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| *EM PROCESSO DE DIGITALIZAÇÃO | | *EM PROCESSO DE DIGITALIZAÇÃO |
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− | Chronlk Ôer Casa Ôe MISEPICOPÔIG
| + | Chronik der Casa Ôe Misericórdia in Azambuja, do Pe. José Sundrup |
− | In Hzambu¡a, ôo Pe. lose SunôrUp
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− | No últímo número desta revista (n°. 4, 1977). dávamos um li-
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− | * geiro históríco do Hospítal Arquidíocesano “Cônsul Carlos R~enauX",
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− | * iniciado em 1902 com o nome de “Santa Casa de Misericórdia de A-|
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− | zambuja", a primeíra instítuíção de saúde de Brusque.
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− | Hoje publicamos na íntegra a já citada “Chroník”, escrí-
| + | No últímo número desta revista (n°. 4, 1977), dávamos um ligeiro histórico do Hospital Arquidiocesano “Cônsul Carlos Renaux", iniciado em 1902 com o nome de “Santa Casa de Misericórdia de Azambuja", a primeira instituição de saúde de Brusque. |
− | ta pelo Pe. José Sumdrup, coadjuntor da Paróquia de Brusque, e grande
| |
− | entusiasta da obra. Seu estilo simples atesta a simplícidade com que
| |
− | nascem as grandes coisas, fruto muito mais da fé do que do engenho
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− | ' ht 4;1ano.
| + | Hoje publicamos na íntegra a já citada “Chronik”, escrita pelo Pe. José Sundrup, coadjuntor da Paróquia de Brusque, e grande |
| + | entusiasta da obra. Seu estilo simples atesta a simplicidade com que |
| + | nascem as grandes coisas, fruto muito mais da fé do que do engenho humano. |
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− | 4 Apresentamos a revisão de uma antiga tradução existentez o
| + | Apresentamos a revisão de uma antiga tradução existente: o original é em alemão. Encontra-se este no Arquivo Histórico “Dom Jaime de Barros Câmara", do Seminário de Azambuja. |
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− | 1 *01'Í ginal é em alemão. Encontra-se este no Arquívo Histórico “Dom
| + | Pe. José Artulino Besen |
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− | í Jaime de Barros Câmara", do Seminário de Azambuja.
| + | - |
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− | ; Pe. José Artulino Besen
| + | '''DIGNARE ME LAUDARE TE, VIRGO SACRATA!''' |
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| + | '''LECTORI SALUTEM!''' |
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− | 1 774________.__
| + | '''I - Solenidade de abertura''' |
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− | J
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− | É ' DIGNARE ME LAUDARE TE, VIRGO SACRATA!
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− | i _ LECTORI SALUTEM!
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− | ! I _- Solenidadb de abertura
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− | ^1 Na tarde da festa dosv Príncípes dos Apóstolos São Pedro e São
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− | L Pau10, errí 29 de junho de 1902, sendo ,o Pe. Antônio Eising Vigáríq
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− | Í Pe. José Sundrup CoaLdjutor, José Hoening professor da EscolaíPara
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− | = quial e João Bauer Superintendente da Freguesia de Brusque, em pre_
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− | sença de muito povo, três 'Irmãs wda Divina Providêncía, Godeharda,
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− | Bárnaba e Friedburga, precedidas pelo Pe. Vicente Wienken, Diretor,
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− | foram introduzidas processíonalmente na Igreja, na sua morada e,
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− | \ com isso, na sua esfera de atívidade; foram saudadas na Igreja pelo
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− | Revmo. Pe. Vígárío, Pe. Eísing, e na sua casa pelo Juiz de Direíto, Dr.
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− | . Thiago wda Fonseca. '
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− | O pqvo testemunhava seu apoio pela abertura da nova Casa
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− | W ›de Misericórdía oferecendo dádivas para sua manutenção, enquanto
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− | que para cuidar das necessivdades religiosas, o clero se obrigou a re~
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− | zar uma santa Missa na Igreja de Azambuja, a cada domingo e dia
| |
− | santo de guarda e, fora disso, três vezes por semana, enquanto isso
| |
− | fosse possíveL Foi :.ecomendado e muito aconselhado para o futurol,
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− | ; o que, alíás, já havi;1 SÍdO praticado desde o inícío, a celebração duma
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− | ' _- 48 ,_
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− | santa Missa cantada, em honra do Sagrado Coração- de Jesus, pelos
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− | benfeibores da Casa de Misericózrdía de Asambuja.
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− | Omnia cum Deo! Nihil sine eo!
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− | II - COndições de Dirreito \
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− | Terreno e chão, jusnto com as duas moradias e edífícios anexos, 1
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− | foram adquiridos e pagos em moeda líquida nos anos de 1900 e 190\1, \
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− | pelo Vigário da Paróquía, Pe. Anbônio Eising, aos senhores Jacob I
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− | Kníhs e Pietro Colzani, possuidores dos títulos válirdos por direito.
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− | Em 7 de agosto de 1902 o acima citado Pe. E'ísing, por ato now
| |
− | tário, doou, ou então, vendeu “pro forma", toda a propriedade à er
| |
− | pelania de Azambuja, representada pelo atual Pároco de Brusque ou \
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− | seu substituto. Não houve auxílio por parte do Estado, também não
| |
− | foram pedídas esmolas na Freguesia de Brusque, para a citada com- .
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− | praü Todo este estabelecimento, inclusive o terreno anexo, bem como
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− | as duas capelas, são propriedade 1egítima, livre e irrestrita, da Comu-
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− | nidade Eclesiástíca de Azambuja, patrímonium beatae Mariae VirgL ›
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− | nis dc Caravaggia \
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− | \
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− | III _ Finalidade do Estabelecimento w
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− | Devido às muitas graças extraordinárías alcançadas em Azam~ F
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− | buja desde a ereção da primeira Capela em 1885, o povo se achegava 1
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− | cada vez mais numeroso, trazendo ricas ofert\as. Para a festa prínci-› W
| |
− | pal, em 26 de maio, Vêm anualmente incalculável número de peregrí-I
| |
− | nos, na sua maioria de origem brasileira, oferecendo à Nossa Senhora '
| |
− | seu tríbuto de veneração e também seu óbulo material de maneira
| |
− | que neste dia entraram, em wdinheiro_. 2 contos de réis. Fora disso a se-
| |
− | ma de esmolas depositadas na respectíva caixa importava, anualmen- \
| |
− | te, em Cr$ ... (?) \
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− | Para bem aproveitar todas estas dádivas não somente para o 1
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− | › embelezamento exterior da Capela e da festa (como em Iguape) mas, w
| |
− | pelo contrário, para progredir na verdadeíra devoção a Nossa Senho
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− | ra, para dar, através da prática desinteressada das obras de misericór~ I
| |
− | Adia e da vida religiosa, melhor exemplo ao povo ambícioso e farrista, \
| |
− | talvez até despertar vocações religiosas entre a mocidade, fundou›se ¡
| |
− | esta Casa. Para nela trabalhar foram chamadas as Irmãs da Divina 1
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− | Providêncía, que atualmente trabalham, com ricas benções celestes, 1
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− | no Hospital e Convento de Florianópolis, em Tubarão, Braço vdo Nor- \
| |
− | te, Blumenau e Lages. Qualquer obra de misxeri-córdía, corporal ou esej
| |
− | pirítuaL será praticada nesta Casa de Mísericórdia. Como desenvol~
| |
− | ver estes fins e dar-1hes um cunho especiaL no futuro, ainda não está
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− | bem deLenninada neste momento de abertura.
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− | IV - Dtesenvolvimento da Instituição
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− | Três meses mais tarde '
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− | Hoje, festa de São Mãguel (29.9.1902), curto retrospecto mostra
| |
− | que a Instituição vencerá as díficuldades que se lhe opõem. A Casa a
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− | está lotada a tal ponto que urge ser aumentada. Temos 18 pessolas '
| |
− | em tratamento, na maíor parte idosos, abandonados, cegos ou can-
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− | _=49 __
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− | | |
− | | |
− | cerosos. 0 sustento vem por si já que os colonols trazem os mantimem
| |
− | tos. Alguma cois'a., porém, se deve ainda comprar. 0 mais díspendio-.
| |
− | so é a aquisição necessária de roupas, cobertores, etc., bem como a
| |
− | comprade tijolos, madeira, etc., para a nova construção.
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− | | |
− | Um pintor, Isidoro Radici, achando~se em viagem de negócios e
| |
− | estando doentáo e pobre, encarregousa em 21 de setembro, da pintu~
| |
− | ra das duas capelas, até hoje apenas caiadas. A preocupação com es-
| |
− | tas despesas e outras, como a aquisição de duas imagens, presépio, '
| |
− | harmônio, motivaramenos a escrever duas cartas para a Alem°n1^m pe_
| |
− | dindo auxílio.
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− | | |
− | Quod Deus bene vertat!
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− | NATAL DE 1902
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− | Também em Azambuja o Menino Jesus alegrou muitos com-
| |
− | ções. Na Igreja houve Missa, cedo, depois Missa cantada e Devoção,
| |
− | à tarde. As Irmãs instalaram, na Casa, com meios próprios, um pe›[
| |
− | queno presépio e árvore de NataL Uma festinha e presentinhos pro-
| |
− | porcionaram aos pobrezinhOS doentes horas de íntima satisfação até
| |
− | então por eles desconhecidas. Esperamos que para o próximo ano a
| |
− | Alemanha nos envie, de presente, um presépio melhor.
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− | | |
− | A casa nova está quase ponta. Neste dias as Irmãs mudaram-se
| |
− | para a nova residência. Falta terminar o salão que servirá de sala de
| |
− | au1a. Mas, donde virá o professor e a professora? José Hoenig, profe&
| |
− | sor de nossa EsCola Paquuial, entrou para a redação do Jornal a1e~
| |
− | mão do Povo, em Porto Alegre. _
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− | | |
− | Deus providebátl
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− | | |
− | 2 DE JANEIRO DE 1903
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− | , Hoje deu-se o segundo caso de morte no Hospital de Azambuja.
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− | Faleceu, inesperada e rapidamente, vitimado pelo câncer, João Fop-
| |
− | pa, tendo na mesma manhã recebido os savntos sanramentos, por ser
| |
− | primeira sextafeira do mês. Sofrera silenciosamente, sem| queixas.
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− | Quando lhe perguntavam pelo estado de saúde›, respondia Sempre,
| |
− | apesar dos muitos sofrimentosz Benone! Benonel Costumava passar
| |
− | boa parte do dia na Igreja, a rezar. Que descanse em paz!
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− | 2 DE FEVERSEIRJO DE 1903
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− | | |
− | Há dias foi-no›s confíada, para tratamento, uma mocinha tísi_
| |
− | ca, protestante. Faleceu hoje, pela tardinha, antes que os parentes pu-
| |
− | dessem chamar o Pastor, por ela desejado. Não Ihe seria negado a en-
| |
− | trada no Estabelqcimentq embora nenhum de nós pudesse tomar
| |
− | parte ativa no culto. Enterro no cemitério protestante.
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− | | |
− | 15 DE MARÇO DE 1903
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− | | |
− | No inicio do ano já tínhamos recebido algumas crianças, nesta
| |
− | Casa, a fim de prepará-las para a primeíra Santa Comunhão. Até ago-
| |
− | ra moram 11 crianças conosco; além destas, umas 30440 frequentam
| |
− | as aulas de catecismo, mínístradas três ou quatro vezes por sema.na.
| |
− | Chegou hoje, para a direção da Escola, a Irmã Clemêncía. É a quinta
| |
− | Irmã.
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− | | |
− | _ 50 _..
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− | | |
− | | |
− | 19 DE MARÇO DE 1903 =
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− | Hoje, festa de São José, íestejamos, também externamente, Q
| |
− | jubileu do Santo Padre (Leão XIII). Compareceu muito povo. Houve
| |
− | uma intriga por causa de um rapaz brasileiro que, durante o Tantum :
| |
− | Ergo, perto da porta da Igreja, encostado numa árvore, estorvava US
| |
− | circunstantes com seu falar, etc. Quando um italíano o repreendeu e
| |
− | lhe queria tirar o chapéu da cabeça, os policiais presentes prenderam p
| |
− | não o perturbador e sim, o italiano. Porém foi logo posto em Iiberdade l
| |
− | pelo Dr. Juiz de Díreito \ '
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− | 3 DE ABRIL DE 1903 Í
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− | Achava_se no HospitaL desde o dia 18 de setembro, uma senh0- 1
| |
− | ra abandonada, viúva Krieger, de 70 anos de idade. Sendo protestan-
| |
− | te, há tempo manifestara o desejo de fícar católica. Embora diversas j
| |
− | vezes lhe fosse dito que podia fícar aqui até o fim da vida, mesmo
| |
− | sendo protestante, não deixava de pedír para ser católica. Hoje, final-
| |
− | mente, ingressou no seio da verdadeira Igreja de Crísto. 3“
| |
− | 15 DE MAIO< DE 1903
| |
− | Neste mês, como em todos os anos, houveg a cada noite, “Dev0(- '
| |
− | ~ ção de M'aio”. Foram colocados, aos pés da Virgem, mais esmolas que z
| |
− | de costume. Trabalhou~se íntensivamente, e grátís, para o embeleza-, '
| |
− | mento da praça da Igreja. Principalmente fez-se um dique, para depois l
| |
− | construir um camínho que unisse, em linha reta, a saída da Igreja
| |
− | com o cemítério a ser construíd0, e também com as pastagens. Deste
| |
− | modo a capela ficou mais acessível e díminuiu muíto a umidade. \
| |
− | Igualmente criou-se um curto, mas bem cômodo camínho, para as pro-
| |
− | cissões. Merece ser salientado o zelo de muitos colonos alemães, prin_ l
| |
− | cípalmente da Rua São Pedro, que se ofereciam como voluntários para
| |
− | transportar o barro. Só neste mencionado caminho há . . . . (?) carra- \
| |
− | ' das de barro. _
| |
− | Mostra-se favorável e até entusiástica a disposição do povo em ¡
| |
− | geral a respeito de nossa insrtítuiçãq diversamente das dúvidas iniciaís Í
| |
− | quanto à manutenção e justificadas desde que consideradas com '
| |
− | olhos puramente humanos. Azambuja torna-se mais e mais conheci- _w
| |
− | da longe daqui, a cada dia acorrendo novos peregrinos para venerar a
| |
− | Santíssima Virgem. “'
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− | 21 DE MAIO DE 1903 \
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− | Ascensão de Nosso Senhor. Na Igreja Matriz de Brusque 105
| |
− | crianças fizeram solenemente a sua Primeira Santa Comunhã0, das
| |
− | quais 30 foram preparadas em Azambuja, recebendo a doutrina três \
| |
− | vezes por semana . \
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− | Também as críanças maís pobres ganharam um vestuárío dignow ;
| |
− | para este dia, alguns doados e outros, emprestados. Em virtude dos '
| |
− | muitos trabalhos em preparação da festa de nossa Padroeira as cri-
| |
− | anças foram despedidas no mesmo día.
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− | 26 DE MAIO DE 1903
| |
− | A Fesxta de Azambuja foi favorecída por um tempo esplêndido e,
| |
− | . _ 51 __
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− | | |
− | por isso, foi muito frequentada. Já quatro dias antes iam chegando
| |
− | os peregrinos. Doís dias antes todos os lugares da hospedagem esta~
| |
− | vam tomados, inclusive os dormitóríos das criança›s. TinhaAse deso-
| |
− | cupado a Escola para abrigar os poloneses de Pinheira1. Geralmente
| |
− | não se exigia pagamento para a hospedagem e a refeição, pedindo-se
| |
− | somente uma esmola para o Estabelecimento. Infelizmente muítos
| |
− | rorasteiros não obtiveram abrigo naquela noite fria antes da Festa,
| |
− | sendo obrigados a passar a noíte nos caminhos, na Praça da Igreja e
| |
− | nos paióis, reunindmse ao redor de uma fogueira, passando a noíte a
| |
− | cantar e a contar.
| |
− | | |
− | Desordens e desavenças, porém, não houve. Infelizmente pou-
| |
− | cos peregrinos recebiam os Santos Sacramen.tos, embora se fizesse
| |
− | tudo para que isto acontecessez no domíngo e na segunda~feira, das
| |
− | 1-4a,00 às 20,00 horas, houve reza, doutrina, canto e prática, alternan-
| |
− | do-se tudo nas díversas 1ínguas. Os 1uso-brasi1eiros vindOà de fora
| |
− | | |
− | ¡ comungaram mais ou menos uns 20-30. Já os poloneses, tcdos que-
| |
− | '% riam se confes°ar. Na Festa propríamente díta, antes da Missa cantzw
| |
− | j da das 10,00' horas, saiu, como de costume, a procissão. Neste ano foi
| |
− | '› pelo caminho novo, de modo que o povo podía facilmente nela entrar,
| |
− | f vindo de Brusque. Muitos voltaram para casa, depoís da Missa, en-
| |
− | quanto outros já tinham saído dursmte o sermâo. Entr0u, de e”*mola,
| |
− | 1 conto e 500 mil réis.
| |
− | Com esta soma podiamse pagar todas as dívidas menores, res-
| |
− | H tando aindaz 1 conto de réis para Jacob Knihs, 400.000 réis de em-
| |
− | ' préstimo, 600.000 réis nos Bauer e Kraemer.
| |
− | JUNHO DE 19013
| |
− | Mês do Sagrado Coração de Jesus. Assim como a excelsa Mãe de
| |
− | \ DeUS cuidou visivelmente de Azambuja durante o mês de maio, assim
| |
− | ' em jgnho o Sagrado Coração de Jesus, que prometeu derramar suas
| |
− | bençaos sobre aquelesv que o Veneram, há de fazer progredir e aben-
| |
− | 5 çear Azambujaq onde, até agor'a, na primeira sexta-feíra de cada mês,
| |
− | foi celebrada uma Mlissa cantada em honra Ido Sagrado Coracão de
| |
− | 1 Jesus. . ,
| |
− | 1\ Nos primeiros dias deste mês chegou a boa notícia de que seria
| |
− | \ cedida uma Irmã Prqfessora para a thdação de uma Escola Paro-
| |
− | \ qwal para meninos, em Bcrusque. Outra carta anunciou a chegada de
| |
− | * vários objetos valiosos como imagens, paramentos, etc., tudo presen~
| |
− | W te para Azambuja. No día 9 fomOS surpreendidos com a comunicação
| |
− | 4 de que a professora pública_ daqui, Dçna Luiza Müller, quería aposen-
| |
− | ¡ tar-se brevemente, por mot1vo de saude. Com isso tornou-se ainda
| |
− | 1 mais necessária a abertura da Escoia ParoquiaL mas igualmente mais
| |
− | j dificultosa. Finalmente, no dia 17, chegou a FlorianópoliS, proveniem
| |
− | h te da Alemgnha, a Irmã Oda, com mais outras Irmãs. Devíamos pa-
| |
− | 1 gar, na alfandega, 1.800 réis pelos 17 caixiões que trouxeram.
| |
− | Wi .- 52 ._
| |
− | | |
− | SETEMBIRJO DE 1903 .
| |
− | A ESCOIa Pãroquiah
| |
− | 1Funciona, aqui, na Praça, há muitos anos, uma boa Escola Pa-.
| |
− | roquial para meninos, possuindo diversos professores, geralmente
| |
− | muíto competentes. Assim, por exemp10, de 1900 a 1902 nela Iecionou
| |
− | o Sr. José Hoenig, atualmente trabalhando como segundo redator do
| |
− | “Deutsches Volksblatt”, de Porto Alegre. Atualmente a Eãcola é dirí-
| |
− | gida pelo Sr. Paulo Müser.
| |
− | A Escola ewra frequentada por 50›~60 menínos, enquanto que as
| |
− | meninas iam à Escola do G0verno, cuja professora, Dona Luiza Müller,
| |
− | 'mandava as alunas, sempre que se o solicítaSíe, à doutrina. No em | |
− | tanvto, ouvía-se de quando em vez que nesta Escola somente as crian-
| |
− | ças mais inteligentes aprendiam bem enquanto que as cñanças pobres
| |
− | e, príncipalmente, as alemães, eram menos consideradas. Seja como
| |
− | fôr, na do_utrin3,, os meninos superavam muito as men›ínas, quer em
| |
− | saber quer em capacidade de pensan Sendo ainda desejo do sr. Bispo
| |
− | Diocesano que em toda parto se abrissem PEscolas Paroquiaisl, foi
| |
− | aberta uma para meninas em 10 de julho de 1903, sob a díreção de
| |
− | Irmã Oda. Serve de moradia para as Irmãs e para sala de aula a casa
| |
− | do Sr. Peiter, alugada por 30 mil réis mensais. Funcionando junta-
| |
− | mente com a Escola do Governo, muitas crianças, especialmente as da \
| |
− | Praça, cujos pais estão metidos na política, não compareceram. Du-
| |
− | rante o mês de julho 18 meninam frequentaram a nova Escola Pa.r0-
| |
− | quia1, pouco a pouco aumentando o númera Quando o Professor
| |
− | Müser voltou para a Alemanha, em meados de setembro vde 1903, não
| |
− | se achando outro professor, reuníram-se as duas Escolas Paroquiais
| |
− | numa só Escola Paroquial Mista, sob a direção da Irmã. w
| |
− | Quod Deus< bene vertat! “
| |
− | 20 DIE SETEMBRU DE 1903 “
| |
− | No decorrer das últimas semanas, reinando entre a população a
| |
− | gripe, o Hospítal ficou a tal ponto lotado que foi necessárío ocupar a \
| |
− | antiga escola para internar as senhoras. Embora vivendo tempos dí- J
| |
− | fíceis, não nos têm faltado víveres, graças à 1ibera11dade dos colonos.
| |
− | Tanto trazem que quafe não precisarnos pedir auxílio para Azambuja.
| |
− | O que nos falta é o dinheiro para construirmos uma parte novax, ane-
| |
− | xa às demaís. Precisamos de uma nova c:ozínha, com dispensa, e uma w
| |
− | sala maior para os doentes. Oxalá se realize 0 que a Igreja reza no dia \
| |
− | de hoje, na liturgia de Nossa Senhora das Dores: "Lembrai-vos, ó Vir~ '
| |
− | gem Mãe de Deus, agora que estais na presença do Senhor, de inter-
| |
− | ceder por nós”.
| |
− | 3 DE NOVEMBRO DEE 1903 1
| |
− | Visitou-n0s Vídal Ramos, o atual Governador, acompanhado
| |
− | por mais algumas pessoas. V'ísít0u as duas capelas, os diversos edifí-
| |
− | cios, a Escola e todas as enfermañas. Achavam~se, na Ins-tituição, 25
| |
− | doentes e 12 crianças. O Senhor Governador mostrou-se satisfeitm
| |
− | proferiu palavras de reconhecímento e deu uma esmola como adjutó-
| |
− | rio. A pergunta “por que o Governo, que paga anualmente 6 cóntos
| |
− | .._ 53 _
| |
− | | |
− | de réis para os: hospitais de Itajaí, Blumenau, Laguna e Joinvi11e, não
| |
− | nos cedeu ígual auxílio, embora lhe fosse dirígido um requerimento Fí
| |
− | tal propósito", não recebeu palavra nenhuma de sua parte. A Çarl
| |
− | mara MZunicipaL porém, resolveu pagar, brevemente, para o Hosp1ta1
| |
− | de Azambuja, uma subvenxção anual de 6010. mil réís.
| |
− | NATAL DE 1903
| |
− | | |
− | Hoje foi colocado, pela prímeira vez, em nossa Igreja, o novo
| |
− | Presépio, doação do Pe. Augusto Farwíck, residente em Sassenburg,
| |
− | na Westfálía. Em Casa fez_SJe uma festínha para os doentes. de maa
| |
− | neira que todos tiveram um “fe1iz natal”. No 2°. dia de NataL pçíg pri-
| |
− | meira vez, tivemos, com participação íntensa, a “Adoração Ferpúuaü
| |
− | wdas 5,00 horas da manhã às 19,00 horas. Não faltaram adoradoves du-
| |
− | rante todo o dia, embora tivéísemos organizado poucas homs para
| |
− | grupos determinados. Nossa intencão é intvroduzír a “Adoraçvão de 13
| |
− | horas" três vezes por anoz 2°. dia de NataL Páscoa e Penteccstes, des-
| |
− | te modo alcançando a “Adoraçã.o de 40 horas.".
| |
− | | |
− | Nos últimos meses o Hospital estava lotado por uns 25-28 do-
| |
− | entes, pessoas idosas e, principalmente, alienados mentaís. Embora
| |
− | às vezes fossem poucos os aliment0s, entraram ofertas generosas.
| |
− | Realizaram-se algumas modificações nos edifícios. Ass\im, par exem-
| |
− | plo, instalouáse na casa dos Colzani uma sala de aula mais espaçosa e
| |
− | arejada. No lugar da fonte construiuvse uma lavandería e pretende
| |
− | se construír ínstalações para banho. E'spera-nos um trabalho maior
| |
− | e mais díspendiosoz o conserto total do telhado da Igreja.
| |
− | | |
− | 24 BKE JANEIIRÚ1 DE3 1904
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− | Hoje encontravam-se, no HospítaL 34 pessoasz É de se admirar
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− | que haja alimentação suficíente para tantos. Menos compvemsível
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− | ainda é tantas pessoasv acharem lugar nos poucos paióís. Ao todo, 0
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− | Estabelecimento conta com 50 pessoas.
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− | < FEíVEREIRO DE 1984
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− | Começou-se o conserto do telhado da Capela maior. Muitas
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− | foram as dádivas para este fím. Muita gente trabalhou de graça. A
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− | construção, porém,' obrígou a despesas extraordinárias. Pela Páscoa
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− | ' o construtor A. Bruns terminou a renovação do telhadou Dos traba-
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− | lhos de pedreiro e pintor encarregou-se o Sr. G. Facchiniz da Páscoa
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− | até Pentecostes embelezou e pintou, interna e externamente, toda a
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− | Igreja. O Sr. W. Kormann ornamentou a fachada com duas ílores
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− | artísticas.
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− | ; 26 DIE MAIO DE 1904
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− | ' A Festa da Padroeira celebrou-se na recém reformada Cape1a.
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− | A solenidade foi favorecida pelo bom temp0. Como nunca o número
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− | de peregrínosg acorridos do Norte e Sul do Estado. Muitos que cos\tu-
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− | ; mavam viajar para Iguape agora vêm para Azambuja. Infelizmente
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− | os peregrinos não sabem que numa romaria agradável a Deus não de~
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− | vçria faltar a recepção dos Santos Sacrament›os. Esforços extraordi-
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− | narlos e convites dirigidos ao povo resultaram em que ao menos uns
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− | cem forasteiros Ee achegassem à Confissão. Felizmente, neste aperto
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− | de gente, nâo houve desordens nem estorvost De esmolas entraram \
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− | dois contos, com o que se liquidou parte das dívidas existen-tes, res« ;
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− | tando a pagar uns dois contos. . \
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− | 18 DIE JULHO DE 1904
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− | Devido à falta de lugar, começou-se COm a ampliação das ins-
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− | talações. A casa principal será aumentada de 14 metros de compri-
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− | mento, tendo 0 HospitaL assim, 35 metros. Será que dcsta maneira ¡
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− | obteremos uma enfermaria para os homens e mais dois quartos?!
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− | 15 'B'-EI AGOSTO DE 1904
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− | Para a festa de Nossa Senhora da Glória estava quase te_rmina;
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− | da a parte de alve-naria. Os numerosos peregrinos alegraram-se com
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− | os progressos de Azambuja. Muito pov0, apesar do mau tempo. En-
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− | traram, de esmolas, 663 mil réis, com as quaís se pagaram as contas
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− | correntes, ficando a pagar parte das antigas dívidas.
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− | 24 DE OUTUBRO DEr 1904 :
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− | Sendo impossível pastorear 5uficientemente tão vasta Paróquia, '
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− | esta foi entregue aos cuidados dos “Padres do Sagrado -Coração de
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− | Jesus". Pe. Eising r'etír0u-se para Blumenau e Rodwei0, por enquanto
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− | para descansar. Eu fíco ainda em Brusque para auxiliar. Neste meio
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− | tempo os trabalhos de Azambuja progridem visivelmente, embora nin<
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− | guém saíba o que acontecerá para o futuro. Queira São Jose velam \
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− | para que as condições com relação a Azambuja se regulem de modo
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− | satisfatórío para o desenvolvimento do Estabelecímento e que sirvam
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− | para maior glória de Maria, sua Es\posa.
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− | 10 DE DIEtZEMBRO DE 1904
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− | Finalmente, com o consentimento do Revmo Sr. Bispo de Curiti-
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− | ba, D. Duarte Leopoldo e Silva e para alegria dos habLtantes de Azam~
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− | buja, pude fixar resídência em Azambuja, com a condíção, porém, de
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− | que ao Sr. Bispo ficaria reservada qualquer determinação definitiva.
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− | Quod Deus bene vertat!
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− | Uma prestação de contas revelou que Azambuja, em 10 meses, J
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− | . tivera 5 contos de entrada e 7 de despesa. O déficit foi pago pelos Pa-
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− | dres da Paróquía. Uma resolução: Azambuja terá administração pró- '
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− | pria. O Vigárío de Brusque não terá mais obrigação para com Azam- l
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− | buja quanto à sua manutenção. WO1 Administrador vde Azambuja, po-
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− | rém, não terá obrigações ou direitos de Vigário, a não ser no que diz
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− | respeito ao Santuário ou HospitaL
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− | 25 DE DEZEMBRO DE 1904
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− | Mais uma Vez o Natal foi dia de intensa alegria para todo o E:s-
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− | tabelecimento. Às 3 e meia da madrugada houve "G1ÓI'Í3." e depois
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− | Missa canitada, wdevoção com bênção. Intensa particípação do povo.
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− | Pela tarde, atrás da árvore de NataL uma surpresa. Alegria nunca
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− | antes experimentada pelos doentes idosos. Para a "Adoração de 14
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− | horas" no 2°. dia de NataL o povo acorreu em número inusítado. Cha-
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− | mou a atenção a boa frequência por parte dos brasileiros. Muitos de-
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− | les tinham recebído os Santos Sacra.mentos. Azambuja ~parece ser de
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− | grandé proveito para a cura de almas no meio dos brasíleiros. '
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| *Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 006|Revista Notícias de Vicente Só n. 06]] páginas 48 a 47. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]] | | *Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 006|Revista Notícias de Vicente Só n. 06]] páginas 48 a 47. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]] |