeiro.É uma função mais técnica que política, por isso talvez é a mais difícil de ser preenchida, é uma função que exige uma pessoa com grande vontade de trabalhar.

Qual a importância do cadastramento e recadastramento para o município?

A justiça fiscal depende disso, o cadastro desatualizado tem por consequência a cobrança de impostos e taxas injustas, ferindo o princípio da capacidade econômica do contribuinte.

Quanto a alíquota do IPTU , há uma variação no valor, devido alguns fatores? Como é calculado esse imposto para os moradores?

O cálculo do IPTU, no primeiro momento, parece ser de fácil entendimento, que a grosso modo é o resultado da multiplicação da aliquota pelo valor do imóvel. Entretanto, o cálculo tem suas peculiaridades intrínsecas, ou seja, existem índices e/ou fatores que podem umentar ou reduzir o valor do imóvel, que vão interferir diretamente no valor final do imposto.

O IPTU é um imposto arrecadado para o município. Qual a sua importância e como a Prefeitura o administra?

Para um Município do porte de Brusque, o IPTU é um imposto muito importante, pois representa um valor significativo na sua arrecadação. Trata-se de um imposto de competência do Município, ou seja, tudo que é arrecadado, é aplicado no próprio Município, (100%) em benefício dos munícipes. O IPTU, conforme previsto na constituição, deve ser aplicado 25% em despesas com educação e 15% em despesas com a saúde, portanto, são recursos que revertem benefícios diretos ao cidadão.

Quando se fala em imposto, especialmente o IPTU, pensa-se no alto índice de inandimplência. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

A inadimplência é inevitável, os Municípios vem utilizando técnicas a fim de reduzir a inadimplência a índices cada vez menores, entretanto é um trabalho a longo prazo, que no meu entender é um processo que deve ser focado na concientização do contribuinte da importância do IPTU.

Nunca pensou em candidatar-se?

Apesar do meu pai já ter sido vereador e prefeito, nunca pensei em ser candidato, e também não tenho pretensão. O meu perfil é mais técnico que político, eu consigo até certo ponto, conciliar a questão técnica e política, mas na condição de técnico. Penso que na condição de político, teria que fazer certas concessões ou acordos que poderia prejudicar a administração. E também, porque muitos acontecimentos no âmbito político, me desestimulam a qualquer pretensão.

Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de vida?

Com 12(doze) anos de idade comecei a fazer pequenos trabalhos no escritório de contabilidade do meu pai, e logo depois passei a trabalhar com mais consistência. Para estudar, passei a morar em Brusque, fiz técnico em contabilidade no Colégio Cônsul Carlos Renaux e trabalhava como auxiliar contábil em uma transportadora. Ao concluir o curso, voltei a morar em Botuverá e trabalhar no escritório do meu pai, e iniciei o curso de administração na UNIFEBE na época ainda FEBE, posteriormente me formei em Ciências Contábeis. Em 1989 com a eleição do ex-prefeito Nilo Barni, fui convidado a integrar a equipe de governo, onde permaneci na Prefeitura de Botuverá até final de 2008.Em 2009 fui trabalhar na Controladoria Geral da Prefeitura de Brusque, na sequencia, o prefeito Paulo Eccel me convidou para assumir a Secretaria de Orçamento e Finanças.

Sai da Prefeitura de Brusque e da administração pública por ter sido convidado a trabalhar em uma empresa privada em Botuverá. Aceitei porque o convite partiu de amigos com quem tenho um relacionamento de longa data, e também por entender que seria uma oportunidade importante para a minha vida profissional, e que de fato está sendo. Apesar de gostar muito de administração pública, achei que era o momento de partir para uma nova etapa da vida, e enfretar um novo desafio, uma nova empreitada.

O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?

Recusei oportunidades de trabalhos e negócios por não querer deixar a administração pública, se fosse hoje, talvez aceitaria.

O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?

Diversos são os ensinamentos que aplico no dia a dia do meu trabalho, além dos ensinamentos técnicos, também aplico os ensinamentos que ajudaram a constituir o meu caráter.

Quais as maiores decepções e alegrias que teve?

As maiores decepções vem da política, muitas vezes os benefícios à população, são esquecidos por picuínhas políticas, por exemplo: O Prefeito encaminha um Projeto importante que trará benefícios para toda a população, e na Câmara de Vereadores o Projeto é tratado como uma questão somente política pelos Vereadores de oposição, seja qual for o partido, não analisam os benefícios, tratam o projeto somente sob a ótica do resultado político, a grande maioria dos políticos oposicionistas, com algumas exceções, são adeptos do quanto pior, melhor.

Retornou a atividade privada. Como você diferenciaria o trabalho no Município e na empresa privada?

O trabalho na iniciativa privada é bem diferente da administração pública. Na iniciativa privada as ações acontecem rapidamente, quase que imediatamente, ao contrário da administração pública, que devido a burocracia, uma pequena compra de material de expediente, por exemplo, pode demorar até 30 dias. É importante mencionar, que a burocracia é um mal necessário, está presente na administração pública com o objetivo primordial de evitar a corrupção. Na administração pública, o gestor só pode fazer o que a Lei permite, enquanto que na iniciativa privada você faz tudo o que a lei não proíbe. Da experiência na administração pública e agora trabalhando na iniciativa privada, cheguei a conclusão que, é possível implantar técnicas e práticas interessantes na iniciativa privada que são inerentes a administração pública, e vice e versa.

Referências

  • Jornal Em Foco. Edição de 27 de setembro de 2011.