Mudanças entre as edições de "Entrevista Márcia Teresinha Benvenutti Zen - Luiz Gianesini"

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'''Sonho de criança?Em que você sonhava ser quando era pequena? Como foi sua juventude? O que você mais gostava de fazer para se divertir?'''
 
'''Sonho de criança?Em que você sonhava ser quando era pequena? Como foi sua juventude? O que você mais gostava de fazer para se divertir?'''
  
Inesquecível. Aos 11 anos comecei a jogar handball pela CME de Brusque. Jogava como goleira. Participamos de várias competições, o treinador era o Delmar Tondolo e nossos treinos eram na Fideb. O mais legal de tudo era a união da equipe. Viajávamos de Kombi para todos os lugares, as jogadoras, as bolas e todas as bagagens( até hoje não sei como cabia tudo rsrsrs). Participei dos bailes de carnavais do Paysandu, mas era tricolor de coração e sempre ia aos jogos do Renaux. As festas eram geralmente com a turma da escola e para arranjar dinheiro para formatura fazíamos tardes dançantes. E numa destas no Santos Dumont apareceu o tal do “mão de onça” que só bebia cerveja antártica e a antártica tinha acabado. Não tive dúvidas, troquei o rótulo da brahma pela antártica e ele nem percebeu. E depois fazíamos a festa com todos os professores: Hilton, Ivo, Bernadete, Silvana, seu Valentim, Marli, Pe Orlando, seu Nilson, entre outros.
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Inesquecível. Aos 11 anos comecei a jogar handball pela CME de Brusque. Jogava como goleira. Participamos de várias competições, o treinador era o Delmar Tondolo e nossos treinos eram na Fideb. O mais legal de tudo era a união da equipe. Viajávamos de Kombi para todos os lugares, as jogadoras, as bolas e todas as bagagens( até hoje não sei como cabia tudo rsrsrs). Participei dos bailes de carnavais do Paysandu, mas era tricolor de coração e sempre ia aos jogos do Renaux. As festas eram geralmente com a turma da escola e para arranjar dinheiro para formatura fazíamos tardes dançantes. E numa destas no Santos Dumont apareceu o tal do “mão de onça” que só bebia cerveja antártica e a antártica tinha acabado. Não tive dúvidas, troquei o rótulo da brahma pela antártica e ele nem percebeu. E depois fazíamos a festa com todos os professores: Hilton, Ivo, Bernadete, Silvana, seu Valentim, Marli, Pe Orlando, seu Nilson, entre outros.
  
 
'''Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e juventude?'''
 
'''Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e juventude?'''

Edição das 07h51min de 29 de outubro de 2012

Nossa entrevistada Márcia Teresinha com as filhas Cláudia Roberta e Heloísa Raquel.

A entrevistada da semana é Márcia Teresinha Benvenutti Zen, nascida em Brusque/SC aos 16 de junho de 1963, filha de Lauro João Benvenutti (in memorian) e Cecília Torresani Benvenutti; casada com Tarcísio José Zen; filhos: Cláudia Roberta Benvenutti Zen (25 anos) e Heloisa Raquel Benvenutti Zen (21 anos).Professora de Educação Física. Atualmente Superintendente da Fundação Ecológica e Zoobotânica de Brusque

Quais são as lembranças que você tem da sua infância?

Brincadeiras com os amigos; batida, pular elástico, jogar taco, pescar inguia, subir em árvores, comer arrebenta cavalo, casamento atrás da porta, tomar banho de rio, banho de chuva, pular dentro das poças...

Você tem amigos da infância ainda?

Sim.

O que sente falta da infância?

Da liberdade, da inocência, do prazer de viver sem preocupações e cobranças.

Quando você era criança queria ser adulto?

Sim. Acho que todos nós quando crianças, queremos crescer logo por pensarmos que adulto tem liberdade. Só que junto com a liberdade vem as obrigações e preocupações. Daí quando somos adultos nos lembramos saudosos dos tempos de criança.

Sonho de criança?Em que você sonhava ser quando era pequena? Como foi sua juventude? O que você mais gostava de fazer para se divertir?

Inesquecível. Aos 11 anos comecei a jogar handball pela CME de Brusque. Jogava como goleira. Participamos de várias competições, o treinador era o Delmar Tondolo e nossos treinos eram na Fideb. O mais legal de tudo era a união da equipe. Viajávamos de Kombi para todos os lugares, as jogadoras, as bolas e todas as bagagens( até hoje não sei como cabia tudo rsrsrs). Participei dos bailes de carnavais do Paysandu, mas era tricolor de coração e sempre ia aos jogos do Renaux. As festas eram geralmente com a turma da escola e para arranjar dinheiro para formatura fazíamos tardes dançantes. E numa destas no Santos Dumont apareceu o tal do “mão de onça” que só bebia cerveja antártica e a antártica tinha acabado. Não tive dúvidas, troquei o rótulo da brahma pela antártica e ele nem percebeu. E depois fazíamos a festa com todos os professores: Hilton, Ivo, Bernadete, Silvana, seu Valentim, Marli, Pe Orlando, seu Nilson, entre outros.

Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e juventude?

Copa do mundo de 1970. Tinha 7 anos e lembro que foi emocionante ver o Brasil ganhar de 4 x 1 da Itália no dia 21 de junho e se tornar tri-campeão(fico toda arrepiada ao lembrar da música ”noventa milhes em a;’ao, pra frente Brasil, salve a Sele;ao). Quando Elvis Presley morreu e eu tinha 14 anos. Quando o ursinho Misha(mascote dos jogos olímpicos de Moscou em 1980) chorou no encerramento das olimpíadas.

Pessoas que influenciaram ?

Minha Família: minha mãe Cecília, meu irmão Edegar e minha irmã Marisa. Pessoas queridas que me deram condições e me ensinaram a viver.

Como era a escola quando você era criança?

A escola era extensão da nossa casa. Tudo que acontecia nossos pais eram comunicados, nós respeitávamos os professores Me lembro muito bem, na 6ª série jogávamos “batida” e quebramos uma janela da escola. Seu Raul Amorim (diretor) chamou nossos pais, levamos aquele sermão e tivemos que pagar a vidraça.

Quais eram suas melhores e piores matérias?

Gostava muito de matemática no 1º grau e no 2º grau era apaixonada por química. Não tinha nenhuma matéria que achasse ruim.

De que atividades escolares e esportes você participava?

Participava de todas as atividades possíveis: teatro, dança, música e nos esportes voleibol, handbol, atletismo, futebol.

Formação escolar?

1º ao 4º ano Escola Básica Osvaldo Reis, 5ª série Colégio São Luíz, 6ª à 8ª série Escola Básica Santa Terezinha, 1ª à 3ª Colégio São Luíz, Faculdade de Educação Física 1 ano na FURB em Blumenau e 2 anos na UFRN no Rio Grande do Norte, Faculdade de Pedagogia em Séries Iniciais pela UDESC e Pós Graduada em Educação Física pela FACISA.

Primeira professora?

Dona Mirian no 1º ano na Escola Básica Osvaldo Reis

Grandes professores?

Dona Mirian ( 1º ano), seu Isaias Vale (ciências) e Rute Simas (técnicas comercias) no 1º grau na escola Santa Terezinha comandada pelo querido diretor seu Raul Amorim; Bernadete Fischer e Silvana (biologia), Ivo e Marli Maluche (português), Hilton e Sandra (química), Maria (matemática), seu Valentin (geografia), seu Nilson (inglês), seu Moresco (física), Pe Orlando (o.s.p.b) no 2º grau no Colégio São Luíz.

Como surgiu a Fundação em sua trajetória profissional?

Atuava como professora de Educação Física na Escola Dr. Carlos Moritz e por problemas de saúde fui transferida para o Zoobotânico no dia 26 de fevereiro de 2010. Comecei a trabalhar na secretaria. No começo fiquei muito triste pois gostava da escola e me senti meio que perdida no Zoo. Mas logo nos primeiros dias comecei a conviver com as pessoas que ali trabalhavam, pessoas simples que me cativaram. Depois conheci o “caco” um macaquinho bugio que foi trazido ao zoo pela polícia ambiental (seus pais foram mortos por caçadores). Convivi com o caco durante 1 ano e 3 meses, que infelizmente morreu por complicações generalizadas. Hoje o zoo é minha segunda casa.

Nossa entrevistada Márcia e o macaco bugio Caco..

Como é dirigir uma fundação Zoobotânica ?

Uma experiência fascinante e ao mesmo tempo assustadora. Eu trabalhava na parte administrativa junto com o Moresco (Vilson Moresco) e o Rodrigo tinha conhecimento de algumas coisas, mas ao assumir surgem algumas dificuldades, por exemplo, um dia um funcionário me pediu parafuso sextavado e eu nem tinha idéia do que era. Daí falei para ele trazer uma amostra e eu fui comprar. O nosso parque é muito grande, todos os dias surgem problemas diferentes, algo que quebrou, que acabou,um animal que ficou doente. Mas ao mesmo tempo que surgem os problemas cada vez mais tenho vontade de resolvê-los pois descobri que amo os animais e amo o zoobotânico. E quero que todos os brusquenses tenham orgulho em ter em nossa cidade um dos locais mais belos de Santa Catarina, pois o zoobotânico encontra-se em fase de reestruturação, já foi instalado um novo parquinho e até dezembro o teleférico será inaugurado.

Quais os objetivos da Fundação?

São objetivos da Fundação: Promover educação ambiental de qualidade; Incentivar o turismo e a prática de esportes na natureza; Atuar na preservação das espécimes, tanto da flora, quanto da fauna presentes na área da fundação; Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias ligadas às áreas das ciências biológicas; também atua no recebimento e destinação adequada de animais oriundos de apreensão por parte da FUNDEMA(Fundação Municipal do Meio Ambiente) e IBAMA (instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

O que constitui a Fundação?

A Fundação Ecológica e Zoobotânica de Brusque (com denominação fictícia de Parque Ecológico e Zoobotânico Padre Raulino Reitz em homenagem ao grande naturalista catarinense), é um complexo de 120.000 m² onde em meio a mata estão inseridos recintos de exposição de fauna, expondo desde répteis, aves e mamíferos naturais desta região, bem como espécies exóticas, totalizando aproximadamente 200 animais de 71 espécies.O parque dispõe de lanchonete, relógio de sol, auditório com capacidade para 45 pessoas, laboratório e um deck em madeira para atividades educacionais, trilhas ecológicas, Bromeliário em forma de pirâmide, parque infantil, muro de escalada para prática de atividades de aventura, um tronco milenar de imbuia e um Terrário reservado a exposição de invertebrados, répteis e anfíbios. Atrativos estes que fazem do espaço, um dos pontos turísticos mais importantes da cidade.

Como é formado o quadro de pessoal na Fundação? Cargos de carreira e quadro de servidores comissionados?

Atualmente contamos com 28 funcionários: 1 superintendente e 2 coordenadores (cargos comissionados), 2 veterinários, 1 bióloga, 1 agente de serviços administrativos, 1 motorista, 13 agentes de serviços gerais (efetivos) , 6 agentes de serviços gerais e 1 faxineira (contratatos).

De onde vem a alimentação para os animais do Zoo?

O Zoobotânico adquiri alimentos de empreendimentos habilitados através de processo licitatório. Atualmente são três empresas que prestam serviços ao parque, fornecendo hortifrutigranjeiros adequados a dieta específica de cada espécie.

O que compete a Superintendente ?

Cabe ao superintendente administrar a fundação e fazer a ponte entre zoológico, municipalidade e população, neste sentido suas funções vão desde o comando e supervisão das atividades realizadas na instituição, assim como, de atuar como porta voz dos interesses do parque.

Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de vida.

Comecei a trabalhar com 13 anos como secretária de uma tecelagem “Paulino Marcelino Coelho”. Estudava de manhã e trabalhava à tarde. Depois comecei a faculdade que tbém era de manhã e duas vezes por semana à noite. Chegava de Blumenau, pegava o ônibus até minha casa, comia muito rápido e ia de bicicleta trabalhar. Os dias que tinha aula à noite, deixava a bicicleta no serviço e ia de ônibus. Voltava tarde e dormia na minha irmã que mora no centro. No outro dia 6 horas tinha que estar no ponto para ir pra faculdade. Fazíamos os trabalhos nos finais de semana ou de madrugada na casa da Simone Sestari. Foi uma época difícil, de muitos sacrifícios mas boas recordações. Depois fui morar em Natal com meu marido, onde terminei a faculdade de educação física. Tive minha filha Cláudia em Natal, depois moramos em Cuiabá, depois Brusque onde nasceu a minha segunda filha Heloisa, daí voltamos para Natal, Fortaleza e finalmente Brusque. Aqui trabalhei como professora ACT na EEF Augusta Knorring, no CEI Tia Trude, CEI Max Rudolf Stefen, CEI Nova Brasília. Depois trabalhei na Secretaria de Educação como coordenadora de Educação Física. Em 2009 me efetivei e trabalhei na EEF Dr. Carlos Moritz e em 2010 entrei no Zoobotânico.

Quais medos você tem ou teve?

Da Caléssia, que ainda está em exposição na Casa de Brusque. Era muito fúnebre e eu achava que ela vinha me buscar.

Maior medo é o de envelhecer ou o de entristecer. ?

Sem dúvida de entristecer, pois a tristeza nos envelhece muito mais.

O que você acha da programação da televisão de hoje?

Acho que a televisão como meio de mídia presente praticamente em todos os lares deste país, deveria se preocupar mais com conteúdo educativo, pois a maioria dos programas são muito apelativos.

Qual foi o maior desafio até agora?

Aceitar o cargo de superintendente do Zoobotânico e dar entrevistas.

Você se arrependeu de alguma coisa que disse ou que fez ?

Sou muito sincera, sempre falo o que sinto.

Você tem algum ressentimento?

Não

Algo que você apostou e não deu certo?

Ainda não ganhei na loteria

O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?

Gostaria de ter morado no exterior. Todo jovem deveria de ter essa oportunidade.

O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?

Tratamento igual a todos independentemente do poder aquisitivo. Honestidade, sinceridade e respeito.

Quais as maiores decepções e alegrias que teve?

Decepção de não ter conhecido meu pai (faleceu 41 dias antes de eu nascer). Alegrias muitas. Ter conseguido fazer uma faculdade apesar de todas as dificuldades. De trabalhar com crianças. Morar em Natal com meu marido. O nascimento de minhas filhas. Passar 1 mês com minhas filhas e minha irmã, só nos quatro, momentos maravilhosos e inesquecíveis. Trabalhar no Zoo.

Finalizando, o que e gostaria de registrar e que não foi perguntada?

Gostaria de agradecer ao Prefeito Paulo Eccel e ao Moresco pela oportunidade e pela confiança em mim depositada e também a todos os funcionários do Zoobotânico pelo carinho: Serpa, Álvaro, Rodrigo, Mario, Milene, Ana, Coelho, Poço, Nene, Irineu, Rose, Vanoli, Zé, Zé Olegário, Sebastião, Frena, Vinicius, Yeski, Teresa, Carlos, Benedito, Arcili, Juliano, Vilson, Adenir, Alemão, Elmo e Paulo.

Gostaria de citar uma frase de Fernando Pessoa para reflexão....¨O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”

Referências

  • Jornal Em Foco. Edição nº x. 2012.