Personalidades do passado brusquense - Pastor Lange e Jacob Bauer

De Sala Virtual Brusque
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PERSONALIDADES DO PASSADO BRUSQUENSE

PASTOR WILHELM G. LANGE

Pastor Wilhelm Gottfried Lange, nasceu em 22 de Março de 1858, em Derwitz, Brandenburg, Alemanha.

Em 1886 foi ordenado Pastor em Herrnhut. Durante 3 anos serviu como missionário na Boêmia e na Polônia Russa.

Impossibilitado de ali continuar em virtude das dificuldades e a pressão que a Comunidade vinha sofrendo por parte do governo russo, resolveu o jovem Pastor deixar a Wolhynia e emigrar para o Brasil, acompanhado pela comunidade, composta de 180 membros.

No dia 19 de Maio de 1889 embarcaram em Hamburgo e, depois de uma penosa e difícil viagem de 6 semanas, chegaram ao porto de S. Francisco do Sul. Compraram algumas terras pertencentes ao Município de Joinville, onde se estabeleceram e fundaram uma colônia a qual deram o nome de Bruedertal<ref>Atual Guaramirim-SC./<ref>. Seguiram-se 10 anos de incalculável trabalho e sacrifício na mata virgem. O Pastor Wilhelm Lange resolveu depois aceitar o lugar vago na paróquia de Brusque, onde no dia 12 de julho de 1896 foi introduzido pelo então Pastor daquela comunidade, Rev. Pastor von Czekus. Em 13 anos e meio de atividade na Cidade de Brusque, muito trabalhou não somente em beneficio da Comunidade, mas também na vida social e educativa da população. Foi diretor da Deutsche Shule, durante anos, onde dava 4 a 6 aulas diárias, Foi o redator do jornal 'Sonntagblatt" e mais tarde do "Christenbote". Com grande abnegação fundou um asilo que abrigava muitos velhos de 70 a 90 anos. Para este empreendimento, como aliás em tudo mais, sempre contou com a dedicação da Sra. Pastor, sua incansável companheira, sempre pronta para trabalhar em benefício da Sociedade Brusquense. Quando o Pastor Lange deixou a Comunidade de Brusque, o Asilo de Velhos estava em pleno funcionamento, sem qualquer dívida, com um saldo em caixa de um conto e duzentos reis. Com muito amor e com muita alegria o casal Pastor Lange cuidava do Asilo.

Em 1909 o Pastor Lange foi obrigado a deixar a sua querida Comunidade por motivo de grave doença. O seu ultimo culto se realizou em Julho de 1909, quando, apesar de gravemente enfermo, ainda procedeu à solenidade de confirmação de uma grande quantidade de meninos e meninas. No final desta cerimônia, quando dava a benção à Comunidade, desmaiou em frente do altar. Assim terminou o seu trabalho na cidade de Brusque.

Foi então aposentado e mudou-se para a Cidade de Itajaí a conselho médico. Com o repouso seu estado de saúde melhorou e resolveu voltar à atividade, substituindo então outros pastores, quando isto se tornava necessário, principalmente o de Brusque, tomando conta da Igreja de Itajaí, que era espécie de filial da de Brusque. Mais tarde esteve em Hansa, depois Pomerode. Tomou conta da Comunidade, desta Cidade até que as suas forças não mais lhe permitiram trabalhar. Ficou então definitivamente aposentado e mudou-se para a cidade de Timbó, após o falecimento de sua esposa, a Frau Pastor Lange, ocorrido na cidade de Pomerode. Em Timbó permaneceu em casa de uma de suas filhas até sua morte, verificada no dia 19 de Novembro de 1930.

JACOB BAUER

Filho de João e Maria Olinger Bauer, nasceu Jacob Bauer na então vila de Brusque, no dia 28 de agosto de 1878. Foi casado em primeiras núpcias com Ana Schaefer, em segundas com Alvina Mayer e em terceiras com Maria Júlia Mayer. Dos três consórcios nasceram 12 filhos, que proporcionaram a Jacob Bauer 38 noras e genros, 27 netos, 46 bisnetos e 10 tataranetos.

Quando se escrever a história dos transportes em Brusque, notadamente nos primeiros tempos dos caminhões de carga, mixtos, inclusive, porque então era permitido a inclusão de passageiros, a participação de Jacob Bauer teve apreciável destaque.

À sua atuação deve incluir-se o pioneirismo de José Knihs (cujo caminhão as rodas trazeiras eram revestidas de borracha massiça), Guilherme Silva, José Minich, Carlos Venturelli, Paulo Bork, entre outros que se lhes seguiram. Tempos depois veio a proibição de passageiros em caminhões, quando então apareceram os primeiros ônibus.

Realizava o transporte entre Itajaí e Brusque, na época, em que o porto daquela cidade recebia as cargas destinadas ao vale do Itajaí, procedentes dos grandes centros industriais e comerciais do país.

Sofreu, como os demais concorrentes, e não poucas vezes, a falta de cargas, compensadas no verão com o transporte de famílias, seus móveis e objetos domésticos, para as praias de Cabeçudas, Camboriú e Piçarras. Estas duas últimas despertavam então, para hoje chegar a importantes balneários e centros turísticos de nosso Estado.

Enfrentou, naturalmente com sacrifícios, as deficiências técnicas de seu veiculo, a falta de gasolina nos anos da segunda guerra, substituida pelo famigerado gasogênio, cuja adaptação era um trabalho extremamente exaustivo e perigoso. Inclui-se ainda o estado das estradas para Itajaí e Balneários, cuja conservação dependia do bom e do mau tempo.

Quando da revolução de 1930, Jacob Bauer teve seu caminhão requisitado pelas forças do Governo, o que lhe causou serias transtornos, emocionais e financeiros. Um de seus motoristas, João Kling, foi forçado a abandonar o veículo, preocupando mais ainda o seu proprietário, Seu filho Leopoldo, por fim, conseguiu, num gesto de solidariedade e de dedicação filial, recuperar o caminhão, trazendo-o de volta, do Estreito a Brusque.

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Suas atividades, antes da participação nos transportes de Brusque foram em Itajaí, em seguida Nova Trento e finalmente Brusque. João Bauer, seu pai, um dos grandes propulsores do progresso de Brusque, desenvolvia então suas organizações: Energia elétrica, tecelagem, fábrica de gelo, vasa comercial (atacado e varejo) engenhos de beneficiamento de arroz e madeiras, etc. Jacob Bauer auxiliou-o no setor comercial, com maior dedicação aos generos alimentícios.

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Como tantos outros cidadãos brusquenses que devem ser lembrados, pelo exemplo de dedicação ao trabalho, Jacob Bauer, apesar da humildade de suas atuações, foi útil ao desenvolvimento da Comunidade brusquense. Faleceu no dia 21 de setembro de 1952, e por ocasião do centetenário de seu nascimento, a família lembrou-o carinhosamente, reunindo seus descendentes e amigos, reunião que culminou com Missa no Santuário de Azambuja.

Casa de Brusque