Entrevista Luiz Saulo Adami e Maria Cristina Rosa - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Luiz Saulo Adami, filho de Tereza Conte e Luís Avani Adami; natural de Brusque, nascido aos 21 de fevereiro de 1965.

Maria Cristina Rosa, popular Tina Rosa, filha de Darci Ione Martins e Enemésio Júlio Rosa; natural de Itajaí, nascida aos 08 de janeiro de 1965.

Casados na Capela  São Roque, Arraial dos Cunha, Itajaí, em 23 de novembro de 1985.

Trajetória cultural de ambos?

Temos obras publicadas nas áreas de literatura, comunicação, artes cênicas e história do Brasil, Canadá, Estados Unidos, Inglaterra e Escócia. Participamos de festivais de teatro amador e ministramos oficinas de texto, direção e produção teatral em Santa Catarina e no Piauí, onde nossas peças foram indicadas para prêmios técnicos. Escrevemos, apresentamo-nos e produzimos vídeos, programas de rádio e varais  literários, atuamos como repórteres, fotógrafos, colunistas e editores de jornais e revistas, tendo criado e mantido um escritório  de assessoria  de imprensa  para sindicatos e outras entidades  de Brusque, na década de 1990. Somos membros de academias literárias do Brasil e de Portugal. Somos voluntários da Associação Brusquense de Proteção de Animais –ACAPRA, desde 1999.

Quais os livros publicados?

Cicatrizes – 1982, poesia, conto e crônica; 2) Tina: Antologia Poética – 1982, poesia; 3) Nosso Pequeno Grande Mundo – 1983, poesia; 40 Elza: amor e Renúncia – 1987, novela; 5) Ressurreição dos Enforcados: A poesia de Max Theodoro, por Luiz Adami – poesia completa – 1988, poesia; 6) Poetas do Berço: O Primeiro Grito!, 1988, poesia, com Juarez Visentainer, Marcelo Nivert Schlindwein e Ieda Hartke; 7) Chorinho – 1989, poesia; 8) Carimbos e Panfletos – 1989, poesia; 9) De que adiantam braços fortes? – 1984, conto, crônicas e poesia; 10) O único humano bom é aquele que está morto! – 1996, cinema e TV; 11) Reserva Particular do Patrimônio Natural –RPPN Chácara Edith – 2002, história; 12) Testemunho de Fé: Memorial do Pastor Wilhelm Gottfried Lange – 2003, biografia, português/Alemão; 13) História Secreta do Arraial dos Cunha – 2004, história; 14) Terra Generosa: A história de Massaranduba/SC -2204, história; 15) Agrolândia: De Trombudo Alto aos Nossos Tempos – 2004, história; 16) Alto Rio dos Bugres: As origens do Município de Imbuia – 2004, história; 17) Paisagens da memória: A criação do Município de Vidal Ramos – 2004, história; 18) Rio do Oeste: A história oficial e as outras histórias – 2004, história. 1)       

Como se deu a mudança do ramo poético para o história?

Foi a poesia que nos uniu, no início da década de 1980. Nós éramos estudantes em Itajaí e, nos conhecemos em 1981. Nos apaixonamos e começamos a escrever poesias um para o outro, um exercício quase diário, e o fim da história muitos conhecem: livros publicados, peças teatrais produzidas, casamento...Não se tratou de “mudança de ramo”, tudo foi conseqüência porque sempre produzimos muito em várias áreas distintas, desde a literatura  em geral (conto, crônica, novela, poesia...) até as artes cênicas (teatro, vídeo...), passando pelo jornalismo (rádio, jornal...). A história surgiu para nós como uma alternativa viável a partir de 2001, com a publicação do livro “Reserva Particular do Patrimônio Natural –RPPN Chácara Edith”, que conta a história da área conhecida como Fazenda Hoffmann, no centro urbano de Brusque. Em 2002, por pressões  políticas, fui demitido de um jornal em que trabalhava, e decidi que era hora de reavaliar a minha carreira: estava com mais de 20 anos de trabalho na área do jornalismo – como um dos raros sobreviventes entre os práticos de nossa comunidade – e cansado das instabilidades e dos riscos  da profissão. Desta vontade de mudar  - sem abandonar o dom que Deus me deu – encontrei nos livros escritos sob contrato a solução para as questões profissionais e financeiros. Um novo caminho que Tina e eu estamos percorrendo há mais de um ano, graças a Deus.

Dificuldades iniciais na publicação das obras?

Dificuldades existiram, desde o primeiro livro, em 1982, e existirão tanto para nós, quanto para qualquer outro escritor. Os livros, assim como todos os nossos  demais projetos, são frutos da inspiração e da transpiração – aliás, de muita inspiração.

Por que as paradinhas de  1989 a 1996 e de 1996 a 2002?

Cada período teve seus motivos, mas entre as razões estavam, a dedicação ao jornalismo – viagens, reportagens, turnos de mais de 12 horas- falta de recursos próprios –magistério e jornais pagam mal – e falta de visão de alguns políticos e empresários, que consideram a cultura dispensável e o livro um bem supérfluo. Mas, aos poucos, com perseverança e fé, fomos superando obstáculos.

O que levou a fixar-se mais na história?

Porque pesquisar é responder perguntas. A história é um campo aberto a muitas interferências e questionamentos. Nós queríamos dar a nossa contribuição para um setor que se restringe ainda – basicamente – a livros que buscam mais a reflexão, do que puramente a narração do fato histórico de cidades, de pessoas e de empresas, como escreveríamos nossas grandes reportagens. .Nossos livros deixam a reflexão, o julgamento e as conclusões para o leitor. Nossa missão é escrever para provocar a reflexão de quem lê.

2004 foi um dos anos mais produtivos?

Foi. Publicamos seis livros, entre abril a dezembro.

Comente sobre seu conto “A invasão dos macacos”, inclusive sobre a tradução para o inglês

O conto “ A invasão dos Macacos” foi escrito em 1997, uma variação sobre as idéias e os conceitos das séries de cinema e TV “O Planeta dos Macacos”, que eu pesquiso desde 1978: Na Inglaterra, em 1968, um casal – humano – volta para sua casa, depois de assistir a estréia do filme  em um cinema de Londres, e passa a – literalmente – viver a realidade proposta pelo filme, de que os macacos dominaram a terra. O conto foi premiado em concursos literários do Brasil, traduzido para o inglês por Rosana Paza, publicado no Brasil e nos Estados Unidos, em 1998 – quando fui uma das celebridades convidadas para a megaconvenção de cinema e TV “Starcon 98”em Pasadena, Califórnia, ao lado de astros e estrelas de vários seriados de cinema e TV. O conto também foi registrado na Biblioteca Nacional – Rio de Janeiro – e no Writers Guild of América –Los Angeles.

Muitas viagens?

Por enquanto, as viagens só dizem respeito aos projetos da S&T Editores, o que nos dá uma oportunidade maior para conhecer os encantos de nossas pequenas e médias cidades de Santa Catarina. Como Agrolândia, onde o patrimônio histórico é “tombado” e não “derrubado”, como acontece em algumas outras cidades que conhecemos. Quanto ao exterior, gostaria de voltar à Califórnia para continuar o trabalho de pesquisa sobre cinema e rever amigos, como nosso correspondente Jeff Krueger, o maquiador Bill Blake – que me transformou em macaco, em 1999, a atriz Natalie Trundy –viúva do produtor Arthur P. Jacobs, e os atores Booth Colmann - o doutor Zius da TV, Ron Harper – o astronauta do seriado, Buck Kartalina e Don Pedro Colley, que foram gentis comigo e com quem mantenho contato, até hoje.

Outras participações?

Temos participado de publicações, como o “Anuário de Itajaí, desde 2003, e temos tido a alegria de vê nossos livros servindo de referência para outros escritores que se dedicam à preservação da memória histórica e artístico-cultural de Santa Catarina. E no exterior também, porque quando a nova versão de “O Planeta dos Macacos” foi lançada em 2001, vários livros foram publicados  nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Escócia. Em algumas dessas obras, nós fomos mencionados, assim como nosso livro “O único humano bom é aquele que está morto” (1996), o primeiro a abordar o tema, na América do Sul.

Referências

  • Entrevista publicada em A VOZ DE BRUSQUE, em 20 de maio de 2005.