Entrevista Silvana Pruner Vieira - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Nossa entrevistada, Silvana Pruner Vieira.

SILVANA PRUNER VIEIRA: Silvana Pruner Vieira, filha de Hary  e Mafalda Gallassini Pruner, nascida em Brusque ,  no dia 19 de abril de 1958, casada com Sergio Luiz Vieira; filhos Karin e João Victor Pruner Vieira. Professora de arte da Escola de Ensino Profª Isaura Gouvêa Gevaerd.

Como foi sua infância? 

Silvana com amigos em Salvador-BA.

Minha infância foi muito feliz, meus pais eram  muito divertidos e estavam sempre presentes na minha vida e dos meus irmão, residimos em várias cidades, Jaraguá do sul, Guaramirim, Ibirama , Itajaí e  quando completei 11 anos retornamos à Brusque, meu pai trabalhava no antigo Banco Inco (hoje Bradesco) minha mãe, como todas as mães da época, preocupavam-se com a educação  dos filhos e das  tarefas domésticas.

Sonho de criança? 

Silvana em Urubici.

Meu sonho eram morar em Curitiba e fazer faculdade de arte, muito cedo percebi que precisava conhecer outros lugares. Viajar já era algo muito forte nos meus sonhos durante infância.

Como foi sua juventude? ‘’'

Escuna.

Minha juventude  foi muito divertida, apesar de termos sido criados com disciplina e limites, não frustrou minhas expectativas, o prazer era encontrado em momentos com amigos  e  lugares agradáveis, e na época existiam muitos lugares que podíamos freqüentar sem receio de drogas ou assaltos. Sempre procurávamos conciliar divertimento e responsabilidade. Por isso  foi tão fácil ser jovem naquela época. Com certeza rebeldia era uma palavra que não existia em nosso dicionário.

Pessoas que influenciaram?

No Hotel Pituba Plaza.

A Arte esteve sempre muito presente na minha vida, através de livros, filmes, fotografias. Quando comecei a ter a matéria arte, na escola, a professora mostrava vários slides sobre as obras dos artistas, meus pensamentos viajavam pelas obras, como se eu já  fizesse parte daquele mundo.

Formação escolar? 

Restaurante Iemanjá almoçando moqueca de siri mole.

Como morei em diversos lugares, estive em muitas escolas, vários professores, em Brusque, terminei o ensino fundamental e curso técnico de secretariado no Colégio Honório Miranda. Cursei dois anos de Magistério no Colégio Cônsul Carlos Renaux. E Licenciatura  em Educação artística na   Universidade Católica do Salvador na Bahia, com especialização e Artes Plásticas . Em 2004 a Pós Graduação em Arte e Educação pela Faculdade de  Educação de Joinville;

 O que fazia antes de ingressar no serviço público? 

Em Santarém-PA, posando na frente do painel de um Hotel.

Durante muito tempo acompanhei meu marido em sua vida profissional, Engenheiro  da Petrobrás, moramos em Salvador na Bahia,  na cidade do Rio de Janeiro, em Macaé na região dos lagos no Rio de Janeiro. Neste período me dediquei a educação dos meus filhos, as mudanças exigiam que eu estivesse presente para ajudar na adaptação das crianças na escola e nas atividades extra escola, além da rotina familiar.

Como foi sua vida profissional? 

Quando solteira trabalhei no Banco Sul Brasileiro e no SESI- Serviço Social da Indústria. Casada morando em Salvador trabalhei como professora na Escola Pequenópolis, uma experiência maravilhosa.  Logo após o término da faculdade montei uma  Escola de Arte Alternativa, Sucarte, onde  íamos até locais como clube , condomínios fechados,playground de prédios, escolas particulares para que pudéssemos desenvolver trabalhos através da arte com crianças de várias idades e diferentes contextos sócio - econômicos . Em Macaé decidi me dedicar a pintura e ao curso de Decoração de Interiores. Meu retorno à Brusque deu-se em 2001, e 2003 comecei a trabalhar como professora  de arte contratada   nas escolas do município, Profª Isaura Gouvêa Gevaerd em Tomas Coelho, Cedro Alto  e José Vieira Corte na Santa Luzia. Hoje estou efetiva na escola Profª  Isaura Gouvêa Gevaerd.

Qual foi o seu melhor momento na carreira?’’’

Acredito que houve muitos  momentos felizes em minha carreira, mas quando se consegue perceber nas pessoas ( colegas profissionais, alunos), uma mudanças de comportamento com relação ao trabalho que você realiza, é uma satisfação indescritível. Essa mudança refletiu um avanço conceitual  na disciplina  de Arte porque incluiu as culturas como conteúdo das aulas e a produção artística como forma contextualizada, deste modo abriu-se espaço para que a diversidade da produção artística de qualidade pudesse ser aprendida nas escolas, aproximando o que se aprende do trabalho dos artistas, críticos, historiadores de arte.

Qual a importância da arte na formação das Pessoas? 

Arte humaniza a formação porque garante às pessoas espaço para interações cuja principal finalidade é o valor simbólico do diálogo através das experiências subjetivas. É possível, por intermédio da arte, colocar-se no mundo de modo autoral, não submisso, percorrendo tempos e espaços variados, gerando modos de conhecer e compreender a vida e a criação, articulando cognição, valores, ação criativa com construção de significados e ainda, percepção e atribuição de qualidades com sensibilidade. Eu acho que, em primeiro lugar, a função da Arte na Educação é essa, desenvolver as diferentes inteligências   O que você aplica dos grandes mestres das artes, na  aprendizagen,  no seu dia a dia? 

A arte pode ser divertida, e normalmente as pessoas a encaram desse jeito. “Mas a arte também pode incomodar, aliás, a boa arte é aquela que faz pensar, que faz refletir”, reforça. Então isso que ela chama de inesperado pode tanto surgir em forma de brincadeira, de um jogo que é estimulado pela arte visual, como também pode aparecer num mal-estar diante de uma situação qualquer. Trocando em miúdos enquanto os quadros do pintor holandês Piet Mondrian remetem a formas coloridas e vivas que podem fazer muito sucesso em aulas de geometria, Criança Morta, pintura do brasileiro Cândido Portinari, pode causar desconforto quando bem usado numa aula que fale da seca, por exemplo. 

De qualquer maneira,  as variações das artes visuais podem incentivar a reflexão, o pensar sobre o mundo, estratégias fundamentais para erguer o primeiro degrau em direção às mudanças.Ter intimidade com as artes ajuda a perceber e a compreender melhor o significado do que acontece no mundo e, a partir disso, a ter ferramentas para transformar esse cenário.

O que você mudaria se pudesse na profissão que exerce? 

O conhecimento artístico não deve ser considerado como um meio para outras áreas do saber, ele não pode ter como objetivo ilustrar os trabalhos de português, geografia, história e ser usado como um instrumento para relaxar. O conhecimento artístico deve ser visto como um fim em si, como um saber carregado de especificidades, com objetivos e conteúdos próprios e que, vai além da própria disciplina escolar, que envolve beleza, e diversidade de linguagens, pode ser considerado como uma forma de sensibilização para além do ensino de artes. A Arte não é um meio, é um fim em si. Ela não serve nem é servida. Ela é ela!

Como você vê o caminho da arte nas escolas, o futuro da arte - educação?

Não é o espaço que determina a permanência, o futuro ou a presentidade,  a arte regenera sentimentos, ela continuará regenerando sentimentos, continuará sendo grandiosa, continuará sendo pobre, continuará sendo crítica, continuará sendo inútil, continuará sendo educadora, ela será sempre uma extensão do ser humano. Garantir o futuro para arte agora, seria leviano, eu não conseguiria; agora que ela permanecerá até o final dos tempos eu tenho certeza. “ Todos precisamos estudar o passado,  Para compreender o presente  e Mudar o Futuro”

Referências

  • Entrevista publicada no jornal Em Foco em 19/10/2010.