Mudanças entre as edições de "Santa Terezinha"

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{{cquote|''Por que a fazenda tinha gado e porque São Roque é protetor dos animais e os livra os animais da peste [...] Como no terreno [de Santa Terezinha,] que foi vendido havia uma capelinha, as primeiras janelas e o altar que conhecemos no Arraial dos Cunhas vieram tudo de lá.''}}
 
{{cquote|''Por que a fazenda tinha gado e porque São Roque é protetor dos animais e os livra os animais da peste [...] Como no terreno [de Santa Terezinha,] que foi vendido havia uma capelinha, as primeiras janelas e o altar que conhecemos no Arraial dos Cunhas vieram tudo de lá.''}}
  
[[Ficheiro:Santa Teresinha do Menino Jesus-03.jpg|thumb|right|150 px|Teresa noviça, sem o véu, em 1889<br>Fonte: Arquivos do Carmelo de Lisieux-Gombault.]]Retornando à Santa, quem foi esta pessoa? Como poderia haver devotos em Brusque após apenas 30 anos de seu falecimento?
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[[Ficheiro:Santa Teresinha do Menino Jesus-03.jpg|thumb|right|150 px|Teresa noviça, sem o véu, em 1889. Fonte: Arquivos do Carmelo de Lisieux-Gombault.]]Retornando à Santa, quem foi esta pessoa? Como poderia haver devotos em Brusque após apenas 30 anos de seu falecimento?
  
 
===A Santa de Lisieux===
 
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[[Ficheiro:Fragmento_de_noticia-O_progresso-14-12-1929-O_recente_milagre_da_Santinha_de_Lisieux-Acervo_SAB.jpg|thumb|left|150 px|Fragmento da p.2 do jornal O Progresso de 14/12/1929.<br>Fonte SAB.]]Finalmente, no dia 17 de maio de 1925, o papa Pio XI canoniza Teresinha {{cquote|''diante de cinqüenta mil pessoas dentro da Basílica de São Pedro e diante de mais de quinhentas mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro, em Roma [...] A cerimônia contou com a presença de 33 cardeais e 250 bispos do mundo inteiro. Dois anos depois o mesmo Pio XI proclama Santa Teresinha “padroeira principal das missões”, pondo-a em pé de igualdade com o grande missionário São Francisco Xavier <ref>Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, de Campo Grande (RJ). Disponível em <http://www.pstmj.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=46&Itemid=2>, acesso em 12/06/2006.</ref>.''}}
 
[[Ficheiro:Fragmento_de_noticia-O_progresso-14-12-1929-O_recente_milagre_da_Santinha_de_Lisieux-Acervo_SAB.jpg|thumb|left|150 px|Fragmento da p.2 do jornal O Progresso de 14/12/1929.<br>Fonte SAB.]]Finalmente, no dia 17 de maio de 1925, o papa Pio XI canoniza Teresinha {{cquote|''diante de cinqüenta mil pessoas dentro da Basílica de São Pedro e diante de mais de quinhentas mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro, em Roma [...] A cerimônia contou com a presença de 33 cardeais e 250 bispos do mundo inteiro. Dois anos depois o mesmo Pio XI proclama Santa Teresinha “padroeira principal das missões”, pondo-a em pé de igualdade com o grande missionário São Francisco Xavier <ref>Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, de Campo Grande (RJ). Disponível em <http://www.pstmj.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=46&Itemid=2>, acesso em 12/06/2006.</ref>.''}}
  
Em Brusque, o jornal [[O Progresso]] noticia um milagre de Santa Teresinha em sua edição de 14 de dezembro de 1929, o que deve ter contribuído para a difusão de sua história entre os fiéis, que dentre eles contava com Dom Jaime de Barros Câmara <ref>DALLAGO, Ibid. p.1</ref>. Em 29 de novembro de 1998 a Paróquia de Santa Teresinha, em Brusque, recebe uma urna com os restos mortais de sua padroeira<ref>DALLAGO, Nilce Benvenutti. História da Paróquia de Santa Teresinha. s/d p.3</ref>.
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Em Brusque, o jornal [[O Progresso]] noticia um milagre de Santa Teresinha em sua edição de 14 de dezembro de 1929, o que deve ter contribuído para a difusão de sua história entre os fiéis, que dentre eles contava com Dom Jaime de Barros Câmara <ref>DALLAGO, Ibid. p.1</ref>. Em 29 de novembro de 1998 a Paróquia de Santa Teresinha, em Brusque, recebe uma urna com os restos mortais de sua padroeira<ref>DALLAGO, Nilce Benvenutti. História da Paróquia de Santa Teresinha. s/d p.3</ref>.<br>
  
 
===Igreja de Santa Teresinha===
 
===Igreja de Santa Teresinha===

Edição das 14h16min de 27 de março de 2013

  • Álisson Sousa Castro[1], Historiador.

O bairro Santa Terezinha é o bairro mais populoso de Brusque, contando com 10.081 moradores, segundo o Censo de 2010[2].

Primórdios

Nos tempos da Colônia

Para pensarmos sobre o território atual do bairro em longínquos tempos, recorreremos ao relato transcrito pelo pesquisador Oswaldo Rodrigues Cabral[3], onde somos informados de que "à margem direita [do Itajaí-Mirim], de ambos os lados do Ribeirão Limeira [...] está por ora só ocupado por 7 famílias colonas em sete lotes medidos pelo agrimensor da Colônia, e êstes sete lotes limitam com ambas as margens do ribeirão Limeira".

A povoação inicial dá-se, portanto, como no restante da Colônia: por meio de lotes coloniais e por meio de ocupação do elemento germânico. Sendo este um dos primeiros apontamentos de habitação fixa na região do Bairro Santa Terezinha, é importante ressaltar que a comunicação com Brusque se fazia predominantemente pelos rios[4], o que contribuiu para que logo a localidade tomasse o ribeirão por referência geográfica.

Ainda nos primórdios da colonização, o Barão von Schneeburg, sobre a necessidade de abertura da estrada ligando a Colônia Itajahy-Brusque à Vila de Itajahy, faz "referências ao Tenente João Ricardo Pinto, que se achava incumbido da abertura da picada sôbre o qual seria construida a futura estrada, o que motivou não ter o Diretor tomado qualquer iniciativa no mesmo sentido"[5].

Percebendo a demora, Schneeburg encaminhou ao Presidente da Província (Governador do Estado, na época), um abaixo-assinado, subscrito por 182 colonos, onde solicitou a abertura da estrada ligando Brusque a Itajaí[6].

No fim de 1865, Frederico Heeren concluiu um levantamento topográfico da estrada da barranca do rio, no centro de Brusque, até a praia da Vila de Itajaí. Porém, a estrada só fora finalizada durante a administração de Betim Paes Leme[7], por volta de 1875. Com acesso por terra, logo a localidade ganharia novas referências.

Estrada Itajaí

Apesar de a primeira denominação fazer referência ao Rio Limeira, logo, novos referenciais tomariam conta da localidade. Concomitantemente, o nome "Limeira" permaneceu por algum tempo, sendo também citado por alguns documentos até a década de 1940[8]

Uma nova referência surgira após as conclusões das obras da estrada que ligava Brusque à vizinha cidade de Itajaí, sendo a denominação aos poucos alterada para o novo referencial da comunidade: "Estrada Itajaí". Muito embora ainda fosse denominada Limeira, conforme já exposto, a nova forma especificava a localidade com o traçado desta via, evitando assim, a confusão por parte dos Correios quanto à entrega de correspondências nas proximidades da atual localidade de Limeira[9][10][11].

Com o tempo, a forma "Rua Itajaí" passou a predominar, o que ocorrera até meados da década de 1930, quando a referência passou a ser também a capela de Santa Teresinha[12]. Mas, foi somente em 19 de junho de 1964 que o Prefeito Cyro Gevaerd sancionou uma lei que autorizava o Poder Executivo Municipal a denominar o "Bairro Santa Teresinha" o trecho compreendido entre o Boeiro Niebuhr até o final do perímetro urbano, no final da rua Santos Dumont e ruas adjacentes[13].

Apesar da lei que autorizava a denominação ter sido sancionada, passaram-se mais de 30 anos e, em 12 de maio de 1995, o bairro ganha sua atual denominação, grafada com a letra "z". Isto ocorre quando o Prefeito Danilo Moritz sanciona uma nova lei, onde fica denominado o bairro "Santa Terezinha"[14], delimitando também sua nova área. No ano seguinte, o Prefeito Danilo Moritz sanciona outra lei[15], desta vez, alterando os limites do bairro, ampliando-o até a divisa com Itajaí.

Religião e identidade

As Igrejas Católica e Evangélica de Confissão Luterana foram as pioneiras no bairro, que hoje conta com outras seitas evangélicas.

Chácara de Azambuja e as capelas São Roque e Santa Terezinha

Muito embora tenha-se criado uma escola na Estrada Itajaí em fevereiro de 1930[16], fora somente em 1932 que a Professora Augusta Dutra de Souza deu início ao referido educandário[17]. Este acontecimento, somado à aquisição[18] da Chácara do Hospital de Azambuja em 1931[19], deu impulso ao povoamento na região.

Sobre a aquisição da chácara, a jornalista Carina Machado comenta que

Em meados de 1931, por decisão da Mitra Metropolitana de Florianópolis, padre Guilherme Klein, de Azambuja, compra de Leopoldo Fischer um lote de terras na Estrada de Itajaí. Ali, havia a casa da família, que é reformada e alongada para alojar as Irmãs da Divina Providência, que passam a administrar a Fazenda dos Padres, popularmente conhecida como Chácara.[20]

Encontramos menção à benção da imagem de Santa Therezinha em 1º de outubro de 1931, na Igreja Matriz São Luiz Gonzaga[21].

As Irmãs da Divina Providência estavam em Azambuja desde 29 de junho de 1902[22]. Sobre a chácara, encontramos registro, datado do ano seguinte, onde afirma-se que

Por provisão datada de 4 de fevereiro deste anno S. Excia Rvmo, o Sr. Arcebispo Metropolitano, concedeu as seguintes faculdades em favor da nova Capella das Irmãs da Divina Providência, sita na Chacara do Hospital de Azambuja: 1) faculdade de benzer a referida capella, com a formula comum; 2) o privilegio de gozar a mesma capella, embora domestica, do direito de celebrar os mesmos actos que se celebram nas capellas semi-publicas, de modo que aos domingos possa o povo dos arredores satisfazer ao preceito da missa dominical, etc. 3) a conservação do S.S. Sacramento "servatio servandio", bem como a exposição do S.S. Sacramento nos domingos e dias de guarda; 4) a faculdade de nella se erigir a via-sacra; 5) a permissão de benzer para a mesma as imagens do Sagrado Coração de Jesus, Imaculada Conceição, S. José, S. Theresinha e S. Roque.[23]

A capela teve sua benção em 6 de março de 1932[24]. Os PP. Antonio C., Nicolau G. e Ignacio C. foram substituídos, ficando o Padre Bernardo Peters[25] e Jayme Camara responsáveis por assistir aos religiosos da localidade, sendo também os PP. Clemente Bruering e João Reitz nomeados confessores extraordinários[26]. No mesmo ano, em outubro, é realizada uma festa em homenagem à padroeira[27] com procissão[28].

Também, no mesmo dia da benção da Capela de Santa Teresinha, fora abençoada a Capela de São Roque, um pouco modesta, que ficava 50 metros adiante[29], em direção a Itajaí. Moradores contam que esta fora erguida após a peste bovina castigar o gado das fazendas da região[30], sendo São Roque[31] considerado o protetor do gado contra doenças contagiosas.

Nesta chácara havia um casarão que se dividia em três partes: dormitório, sala de refeições e sala de reuniões[32]. Fora havia um pasto que abrigava os animais. Porém, o empreendimento não funcionara a contento, até porque

Devido à inexperiência das Irmãs com o trato de animais e cultivo de hortaliças, a Mitra traz Francisco Kestring e família, de Braço do Norte, Santa Catarina, para tomar conta da criação de gado leiteiro e das plantações que mantêm o Hospital e o Hospício de Azambuja. Algum tempo depois, as Irmãs deixam a Chácara e mudam-se para Florianópolis, deixando, como presente para a comunidade, as imagens de São José e de Santa Terezinha", MACHADO (2009, p. 286)[33]

Eram, portanto, duas devoções: uma a São Roque, por parte dos criadores de bovinos e outra a Santa Teresinha, por conta da devoção de Dom Jaime de Barros Câmara[34]. Em outubro de 1938 é realizada uma festa em homenagem à padroeira da Capela de Santa Teresinha e em benefício da comunidade[35]. A "Nova Capela das Irmãs" [36] foi benta na festa de São José e no mesmo dia ainda fora celebrada a primeira missa na nova capela. Neste local a capela permanece até 1941, quando os fiéis passam a frequentar a nova Igreja.

Em 1934 a catequese fica a cargo dos estudantes Walmor Castro e Manoel Freitas, tendo a capela 52 "néo-commungantes"[37] No ano seguinte, a catequese fica "a cargo da professora de escola publica daquelle lugar"[38] com 50 crianças, voltando nos anos seguintes a responsabilidade para Walmor Castro.

Com a saída das irmãs, apenas uma parte do prédio fora ocupado por uma família, ficando uma parte vaga. Diante disto, o cômodo que servia à sala de reuniões passou a abrigar a imagem de Santa Teresinha, que havia sido deixada, juntamente com a Imagem de São José, na sala de refeições[39]. Foi o Reitor do Seminário de Azambuja, Dom Jaime de Barros Câmara, quem autorizou a instalação da capela dedicada à Santa Teresinha, da qual o mesmo era devoto[40].

A chácara é loteada e vendida, adquirindo Oscar Westarb alguns lotes[41], sobretudo onde se localizava a capela de madeira, que é desmanchada alguns anos depois para a construção do Engenho São Roque, de propriedade da família[42].

Quanto à imagem de São Roque, transcrevemos as recordações da professora Maria Caresia Besel (2004 apud ADAMI, 2004) que tratam da mudança de localização da mesma[43]:

Por que a fazenda tinha gado e porque São Roque é protetor dos animais e os livra os animais da peste [...] Como no terreno [de Santa Terezinha,] que foi vendido havia uma capelinha, as primeiras janelas e o altar que conhecemos no Arraial dos Cunhas vieram tudo de lá.
Teresa noviça, sem o véu, em 1889. Fonte: Arquivos do Carmelo de Lisieux-Gombault.

Retornando à Santa, quem foi esta pessoa? Como poderia haver devotos em Brusque após apenas 30 anos de seu falecimento?

A Santa de Lisieux

Teresa aos 8 anos com sua irmã Céline em 1881
Fonte: Arquivos do Carmelo de Lisieux-Besnier.

Seu nome era Marie Françoise Thérèse Martin, também conhecida por Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, Teresa de Lisieux, Santa Teresa do Menino Jesus ou simplesmente Santa Teresinha, que foi uma religiosa nascida na cidade francesa de Alençon em 2 de janeiro de 1873, filha do casal também beatificado Louis Martin e Zélie Guérin.

Mosaico com fotos da Santa. Fonte: Teresinha.com

A prematura morte de sua mãe quando tinha apenas quatro anos, fez com que se apegasse em sua irmã Pauline, que elegeu para sua "segunda mãe". A repentina entrada dessa irmã no Carmelo, fez a jovem Thérèse, adoecer. Curada pela ‘Virgem do Sorriso’, imagem da Imaculada Conceição por quem seus pais tinham afeição, tomou a decisão de entrar para o Carmelo.

Santa Teresinha
Fonte <http://www.annunsadi.org/fren/images/Ste_Therese3.jpg Annunsadu.org>.

Quase ao completar quatorze anos, no Natal de 1886, Teresa passa por uma experiência que chamou de "Noite da minha conversão". Ao voltar da missa e procurar seus presentes, percebe que seu pai se aborrece por ela apresentar comportamento infantil. A menina decide então a renunciar a infância e toma o acontecido como um sinal inspirador de força e coragem para o porvir [44].

Seis meses depois, Teresa decide que quer entrar para o Carmelo (Ordem das Carmelitas Descalças). Como a pouca idade a impede, é levada por familiares, em novembro de 1887, para uma audiência com o Papa, em Roma, para pedir a exceção, a chorar, ao Papa Leão XIII, contra a vontade do então Bispo de Lisieux. Em Abril do ano seguinte é finalmente aceita. Concedida a autorização ingressou em 9 de Abril de 1888 e tomou o nome de Thérèse de l'Enfant Jesus[45].

Logo após seu falecimento em Lisieux, no dia 30 de setembro de 1897[46], sua irmã Pauline assume o compromisso de publicar sua obra, tendo compilado os três relatos autobiográficos deixados pela irmã em um volume de 474 páginas, lançando-os um ano após a sua morte com o título de “História de uma Alma”[47]. Várias edições foram lançadas, ganhando tradução para vários idiomas, o que contribuiu para o rápido conhecimento a respeito da vida e obra de Teresa[48].

Com a difusão de seus relatos chegam correspondências dirigidas ao Carmelo de Lisieux. As romarias e visitas ao túmulo foram-se somando. Notícias de graças alcançadas não tardam a chegar: em 26 de maio de 1908 cura-se diante do túmulo a menina cega Reine Fauquet, de quatro anos[49].

Sob a responsabilidade de Mons. Lemonnier, bispo de Bayeux, inicia em 1910 o processo de canonização, que fora iniciado pelo Pe. Prévost 4 anos antes. Em 1921 o papa Benedito XV firma o decreto de heroicidade das virtudades e em 29 de abril de 1923 ocorre a beatificação da irmã Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face pelo Papa Pio XI, ocorrendo também o traslado de seus restos mortais do cemitério de Lisieux ao Carmelo [50].

Fragmento da p.2 do jornal O Progresso de 14/12/1929.
Fonte SAB.

Finalmente, no dia 17 de maio de 1925, o papa Pio XI canoniza Teresinha

diante de cinqüenta mil pessoas dentro da Basílica de São Pedro e diante de mais de quinhentas mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro, em Roma [...] A cerimônia contou com a presença de 33 cardeais e 250 bispos do mundo inteiro. Dois anos depois o mesmo Pio XI proclama Santa Teresinha “padroeira principal das missões”, pondo-a em pé de igualdade com o grande missionário São Francisco Xavier [51].

Em Brusque, o jornal O Progresso noticia um milagre de Santa Teresinha em sua edição de 14 de dezembro de 1929, o que deve ter contribuído para a difusão de sua história entre os fiéis, que dentre eles contava com Dom Jaime de Barros Câmara [52]. Em 29 de novembro de 1998 a Paróquia de Santa Teresinha, em Brusque, recebe uma urna com os restos mortais de sua padroeira[53].

Igreja de Santa Teresinha

Documento recuperado por Bolivar Cervi em 2003 durante a demolição da Igreja.
Acervo: FCB/Vitalina Zen Poepper
Antiga Igreja de Santa Teresinha sem ampliação.
Fonte: livro "Catolicismo em Brusque".

Crescendo a comunidade e ganhando a capela um número considerável de fiéis, surgiu o anseio por uma nova edificação. Em meados de 1939 foi organizada uma festa com a finalidade de angariar recursos para a construção da Igreja dedicada à Santa Teresinha[54]. Segundo Dallago[55], "no dia 06 de Janeiro de 1940, realizou-se a primeira reunião na residência do Senhor Ernesto Cervi, com a presença de 25 pessoas da comunidade". A diretoria ficou composta por Giacomo Cadore, Alberto Pretti, Francisco Kestring e Ernesto Cervi, contando também com João Imianowsky, Prospero Cadore e Alberto Busnardo, que ingressaram mais tarde.

Dois dias depois, em 8 de janeiro de 1940, é dada a provisão para a comissão de obras da nova capela de Santa Terezinha[56].

O lançamento da pedra fundamental da antiga Igreja de Santa Teresinha ocorreu às 9h da manhã do dia 9 de junho de 1940[57], tendo sua inauguração ocorrido no dia 16 de março de 1941, conforme noticia O Rebate:

Efetuar-se-á amanhã, domingo, a inauguração da nova capela de Santa Teresinha, sita na Limeira. A inauguração, constará de missa solene e demais cerimônias religiosas, após as quais haverá pequena kermesse.[58]

Também noticiou a inauguração o jornal Correio Brusquense:

Terá lugar amanhã, às 9 horas, em Limeira, neste município, o ato solene do lançamento da pedra fundamental da nova igreja de Santa Teresinha a ser construida naquela localidade.[59]

A planta da igreja foi elaborada pelo vigário, tendo o terreno sido gentilmente cedido pelo Revmo. P. Cônego Bernardo Peters, com autorização da Curia[60].

A ampliação

Antiga Igreja de Santa Teresinha
Acervo: FCB/Ifigenia Contesini Vinotti

A Igreja fora ampliada em 1951[61] com a construção de duas torres e ampliação nas laterais. Em nota no jornal O Rebate, Pe. João da Cruz Stüpp, scj, apela aos fiéis:

Os prezados amigos e benfeitores, que de boa vontade desejarem cooperar na construção duma espaçosa igreja, duma linda gruta e dum belo parque infantil naquele próspero bairro operário de Brusque, queiram enviar à Casa ABC suas prendas para os festivais a realizar-se na praça daquela igreja no 1º e 3º Domingo de cada mês.[62]

Esta ampliação aumentara consideravelmente o espaço da Igreja e possibilitou que um número maior de fiéis frequentasse as missas. A área passou de 280m² para 548m²[63].



Instalação da Paróquia

A expansão populacional da região, aliada ao zelo pastoral dos padres do Sagrado Coração de Jesus, responsáveis pela Paróquia São Luís Gonzaga desde 1905, especialmente o Pe. João da Cruz Stuepp, SCJ, que esteve mais diretamente ligado à então Capela Santa Teresinha, de 1951 a 1974, fez crescer a vontade de seus fiéis de verem sua comunidade ser transformada em Paróquia, até que, por Decreto assinado por Dom Afonso Niehues, a 13 de janeiro de 1974, era instalada a Paróquia de Santa Teresinha, tendo sido nomeado seu primeiro Pároco, Pe. Isidoro Ghislandi[64].

O território da Paróquia vai além do Município de Brusque, incluindo Capelas no Município de Itajaí. Por ordem de criação, compõem a Paróquia de Santa Teresinha a Matriz (1974); Nossa Senhora da Natividade (Limeira Alta, 1907); São Sebastião (Limoeiro, 1918); Nossa Senhora Aparecida (Limeira Baixa, 1976); Nossa Senhora da Imaculada Conceição (Planalto, 1996); São Pedro (Rio Tavares, 1999); Santa Catarina de Alexandria (Nova Brasília, 2004) e São Francisco de Assis (Ema II, 2006)[65].

Outras atividades[66]

Nilce Benvenutti Dallago em sua "História da Paróquia Santa Teresinha" relata-nos que em abril de 1980 foi fundado o Coral Infantil com 48 crianças, sob a coordenação de Inacio Juliano Wenske.

Em 28 de dezembro de 1980 foi inaugurado o Centro Comunitário. No ano seguinte, em 25 de janeiro, Padre Isidoro Ghislandi despede-se da Paróquia.

Em 25 de junho de 1982 iniciou-se o Clube de Idosos Pe. João da Cruz.

CONTEMPROM

Em 15 de novembro de 1984 foi fundada a Comissão de Defesa e Promoção Comunitária do Bairro Santa Terezinha - CONTEMPROM - que deu origem à associação de moradores do bairro.

A demolição

O Padre Jorge Gelatti disse que a demolição era necessária, diante da falta de espaço para os fiéis durante a celebração das missas, bem como para as atividades funcionais [...] custo da reforma seria de R$ 300 mil, enquanto que a construção de uma nova vai custar R$ 500 mil [...]a estrutura estava podre, havendo perigo para os frequentadores da Igreja. Eu não iria expor os fiéis a este perigo, tanto que saímos daqui em dezembro por causa dos riscos

Na ocasião da demolição, o morador Bolivar Cervi encontrou dois documentos relativos à construção da Igreja, do início da década de 1940 dentro da "cápsula do tempo", que segundo o morador, foram colocadas por seu pai no interior das paredes da Igreja. No primeiro documento, que inicia com "Anno Domini MCMXL" (Ano do Senhor de 1940), conta-se que era erguida uma Igreja em honra de Santa Terezinha (escrito com "z"), sendo o documento subscrito por Bernardo Peters, Germano Schaefer, João G. Kormann, Ernesto Cervi, Giacomo Cadore e Vicente Schmitz. O segundo documento contém assinatura de vários membros da comunidade que auxiliaram nos trabalhos.

A nova Igreja Matriz de Santa Teresinha

Nova Igreja de Santa Teresinha em construção
Acervo: FCB/Ifigenia Contesini Vinotti

O lançamento da pedra fundamental da nova igreja deu-se em 26 de maio de 2002, na festa de Nossa Senhora de Fátima. A nova Igreja foi inaugurada em somente em 1 de outubro de 2008. Em 5 de fevereiro de 2012 assume a Paróquia Pe. José Henrique Gazaniga, natural do município de Camboriú[67].










Comunidade Evangélica de Santa Terezinha

Muito embora os primeiros habitantes do bairro fossem alemães, os evangélicos do bairro Santa Terezinha frequentaram por muitos anos a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Centro de Brusque.

Por conta da distância, aos poucos, a escola dominical e o estudo bíblico começaram a ocorrer na residência dos religiosos que residiam no próprio bairro.

Em reunião que ocorrera às 15h do dia 29 de agosto de 1976, na residência do senhor Ernesto Weihrauch, as famílias dialogaram sobre a criação da Comunidade Evangélica de Santa Terezinha[68], sendo esta data considerada a de sua fundação[69]. Também deliberaram sobre o nome dado à comunidade criada, chamando-na de "Comunidade Evangélica de Santa Terezinha", menção ao já denominado bairro, que contava com 35 famílias evangélicas.

Ainda na primeira reunião[70], ficou acertado que haveria culto regular a partir do momento em que houvesse local e que a escola dominical e estudo bíblico continuariam a ser realizados em casas de particulares. Assumiu como presidente da diretoria o senhor Wieland Staack.

Pouco tempo depois, em 6 de março de 1977, os irmãos Wieland e Hugo Staack doaram um terreno de 600m² para a construção do salão da Igreja, sendo que o senhor Rudi Kistenmacher também havia prontificado a doação de um terreno[71]. Na oportunidade a comunidade contava com 129 membros e a Prefeitura de Brusque, por intermédio do Prefeito Alexandre Merico, contribuiu com o aterramento do terreno.

Decididos a edificarem seu templo e conseguido o terreno, foi lançada a pedra fundamental da Igreja em 19 de fevereiro de 1978 às 9h e finalmente, após 208 dias, a comunidade evangélica de Santa Terezinha possui um templo, quando "Aos dezessete dias do mês de setembro de (1978) hum mil novecentos e setenta e oito às nove horas, foi inaugurada num culto solene, a Igreja Evangélica de Santa Terezinha"[72], sendo o culto presidido pelo Pastor Werner Brunken.

Em 1981 é inaugurado o Centro Evangélico[73]. E no ano seguinte

Foi discutido sobre a construção do Centro de reuniões, chegando a conclusão de que é necessário realizar uma festa, para angariar fundos para esta finalidade pois o saldo existente não é suficiente. Igualmente será realizada campanha em prol da construção[74].

A inauguração do Centro Evangélico da Comunidade de Santa Terezinha, que na época contava com 50 famílias, ocorreu em 11 de setembro de 1983[75]

Passados alguns anos, foi feita uma reforma e ampliação da Igreja, tendo ocorrido sua reinauguração em 11 de setembro de 2005[76].

Educação

No início da década de 1930 foram criadas três escolas isoladas em Brusque nas localidades de "Lageado Grande, Pedras Grandes e Limeira (na estrada de Itajahy)"[77]. O Decreto nº 67 que cria as referidas escolas, porém, fora editado somente em 3 de fevereiro de 1931[78].

Escola Mista Estadual Estrada Itajahy[79]

Escola Estrada Itajahy em 1941 com a Professora Augusta Dutra de Souza ao centro.
Acervo: FCB/Aurelino de Souza

Para a "Escola Isolada Estrada Itajahy" fora nomeada a professora Augusta Dutra de Souza somente no início de 1932[80], tendo iniciado suas aulas em 25 de janeiro de 1932[81]. A Professsora Augusta Dutra de Souza já havia atuado em outros municípios, tendo sido nomeada para a escola de Cedro Baixo em 15 de junho de 1926[82]. Sobre a escola iniciada por Augusta Dutra de Souza na Estrada Itajahy, transcrevemos abaixo uma descrição:

A escolinha era bem modesta e desaparelhada de recursos e técnicas pedagógicas. As aulas eram discursivas e os conteúdos copiados do quadro de giz para a lousa de pedra que os alunos utilizavam para registrar os apontamentos, com um lápis também de pedra. As lições tinham que ser decoradas e posteriormente apagadas para o reaproveitamento do rudimentar caderno. Prevalecia uma forma de educação agressiva e punitiva, inclusive com castigos e uso da palmatória, como exigência para os alunos mentalizarem as lições.[83]

Ainda em 1939 encontramos registros da Professora na referida escola[84]. A escola fechou em 1948, sendo substituída pela Escola Reunida Estadual Prof. Henriqueta Medeiros.

Escola Reunida Estadual Henriqueta Medeiros[85]

Escola Henriqueta Medeiros.
Fonte: FCB/Fundo Marivone Floriani

Tendo em vista o crescimento populacional do bairro, a escola Estrada de Itajahy foi convertida em Escola Reunida pelo decreto nº 212 com a denominação "Profª Henriqueta Medeiros" em 6 de abril de 1948[86] sendo designada para responder pela direção a profª Esmeraldina de Souza., funcionando agora em 3 casas de madeira, distante da antiga escola 50m, em direção ao centro. Um prédio ficava do lado direito da rua (propriedade de Francisco Staack) e os dois outros do lado esquerdo[87]. Funcionou até dezembro de 1964.

Grupo Escolar Municipal Santa Teresinha - Prédio Dom Joaquim

Campo de futebol, Grupo Escola Santa Teresinha e Igreja Santa Teresinha.
Acervo: FCB/Ifigenia Contesini Vinotti

Em 5 de novembro de 1954 foi criada a Escola Mista Municipal de Santa Terezinha[88]. A grande demanda por educação no bairro faz com que em 15 de fevereiro de 1955 a escola seja desdobrada em três classes[89]. Em 4 de março de 1955 é criado o Grupo Escolar Santa Terezinha[90]

Muito embora já estivesse em funcionamento, a inauguração oficial do Grupo Escolar, no prédio Dom Joaquim[91] ocorrera somente em junho de 1955.

A criação por lei ocorreu no ano seguinte, na data de 15 de fevereiro de 1956[92], sendo seu primeiro diretor o prof. José Quintino Pereira tendo matriculado inicialmente um total de 162 alunos.

O prédio, de propriedade da Igreja e alugado ao município, passou por ampliação em 1957, crescendo de 4 para 6 salas [93]. Neste prédio trabalharam também alguns professores cedidos pelo estado, até a construção do novo edifício ao lado, quando os professores municipais foram realocados para outras escolas municipais e os professores estaduais mudaram-se para o novo prédio.

As atividades da Escola Municipal Santa Teresinha neste prédio foram encerradas em 1965. Porém, de 1966 até 1971 o prédio serviu ao Colégio São Luiz.

Grupo Escolar Estadual Santa Terezinha - Atual prédio da Polícia Militar

O Grupo Escolar Santa Terezinha fora criado em 15 de fevereiro de 1965, funcionando no prédio alugado pela Prefeitura, de propriedade da Igreja, até dezembro do mesmo ano.

Em 27 de setembro de 1965 ocorre a inauguração do prédio [94], porém, como logo em outubro ocorreria o processo eleitoral, a mudança para o novo prédio fora adiada para o início de 1966, permanecendo nele até 1989.

Centro Interescolar de Primeiro Grau Artur Schlösser - CIP

O CIP reunia alunos de quatro escolas com o objetivo de prover ensino técnico e profissionalizante aos estudantes.

Escola de Educação Básica Santa Terezinha - Prédio CIP

Em 1990 o Grupo Escolar Santa Terezinha passa a ocupar o prédio do CIP.

Escola de Educação Básica Santa Terezinha - Prédio Atual

O prédio atual da Escola de Educação Básica Santa Terezinha começou a ser construído em 2009 e foi entregue em 17 de dezembro de 2010. Funcionando no local atualmente.

C.E.I. Emília Floriani de Oliveira[95]

O Centro de Educação Infantil Emília Floriani de Oliveira foi fundado em 1976, na época mantido pelo Sesi.

Sua municipalização ocorreu 20 de março de 1981[96] sob a denominação "Recreação Infantil Tia Emília", na época, funcionando em uma sala de aula no Centro Comunitário do bairro. No ano de 1996 passou a funcionar no CAIC (Centro de Atendimento Integral a Criança), Projeto do Governo Federal em parceria com a Prefeitura, atendendo crianças em regime integral de 6 meses a 3 anos e meio e de 4 anos a 6 anos e 11 meses período parcial.

Unifebe

Idealizada pelo professor e padre Orlando Maria Murphy, a Fundação Educacional de Brusque foi criada em 1973[97]. No mesmo ano, foi instituída a Escola Superior de Estudos Sociais – ESES, que oferecia o curso de Estudos Sociais, mantido até 1987.

Passados alguns anos, mais precisamente em 2001, foi inaugurado o novo campus da Unifebe no bairro Santa Terezinha. Este foi composto inicialmente pelo Bloco A. No ano seguinte, ocorre a ampliação com a construção do Bloco B, que contempla um Centro de Convivência, com espaço para cantina e serviço de fotocópias.

O CESBE dá origem ao Centro Universitário de Brusque - Unifebe, aprovado pelo Conselho Estadual de Educação e credenciado por Decreto do Governo do Estado de Santa Catarina em 2003. Em 2004 é inaugurado o Bloco C, que abriga a Biblioteca Acadêmica Padre Orlando Maria Murphy, um auditório e salas de aula.

Finalmente, em 2010, é inaugurado o Bloco D. Este último abriga a nova estrutura com os laboratórios de Engenharia de Produção, Educação Física e Design de Moda, além de salas de Desenho e Costura. Inicialmente sua área total é de aproximadamente 1.300 m², porém com estrutura para suportar mais três andares de construção[98].

Infra-estrutura

Obras da galeria no Ribeirão Moritz em 1967, entre os bairros Santa Terezinha e Santa Rita.
Fonte: O Município, Brusque, 24 de junho de 1967, p. 6/MAHVIM

Em campanha eleitoral, Antônio Heil havia prometido que iria calçar todo o traçado do caminho que ia do final da rua Barão do Rio Branco (entroncamento com a rua do Centenário), no Centro, até o final do bairro Santa Terezinha (Rio Limeira). A obra era enorme e sua finalização, para os padrões da época, gerava dúvidas, tendo deixado apreensivos até mesmo seus correligionários[99].

No seu primeiro dia de trabalho de Antônio Heil como Prefeito, em 1º de fevereiro de 1966, iniciaram-se os trabalhos de calçamento que transformariam a paisagem dos bairros Santa Rita e Santa Terezinha. A ação previa ainda obras de serviço de água, esgoto, luz e a construção de 4 mini-praças, sendo uma no atual bairro Santa Rita.

Em agosto de 1969 são finalizadas as obras de calçamento da via que ligava o Bairro Santa Terezinha ao Centro.






As praças

Praça Pe. João da Cruz Stuepp

Busto do Padre na praça com seu nome.
Acervo FCB/Fundo Ifigenia Contesini Vinotti

A Praça Pe. João da Cruz Stuepp foi assim denominada em 14 de julho de 1969, durante o governo do Prefeito Antônio Heil[100].

Padre João faleceu em 20 de maio de 1996. No ano seguinte, a Associação de Moradores do Bairro Santa Terezinha prestou-lhe uma importante homenagem ao inaugurar um busto em sua homenagem na praça que levara seu nome, no dia 24 de agosto de 1997[101].

Ele desempenhou importante liderança religiosa e comunitária no bairro, tendo contribuído para a ampliação da Igreja, a Construção do Grupo Escolar Santa Terezinha e a fundação da Sociedade Santos Dumont. Foi fundador das escolas SENAC, CTC, Ginásio e Escola Normal São Luiz[102].


Praça Marcelino Pereira

A Praça ganhou sua denominação em 14 de julho de 1969[103], durante o governo do Prefeito Antônio Heil. Localiza-se no entroncamento das ruas Santos Dumont e Guilherme Strecker.

Em novembro de 2012 a praça passou por reformas e também passou a contar com uma escultura do "Roteiro das Esculturas", trata-se da obra "Deusa floresta", do artista tcheco Emil Adamec, do acervo do 3º Simpósio Internacional de Escultura do Brasil.



Praça João Indaya Schaefer - João Bugre

João Indaya Schaefer, o João Bugre - foi um operário, artista e esportista brusquense de origem indígena.

João fora homenageado com uma praça no local onde residia com a família, na esquina das ruas Santos Dumont e Jacob Knihs. Na ocasião, a Prefeitura, sob a administração do Prefeito Antônio Heil, adquire o terreno da viúva Antônia Maria Benatti Schaefer[104].

Do terreno, que media 979,60m², foram utilizados 383,17m² para o alargamento da travessa da rua Jacob Knihs com a rua Santos Dumont e o restante, 596,43m², foram empregados na construção de um jardim público, que ganhou a denominação de João em julho de 1969, quando a praça ficou pronta[105].

Em 2012 a praça passa por reformas[106] e é revitalizada, abrigando a escultura "Gratidão", do artista brusquense Fridel Steiner.



Praça Sady Ramos

Praça durante as obras de revitalização em 2012.
Foto: João Paulo da Silva/SECOM-PMB

A Praça Sady Ramos localiza-se a 50 metros após o entroncamento das ruas Dorval Luz com Alberto Muller e ganhou sua nomenclatura em 1988, durante o governo do Prefeito José Celso Bonatelli[107].

No ano de 2012 ela foi reformada e passou a abrigar uma peça de arte integrante do Roteiro das Esculturas, sendo também pavimentada com paver e piso podotátil.




O processo de retificação do Itajaí-Mirim

Após a enchente de 1961 iniciaram-se os trabalhos de retificação do Rio Itajaí-Mirim do Centro de Brusque até a Barra do Rio, em Itajaí. Neste processo a paisagem dos bairros Centro, Santa Rita e Santa Terezinha sofreram uma considerável mudança.

O antigo traçado do rio, em relação ao bairro saia das proximidades do atual traçado do Itajaí-Mirim, adentrando o bairro Santa Rita paralelo a rua Maria Raulino Coelho até chegar ao posto de combustíveis, defronte ao Supermercado O Barateiro, para então seguir paralelo à rua 7 de Setembro até o atual Ribeirão Moritz, de onde seguia para um local mais afastado da rua Santos Dumont [108]. Mais a frente, o Itajaí-Mirim voltava a aproximar-se da rua Santos Dumont, nas proximidades da Indústria Bilu, seguindo paralelo a esta rua até passar a Igreja. O rio distanciava-se novamente do bairro nas proximidades da rótula defronte à Unifebe e aproximando-se próximo a atual rua Lm Cinco.

Sociabilidade

Sociedade de Atiradores "Limeirense"

Fundada em 29 de agosto de 1926 (quando a localidade ainda recebia a denominação de Limeira), a sociedade tinha como finalidade promover competições de tiro ao alvo e outras recreações entre seus associados e clubes congêneres. Seus estatutos foram registrados somente em 22 de maio de 1934, tendo assinado Gustavo Willrich, Arthur Kistenmacher e Floriano Stark.

Esta sociedade realizava anualmente uma festa com provas de tiro ao alvo e cervo, seguindo-se a aclamação dos reis e cavalheiros, banquete e baile social. Sua sede social ficava no "Salão Joanin Cervi". Encerrou suas atividades em 1940[109].

Sociedade Santos Dumont

A proposta partiu de Luiz Gonzaga Werner (Lula), João Benvenutti e Fernando Dalago, moradores da comunidade incentivados pelo Pe. João da Cruz Stuepp[110]. Tendo sido sua sede social de madeira inaugurada em 1º de maio de 1964.

Segundo ANDRADE apud Edith Werner[111],

a ideia era fazer um lugar para as crianças brincarem. Futebol, bocha. Primeiro fizeram de madeira. Naquela época não tinha nada nessa rua, brincávamos na estrada.

Em 1970 a atual sede foi construída.

Referências

  1. Este artigo foi elaborado com a ajuda de Bolivar Cervi, Nilce Benvenutti Dallago, Aurelino de Souza, Raul Amorim, Aurelino de Souza, Marivone Floriani e Ifigenia Contesini Vinotti
  2. Populacional: Sta Terezinha é o maior bairro com 10.081 habitantes. Rádio Cidade AM. Disponível em: <http://www.radiocidadeam.com.br/web/noticia.php?cod_noticia=16305>. Acesso em: 05 junho 2012.
  3. CABRAL, Oswaldo Rodrigues. Brusque: Subsídios para a história de uma colônia nos tempos do Império. SAB: Brusque, 1958. p. 259
  4. Ver SEYFERTH, Giralda. Colonização Alemã no Vale do Itajaí-Mirim: um estudo de desenvolvimento econômico. Porto Alegre: SAB, 1974.
  5. Ibid, p. 110
  6. SCHNEEBURG, Maxilian von, 1864 apud CABRAL, 1958. p. 112-113
  7. Ibid, p. 113-114.
  8. Anno Domini MCMXL. In: ADAMI, Saulo. Histórias e lendas da Cidade Schneeburg. Itajaí: S&T Editores, 2009. p.282. Autor desconhecido. Nota: este documento foi recuperado por Bolivar Cervi quando da demolição da Igreja em 2003.
  9. Informação colhida com moradores.
  10. O Rebate, Brusque, 4 de novembro de 1939. Disponível na Casa de Brusque.
  11. Correio Brusquense, Brusque, 8 de junho de 1940. Disponível na Casa de Brusque.
  12. Informação colhida com os moradores.
  13. Brusque, Lei Nº 139 de 19/06/1964. Ressalta-se que na época não existia a Rodovia Antônio Heil e o perímetro urbano alcançava o Rio Limeira. Não encontramos ato normativo do Executivo Municipal em forma de decreto denominando o bairro.
  14. Brusque, Lei Nº 1.999 de 12/05/1995.
  15. Brusque. Lei Nº 2.086, de 19/06/1996
  16. O Progresso, Brusque, 13 de fevereiro de 1930.
  17. O Progresso, Brusque, 13 de janeiro de 1932.
  18. Não encontramos referência à aquisição no livro tombo de Azambuja. Pe. Eloy Dorvalino Koch situou a compra no ano de 1925. Em consultado ao Cartório de Registro de Imóveis a escritura sita no livro 3-b matrícula 1257 é datada de 23 de setembro de 1933, porém, mais detalhes não foram encontrados devido ao estado deteriorado do livro de registro que sofrera com a ação do tempo.
  19. DALLAGO, Nilce Benvenutti. Informações coletadas no livro tombo da Igreja de Santa Teresinha.
  20. MACHADO, Carina. Chuva de Rosas: a história da Igreja de Santa Teresinha. In: ADAMI, Saulo. Histórias e lendas da Cidade Schneeburg. Itajaí: S&T Editores, 2009. p.285-286.
  21. Livro tombo da Igreja Matriz São Luiz Gonzaga, p. 2, 30. A menção à capela só a encontramos na p. 18, quando relata-se que em 1938 não se computou o número de comunhões "de Azambuja e da Capella de Stª Terezinha".
  22. Livro de tombo do Santuário Episcopal de Nossa Senhora de Azambuja: I volume - 10/10/1905 a setembro/1970. 1927.4 Guardado em APPAL.
  23. Livro de tombo do Santuário Episcopal de Nossa Senhora de Azambuja: I volume - 10/10/1905 a setembro/1970. 1932.1 Guardado em APPAL.
  24. O Rebate, Brusque, 4 de março de 1932
  25. Anos depois (1940), o então Cônego Bernardo Peters assinará o documento-marco inicial de fundação da Igreja na qualidade de representante do Arcebispo.
  26. Livro de tombo do Santuário Episcopal de Nossa Senhora de Azambuja: I volume - 10/10/1905 a setembro/1970. 1933.2 e 1933.3 Guardado em APPAL
  27. O Progresso, Brusque, 7 de outubro de 1932.
  28. Livro de tombo do Santuário Episcopal de Nossa Senhora de Azambuja: I volume - 10/10/1905 a setembro/1970. 1933.5 Guardado em APPAL
  29. Segundo informações colhidas com os moradores, a capela ficaria na esquina das ruas Dorval Luz com Dom Wilson.
  30. Relatando casos em Porto Franco (Botuverá), conforme noticiado em O Progresso, Brusque, 6 de fevereiro de 1931.
  31. No livro tombo nº 3 da Igreja Matriz São Luiz Gonzaga, p.4, 45. há menção sobre a provisão para benzer 2 estátuas de S. Wendelino e S. Roque, destinadas, na oportunidade, às capelas de Guabiruba e Ribeirão do Ouro.
  32. Informação fornecida pelo Sr. Quico Souza, no dia 14/06/2012 em conversa com o autor.
  33. Ibid.
  34. Segundo informações coletadas com os moradores, a imagem de São Roque foi transferida para a Igreja de Arraial dos Cunha, no vizinho município de Itajaí.
  35. O Rebate, Brusque, 2 de outubro de 1938.
  36. Ibid, 1938.4
  37. Livro de tombo do Santuário Episcopal de Nossa Senhora de Azambuja: I volume - 10/10/1905 a setembro/1970. 1934.8 Guardado em APPAL
  38. Ibid, 1935.6.
  39. Informação fornecida pelo Sr. Quico Souza, no dia 14/06/2012 em conversa com o autor.
  40. Informação fornecida pelo Sr. Quico Souza, no dia 14/06/2012 em conversa com o autor.
  41. Segundo informações do Cartório de Registro de Imóveis a matrícula fora lavrada em 28 de março de 1945, o que nos deixa em dúvida quanto à afirmação de que isto teria ocorrido em 1952 pois o normal seria a negociação realizar-se antes da escritura e registro de imóveis.
  42. Informação obtida através de conversa com membros da família Westarb em junho de 2012.
  43. BESEL, , Maria Caresia. Capela São Roque. 2004. apud ADAMI, Luiz Saulo. História Secreta do Arrayal dos Cunhas. Itajaí: S&T, 2004. Entrevista concedida ao autor.
  44. Paróquia Santa Teresinha. Disponível em <http://www.psantateresinha.org.br/detalhe_00500.php?cod_select=26&cod_002=7>, acesso em 12/06/2006.
  45. Paróquia Santa Teresinha. Disponível em <http://www.psantateresinha.org.br/detalhe_00500.php?cod_select=26&cod_002=7>, acesso em 12/06/2006.
  46. Catholique.fr. Disponível em <http://www.therese-de-lisieux.catholique.fr/Las-grandes-fechas-de-su-vida-y-de-su-glorificacion.html>, acesso em 12/06/2012.
  47. Manuscritos autobiográficos disponíveis em <http://teresinha.com/default.asp?pag=p000096>.
  48. Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus da Santa Face. Disponível em <http://teresinha.com/default.asp?pag=p000096>, acesso em 12/06/2006.
  49. Catholique.fr. Disponível em <http://www.therese-de-lisieux.catholique.fr/Las-grandes-fechas-de-su-vida-y-de-su-glorificacion.html>, acesso em 12/06/2012.
  50. Catholique.fr. Disponível em <http://www.therese-de-lisieux.catholique.fr/Las-grandes-fechas-de-su-vida-y-de-su-glorificacion.html>, acesso em 12/06/2012.
  51. Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, de Campo Grande (RJ). Disponível em <http://www.pstmj.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=46&Itemid=2>, acesso em 12/06/2006.
  52. DALLAGO, Ibid. p.1
  53. DALLAGO, Nilce Benvenutti. História da Paróquia de Santa Teresinha. s/d p.3
  54. Conforme escritos de Nilce Benvenutti Dallago (sd, p.1), Ernesto Cervi apud Sbardelatti (2005, p.6) e Ernesto Cervi apud Machado (2009, p. 291). Achamos referência a festa na capela somente em outubro de 1938, no jornal "O Rebate", Brusque, de 2 de outubro de 1938.
  55. Ibid., p.1.
  56. Livro Tombo nº 3 da Igreja Matriz São Luiz Gonzaga, p. 23-6.
  57. Correio Brusquense, Brusque, 8 de junho de 1940. Disponível na Casa de Brusque.
  58. O Rebate, Brusque, 15 de março de 1941. Disponível na Casa de Brusque.
  59. Correio Brusquense, Brusque, 8 de julho de 1940.
  60. Livro Tombo nº 3 da Igreja Matriz São Luiz Gonzaga, p. 24
  61. O Rebate, Brusque, 10 de março de 1951.
  62. O Rebate, Brusque, 10 de março de 1951.
  63. KOCH, Pe. Eloy Dorvalino, SCJ. Catolicismo em Brusque: Recordação do Centenário. SAB: Brusque, 1956. p. 42
  64. Arquidiocese de Florianópolis. Disponível em <http://arquifln.org.br/box_001.php?cod_052=11&idlink=3&cod_link=27>, acesso em 18 de junho de 2012.
  65. Souza, Diác. José Neri de (org.) Anuário 2011. Arquidiocese de Florianópolis: Florianópolis, 2011. Disponível em <http://www.arquifln.org.br/uploads/file/dwnl_5489.pdf >, acesso em 19/06/2012.
  66. DALLAGO, Nilce Benvenutti. História da Paróquia de Santa Teresinha. s/d
  67. DALLAGO, Nilce Benvenutti. História da Paróquia de Santa Teresinha. s/d p.4
  68. Comunidade Evangélica de Santa Terezinha. Livro de Atas. Ata nº 1.
  69. Ibid, Ata nº 3
  70. Ibid.
  71. Ibid, Ata nº 2.
  72. Ibid, Ata nº 4.
  73. Ibid, Ata de 29 de novembro de 1981.
  74. Ibid, Ata de 6 de junho de 1982.
  75. Ibid, Ata de 11 de setembro de 1983.
  76. Ibid, Ata de 11 de setembro de 2005.
  77. O Progresso, Brusque, 13 de fevereiro de 1930. Disponível na Casa de Brusque.
  78. PIAZZA, Walter F. O Ensino Primário em Brusque. In: Álbum do Centenário de Brusque. SAB: Brusque, 1960. p. 100.
  79. Segundo informação coletada com os moradores em 2012, esta escola localizava-se nas proximidades do atual Supermercado Amigo, próximo á Igreja Luterana de Santa Terezinha.
  80. O Progresso, Brusque, 13 de janeiro de 1932.
  81. CÔRTE, José Vieira; NOAVES, Laudelino José de; KRIEGER, Oscar Gustavo. O Ensino Primário no Município de Brusque. In: Álbum do Centenário de Brusque. SAB: Brusque, 1960. p. 135.
  82. PIAZZA, Walter F. O Ensino Primário em Brusque. In: Álbum do Centenário de Brusque. SAB: Brusque, 1960. p. 100.
  83. ACON'AD. Staack: Raízes e Memórias. ACON'AD, Brusque, 2003. p. 50
  84. Prof. Augusta Dutra de Souza aparece como professora titular da escola Estrada Itajahy no jornal O Rebate, Brusque, 4 de novembro de 1939.
  85. Localizava-se próximo à esquina das ruas Dorval Luz com João Dionísio Vechi.
  86. CÔRTE, José Vieira; NOAVES, Laudelino José de; KRIEGER, Oscar Gustavo. O Ensino Primário no Município de Brusque. In: Álbum do Centenário de Brusque. SAB: Brusque, 1960. p. 133.
  87. Apartir de informação fornecida pelo senhor Gregório Walmor Vechi em junho de 2012.
  88. Brusque. Decreto nº 104, de 5 de novembro de 1954. Cria a Escola Mista Municipal de Santa Terezinha.
  89. Brusque. Decreto nº 118, de 15 de fevereiro de 1955. Desdobra a Escola Mista Municipal de Santa Terezinha.
  90. Brusque. Decreto nº 119, de 4 de março de 1955. Cria o Grupo Escolar Santa Terezinha.
  91. Proximidades do atual local da Capela Mortuária da Igreja de Santa Teresinha, conforme abstrai-se das fotos da época.
  92. CÔRTE, José Vieira; NOAVES, Laudelino José de; KRIEGER, Oscar Gustavo. O Ensino Primário no Município de Brusque. In: Álbum do Centenário de Brusque. SAB: Brusque, 1960. p. 136.
  93. Conforme informação fornecida por Marivone Floriani em junho de 2012 a este pesquisador
  94. Atual prédio da ocupada pela Polícia Militar.
  95. Informações fornecidas pela Secretaria Municipal de Educação.
  96. Brusque. Decreto nº 1.094 de 20 de março de 1981.
  97. Brusque, Lei nº 527, de 15 de janeiro de 1973.
  98. Unifebe. História da Unifebe. Disponível em <http://www.unifebe.edu.br/site/index.php/a-instituicao/historico-da-unifebe>, acesso em 29/06/2012.
  99. Jornal O Município, nº 698, p. 1, de 8 de agosto de 1969. Acervo SAB.
  100. Brusque. Lei nº 403 de 14 de julho de 1969.
  101. Data empregada no busto.
  102. KOCH< Pe. Eloy Dorvalino, SCJ. Catolicismo em Brusque: Recordação do Centenário. SAB: Brusque, 1956. p. 39
  103. Brusque. Lei nº 404 de 14 de julho de 1969.
  104. Brusque. Lei nº 276 de 12 de junho de 1967
  105. Brusque. Lei nº 1999 de 12/05/1995.
  106. Brusque. Revitalização de mais duas praças garante o bem estar dos moradores. Disponível em: <http://www.brusque.sc.gov.br/web/noticia.php?noticia=5960:Revitalizacao_de_mais_duas_pracas_garante_o_bem_estar_dos_moradores>, acesso em 13/06/2012.
  107. Brusque. Lei nº 1.408 de 17 de maio de 1988.
  108. Continuação da 7 de Setembro, no bairro Santa Terezinha
  109. GEVAERD, Ayres. As sociedades esportivas, recreativas, culturais, beneficentes, de classe e militares de Brusque. In: Álbum do Centenário de Brusque, SAB: Brusque, 1960. p. 193
  110. ANDRADE, Thiago. Pé nos bairros: Bairro Santa Terezinha. In: Município, Brusque, 22 de julho de 2010. p. 17.
  111. Ibid, p. 17.