Entrevista Celso Deucher - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Celso Deucher.

O entrevistado da semana é o Jornalista, Professor e Escritor Celso Deucher, filho de Doralino Deucher e Alzira Alves da Silvaloca, nascido em Bom Retiro; cônjuge: Rosangela Ribeiro. Têm três filhos: Celso Junior, Celso Guilherme e Johanna

Quais são as lembranças que você tem da sua infância?

Uma vida bastante sofrida na roça e uma família grande que tinha que ajudar meus pais a sustentar, pois sou o filho mais velho dos nove.

Você tem amigos da infância ainda?

Perdi contato praticamente com todos. Revejo vez por outra um ou outro.

O que sente falta da infância?

Da maneira com que encarávamos a vida, mesmo tendo todas as dificuldades que uma vida na roça tem. Tudo parecia bem mais simples e tranquilo.

Quando você era criança queria ser adulto?

Sim... Agora em muitos casos gostaria de voltar a ser criança.

Sonho de criança?

Sonhava ser advogado ou médico. Virei Jornalista.

Como foi sua juventude? O que você mais gostava de fazer para se divertir?

Geralmente os bailões e discotecas improvisadas da época eram o espaço de sociabilidade para nós que morávamos em periferia. Eu gostava muito dos bailes gauchescos. Mas passei grande parte da juventude dentro de seminário.

Pessoas que influenciaram?

Meu pai e minha mãe e alguns professores de primário, como o professor Osni, a professora Denorme, entre outros. Já na juventude o Padre Geraldo Locks e o Padre Nicolau Heinzen que foram grandes reitores no seminário.

Como era a escola quando você era criança? Quais eram suas melhores e piores matérias? De que atividades escolares e esportes você participava?

Eu estudei em escola isolada... Tínhamos além das aulas nas salas, aulas práticas na horta, como se fosse na própria roça. Em relação a matérias, pior que química, física e matemática era impossível prá mim. Até hoje, corro longe destas matérias. Sempre me dei bem nas matérias humanas, história, geografia, filosofia, sociologia, etc. Meu negócio era futebol de campo e salão. Nas atividades escolares sempre fui fera em literatura, pois tínhamos a obrigação de sermos os melhores em compor e declamar poesia, conto e crônica.

Primeira professora?

Dona Denorme... Não lembro o sobrenome dela, só que era “braba” que era uma “tigra”.

Grandes professores?

Padre Nestor Eckert e o Professor Osni.

Como foi o início na literatura?

Comecei em 1984 escrevendo contos, crônicas e poesia regionalista na serra catarinense. Meu primeiro livro, “Volta ao Berço” (Instituto Vianei – Lages - 1984) tratava do conflito agrário em Santa Catarina, principalmente os ligados a posse de terras na serra e oeste. Eu fazia a chamada literatura libertária, que misturava ao mesmo tempo os três principais ramos (conto, crônica e poesia), porém com um propósito especifico: defender uma causa. Daí vem a expressão “libertária”.

Todo escritor tem, por obrigação, a paixão pela literatura. Você se lembra de quando começou a gostar de ler?

Desde muito novo gostava de leitura. No entanto nossas leituras eram basicamente regional. Aos 8 anos lembro que fiz minha primeira redação de destaque sobre a heroína Anita Garibaldi. Com esta redação ganhei um prêmio na escola, um par de congas novinho e uma caixinha de quitutes contendo cocadas, pé de moleque e outros doces.

Geralmente, há sempre alguém que nos influência a começar a ler. Alguém te mostrou o universo literário, ou você o descobriu por si próprio?

Comecei a ler por obrigação... Quase que na marra. Tinha uma professora, a dona Cida, que era muito enérgica e ela mandava a gente ler um livro e depois tinha que ir lá na frente dos colegas explicar para todos o que havia entendido. Caso a coisa não saísse de acordo com o que ela entendia como certo o pau pegava e ficar ajoelhado no milho na hora do recreio era quase certo. Para não passar este vexame, eu me dedicava e sempre me saia bem. O gosto pela leitura veio logo depois quando o governo mandava uns livros para a escola dar de presente aos alunos. Eu ganhei alguns e a partir daí não parei mais de ler.

Quando surgiu a ideia de escrever?

Logo que entrei no Seminário Diocesano de Lages, os padres incentivavam muito a leitura e a produção de textos para as atividades do dia a dia. Tínhamos lá a Academia Vianei que semanalmente promovia sessões e quem preparava as apresentações éramos nós. Ficavam os padres lá na frente avaliando desde dicção, texto, apresentação, etc... No final eles faziam uma avaliação geral. Comecei a escrever para estas apresentações. Fiz peças teatrais, poesia, músicas, paródias, e tudo isso sob a supervisão dos padres. Queiramos ou não ao final de cada ano a gente tinha uma produção razoável de material. A partir do final de 1984, comecei a catalogar isso tudo e me dedicar a escrever outras coisas também.

Celso Deucher.

Fale de suas publicações?

Ao longo do tempo lancei 12 livros, além de centenas de publicações em jornais, revistas e publicações especializadas do Brasil e exterior. Ao todo são 21 obras, estudos e teses, nestes 28 anos de atuação como pesquisador e escritor. Comecei com poesia libertária regional no livro “Volta ao Berço” (1984). Já em Brusque veio outro livreto de poesia gauchesca regionalista chamado “Prás tuas Guampas” (1988). A partir daí passei a trabalhar meus estudos e teses encima do Movimento O Sul é o Meu País, dando embasamento teórico as teses do direito de autodeterminação do Povo Sul-Brasileiro. Nasceram os livros “Direito dos Povos no Continente Brasílico” (2002), “Povos e Nações Sem Estado - 2° Fórum Social Mundial” (2002), “Autodeterminação significa simplesmente Democracia” (2003), “A Tomada de Laguna Ontem e Hoje” (2003), “Reflexões sobre a Formação de Lideranças Sul-Brasileiras” (2004), “Autodeterminação e Globalização” (2005), “O Direito de Autodeterminação e seu reflexo na Sociedade Brasileira” (2005), “Comentários às Declarações e Pactos de Direito dos Povos” (2005), “O Sul nas pesquisas de Opinião” (2005), “Direito de Autodeterminação dos Povos segundo Lênin” (2005). Na história regional lancei “Dossiê: Repatriamento dos Restos Mortais de Anita Garibaldi” (2006), enfocando a vontade do Povo Sul-Brasileiro em ter os despojos de sua maior heroína enterrados em Laguna, sua terra natal. Também lancei em co-autoria com Saulo Adami “O Perigo Alemão?” (In Brusque vai a Guerra - S&T Editores - Brusque, 2007), “Braços Cruzados em Luta” (In Brusque Operária - S&T Editores - Brusque, 2008), “Notas à história Política de Brusque (In Histórias e Lendas da Cidade Schneeburg - S&T Editores - co-autor - Brusque, 2009). Ainda sobre a questão separatista Sulista lancei “Sul Livre” (1ª edição: 2006 – 2ª edição: 2008). No campo da micro história e da história regional publiquei “Genocídio Cultural no Brasil Meridional” (2008), enfocando os trágicos tempos em que fomos proibidos de falar a língua de nosso antepassados, incluindo-se os arroubos nazifascistas do ditador Getúlio Vargas. Sobre os temas étnicos lancei “Brusque Polonesa” (2009) e o livro “Brusque Anteontem-Ontem-Hoje” (2010). Minha última obra lançada é em parceria com Saulo Adami, “A Revolução do Voto – 21 anos do Voto Eletrônico no Brasil” - (2011). Preparo para breve outros livros, sendo que um deles lanço em dezembro: “História das Famílias de Rio do Cedros” em parceria com Gian Pietro Bontempi. Quem sabe ainda este ano ainda lanço o livro “Famílias Afrodescendentes no Vale do Itajaí Mirim”, tratando da presença de mais de 100 famílias de origem africana nesta região marcada pela imigração européia.

Escritores em Brusque em atividade? Número de Obras publicadas?

Segundo minhas pesquisas, temos hoje cerca de 150 escritores(as) em Brusque. Este número envolve desde aquelas pessoas que já tem alguma obra publicada, até aquelas pessoas que ainda buscam a publicação dos seus trabalhos. Destes escritores vamos ter no total algo em torno de 210 obras publicadas. Porém, estamos falando apenas de pessoas que estão ainda atuando. Se fossemos analisar as publicações ao longo da história, teríamos bem mais. Desde 1860, pelos levantamentos que fiz, o número aproximado de obras lançados em Brusque chega a mais de 300. Isso sem falar de escritores de fora que vieram a Brusque, escreveram uma obra e foram embora, caso típico do historiador Oswaldo Rodrigues Cabral, entre outros.

Das obras lançadas aqui na terrinha, quais você sugere como leituras?

Temos obras maravilhosas de autores brusquenses e certamente ao citar algumas vou cometer injustiças. Vou citar apenas autores que se dedicaram a escrever sobre a história de Brusque. Em primeiro lugar creio que não podemos deixar de citar nosso historiador maior, Ayres Gevaerd; Padre Eloy Dorvalino Koch, Maria Luiza Renaux, João Carlos Mosimann, Giralda Seyferth, Arno Ristow. Mais recentemente temos Reinaldo Cordeiro, Saulo Adami, Ricardo Engel, entre outros. Mas quero deixar claro que temos uma safra muito boa de escritores em outras áreas como na poesia, na filosofia, no direito, nos livros técnicos, no conto e crônica.

O Diário Brusquense? A Revista Sete?

A ideia de dotar a cidade de Brusque de um Jornal Diário nasceu a partir da evolução de um jornal que eu tinha chamado Correio Regional, que foi o substituto do Tribuninha (Tribuna de Brusque) ligado as peleias do MDB brusquense. Este Correio foi o primeiro semanário em offset e o primeiro a cores de Brusque. Havia uma saudável concorrência entre o meu jornal e o jornal “O Município” na época. Era uma espécie de Paysandu e Carlos Renaux da imprensa. Eu era o “pobrinho” e “O Município” era ligado a então poderosa Buettner e dirigido pelo meu ex patrão Herbert Pastor. A gente até ria quando íamos os dois para a banca jardim. Antes ele vendia 10 jornais e eu vendia 2, mas depois que passei para o offset a coisa se inverteu, por que eu enchia meu jornal de fotos e o jornal Município não conseguia fazer isso por que ainda era no sistema Lino Type. A coisa evoluiu e o jornal O Município também passou a ser impresso no sistema offset. Por ser tradicional, logo passou a novamente estar na minha frente. Não me restava outra alternativa que não fosse passar para bi-semanário ou ir direto para o diário. Fiz uma parceria com o grupo RBS e decidi passar a circular diariamente. Tripliquei o número de colunistas e ao mesmo tempo contratei meia dúzia de estagiários de jornalismo da Univali e fomos a luta. Cheguei a adquirir uma gráfica em São Paulo para imprimir aqui o Jornal. Foi ai que a situação se agravou, pois além do meu jornal tentei ganhar dinheiro fazendo jornais para terceiros. Até hoje procuro receber na justiça os quase R$ 300 mil que ficaram me devendo. Junto a isso uma série de planos econômicos do governo e os valores do dólar (pois papel e todos os insumos de impressão eram em dólar), me mandaram a lona. Mas, circulamos pioneiramente cinco anos de terça a sábado. Quanto a Revista Sete, foi um projeto que não conseguiu decolar. Era prá ser uma revista semanal para nossa cidade, mas morreu após algumas edições.

Das suas ocupações qual você executa com mais naturalidade (um dom natural): Jornalismo, Professor, Conselheiro ou a atuação no “Sul e Meu Pais?”

Gosto de todas as ocupações e elas se complementam. No jornalismo posso desenvolver a capacidade de falar sobre o cotidiano, assim como na pesquisa histórica, gosto de vasculhar o passado e trazer a tona as nossas mais variadas facetas e olhares da história regional. Como professor, tenho a oportunidade de contribuir na formação de uma nova geração de cidadãos mais conscientes e engajados na defesa dos nossos valores e crenças. No entanto ser professor hoje é uma profissão bastante ingrata, já que não há como sobreviver apenas do magistério. Chega a ser vergonhoso o que se paga de salário a um professor. A grande maioria continua no magistério por vocação e por gostar do que faz. Uma boa parcela também continua militando na área por acreditar na remota possibilidade que um dia, algum governo acorde e resolva acreditar que educação é a chave para nosso futuro e remunerar bem os professores é condição importantíssima para melhorar a situação da educação. Dou aulas a 15 anos e confesso que só uma revolução pode resolver o assunto. Quem sabe seja por isso que acredito tão fervorosamente que através da criação de um novo país, menor, mais fácil de se governar, com compromisso social e principalmente com um povo que tenha vergonha na cara, consigamos reverter este quadro. Acredito que o Sul do Brasil já é um país de fato e seu desenvolvimento só não vai adiante por que está amarrado a uma maldita federação, cujo poder central corrupto e corruptor age como um estado colonial: suga as riquezas e distribui pobreza e miséria. Acredito sim que o Sul é o meu verdadeiro País e isso não tem absolutamente nada contra outros povos dos brasis. Tem haver com amor próprio do nosso povo e da nossa vontade de construir um futuro juntos, tirando Brasília do nosso bolso. Tem haver com uma verdadeira revolução libertária na razão primeira da existência do Estado.

A missão do professor hoje é além de ensinar suprir a falta dos pais na formação das crianças e dos jovens?

Muitas vezes é, porém isso está totalmente errado. Há duas missões complementares, pois se os pais não dão uma boa educação aos filhos em casa, certamente o professor terá grande dificuldade em cumprir a sua missão na escola.

Uma palhinha sobre os trabalhos de Saulo Adami e Reinaldo Cordeiro?

Saulo Adami e Reinaldo Cordeiro tem o grande mérito de terem promovido, por caminhos diferentes, uma remexida geral na história da cidade nos últimos 15 anos. Os livros históricos do Adami, além de muitos inéditos, resgataram textos, muitas vezes esquecidos, pelos historiadores de hoje. Vejo muita gente escrevendo sobre a cidade que nega-se a dar este crédito ao Adami. Mas foi graças a ele que estes novos pesquisadores conseguiram encontrar os textos antigos. Já no campo da literatura os trabalhos do Adami são de grande valor e reconhecidos, inclusive fora de Brusque, de Santa Catarina e do Brasil. Adami é criticado por não seguir a metodologia cientifica nos seus livros, no entanto, mesmo com esta pequena falha, é hoje um dos nossos mais profícuos escritores. Reinaldo Cordeiro é um historiador que prima pelo rigor nas suas pesquisas e destaca-se nas suas produções, principalmente biografias. Creio que é um dos nossos mais destacados escritores acadêmicos da região. Uma outra faceta do Reinaldo, e que muita gente não sabe, é que a maioria dos grandes discursos de políticos (e até de empresários) de Brusque são da sua lavra. Quando escuto um político discursando, logo identifico se o que ele está dizendo foi ou não foi escrito pelo Reinaldo. É um profundo conhecedor em especial da história política da cidade. Continuo esperando um livro dele sobre este assunto.

Neri Merlo escreveu “O ouro de Hitler”. Você leu a obra?

Sim, li. Não sou muito fã da história da II Guerra, mas o livro trás uma pesquisa robusta sobre a questão das riquezas surrupiadas por Hitler e que no fim da guerra muita gente se perguntava onde teria ido parar... Vale a pena ler

Qual sua avaliação sobre o encontro de escritores?

Muito bom... Ótimo. Foi uma noite histórica pois pela primeira vez conseguimos reunir 43 escritores e conhecer um pouco mais sobre suas obras. O sucesso deve ser creditado em grande parte a equipe da Uniasselvi/Assevim, que prestaram todo o apoio ao evento, em especial a diretora da Biblioteca Dante Alighiere, Bárbara Lipinski, que ombreou o evento conosco. Fruto deste encontro deve ser fundada nas próximas semanas a Associação Brusquense de Escritores (ABE). O nosso próximo evento que reunirá os escritores de Brusque e região vai acontecer na Unifebe, no dia 19 de outubro, as 19h30min e vamos homenagear um grande escritor brusquense.

O Jornal EM FOCO está na trilha certa?

Com certeza estamos no caminho certo. Hoje somos o semanário de maior circulação em Brusque e região. Sinal de que os leitores aprovaram o formato que estamos dando a notícia.

Quais medos você tem ou teve? maior medo é o de envelhecer ou o de entristecer?

Morro de medo de altura. Quase borrei a bombacha quando tive que viajar a primeira vez de avião. Em relação ao outro medo, creio que seja o de entristecer, já que envelhecer ainda não inventaram um remédio.

Programação da televisão de hoje?

Na TV aberta, uma calamidade pública. Na TV por assinatura, exploração e repeteco 24 horas por dia.

Qual foi o maior desafio até agora?

Fundar o primeiro jornal Diário da história de Brusque e mantê-lo durante cinco ininterruptos anos. Só consegui esta façanha graças a um grande grupo de colaboradores.

Arrependimentos?

Não ter feito o curso superior de história antes.

Você se arrependeu de alguma coisa que disse ou que fez?

Não.

Você tem algum ressentimento?

Por ter origem alemã fui acusado injustamente pela Rede Globo e por outros setores da mídia nacional de defender ideias ligadas ao neonazismo e ao fascismo, quando na verdade sou um ferrenho combatente contra tais ideologias. O fato de ser descendente de alemães e de ser um separatista Sulista muito me orgulha, porém, isso não tem absolutamente nenhuma ligação com tais ideologias espúrias. Acredito que só pode haver unidade em um país quando se tem a diversidade e ela é respeitada. A xenofobia contra descendentes de alemães e italianos no Brasil assemelha-se muito a que certos brasileiros nutrem contra as etnias africanas. O Estado brasileiro é um dos que mais incentiva a xenofobia e a discriminação entre seus cidadãos.

Algo que você apostou e não deu certo?

No Jornal Diário Brusquense. Infelizmente, graças a minha falta de capacidade administrativa e a ajuda espetacular do governo (que me arrancava quase 48% da minha produção em impostos), tive que encerrar suas atividades.

O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?

Iria residir alguns anos na Suíça. Ainda pretendo voltar algumas vezes lá para conhecer melhor o seu sistema político (Confederação Helvética), que considero o mais perfeito da atualidade.

O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?

Penso como diz Paulo Freire que a Educação é libertadora e assim sendo, é a mais pura prática da verdadeira liberdade.

Quais as maiores decepções e alegrias que teve?

Alegrias foi quando nasceram meus filhos, Celso Jr., Celso Guilherme e a minha princesinha Johanna, de 10 meses de idade. Em relação a decepções, no meu caso, são ligadas a área política. Ajudei com minhas habilidades muita gente a se eleger para diversos cargos políticos. Depois de eleitos o coice sempre foi grande.

Existem novos projetos em pauta? Você está escrevendo algum livro atualmente?

Estou escrevendo dois outros livros que devem ser lançados nos próximos meses: “Famílias Afrodescendentes no Vale do Itajaí Mirim” e “Breve História das Famílias de Rio dos Cedros”. Mas junto com estes dois há diversos outros projetos que já estão em pleno andamento, como o livro “Octogenários” onde entrevisto 32 idosos de Brusque com mais de 80 anos. Este sai no ano que vem.

Qual o seu conselho para os escritores que estão no processo de escrita de seus livros?

Que saibam escolher bons conselheiros e não deixem de dar seus originais, antes de publicá-los, para pelo menos duas pessoas ler. Com a critica destas pessoas é possível aperfeiçoar muito o conteúdo. Logo depois, é importante escolher um bom editor e projetista, que vai fazer além da edição, um projeto gráfico para o livro. Isto tem um custo pequeno, mas é de grande importância para o sucesso de uma obra. Eu faço este serviço de edição e projetista gráfico já à alguns anos e todos os livros de terceiros (além dos meus) que projetei foram um sucesso.

Um livro e um autor?

“A Independência do Sul” de Sérgio Alves de Oliveira (Martins Livreiro Editor – 1986).

Um filme?

Jornada pela Liberdade. Este filme é maravilhoso, pois mostra a luta de um parlamentar britânico (da Câmara dos Comuns) que pela primeira vez na história conseguiu fazer aprovar uma lei contra o tráfico de escravos pela Inglaterra.

Um desejo?

Ver a região Sul do Brasil independente e soberana, pois o Sul é o meu verdadeiro País.

Uma Citação?

“Algum dia, não muito longe outras gerações vão olhar para os que negam o Direito de Autodeterminação dos Povos aos Sul-brasileiros, como nós olhamos os anti-sufrágistas e os escravagistas do passado. Eles os chamarão de ridículos e antidemocráticos”

Finalizando, o que faz atualmente?

Atuo como Jornalista Editor do Jornal Em Foco, professor de história, geografia, filosofia e sociologia. Também me dedico a alguns anos a atividade como pesquisador (Escritor), especialmente em relação as etnias da região Sul. Sou ex-Conselheiro Municipal de Cultura de Brusque e atualmente Secretário geral do Grupo de Estudos Sul Livre (Gesul), Presidente nacional do Movimento O Sul é o Meu País (gestão 2009 – 2013), Coordenador geral da Organização Não Governamental "Pacto das Araucárias", entidade ambientalista que dedica-se ao plantio do nosso pinheiro araucária, espécie única no mundo e nativa do Brasil Meridional.

Referências

  • Jornal Em Foco. Edição nº x. 2012.