Entrevista Rosangela de Fátima Dalprá Faggiani - Luiz Gianesini
A entrevistada da semana é a Coordenadora do Orçamento Participativo/Secretaria do governo Rosangela de Fátima Dalprá Faggiani, filha de Valério Dalpra e Glotildes Pacher Dalprá, nascida em Rio dos Cedros, aos 16.04.65; filhos: Amilcare Antônio Neto e Thiago
Como surgiu Brusque em sua trajetória profissional?
Brusque sempre me atraiu por ser uma cidade hospitaleira e de oportunidades. Ao receber o convite do Prefeito Paulo Roberto Eccel em 2003, quando ainda deputado, fiquei muito feliz.
Vida escolar?
Fiz o Primário na Escola Reunidas Benjamim Galotti (Rodeio Doze), o Ginasial no Colégio Estadual Osvaldo Cruz (Rodeio), o Segundo Grau no Colégio Madre Maria Avosani (Rodeio) e o Curso de Direito incompleto no CESB -Centro de Ensino Superior de Blumenau
Primeira professora
Irmã Almida Bertoldi
Qual a matéria que mais gostava e a que mais detestava nos bancos escolares ?
Gostava de OSPB – Organização Social e Política do Brasil e detestava a matemática
Quais pessoas mais a influenciaram?
Foram as pessoas com as quais convivi no dia a dia de minha caminhada
Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de vida?
Tenho perseguido a educação social como meta pessoal e profissional, já atuei no movimento sindical como assessora e na atividade política busco sempre a participação popular, pois é nisto que acredito e me identifico.
O que é o Orçamento Participativo?
É um mecanismo governamental que permite aos cidadãos decidir sobre o orçamento de investimentos da prefeitura municipal. Através dele, a população decide as prioridades de investimentos em obras e serviços a serem realizados a cada ano no seu bairro com os recursos do orçamento da prefeitura.
Então, constitui uma forma de cidadania?
O Orçamento Participativo - OP é uma iniciativa democrática do governo municipal. O prefeito Paulo Eccel é o maior entusiasta deste processo de decisão e abriu mão do seu direito constitucional de decidir sozinho colocando a caneta de prefeito na mão de todos os cidadãos e cidadãs de Brusque. O OP estimula o exercício da cidadania, o compromisso da população com o bem público e a co-responsabilização entre governo e sociedade sobre a gestão da cidade.
Na prática como funciona? O município é dividido em regiões?
Após a reunião do bairro onde foram eleitas as três prioridades e os seus representantes (delegados), a discução acontece então, em nível regional (13 regiões). Neste momento, de posse do custo das obras escolhidas, os delegados da região fazem a adequação das reivindicações ao valor disponibilizado pela prefeitura para investir na sua região.
Qual a duração do Mandato de um Delegado?
O mandato do delegado é de um ano.
O que são e qual o papel do delegado?
Delegado é o munícipe que representa uma localidade nas negociações com o governo. Esses delegados formam um Conselho anual que além de dialogar diretamente com os representantes da prefeitura sobre a viabilidade de executar as obras aprovadas nas assembleias, também irão propor reformas nas regras de funcionamento do programa e definirão as prioridades para os investimentos, de acordo com critérios técnicos de carência de serviço público em cada área do município.
Qual a importância de um cidadão entender o Orçamento Participativo?
A importância reside no fato de que entender o que é Orçamento Participativo, significa saber o que o governo faz com o dinheiro recolhido pelo contribuinte. Assim, se é o contribuinte que sustenta o Município, sinta-se no direito e no dever de manifestar sua opinião sobre o destino que o Prefeito dá ao dinheiro público.
Nas reivindicações das 12 regiões ocorrem pedidos comuns?
Sim, os pedidos concentram-se principalmente nas obras de drenagem e pavimentação (Tapete Preto).
Em 2011, quais foram as reivindicações mais expressivas atendidas?
65% das reivindicações tratam-se obras de infraestrutura e melhorias nas vias públicas.
E para 2012, já se dispõe de reivindicações? Daria para citar algumas?
O que percebemos é que já, mesmo antes de começarem as reuniões do OP 2012, há uma intensa movimentação de moradores de ruas sem drenagem e/ou pavimentação se organizando para participar das reuniões de bairro e garantir sua obra pelo OP.
Algo que você apostou e não deu certo?
Idas e vindas faz parte da trajetória de qualquer atividade profissional, acredito que tudo o que me propus a fazer, eu fiz! Não mudaria nada do que fiz até hoje pois acredito no que faço e sempre busco a orientação de Deus para as minhas decisões.
O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?
Meus pais são meus maiores educadores, pois formaram meu caráter e a partir disso meu dia a dia se tornou uma caminhada de conquistas, pois sempre tive a sorte de estar rodeada de pessoas maravilhosas, amigos familiares, companheiros de trabalho, enfim sou feliz.
Que acontecimentos marcaram sua vida?
Primeiro foi ser mãe e em segundo, foi a escolha para participar como representante do SINDTÊXTIL – Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fiação e Tecelagem de Rodeio/SC, da última etapa do Projeto “Questão de gênero”, realizado em Cuba em 1998, através da FETIESC – Federação dos Trabalhadores da Indústria de Santa Catarina
Como desenvolvia suas atividades no SINDTÊXTIL?
Dentro desse Sindicato desenvolvia um trabalho voltado às mulheres – Departamento da Mulher – ressaltando que ali consegui o respaldo em alegria, respeito e realização no sentido de continuar batalhando pelo que acredito.
Quais as maiores decepções e alegrias que teve?
Como já disse, tudo o que fiz me trouxe aprendizado. Alegrias e decepções fazem parte da vida, tiro isso como quero ressaltar que acredito e aplico a consciência social como mola propulsora de uma nova humanidade, mais justa, fraterna e igualitária nas oportunidades.
Referências
- Jornal Em Foco. Edição de 10 de abril de 2012.