Entrevista Marga Helga Erbe Kamp - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
Ir para navegaçãoIr para pesquisar
Nossa entrevistada Marga Helga Erbe Kamp com o marido Ernst Otto Kamp e a família.

MARGA HELGA ERBE KAMP: A entrevistada da semana é escritora e tradutora Marga Helga Erbe Kamp, natural de Johannastift de Blumenau, pela falta de uma clínica em Brusque, no dia 13 de março de 1932. Filiação: Heinrich Richard Bruno Erbe – conhecido por Heinz Erbe (Diretor Técnico da Buettner S.A.) e Irmgard von Buettner Erbe, conhecida por Da. Wally. Cônjuge: Ernst Otto Kamp (nascido em Concepción no Chile); filhos: Anja (pronuncía-se Anya), Haro, Roy e Ronald.. Durante 30 anos, professora de inglês e franqueada Yázigi da primeira escola de línguas de Brusque. Após aposentadoria, tradutora. Hoje, escritora. Além de um pouco cantora.

Quais são as lembranças que a Sra. tem da sua infância?

Eu tive uma infância privilegiada, descrita extensivamente em MICKI, meu livro de crônicas autobiográficas.

Ainda tem amigas da infância?

Algumas bem fieis, por sinal. Uma vez por mês nos encontramos, quando surgem lembranças memoráveis.

O que sente falta da infância?

Falta? O Presente exige toda minha atenção e dedicação.

Quando A Sra. era criança queria ser adulta?

Acho que não.

Em que a Sra. sonhava ser quando era pequena?

Eu tinha meus ídolos, sim. Eu queria ser uma grande patinadora como Sonja Henie. Depois foi a atriz nadadora Esther Williams.

Como foi sua juventude? O que a Sra. mais gostava de fazer para se divertir?

Patinar, jogar vôlei, nadar e depois, cantar.

Eventos mundiais que tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e juventude?

A Segunda Guerra Mundial, conforme relatei em MICKI, deixou marcas profundas na vida de toda a família.

Pessoas que a influenciaram ?

Como, devido a Guerra eu tive poucos anos de convivência com meu pai, foi a forte personalidade de minha mãe que me ajudou a criar a necessária autoconfiança.

Como foi a educação recebida de seus pais?

A de honrar os preceitos morais, éticos e sociais da família. De dar o melhor de si em todas as circunstâncias.

Como era a escola quando a Sra. era criança? Quais eram suas melhores e piores matérias? De que atividades escolares e esportes participava? A palavra ‘Respeito’ diz tudo, não?

As matérias? Na infância não me lembro de preferências. Mais tarde, no Ginásio e Colegial, minhas preferências sempre foram a Matemática e as Línguas, enquanto que a dificuldade era com a Química e a Física. Hoje me pergunto, qual o grau de influência pode ter exercido a capacidade do próprio professor destas matérias. Esportes? Natação e vôlei.

Formação acadêmica?

Em exames feitos no Brasil, mereci os diplomas de Proficiência na Língua Inglesa pela Universidade de Cambridge (Inglaterra) e pela Southern Illinois University (Estados Unidos da América).

Primeiro/a professor/a?

No primeiro ano na escola tive duas professoras. No primeiro semestre, ainda como “Deutsche Evangelische Schule” nossa professora foi a simpática Fräulein Grummt. Com a nacionalização e a transformação em “Escola Alberto Torres”, conhecemos Dona Gerda Boettcher como nossa gentil professora.

Grandes professores?

No Primário, o rigoroso professor de aritmética, Leopoldo Germer e a charmosa Dona Hilda Niebuhr em trabalhos manuais. No Ginásio Sagrada Família de Blumenau, a inesquecível professora de inglês, Maude Clemens, que me desvendou os segredos básicos importantes dessa língua. No Colégio Estadual do Paraná, lembro do professor de Matemática, Samuel Yalon, um engenheiro judeu que transmitia os conceitos, os mais complexos, de uma forma quase mágica.

Relembra encontros com personagens marcantes?

A cantora e atriz de cinema Erna Sack que nos visitou em Brusque. O professor de francês haitiano na Cornell University em Ithaca-NY, cujo nome, no momento, não me ocorre. O príncipe escritor, sobrinho do rei da Abissínia, quando fui sua intérprete na Polícia de Estrangeiros em Munique.

O assassino rumeno na prisão de segurança máxima de Munique. Sílvia de Toledo Sommerlath, depois Rainha da Suécia. O famoso organista e dirigente Karl Richter. O guru Pak Subuh, além de outros que mencionei em MICKI.

Que estudos, conhecimentos influenciaram decididamente a sua maneira de ver o mundo?

O privilégio de crescer já cedo, comunicando-me em duas línguas. Conhecer algo mais do mundo, conhecer pessoas de outras culturas, abre a cabeça de qualquer pessoa, independente da idade. Por isso gosto de enfatizar: aprenda línguas! Quantas possibilidades de conhecer personagens de outras culturas, quantas visões de mundo diferentes da sua! Ernesto e eu sempre procuramos aprender, estudar, nos inteirar de algo novo: técnicas, filosofias, religiões, terapias, exercícios físicos. E não pretendemos parar. Contudo, sabemos que agora é hora de repassar conhecimentos e o que destilamos deles.

Qual foi o maior desafio até agora?

Sempre gostei de desafios. Eis alguns: Como colegial, participar, como nadadora, das Olimpíadas Colegiais do Paraná. (três medalhas de ouro). Aos 27 anos, como mencionei em MICKI, enfrentar pela primeira vez, ao volante, como motorista novata, o trânsito na Alemanha. Graças ao incentivo de minha mãe que acreditava em minha capacidade. Minha inscrição como intérprete na Polícia de Estrangeiros em Munique. No ano seguinte, decidir pela vida a dois com Ernst Otto Kamp. Gerar quatro filhos e ajudar a dirigi-los para uma vida que valesse a pena. Dirigir duas escolas Yázigi, um ENORME desafio. Mas que, para milhares de jovens significou um abrir-se a um mundo novo. Dar um recital de canto lírico, frente a uma plateia, numa noite especialmente fria de inverno.

O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?

A maior educadora foi a própria vida. Os relacionamentos na vida a dois e a seis. Em seguida estão livros, livros, livros, mais seminários e cursos. Os ensinamentos de Masaharu Taniguchi foram uma bússola na educação de nossos filhos. Esther Hicks com os Ensinamentos de Abraham nos fez melhor entender como funciona a Lei Universal da Atração.

Finalizando, quais as maiores decepções e alegrias que teve?

Ter sido instrumento para trazer ao mundo quatro seres saudáveis de corpo, alma e espírito. Que, por sua vez, tornaram Ernesto e eu, avós de 8 almas preciosas. Decepções? Dessas acho que esqueci.

Referências

  • Entrevista publicada no Jornal Em Foco em 22 de março de 2013.