Entrevista Paulo Gianesini - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Paulo Gianesini.

Diretor do CEFET – Araranguá – Cefet – Centro Federal de Educação Tecnológica de SC

Filho de Evaldo e Ida Maria Gianesini, nascido aos 21 de abril de 1956, casado com Alice de Fátima Lima Gianesini; uma filha: Michelle e um neto: Victor Aires.

Como foi sua infância e juventude? O que lembra com carinho dessa fase da vida?

Muito feliz e trabalhosa. Pela manhã estudava, e a tarde cavar no barranco que ficava atrás de casa, para no outro dia, o pai aterrar o terreno de nossa família. Perto de casa tinha várias área sem construção e ali os ciganos acampavam. Eu tinha medo deles e sempre que eu passava ali, quando retornava da escola, uma cigana me chamava e pedia para pegar água num morro próximo e eu fazia. Esta cigana tinha uma filha e eu comecei a brincar com ela e me apaixonei, então, cheguei e disse para nossa mãe: vou fugir com a cigana. Nossa mãe, calmamente começou a conversar dizendo se era isto que queria – não ter rumo e nem destino, porque a vida de cigano era mudar de lugar a toda hora. Então disse para a mãe – decidido: não vou fugir.

CEFET - Unidade de Araranguá.

O que lembra da juventude?

Vivi minha juventude praticamente no Rio de Janeiro estudando. Como recebia uma bolsa de estudo do Senai, que dava só para custear o alojamento, o jeito que encontrei para sobreviver foi arrumar uma namoradinha para tomar café da manhã, uma para o almoço e uma para o jantar. Quando conseguia as três ao mesmo tempo, a alimentação era excelente. Mas nem sempre acontecia assim, nestes casos, a comida era farinha de mandioca com açúcar.

O que imaginavas ser ao crescer?

Primeiro ser piloto e o segundo, jornalista.

À esq. Pref. Mariano Mazzuco, centro Senadora Ideli Salvatti, Suplente Dep. Federal Jorge Boeira, Ver. Geraldo Mendes e Paulo Gianesini Diretor CEFET Unidade Araranguá.

Como foi a educação recebida de seus pais?

Excelente. Se todos os pais dessem a educação que tivemos, não teria tanto problema de violência. Além disso, nossa mãe tinha o primário e o pai, três meses de escola. A mãe era costureira e o pai operário e conseguiram que todos os filhos estudassem até o segundo grau.

Como descreverias o paizão Evaldo?

Homem sério com pouca cultura, mas muito trabalhador e deu estudo para todos os filhos, ressalte-se, mesmo sendo um operário.

E a mãe?

Uma mulher de visão e comerciante. Tenho a impressão que ela era uma pessoa que viveu muito na frente do seu tempo.

Como conhecestes a Alice de Fátima?

Namorava uma pessoa que morava no apartamento de trás. Virei amigo do seu irmão, que morava com a mãe de Alice de Fátima, que estava separada na época. De vez em quando, ela vinha visitar a mãe , e ela começou a flertar comigo. Demorou uns dois meses e começamos a namorar. Depois de um ano noivamos e após seis meses subimos ao altar. Lá se vão 33 anos de vida em comum.

À esq. Sec. da Educação Lia, Vice diretora do CEFET Regina, Dir. Geral do CEFET Consuelo, Pref. Mariano Mazzuco, Pres. da Câmara de Vereadores Cabo Loro, Ver. e Sec. da Câmara Geraldo Mendes e DIr. Geral do SAMAE Ernani.

Formação escolar?

Cursei o Primário e o Ginasial no Feliciano Pires, em Brusque. O curso Médio e Técnico em Malharia e Confecção no CETIQT, no Rio de Janeiro. A faculdade de Direito fiz na UNERJ.

Como surgiu o curso Técnico Têxtil no Rio de Janeiro?

Li no jornal que estava aberto a inscrição para a prova no CETIQT, conversei com a mãe a respeito e ela disse “se este era meu desejo deveria fazer”. 42 pessoas fizeram as provas para 6 vagas. Fiquei em segundo lugar.

O que relembra com saudades do Rio de Janeiro?

Nós dois passeando pela praia de Copacabana, visitando o Corcovado etc. E um problema que enfrentei por ser seu irmão. Você é muito inteligente e concentrado no que faz. Meu estilo é totalmente diferente, sou mais expansivo e brincalhão. As pessoas não entendiam e queriam me sacanear por ser seu irmão. Outro fato importante nas férias de julho pegava a mochila e viajava pelo Brasil. Conheci o Nordeste brasileiro na base da carona. Nas férias de janeiro à março fazia estágio.

À esq. Diretora Geral do CEFET Consuelo S. Santos, primeira dama do município Margarete Mazzuco e Paulo Gianesini.

Como surgiu o Professor Paulo Gianesini na Escola Técnica, em Jaraguá do Sul?

Tinha uma empresa de confecção com 3 lojas e vendia muito para a região da fronteira do Rio Grande do Sul –Livramento e Uruguaiana. Com a entrada do real as coisas começaram a dar errado, foi quando minha filha, a Michelle, falou que a Unidade de Jaraguá do Sul estava precisando de professor. Fui conversar e já fui contratado. Dois anos depois, em 1998, abriu concurso para professor efetivo, fiz e passei e estou até hoje.

Lecionou que matéria? Lecionava Tempos e Métodos, Controle de Qualidade da Confecção, Planejamento, Programação e Controle de Produção e Projeto.


E a Direção em Araranguá?

Em 2006 fui convidado para montar cursos de qualificação em Araranguá – costura e modelagem industrial, Existia uma disputa entre Criciúma e Araranguá para ter uma Unidade do Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina. Como Araranguá fez uma oferta maior, ou seja, comprou 30 máquinas de costura, paga 3 professores para esses cursos, doou um terreno de 50 000,00 m2, ganhou a Unidade. No dia 13 de fevereiro de 2008, começaram as aulas de três cursos técnicos: Moda e Estilismo, Malharia e Confecção, Eletromecânica. Já está programado para início de setembro o Curso de Licenciatura de Física e para o ano vindouro inicia o curso de Engenharia. Além de Araranguá, estamos na fase de implantação da Unidade de Caçador e Içara.

Costuma ler jornais diariamente?

Sim. Durante a semana jornais locais e a Notícia. Final de Semana o Estado de São Paulo.

Quais as melhores obras que já leu?

Várias. O Morro dos ventos Uivantes. O livro que mata a morte. E várias biografias.

O que está lendo?

A ciência é masculina de Attico Chassot; Educação consciência do mesmo autor

Lembra de algum artigo que gostou?

Lembro de uma crônica sua sobre uma moça cheia de malícia. Não lembro o nome mais gosto quando escreves mais solto.

O que é uma sexta feira perfeita?

Um dia leve, rever a família e conversar com os amigos.

Tem lido a Coluna Dez- Vale a pena?

Tenho. Gosto muito das entrevistas porque lembra a minha juventude. Também do escreves sobre Botuverá.

O Brasil tem acerto?

Tem. O povo tem que fazer a sua parte. O que existe hoje são muitas críticas infundadas. O povo só quer ter vantagem, não quer fazer esforço.

Você que nasceu no berço da fiação catarinense e viveu grande parte de sua vida profissional em Jaraguá do Sul dá para traçar um comparativo entre as duas cidades?

As duas cidades são muito parecidas. São colonizadas pelos alemães e italianos, são empreendedoras e gostam muito de desafios. Tenho a impressão que as duas cidades, dentro de poucos anos, serão as maiores.

Referências

  • Jornal A VOZ DE BRUSQUE. Edição de 26.09.08.