Mudanças entre as edições de "Maximilian von Schneeburg"

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*Álisson Sousa Castro, Historiador.
 
*Álisson Sousa Castro, Historiador.
  
[[Ficheiro:Almanac de Gotha 1799 - Acervo Bayerische Staatsbibliothek.png|thumb|right|150 px|Almanaque de Gotha, onde constam informações sobre Schneeburg.<br>Acervo Bayerische Staatsbibliothek.]]Maximilian von Schneeburg foi o primeiro administrador efetivo da Colônia Itajahy (Brusque). Sobre suas origens pouco se sabe. Cabral<ref>CABRAL, Oswaldo Rodrigues. Brusque: Subsídios para a história de uma colonia nos tempos do Império. Brusque: Sociedade Amigos de Brusque, 1958. p.39. Informação prestada pela embaixada da Áustria ao Rev. Pe. Frei. Estanislau Schoette, o.f.m., a pedido da SAB.</ref>, cita o "Almanaque Gotha"<ref>"Almanach de Gotha", uma foi uma publicação editada entre os anos de 1763 e 1944, e servia como guia de referência da alta nobreza e das famílias reais europeias.</ref>
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[[Ficheiro:Almanac de Gotha 1799 - Acervo Bayerische Staatsbibliothek.png|thumb|right|150 px|Almanaque de Gotha, onde constam informações sobre Schneeburg.<br>Acervo Bayerische Staatsbibliothek.]]Maximilian von Schneeburg foi o primeiro administrador efetivo da Colônia Itajahy (Brusque). Sobre suas origens pouco se sabe. Cabral<ref>CABRAL, Oswaldo Rodrigues. Brusque: Subsídios para a história de uma colonia nos tempos do Império. Brusque: Sociedade Amigos de Brusque, 1958. p.39. Informação prestada pela embaixada da Áustria ao Rev. Pe. Frei. Estanislau Schoette, o.f.m., a pedido da SAB.</ref>, cita o "Almanaque Gotha"<ref>"Almanach de Gotha", uma foi uma publicação editada entre os anos de 1763 e 1944, e servia como guia de referência da alta nobreza e das famílias reais europeias. Disponível em <http://wiki-de.genealogy.net/Almanach_de_Gotha>, acesso em 16 de agosto de 2012.</ref>, que segundo ele tem
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{{cquote|''o nome de um Barão Maximiliano von Schnéeburg (sic), filho de Joseph Johan, barão von Schnéeburg e de Bárbara von Schnéeburg, em solteira Bárbara Lidenck von Lilienan, nascido em 1799 e falecido a 16 de setembro de 1869, em Franzenbad (sic)''}}
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Estas informações, na década de 1950, foram fornecidas pela Embaixada da Áustria ao Pe. Frei Estanislau Schoette, o.f.m., a pedido da Sociedade Amigos de Brusque<ref>Tentamos localizar tal correspondência na Sociedade Amigos de Brusque sem sucesso. Da mesma forma, não obtivemos êxito quando questionamos a Embaixada da Áustria, que nos atendera prontamente. Em buscar pelo Almanaque Gotha, também não localizamos referência ao Barão.</ref>.
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Ainda, sobre as origens de Maximilian, o pesquisador Aloisius Carlos Lauth apresenta uma data:
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{{cquote|''Maximilian von Schneeburg nasceu em 28 de outubro de 1798, em Eger, na Boêmia, Alemanha, cujo pai falecera no ano seguinte. [...] Aos 16 anos, Maximilian ingressou na Academia de Engenharia de Viena, Áustria, sendo nomeado Cadete do Corpo de Engenheiros Militares. Em 1821, é promovido a Subtenente e transferido para Venedi, como 1º Tenente; e, logo depois, para Josephstadt na Boêmia; porém, ele teve que se afastar da oficialidade para um tratamento psicológico. No retorno, é transferido para Arad, Hungria, onde sofreu nova crise mental e retornaria à Gitschin, na Boêmia. Decidiu então requerer dispensa do serviço militar, cuja licença foi concedida em 1828, perdendo a patente militar. [...]Deste modo, acredita-se que foi aconselhado a buscar outros ares, e aceito o convite da Princesa Leopoldina, da Áustria, e do D. Pedro II para integrar a Escola Militar Imperial, cuja cavalariça estava em Petrópolis, Rio de Janeiro. Ele trabalhou como professor do Colégio Militar Calógeras, hoje inexistente. Finalmente, em 1856, dedicava-se aos trabalhos da Sociedade de Agricultura de Petrópolis e de onde teria vindo o convite para instalar uma leva de colonos alemães no Vale do Rio Itajaí. Anos antes, a Assembléia Legislativa da Província de Santa Catarina havia votado lei proibindo a instalação de núcleos coloniais com mão de obra escrava, fato que foi alardeado pela propaganda de emigração germânica. Maximilian conheceu os compatriotas na Hospedaria de Imigrantes, no porto do Rio de Janeiro, em julho de 1860, estimado em 80 pessoas.''}}
  
 
Sobre a disposição em ajudar aos Colonos, Cabral <ref>Ibid p. 15</ref> comenta um relatório de Schneeburg datado de 1862 em que este afirma custarem os gêneros alimentícios em Brusque 20% a mais do que em Itajaí:
 
Sobre a disposição em ajudar aos Colonos, Cabral <ref>Ibid p. 15</ref> comenta um relatório de Schneeburg datado de 1862 em que este afirma custarem os gêneros alimentícios em Brusque 20% a mais do que em Itajaí:

Edição das 13h48min de 16 de agosto de 2012

  • Álisson Sousa Castro, Historiador.
Almanaque de Gotha, onde constam informações sobre Schneeburg.
Acervo Bayerische Staatsbibliothek.

Maximilian von Schneeburg foi o primeiro administrador efetivo da Colônia Itajahy (Brusque). Sobre suas origens pouco se sabe. Cabral[1], cita o "Almanaque Gotha"[2], que segundo ele tem

o nome de um Barão Maximiliano von Schnéeburg (sic), filho de Joseph Johan, barão von Schnéeburg e de Bárbara von Schnéeburg, em solteira Bárbara Lidenck von Lilienan, nascido em 1799 e falecido a 16 de setembro de 1869, em Franzenbad (sic)

Estas informações, na década de 1950, foram fornecidas pela Embaixada da Áustria ao Pe. Frei Estanislau Schoette, o.f.m., a pedido da Sociedade Amigos de Brusque[3].

Ainda, sobre as origens de Maximilian, o pesquisador Aloisius Carlos Lauth apresenta uma data:

Maximilian von Schneeburg nasceu em 28 de outubro de 1798, em Eger, na Boêmia, Alemanha, cujo pai falecera no ano seguinte. [...] Aos 16 anos, Maximilian ingressou na Academia de Engenharia de Viena, Áustria, sendo nomeado Cadete do Corpo de Engenheiros Militares. Em 1821, é promovido a Subtenente e transferido para Venedi, como 1º Tenente; e, logo depois, para Josephstadt na Boêmia; porém, ele teve que se afastar da oficialidade para um tratamento psicológico. No retorno, é transferido para Arad, Hungria, onde sofreu nova crise mental e retornaria à Gitschin, na Boêmia. Decidiu então requerer dispensa do serviço militar, cuja licença foi concedida em 1828, perdendo a patente militar. [...]Deste modo, acredita-se que foi aconselhado a buscar outros ares, e aceito o convite da Princesa Leopoldina, da Áustria, e do D. Pedro II para integrar a Escola Militar Imperial, cuja cavalariça estava em Petrópolis, Rio de Janeiro. Ele trabalhou como professor do Colégio Militar Calógeras, hoje inexistente. Finalmente, em 1856, dedicava-se aos trabalhos da Sociedade de Agricultura de Petrópolis e de onde teria vindo o convite para instalar uma leva de colonos alemães no Vale do Rio Itajaí. Anos antes, a Assembléia Legislativa da Província de Santa Catarina havia votado lei proibindo a instalação de núcleos coloniais com mão de obra escrava, fato que foi alardeado pela propaganda de emigração germânica. Maximilian conheceu os compatriotas na Hospedaria de Imigrantes, no porto do Rio de Janeiro, em julho de 1860, estimado em 80 pessoas.

Sobre a disposição em ajudar aos Colonos, Cabral [4] comenta um relatório de Schneeburg datado de 1862 em que este afirma custarem os gêneros alimentícios em Brusque 20% a mais do que em Itajaí:

Em outubro, havia proposto uma fórmula para baratear o custo da vida ali, para o que precisava apenas de 2 contos de réis de adiantamento. Nada havia de milagroso nesta fórmula. O fato era evitar comprassem os colonos a crédito. Em geral, eles faziam as duas compras nas casas de negócio, retirando os gêneros mediante vales sobre os seus ganhos futuros. No fim de cada mês os negociantes resgatavam os ditos vales na Diretoria. Ora, tivesse esta os dois contos, os vales seriam a ela passados e o dinheiro entregue para as compras que, feitas assim, à vista, levaria a “render mais o seu dinheiro”, por comprarem mais barato. Fez mais, aliás, o Diretor: insistiu em que fosse aumentada a diária dos colonos de 900 réis para um mil réis, como já o havia feito em seu Relatório o diretor interino João André Cogoy Júnior, no ano anterior, isto é, em fins de 1861, “pois em outras colônias o salário era maior”.

Além disso, era nos jornais[5] que os colonos se apoiavam quando suas economias acabavam e a ajuda de seis meses do governo findava. Além do fator econômico, Cabral [6] observa que “no trabalho das estradas evitavam os colonos a ociosidade dos dias de espera, longos e vazios, do crescimento das suas lavouras”. Portanto, os jornais além de auxiliarem na parte financeira dos colonos, também os auxiliava na questão psicológica.


Precedido por
'
Administrador da Colônia
Brasao.jpg
Barão de Schneeburg
04/08/1860 - 31/12/1867
Sucedido por
Brasao.jpg
Friderich von Klitzing
24/10/1868 - 07/10/1879

Referências

  1. CABRAL, Oswaldo Rodrigues. Brusque: Subsídios para a história de uma colonia nos tempos do Império. Brusque: Sociedade Amigos de Brusque, 1958. p.39. Informação prestada pela embaixada da Áustria ao Rev. Pe. Frei. Estanislau Schoette, o.f.m., a pedido da SAB.
  2. "Almanach de Gotha", uma foi uma publicação editada entre os anos de 1763 e 1944, e servia como guia de referência da alta nobreza e das famílias reais europeias. Disponível em <http://wiki-de.genealogy.net/Almanach_de_Gotha>, acesso em 16 de agosto de 2012.
  3. Tentamos localizar tal correspondência na Sociedade Amigos de Brusque sem sucesso. Da mesma forma, não obtivemos êxito quando questionamos a Embaixada da Áustria, que nos atendera prontamente. Em buscar pelo Almanaque Gotha, também não localizamos referência ao Barão.
  4. Ibid p. 15
  5. Jornada em que se trabalhava na abertura de estradas.
  6. Ibid. p.16