Entrevista Rafael Osorio Cassiano - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
Ir para navegaçãoIr para pesquisar
Nosso entrevistado, Dr Rafael Osório Cassiano.

Você tem amigos da infância ainda?

Ainda tenho contato com amigos do tempo em que residi em Caçador/SC.

O que sente falta da infância?

Da tranquilidade de se poder brincar nas ruas, sem maiores preocupações com a violência.

Quando você era criança queria ser adulto?

Não pensava nisso.

Como foi sua juventude? O que você mais gostava de fazer para se divertir?

Desde sempre gostei de cinema.

Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e juventude?

A Copa do Mundo de 1982 e a Queda do Muro de Berlim.

Pessoas que influenciaram ?

Meus pais e meus avós maternos.

Grandes professores?

Professoras Simone e Edna.

Em que momento de sua vida o sr decidiu atuar na área do direito ?

No momento em que me preparava para o vestibular.

Como surgiu a carreira no Judiciário em sua trajetória ?

Iniciei no Poder Judiciário estagiando com um juiz na área cível, em Joinville.

Quando foi designado para atuar no fórum de Brusque o Sr recebeu como um novo desafio e expectativas que fez da Comarca estão sendo superadas?

Sim. A perspectiva de uma nova comarca sempre representa um desafio a ser superado, o que buscamos fazer diariamente à frente da vara da Fazenda Pública de Brusque, face a relevância das questões apresentadas e a necessidade de uma resposta do Judiciário cada vez mais eficiente.

Com a elevação da Comarca de Brusque para Entrância Especial, Brusque terá mais juízes e servidores, o que dará mais celeridade aos processos, mas principalmente, vai reduzir a rotatividade dos juízes na cidade, uma vez que, poderão fazer carreira na comarca até serem indicados ou promovidos ao Tribunal de Justiça. A pretensão de elevação da Comarca de Brusque seria a saída adequada?

Sim. Com a elevação da comarca de Brusque para entrância especial, a tendência é que os magistrados permaneçam por maior tempo aqui, de modo que o trabalho iniciado pelos mesmos terá uma sequência, não se interrompendo, tal como vem ocorrendo atualmente.

Sente-se realizado profissionalmente?

Sinto-me extremamente feliz com a minha escolha profissional. A magistratura sempre foi um sonho em minha vida, que consegui realizar após anos de estudo.

Quais as orientações que o Sr deixaria aos que sonham em seguir a carreira de Juiz?

Procurar ouvir o próximo e se humanizar. Sem tais características não se faz um bom juiz.

O Processo é um meio ou instrumento da composição da lide, ou seja, é o meio legal para resolver o conflito segundo a ordem jurídica, restabelecendo a ordem inicial. Embora o Juiz seja livre para decidir a lide conforme sua convicção, é certo que está vinculado as provas existente no processo, mas o avalia segundo critérios críticos e racionais. É sua a responsabilidade de julgar e de fazer justiça. Seu dever não é apenas de julgar, mas de julgar bem. Com base nisso, quais os critérios preponderantes para aplicar 'a justiça' de forma a solucionar o conflito?

Utilizo-me, por vezes, da interpretação teleológica, buscando o “animus” do legislador, mas sem esquecer o papel social do Direito.

O juiz vê, todos os dias, acumular-se em sua mesa uma avalanche de processos, que cresce assustadoramente. A Justiça poderia ser mais célere e ágil, porém se vê presa a formalismos, muitas vezes desnecessários que em razão da predominância da forma sobre a essência faz tardar a justiça e justiça tardia é uma injustiça. Com base nisso, o que precisa ser mudado para que haja celeridade e agilidade na aplicação da justiça? A reforma do CPC vem em boa hora, de modo a restringir os recursos. A virtualização dos processos também é uma tendência inafastável e que vem a dinamizar os julgamentos.


Ameaças, as mais diversas, frequentemente à pessoa do magistrado ou a seus familiares, estão se tornando uma constante. Uma triste rotina que desencanta vocações e obriga reflexões sobre o caminho a seguir, especialmente pelos mais jovens. Qual o caminho a trilhar e como 'agiar' diante desse risco que a profissão apresenta?

Não podemos nos abalar, pois o pior que pode existir para a sociedade é um magistrado amedrontado. Todavia, é importante tomar cautelas, tais como estabelecer um bom diálogo com os setores de segurança do Estado (Polícias Militar e Civil).

Referências

  • Jornal Em Foco. Edição de 16 de outubro de 2012.