Entrevista Germano Hoffmann 2- Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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O entrevistado desta semana é o médico e grande figura humana Dr Germano Hoffmann, filho de Moritz Germano Hoffmann e Ida Willrich Hoffmann, nascido em Brusque aos 01.08.26; casado com Lya Vianna Hoffmann (in memorian) tem um irmão: Erich.

Uma palhinha da descendência?

Maritza casou com Gilberto Rau: filhos: Christoph Germano, Mayara e Tadjana; Ricardo casou com Ana Fátima Petruschky: Ana Lya, Ricardo Henrique, Egon Germano (in memorian) e Riana Ida; César casou com Joceline Laube: Sanatiel e Iander Luther; Fábio casou com a Simone (filha da Carmelita e do Armando Sassi): Fabio Germano, Paulo Vicente, Natália e Tamara; Christian casou com Vanusa da Silva: Christian Filho, Arthur Germano e Renan Leonardo; Germano Hoffmann Filho e Iasmine são solteiros. 1 irmão: Erich Hoffmann. 7 filhos (5m e 2F)15 netos (9m e 6F)1 Bisneto: Pedro Ricardo Hoffmann Russi.1. Germano Hoffmann Filho2. Maritza Hoffmann Rau: Christoph Germano, Mayara e Tadjana.3. Ricardo: Ana Lya, Ricardo Henrique e Riana Ida.4. Cesar: Sanatiel e Iander.5. Fabio: Fabio Germano, Paulo Vicente, Natalia e Tamara. 6. Iasmine 7. Christian: Christian Filho, Arthur Germano e Renan Leonardo.

Formação escolar?

Cursei o Primário no Alberto Torres, o ginasial e o secundário no Colégio Catarinense em Florianópolis e Medicina na Universidade do Paraná.

Como foi sua infância e juventude?

Minha infância foi futebol no Paysandu, quilica, peão, mocinho e bandido, circo idealizado pela Flore de Nair Hor Craher.

Como surgiu a Medicina em sua trajetória? Algum antecedente familiar?

Surgiu quando sofri uma cirurgia – apêndice aguda – em 1945, no hospital de Azambuja em contato com o Dr Nica e Dr Carlos e outro médicos, aconteceu o estalo para a medicina, resultando aí em cursar na Universidade do Paraná, já que não havia faculdade de medicina em Santa Catarina.

Trajetória profissional?

..... em São Paulo, em 57 vim para Brusque, fui nomeado para o Posto de Saúde do Jardim Maluche, na época o Prefeito era o Dr Carlos Moritz, em seguida no SAMDU, juntamente com Dr Francisco R. Dal’ Igna e o Dr Nica em plantões de 24 por 48 horas. Fiz parte da Clínica dos Hospitais Azambuja, Evangélico e atualmente do Hospital Evangélico.

E as especializações médicas?

Na época em que me formei médico, todos eramos generalistas. Já havia as especializações, mas antes de se especializar o formando tinha que passar por clínica geral, para depois fazer especialidade, pois o ser humano é um todo, e não uma parte.

O médico de ontem e de hoje?

Nesses 50 anos –formei-me em 17.12.54 – que exerço a profissão observei uma mudança radical na forma em que a medicina é exercida. Antes tínhamos o médico da família. O mesmo médico tratava praticamente toda a família. As pessoas adquiriam confiança nesse profissional da área da medicina, que tratava de quase todas as doenças, registre-se com acompanhamento dos pacientes. Hoje, predomina os especialistas.

Os avanços tecnológicos e a medicina?

O avanço tecnológico contribui fortemente para a melhoria da saúde. Atualmente temos exames bem mais detalhados, como ultrassonografia, ressonância magnética e tomografia computadorizada e a vídeo-cirurgia, que é um avanço extraordinário na clínica cirúrgica, ressaltando-se que, não é mais preciso fazer cirurgia a “céu aberto”, além de reduzir o tempo de hospitalização e de convalescença . E destaque-se hoje, os estudos e as pesquisas de célula-tronco.

A globalização contribui com a medicina?

Sim, porque possibilita o intercâmbio de informações com uma rapidez instantânea.

A medicina vencerá as doenças, hoje, ditas incuráveis?

A evolução tecnológica trouxe grandes esperanças nesse particular, valendo salientar que sempre surgem novas contribuições, não só em detalhamento de exames laboratoriais, como em termos de instrumentalização, sabe-se também, que os cientistas não param de pesquisas e avançar em descobertas importantes.

O cigarro é um veneno? '

Sim, tranquilamente.

Como se lida com o envelhecimento?

Apenas vivendo, pois para envelhecer é preciso continuar vivo.

Participação na comunidade?

Participo do Lions Clube Brusque-Centro desde 1957, tendo presidido o Clube em quatro oportunidades, fui associado do Santos Dumont, da Sociedade Beneficente, do Caça e Tiro Araújo Brusque, da S.E. Bandeirante, do Clube Atlético Carlos Renaux e do C.E. Paysandu.

Que lema adota?

Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará (Salmo 37, v 4 e 5)

Se não fosse médico?

Com certeza seria padeiro, haja vista que a profissão de meu pai era confeiteiro e dono de uma padaria.

Além de exercer a Medicina, o que faz Dr Germano Hoffmann?

Participo do Lions e do Grupo Amigo do Canto Alemão.

Grandes atletas?

No CACR: Arthur Olinger- que trouxe a bolo de couro do RS – os seus filhos Hélio e Mário, mais famoso trio tricolor. Mosimann, Afonsinho e Ivo Willrich. Mais os atlestas: Dirceu e Sarará, Pitsch Tensini, Nilo Bianchini, Evaldo Schaefer, Tesoura, Teixeirinha, Petrusky, Pilolo, Esnel, Aníbal Diegoli, Andrade (arqueiro) , Leba e no Paysandu: Herbert e Osvaldo Appel, Chico e Heinz Appel, ..... Domingos, Janga Rosin, Wilimar Ristow, Arthur e Érico Appel, Curt Appel, Aristides Salces, Nego Kuhn, Julinho R. Hildebrandt

Grandes Dirigentes:

Érico Trindade, Ayres Gevaerd, Arthur – Polaco – Jacovicz, Arthur Appel – que está fazendo renascer o mais querido da Pedro Werner e Bilo (W.W.Ainchinger)

Brusque comporta três clubes?

Acredito que três clubes não, um deles deveria ser fundido no Brusque, vez que três agremiações divide muito. Dois sim, porquanto o desafio levará as equipes para frente.

Quais dos filhos estão e/ou estiveram ligados aos esportes?

Ricardo e César: Ricardo era zagueiro do C. A. Carlos Renaux, Ricardo inclusive presidiu o Brusque. César atuou no infanto-juvenil da equipe esmeraldina. O Gemano Hoffmann Filho, popular Mano, joga futebol suíço na S.E. Bandeirante, atuando pela equipe Catareira, e é responsável pelo BADEJO, equipe que participa há 24 anos, desde 1989 do Campeonato Paralelo de Futebol de areia no Balneário de Camboriú, tendo sido campeão por 4 vezes: 1990/96/99 e 2004, ressalte-se que, sem que os cronistas esportivos locais tomassem conhecimento e registre-se o feito, nem mesmo com uma pequena nota. O Mano é também patrão de CTG- Laço do Bom Vaqueiro. Em 2014, será realizado o 30º Rodeio Crioulo Nacional, nos dias 31 de julho a 3 de agosto.

De que sente orgulho?

Depende do sentido, primeiro de que orgulho quer que eu fale? Primeira opção, daquele orgulho de ser orgulhoso, vaidoso e arrogante, aquele orgulho negativo pejorativo de julgar-me o tal, o maior, o mais bacanudo, o Super Shell, the Best, o mais querido, mais amado e mais atuante, ou do outro orgulho, tranquilo, pacífico, da satisfação pessoal, do viver normal, do respeito e bem querer ao próximo. Sinto orgulho de muitas coisas, uma infinidade de coisas, de pessoas, de animais, de obras de arte, de músicas, eventos, atos e fatos vividos, principalmente do setor familiar, social e profissional.Sinto orgulho dos meus filhos, do sucesso de cada um deles, da convivência, encontros pessoais, das notas que meus filhos e netos alcançam nas faculdades, no exercício de suas profissões, nas suas alegrias e datas festivas. Sinto orgulho das minhas amizades passadas e atuais, dos meus clientes, que me deixam alegre, feliz e gratificado quando me declaram o seu carinho, amizade, simpatia, afeição e bem querer. Quando me relatam fatos, palavras e atitudes que eu dividi com eles(as) em algum momento de suas vidas, dos quais relembram com saudades, alegria e emocionados, ou com angustia e dúvidas. Amigo Luiz, sinto orgulho sim, e muito orgulho, quando recebo mensagens no facebook, em que me relembram momentos emocionantes na sala de parto e outros, nos quais eu pude ser instrumento de Deus.

Para que equipes torce?

Meu caro Luiz, nasci Paisandú e o sou até hoje, apesar de ter nascido e vivido minha infância e grande parte de minha vida adulta, vizinho do campo e da sede do Esporte Clube Brusquense, na Av. Lauro Muller. Na minha infância, o bambuzal que cercava por três lados o campo do brusquense, me isolava do campo, e minha amizade com os Appel e demais amigos da Rua Pedro Werner eram todos paisanduanos. Alem disso, não havia muita afinidade entre as torcidas do lado de cá do Rio Itajaí Mirim, chamado de Nitério, pela torcida do Brusquense, do lado de lá do rio, considerada a elite de Brusque, a maioria torcida do Brusquense. Mas nem por isso deixei de torcer sempre pelo Brusquense e Carlos Renaux, do qual sou dono da Cadeira Cativa Permanente nº 37. Em Florianópolis, torci pelo Avaí Futebol Clube. Em Curitiba, torci pelo Curitiba Futebol Clube, time do Fedato. No Rio, pelo Fluminense, onde o Helio Olinger treinou por uns tempos, mas retornou à Brusque. Nunca fui apaixonado por time algum, era torcedor do Botafogo e do Vasco da Gama, pelo zagueiro Augusto, que conheci pessoalmente. Em São Paulo, fui do Palmeiras e hoje pelo São Paulo. Em Porto Alegre, torço pelo Internacional.

Quais foram as alegrias e tristezas que teve?

Muita alegria quando consegui namorar com a que foi minha esposa, Lya Vianna, quando estudava em Florianópolis. Muita alegria quando passei no vestibular em Curitiba. Muita alegria e agradecimento à Deus, quando consegui residência na Santa Casa de São Paulo. Pura alegria quando com a minha filha Iasmine, como participante do Grupo Amigo de Canto Alemão, visitamos a Europa, passando pela Alemanha, França e Itália. Alegria intensa na visita ao túmulo de Napoleão Bonaparte, em Paris, e de seu filho, chamado Rei de Roma. Joguei moeda e formulei desejo na Fontana de Trevi, em Roma. A visita à torre Eiffel foi uma alegria a parte. Feliz e alegre pelo nascimento dos meus 7 filhos e 16 netos, sendo que todos nascidos comigo, à exceção do Mano, primogênito, que nasceu em Florianópolis, terra de sua mãe. Me alegro com os Rodeios do CTG Laço do Bom Vaqueiro, cujo patrão é o meu filho Mano. O sucesso do Laboratório Hoffmann, do filho Mano. Torcedor do Badejo no Futebol de areia, em Balneário Camboriú, onde jogavam 4 de meus filhos, Mano, Ricardo, Cesar e Fabio. E o quinto, o Guto, era o adjunto do treinador, torcedor incentivador dos jogadores. Alegria pela minha filha Maritza, que me deu o 1º neto, Christoph Germano Rau. Feliz pelas formaturas dos meus filhos e netos. E na expectativa alegre de poder assistir a formatura em Direito de minha filha Iasmine, em 2015. E as alegrias que as minhas noras e genro, sempre amigos, me proporcionam. Tristezas foram poucas, mas grandes e marcantes. 1ª a morte de meu pai, meu grande amigo e meu orgulho, nos meus braços em um domingo a tarde. O falecimento de minha mãe, o falecimento de minha esposa Lya, muito jovem, com 54 anos. O óbito de um neto com 1 ano e 10 meses. A morte de um meu tio, Otto Rodolfo Hoffmann. A morte do Dr. Carlos Moritz, meu amigo, mestre e professor, do qual muito aprendi, e considero meu 2º pai. Tenho muita tristeza pela morte de amigos.

Pensa em escrever um livro pela bela vida que teve?

Sem dúvida, sou obrigado a fazê-lo, pois meu filho Ricardo me pressiona a cada semana para iniciar. Mas pretendo publicar o livro do meu pai, Moritz Germano Hoffmann, antes do meu.

Grandes nomes em Brusque?

Esta é uma solicitação difícil de atender, pois implica em uma lista de destaques de “grandes nomes” muito grande, enorme mesmo, de difícil execução sem que se magoe alguém ou alguma família, que não tiver citado algum membro de destaque. Acredito que nesta imensa lista estariam escritos os seguintes nomes: 1. O Cônsul Carlos Renaux, por ter importado a primeira fabrica têxtil da Inglaterra e ter montado o parque fabril de Brusque. 2. João Bauer, pioneiro da usina hidro-elétrica da Guabiruba, transferida para Blumenau, onde cresceu como empresa Força e Luz, encampada pela Celesc. 3. Johann Phillip Heinrich Hoffmann, cidadão imigrado da Alemanha e que emprestou 45.000 contos de réis, ao estado de Santa Catarina, para a construção da primeira ponte de Brusque, e que nunca foi reembolsado desta quantia .4. Ayres Gevaerd, filatelista e numismata, fundador do Rotary Clube de Brusque e da Sociedade Amigos de Brusque, paisanduano de coração e joalheiro de renome. 5. Arthur Appel, fundador do primeiro Lions Clube de Brusque, que é também o 3º Clube de Lions de Santa Catarina e o 12º Clube de Lions fundado no Brasil. 6. Dr. Guilherme Renaux, importou os pardais para Brusque. Havia uma praga de não lembro o que, e ele, como engenheiro agrônomo, trouxe os pardais para acabar com esta praga. 7. Arthur Olinger, pai de Mario e Helio, jogadores do Carlos Renaux, por ter trazido a primeira bola de couro, do Rio Grande do Sul. Era tropeiro e trazia gado do Rio Grande. Tenho para mim, que Arthur Olinger merece uma estátua ou ao menos um busto, como o Sr. Arthur Schlosser, criador e patrono dos JASC, por ter trazido a ª bola e que ensejou que o Clube Esportivo Brusquense, fosse o Vovô do Futebol Catarinense e honra para Brusque.

Finalizando

Obrigado amigo Luiz, por ter me levado a tantas lembranças e recordações, que fazem um bem estar às nossas mentes e coração.

Referências

  • Matéria publicada no "EM FOCO" aos 22 de novembro de 2013