Entrevista Nilo Sérgio Krieger - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Dr Nilo Sérgio Krieger.

Filho de Nilo e Margarida Flora Krieger; natural de Brusque, nascido aos 03 de junho de 1950. São em 3 irmãos: Silvana, Beti e Nilo. Companheira: Maria Cândida Rosa da Silva. Dois filhos: Jonatas Júlio Elbek ( in memoriam) e Nathan. Um neto: Jônatas Júlio Elbek Krieger Filho.

Torce para que equipes?

Na verdade não sou muito ligado a esportes. Mas, tinha, por influência de amigos, uma simpatia pelo Paysandu (Brusque) e pelo Vasco da Gama (RJ).

Dr. Nilo Sérgio, nos idos de 1955, com 5 aninhos.

O que lembra com carinho da infância e juventude?

Da infância, sinto saudade das férias na casa dos avós maternos em Vidal Ramos. Não havia luz elétrica e à noite ficava da janela do quarto olhando o céu, observando a quantidade impressionante de estrela. Da juventude, os bons tempos da “jovem guarda”, das festinhas das primeiras saídas à noite e o serviço militar no Primeiro Batalhão de Polícia do Exército no Rio de Janeiro, que me foi uma verdadeira escola de cidadania.

Como encontrou Maria Cândida?

Um colega de escritório me falava constantemente dela – da companheira – que advogava em Balneário de Camboriú . Sugeriu-me que a conhecesse pois notou que tínhamos coisas em comum e acreditava que iríamos nos relacionar bem. Como na época não estava interessado em companhia, tentei evitar qualquer aproximação física, mas não pude evitar que nos encontrássemos pela internet, no MSN. Daí para o encontro pessoal foi um já.

O que levou a optar pelo Direito?

Pode parecer piada, mas foi a matemática. Nunca tive admiração pela matemática. Como à época havia somente quatro faculdades -Economia, Ciências Contábeis, Administração de Empresas e Direito, e dessas somente a de Direito não exigia nada com números, optei por esta e me dei bem.

Se não fosse advogado?

O meu sonho era a carreira militar, mas nunca tive apoio e estímulo da família para isso.

Como foi a experiência nos Executivos Fiscais, na Procuradoria-Geral do Município, na Administração Danilo/Venzon ? Foi uma experiência totalmente inédita. Uma advocacia diferente do dia a dia. Na cobrança dos executivos fiscais, isto é, principalmente do IPTU e outros tributos municipais, vi a responsabilidade que um administrador deve ter com o dinheiro público e essa responsabilidade e coragem não faltou ao então Prefeito Danilo Moritiz. Também, à época, muitas obras irregularidades foram embargadas e regularizadas em Juízo. A Administração de então era atenta e levava à sério o Plano Diretor. Fui feliz no trabalho público graças ao apoio irrestrito do Procurador-Geral, Dr. Luiz Gianesini e também do Prefeito Danilo Moritz.

Um pouco da sociedade com Dr Colombi e Dr Elói?

A Sociedade com o Dr João Alexandre Colombi e o Dr Elói Luiz Dadan foi inesquecível. Fomos a primeira banca de advocacia de Brusque, na expressão da palavra registrada na OAB. Eu e o Dr. Colombi prestamos vestibular e cursamos a faculdade juntos. No terceiro ano de faculdade já tínhamos um escritório montado. Fazíamos toda atividade advocatícia. Quem assinava e se responsabilizava era o Dr. Ivo Szpoganicz, para mim um grande advogado e mestre. Posteriormente, após se aposentar como juiz de direito desta cidade, entrou para a sociedade o Dr. Elói Luiz Dadan. Juntamente com o Dr Elói a sociedade durou uns 10 anos, quando se desfez natural e amigavelmente, vindo a cada um seguir carreira solo. O Dr Elói formou um escritório autônomo juntamente com seu filho Marcellus, que recém havia se formado. O Dr. Colombi com o seu filho João Alexandre Filho, que estava se formando e eu me mudei para o endereço onde atualmente me encontro. Um bom companheiro de escritório, inteligente, humilde e com ele, tanto eu como Dr. Colombi muito aprendemos e devemos à nossa formação profissional.

Como vê o Judiciário Brusquense?]

Sem qualquer demagogia ou bajulação, nos meus quase 31 ano de advocacia militei e muito em várias Comarcas do estado e sem qualquer sombra de dúvida, a Comarca de Brusque é a melhor que já encontrei. E não sou só eu que digo, falo diariamente com advogados das mais diversas cidades e que eventualmente atuam aqui, que também são da mesma opinião. Se fosse para sair desta Comarca e advogar fora, certamente mudaria de profissão. A Comarca de Brusque sempre foi feliz com a atuação dos magistrados que aqui judicaram, igualmente com a atuação dos membros do Ministério Público. Sempre houve respeito e entendimento entre os membros que compõem o tripé da Justiça: Juízes, Ministério Público e Advogados, e isso facilita a vida de todos.

A OAB vem cumprindo seu papel?

Em nível local e estadual entendo que sim. Na esfera federal entendo que está deixando a desejar. O Conselho Federal da OAB está se preocupando demais com assunto extra Ordem quando deveria estar atento, principalmente ao trabalho do legislador na elaboração das leis. Tenho visto que depois de promulgada e sancionada uma lei vem a OAB argüir sua eventual inconstitucionalidade. Ora, deveria estar atenta e acompanhar a sua elaboração no legislativo, dando idéias e sugestões e não depois de pronta apontar os erros e omissões.

Já ocupou algum cargo junto a Subseção de Brusque? E a nível estadual?

Já fui por duas vezes vice-presidente da Subseção de Brusque e por duas vezes Delegado local da Caixa de Assistência dos Advogados de Santa Catarina. Em nível estadual não ocupei nenhum cargo.

O Conselho de ética da OAB vem cumprindo seu papel ao fazer as indicações na lista sêxtupla, para o quinto constitucional no TJSC?

Entendo que sim. É fundamental o papel do Conselho de Ética na indicação da lista sêxtupla para o quinto constitucional do TJ.

Os ministros do STF e STJ nomeados politicamente - é por aí o caminho?

Não. Entendo que não. A ascensão aos tribunais superiores devem ser por outra forma e jamais por nomeação política.

Lazeres preferidos?

Viajar, conhecer lugares históricos, ler e às vezes não fazer nada ... que para mim já é um lazer.

Costuma ler jornais? Tem lido a Coluna Dez?

Leio os mais diversos jornais do país com bastante freqüência na internet. Dos jornais locais leio a Voz de Brusque e O Município. Da Voz de Brusque sou fã da “Coluna Dez”. Gosto daquele estilo de jornalismo. Ler jornal muitas vezes causa mais aborrecimento que alegria, mas mesmo assim, vale a pena ler.

Dr. Nilo Sérgio, no Egito.

Viagem inesquecível?

A inesquecível foi a que fiz ao Egito. Também, fui várias vezes ao vizinho Uruguai. Belo país. A viagem que mais me atraiu é aquela aonde tenho a oportunidade de conhecer lugares históricos.

Qual a melhor obra que já leu?

Bem, leio muito, mas um dos melhores livros que li e que mais me impressionou foi um romance de Erich Maria Remarque, intitulado “Amar e Morrer”. Esse livro descreve a vida de um soldado alemão, Ernst Graeber, no front da Rússia durante a Segunda Guerra Mundial. Também de Erich Maria Remarque, “Nada de novo no Front”, que retrata fielmente a vida dos soldados alemães durante o segundo conflito mundial.

O que é uma sexta-feira perfeita?

A sexta-feira perfeita para mim já é perfeita por si só. É o melhor dia da semana e que quer se faça, já está bom.

O Brasil tem acerto?

Nesse ponto sou pessimista. Não na nossa geração.

A administração municipal está no caminho certo?

Em certo ponto está. Digo “certo ponto” porque a administração fez e esta fazendo grandes obras, mas está pecando nos detalhes, ou seja, na conservação das mesmas. Um exemplo gritante vejo todos os dias, a calçada na frente do Fórum, a Câmara e a Prefeitura – uma vergonha! Está naquele estado lastimável há alguns anos e por ai afora.

Quer acrescentar algo a nossa conversação?

Faço votos que o colunista continue com esse tipo de matéria. É muito bom e interessante conhecer os aspectos da vida de pessoas que fazem ou fizeram parte da nossa sociedade. Sempre aprendemos algo.

Referências

  • Jornal A Voz de Brusque. Entrevista publicada em junho de 2004.