https://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/api.php?action=feedcontributions&user=Alicas&feedformat=atomSala Virtual Brusque - Contribuições do(a) usuário(a) [pt-br]2024-03-29T05:54:59ZContribuições do(a) usuário(a)MediaWiki 1.35.4https://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Predefini%C3%A7%C3%A3o:Efem%C3%A9rides/5_de_fevereiro&diff=16970Predefinição:Efemérides/5 de fevereiro2024-02-05T13:29:59Z<p>Alicas: </p>
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{{Predefinição:Efemérides/modelo|<br />
| data=5 de fevereiro<br />
| imagem=<br />
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| acontecimentos=<br />
*1865 - Pastor [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandreczki]] celebrou pela primeira vez em Brusque em um rancho situado no morro onde hoje está o [[Igreja Evangélica de Confissão Luterana|templo evangélico]].<br />
| nascidos=<br />
| falecidos=<br />
| proximo= [[Predefinição:Efemérides/3 de fevereiro|3]] · [[Predefinição:Efemérides/4 de fevereiro|4]] · [[Predefinição:Efemérides/5 de fevereiro|5]] · [[Predefinição:Efemérides/6 de fevereiro|6]] · [[Predefinição:Efemérides/7 de fevereiro|7]]<br />
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[[Categoria:!Efemérides de fevereiro]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Documento_de_12_de_outubro_de_1862&diff=16969Documento de 12 de outubro de 18622024-02-05T12:39:48Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>Directoria da Colonia Brusque em 12 de Outubro de 1862.<br />
<br>Exmº. e Revmº. Snr.<br />
<br />
O meu Officio incluso do dia 10 não partio, porque o portador desanimou a fazer a viagem pelas chuvas, que cahirão de novamente em abundancia e encherão outro vez o rio, que já por doze palmos<ref>Aproximadamengte 2,74m.</ref> tinha baixado. As 6 horas désta tarde o rio soubio outro vez e só faltarão 21/2 palmo para chegar a altura da enchente do dia 9.<br />
<br />
Pelas 7 horas principiou a vazar muito pouco não fiz estrago nas cazas da sede da Colonia, infelizmente destruio, como é de recear, os ultimos plantações, que a primeira enchente deixou.<br />
<br />
Esta manhã já me vierão parte de Colonos, arrostando os perigos para comprar suas mantimentos, attormentando-me com pedidos de socorro pecuniario, que não lhe posso dar sem ordem expressa de Vª. Exª. Prometi-lhes sim, nova semente para plantar ainde nésta estação.<br />
<br />
Tomo-me a liberdade de submetter à consideração de Vª Exª seguinte reflexão: Que entre os Colonos: existem parte e não pequena, que não usão d'economia prudente, e assim vão já no princípio do mez nas cazas dos negocios, às quais passão authorizações sobre o seu ganho futuro nos serviços publicos, para que esses lhes fiem mantimentos durante o mez. Chegando assim o fim do mez apresentão os negociantes essas authorizações na directoria e recebem o importe, ficando esses mencionados Colonos outro vez sem dinehiro de contado, com que, comprando a vista, obterião talvez mais barato os mesmos generos.<br />
<br />
Por isso Exmº. Snr.! reflecti com as necessidades urgentes e continuas desta gente, como segue:<br />
<br />
Para de uma vez acabar com os contínuos pretenções destes Colonos distribuindo a razão, que sempre allagão nas suas inconstantes, digo, incessantes queixas, que o dinheiro, que recebem na Diretctoria por seus trabalhos passa nas mãos dos negociantes, a quem já devem e ficando assim sempre sujeitos a continuarem nesta vida de dívidas, embora por elles mesmos e por suas incautelas promovida, julgo que um socorro por meio de ainde mais um pequeno abono a elles podia destruir, pelo menos na marcha natural, toda razão de outros exigencias a saber: Quando precisa no fim do mez pagar as authorizações, que passarão os negociantes, Vªª Exª. digne se consignar-me 2 Contos ao maximum Rs. 2:500$, para abonar contra recibos igual quantia de dinheiro a cada um, que importe os seus jornaes do mez passado aos negociantes, e isso por uma só vez.<br />
<br />
Assim elles tem dinheiro de contado nas suas mãos podem comprar a vista, e no fim de cada mez recebem seus jornaes em mão propria e de contado, podendo comprar como e aonde lhes convem. Se ainde algums incorrigíveis tornassem, fazer novas dividas, com authorizações, então toda e toda culpa é positivamente delles.<br />
<br />
O tempo me pressa, serei mais extenso no meu proximo Officio que terei a honra de dirigir circunstancialmente á Vª Exª.<br />
<br />
Deos Guarde Vª Exª.<br />
<br />
Exmº e Revmº Snr. Conselheiro [[Vicente Pires da Motta|Vicente da Motta]]<br />
<br />
Digmº Presidente da Provincia de S. Catarina.<br />
<br />
O Director da Colonia<br><br />
[[Maximilian von Schneeburg|Barão de Schneéburg]]<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 107-108. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Documentos da Administração Colonial|1862]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Documento_de_12_de_outubro_de_1862&diff=16968Documento de 12 de outubro de 18622024-02-05T11:54:49Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>*AGUARDANDO REVISÃO<br />
Directoria da ColoniaBrusque em 12 de Outubro de 186.2.<br />
Exmº. e Revmº. 'Snr.<br />
<br />
O meu Officio incluso do dia 10 não partie, porque o. portador<br />
desanimou a fazer a viagem pelas chuvas, que cahir-ão de novamente-<br />
em abundancia e encherão outro vez o rio, que já por doze palmos tinha<br />
baixado. As 6 horas desta tarde o rio soubio outro vez e só» faltarão<br />
21/ 2 palmo para chegar a altura da enchente do dia 9.<br />
<br />
Pelas 7 horas principiou a vazar muito pouco não fiz estrago<br />
nas cazas da sede da Colonia, infelizmente destruio, como é de recear,<br />
os ultimos plantações, que a primeira enchente deixou.<br />
<br />
Esta manhã já me vierão parte de 00101108, arrostando os peri-<br />
gos para comprar suas mantimentos, attormentando-me com pedidos<br />
de socorro“ pecuniario, que não lhe posso dar sem ordem expressa de<br />
Vª. Exª. Prometi-lhes sim, nova semente para plantar ainde nésta<br />
estação.<br />
<br />
Tºmo-me a liberdade de submetter à consideração de Va Eªxª<br />
seguinte reflexão: Que entre os C'olonos: existem parte e não pequena,<br />
que não usão d'economia prudente, e assim vão já no princípio do-<br />
mez nas cazas dos negocios, às quais passão authorizaçõe—s sobre o seu<br />
ganho futuro nos serviços publicos, para que esses lhes fiem manti-<br />
mentos durante o mez. Chegando assim o fim do mez apresentão os<br />
negociantes essas authorizações na directoria e recebem o importe,<br />
ficando esses mencionados Colonos outro vez sem dinehiro de con--<br />
tado, com que, comprando a vista, obterião talvez mais barato os mes-<br />
mos generos.<br />
<br />
, Por isso Exmº. Snr.! reflecti com as necessidades urgentes<br />
e, continuas desta gente, como segue:<br />
<br />
Para de uma vez acabar com os contínuos pretenções destes<br />
<br />
Colonos distribuindo a razão, que sempre allagão nas suas inconstanr<br />
<br />
—107_.<br />
tes, digo, incessantes queixas, que o dinheiro, que recebem na Diretc-<br />
toria por seus trabalhos passa nas mãos dos negociantes, a quem já<br />
devem e ficando assim sempre sujeitos a continuarem nesta vida de<br />
dívidas, embora por elles mesmos e por suas incautelas promovida,<br />
julgo que um socorro por meio de ainde mais um pequeno abono a<br />
elles podia destruir, pelo menos na marcha natural, toda razão de<br />
outros: exigencias: a saber: Quando precisa no fim do mez pagar as<br />
authorizações, que passarão os negociantes, Vªª Exª. digne se consig-<br />
nar-me 2 Contos ao maximum Rs. 2:500$, para abonar con-tra re-<br />
cibos igual quantia de dinheiro a cada um, que importe os seus jor<<br />
naes do mez passado aos negociantes, e isso por uma só vez.<br />
<br />
Assim elles tem dinheiro de contado nas suas mãos podem<br />
comprar a vista, e no fim de cada mez recebem seus jornaes em mão<br />
propria e de «contado, podendo comprar como e aonde lhes convem.<br />
Se ainde algums incorrigíveis tornassem, fazer novas dividas, com au-<br />
thorizações, então toda e toda culpa é positivamente delles.<br />
<br />
O tempo me pressa, serei mais extenso no meu proximo Offi-<br />
cio que terei a honra de dirigir circunstancialmente á Vª Exª.<br />
<br />
Deos Guarde V'3 Exª.<br />
<br />
Exmº e Revmº Snr. Conselheiro Vicente da Motta<br />
<br />
Digmº Presidente da Provincia de S. Catarina.<br />
<br />
O Director da Colonia<br />
Barão de 'Schneéburg<br />
<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 107-108. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Documentos da Administração Colonial|1862]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Documento_de_10_de_outubro_de_1862&diff=16967Documento de 10 de outubro de 18622024-02-05T11:54:36Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>Directoria de Colonia Brusque no Itajahy mirim 10 de Outubro de 1862.<br />
<br />
Exmº. e Revmº. Snr.<br />
<br />
Cumpre-me commeçar este Officio pelo que devia concluil-o; e isto para levar respeitosamente ao conhecimento de Vª. Exª. (antes de todo) a noticia consoladora: que nenhuma victima foi sacrificada pela enchente do Rio d'Itajahy-mirim e as de seus numerosos affluentes, que todos transbordárão, innundando ao lungo do seus cursos, todos os terrenos adjacentes.<br />
<br />
Desde o dia 7 até á noite de 9 do corrente tivemos aqui furiosas trovoadas com chuveiros a cantaras. As aguas crescérão sobre o seu estado normal a uma altura de 25 palmos, e submergérão os terrenos de cada lado do seu leito por mais de 300 Braças de extensão interior.<br />
<br />
Na rua do Rio d'Itajahy na sede da Colonia, deroubou a excessiva correnteza 3 chupanas particulares, e uma casa de taboada tambem particular; as outras casas da mesma rua, conjunctamente como quartel do destacamento estavão 3 a 5 Palmos de baixo d'agua.<br />
<br />
Esta correnteza enlevou tambem não insignificante porção de madeiras falquejadas do Governo, que estavão empilhadas na mesma rua.<br />
<br />
Na outra rua perpendicular e por ora principal, estavão as seguintes casas com tanta agua, que as canóas de socorro navegarão no seu interior, carregando gente victualias e mais objetos. As casas que nesta rua principal forão innundadas são: a venda e casa nova de [[Joaquim Pereira Liberato]], — a venda e deposito de negociante La Roche e Cª, — a venda e hospedaria de [[Pedro Heil]], —— e a casa de [[Felipe Krieger|Philippe Krieger]]; todas sitas ao lado oriental da mencionada rua. Todas as casas da mesma rua do lado occidental a saber: os ranchos de recepcão, — o rancho de Directoria, a velha escola, a casa de [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido Seckendorff]], — as dous casas de [[Germano Augusto Thieme|Germano Thieme]], — a casa da nova escola, —— a casa de Dr. Eberhard, — e as casas de [[Theodoro Dandkwardt|Theodor Danckwarth]] não forão agredidas pelas aguas, mas com tudo, as proximas ao Rio pela differença de meio palmo terião tido agoas nos seus lares.<br />
<br />
Todo gente do estabelecimento geral d'esta Colonia forão salvados com seus tréns. Poucos estiverão em perigo eminente. Nemhuma casa destes pequenos proprietarios foi por ora destruida, e perecerão só algums pequenos animaes domesticos dos mesmos.<br />
<br />
Receio frequentes consequencias de saude, principalmente de crenças que mais ou menos estivérão por 2 dias e noites com nos todos, expostos as intemperies da catastrofe.<br />
<br />
Grande parte de pontes foi enlevada, e os caminhos comunicativos, como é natural, forão bastante damnificados. Reservo-me a informar a Vª Exª circumstancialmente assim que eu tiver podido percorrer todos os lugares deste estenso estabelecimento em todo seu sentido. Trattarei deste já, da primeira indispensavel urgencia, que é de restabelecer todas as communicações. Immediatametnte ficará a meu grave cuidado, de fornecer à quelles colonos, cujos plantações modernas (que apenas a pocas semanas forão feitas, se achão submergidas e perdidas), com novas sementes a saber: feijão, milho, batatas e arroz visto que, por felicidade na infelicidade, ainda podem ser replantados na mesma estação sem demora para não perderem a colheita do semestre.<br />
<br />
Suplico a Vª Exª., de enviar-me com toda benevola brevidade o dinheiro do orçamento que subitti à aprovação de Vª. Exª. para o trimestre de Outubro à Decembro; pois neste momento me é indispensavel, digo, me é impossivel de trattar à mandar buscal-o a tempo opportuno.<br />
<br />
Outro sim pelo a Vª Eªxª de mandar enviar-me ao menos tarde possivel (afim de que chegue em tempo approvitavel e precioso) sementes da melhor qualidade: 10 sacos de milho, 8 de feijão, 10 de arroz, 10 de batatas, pois estas especies, quando as plantações dos colonos, como as de todos os lavradores proprietarios, soffrirão (pelas innumeraveis ratos que permigrarão todo o territorio, e pelas nuvens de passaros pequenos pretos passageiros) prejuizos de primeira, segunda e terceira replantação destes especies comprei e destribui aos Colonos toda esta semente de novamente, isto é que pudi obter, para cujo fim não somente mandei como pessoalmente foi longinquamente buscar. Mui insignificante quantia desta semente resta—me neste momento de urgente precisão no armazem. Os preços da. compra que eu fiz, com os preços que actualmente se pretende, augmentárão por mais do que o dobro. Não obstante disto, são estes especies tão raras aqui (por que todos quereção delles para si, ou pretendem fazer usura), e como a melindrosa circunstancia de não poder ausentar-me nesta momentanea crise do meu pequeno povo para ministral-o os meus preceitos encoragamento, e assistencia pessoal faz, que ouso reiterar a Vª Exª os meus dous pedidos supra.<br />
<br />
Das casas de negocios salvou-se toudas as victualias, fortuna" pois com as aguas ainde tão altas não podemos contar tão sedo com a chegada de Lanchas com mantimentos novos, o que será assaz lamentoso. Só pelo meio dia do dia 9 começarão as aguas a baixar, e hoje a gente já regressou, à suas casas, e passa a pé pelas ruas, e os moradores interiores já se communicão aprezar com meio corpo alagado.<br />
<br />
Neste momento 10 horas de noite relato à Vª Exª este acontecimento, e já faz dous horas, que recomeça a trovoada e as chuvas com nova força. O portador pretende aventurar-se a seguir viagem para a Capital. Aproveito a occasião e faço votos para que:<br />
<br />
Deos Guarde a Vª Exª.<br />
<br />
Exmº. e Revmº. Sr. Conselheiro [[Vicente Pires da Motta]]<br />
<br>Dmº Presidente da Província de Sta. Catharina<br />
<br>O Director da Colonia<br />
<br>[[Maximilian von Schneeburg|Barão de Schneéburg]]<br />
<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 105-107. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Documentos da Administração Colonial|1862]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Documento_de_10_de_outubro_de_1862&diff=16966Documento de 10 de outubro de 18622024-02-05T11:54:27Z<p>Alicas: </p>
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<div>Directoria de Colonia Brusque no Itajahy mirim 10 de Outubro de 1862.<br />
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Exmº. e Revmº. Snr.<br />
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Cumpre-me commeçar este Officio pelo que devia concluil-o; e isto para levar respeitosamente ao conhecimento de Vª. Exª. (antes de todo) a noticia consoladora: que nenhuma victima foi sacrificada pela enchente do Rio d'Itajahy-mirim e as de seus numerosos affluentes, que todos transbordárão, innundando ao lungo do seus cursos, todos os terrenos adjacentes.<br />
<br />
Desde o dia 7 até á noite de 9 do corrente tivemos aqui furiosas trovoadas com chuveiros a cantaras. As aguas crescérão sobre o seu estado normal a uma altura de 25 palmos, e submergérão os terrenos de cada lado do seu leito por mais de 300 Braças de extensão interior.<br />
<br />
Na rua do Rio d'Itajahy na sede da Colonia, deroubou a excessiva correnteza 3 chupanas particulares, e uma casa de taboada tambem particular; as outras casas da mesma rua, conjunctamente como quartel do destacamento estavão 3 a 5 Palmos de baixo d'agua.<br />
<br />
Esta correnteza enlevou tambem não insignificante porção de madeiras falquejadas do Governo, que estavão empilhadas na mesma rua.<br />
<br />
Na outra rua perpendicular e por ora principal, estavão as seguintes casas com tanta agua, que as canóas de socorro navegarão no seu interior, carregando gente victualias e mais objetos. As casas que nesta rua principal forão innundadas são: a venda e casa nova de [[Joaquim Pereira Liberato]], — a venda e deposito de negociante La Roche e Cª, — a venda e hospedaria de [[Pedro Heil]], —— e a casa de [[Felipe Krieger|Philippe Krieger]]; todas sitas ao lado oriental da mencionada rua. Todas as casas da mesma rua do lado occidental a saber: os ranchos de recepcão, — o rancho de Directoria, a velha escola, a casa de [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido Seckendorff]], — as dous casas de [[Germano Augusto Thieme|Germano Thieme]], — a casa da nova escola, —— a casa de Dr. Eberhard, — e as casas de [[Theodoro Dandkwardt|Theodor Danckwarth]] não forão agredidas pelas aguas, mas com tudo, as proximas ao Rio pela differença de meio palmo terião tido agoas nos seus lares.<br />
<br />
Todo gente do estabelecimento geral d'esta Colonia forão salvados com seus tréns. Poucos estiverão em perigo eminente. Nemhuma casa destes pequenos proprietarios foi por ora destruida, e perecerão só algums pequenos animaes domesticos dos mesmos.<br />
<br />
Receio frequentes consequencias de saude, principalmente de crenças que mais ou menos estivérão por 2 dias e noites com nos todos, expostos as intemperies da catastrofe.<br />
<br />
Grande parte de pontes foi enlevada, e os caminhos comunicativos, como é natural, forão bastante damnificados. Reservo-me a informar a Vª Exª circumstancialmente assim que eu tiver podido percorrer todos os lugares deste estenso estabelecimento em todo seu sentido. Trattarei deste já, da primeira indispensavel urgencia, que é de restabelecer todas as communicações. Immediatametnte ficará a meu grave cuidado, de fornecer à quelles colonos, cujos plantações modernas (que apenas a pocas semanas forão feitas, se achão submergidas e perdidas), com novas sementes a saber: feijão, milho, batatas e arroz visto que, por felicidade na infelicidade, ainda podem ser replantados na mesma estação sem demora para não perderem a colheita do semestre.<br />
<br />
Suplico a Vª Exª., de enviar-me com toda benevola brevidade o dinheiro do orçamento que subitti à aprovação de Vª. Exª. para o trimestre de Outubro à Decembro; pois neste momento me é indispensavel, digo, me é impossivel de trattar à mandar buscal-o a tempo opportuno.<br />
<br />
Outro sim pelo a Vª Eªxª de mandar enviar-me ao menos tarde possivel (afim de que chegue em tempo approvitavel e precioso) sementes da melhor qualidade: 10 sacos de milho, 8 de feijão, 10 de arroz, 10 de batatas, pois estas especies, quando as plantações dos colonos, como as de todos os lavradores proprietarios, soffrirão (pelas innumeraveis ratos que permigrarão todo o territorio, e pelas nuvens de passaros pequenos pretos passageiros) prejuizos de primeira, segunda e terceira replantação destes especies comprei e destribui aos Colonos toda esta semente de novamente, isto é que pudi obter, para cujo fim não somente mandei como pessoalmente foi longinquamente buscar. Mui insignificante quantia desta semente resta—me neste momento de urgente precisão no armazem. Os preços da. compra que eu fiz, com os preços que actualmente se pretende, augmentárão por mais do que o dobro. Não obstante disto, são estes especies tão raras aqui (por que todos quereção delles para si, ou pretendem fazer usura), e como a melindrosa circunstancia de não poder ausentar-me nesta momentanea crise do meu pequeno povo para ministral-o os meus preceitos encoragamento, e assistencia pessoal faz, que ouso reiterar a Vª Exª os meus dous pedidos supra.<br />
<br />
Das casas de negocios salvou-se toudas as victualias, fortuna" pois com as aguas ainde tão altas não podemos contar tão sedo com a chegada de Lanchas com mantimentos novos, o que será assaz lamentoso. Só pelo meio dia do dia 9 começarão as aguas a baixar, e hoje a gente já regressou, à suas casas, e passa a pé pelas ruas, e os moradores interiores já se communicão aprezar com meio corpo alagado.<br />
<br />
Neste momento 10 horas de noite relato à Vª Exª este acontecimento, e já faz dous horas, que recomeça a trovoada e as chuvas com nova força. O portador pretende aventurar-se a seguir viagem para a Capital. Aproveito a occasião e faço votos para que:<br />
<br />
Deos Guarde a Vª Exª.<br />
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Exmº. e Revmº. Sr. Conselheiro [[Vicente Pires da Motta]]<br />
<br>Dmº Presidente da Província de Sta. Catharina<br />
<br>O Director da Colonia<br />
<br>[[Maximilian von Schneeburg|Barão de Schneéburg]]<br />
<br />
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*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 105-107. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
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[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|7]] [[Categoria:Documentos da Administração Colonial|1862]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Documento_de_12_de_outubro_de_1862&diff=16965Documento de 12 de outubro de 18622024-02-05T11:54:11Z<p>Alicas: </p>
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<div>*AGUARDANDO REVISÃO<br />
Directoria da ColoniaBrusque em 12 de Outubro de 186.2.<br />
Exmº. e Revmº. 'Snr.<br />
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O meu Officio incluso do dia 10 não partie, porque o. portador<br />
desanimou a fazer a viagem pelas chuvas, que cahir-ão de novamente-<br />
em abundancia e encherão outro vez o rio, que já por doze palmos tinha<br />
baixado. As 6 horas desta tarde o rio soubio outro vez e só» faltarão<br />
21/ 2 palmo para chegar a altura da enchente do dia 9.<br />
<br />
Pelas 7 horas principiou a vazar muito pouco não fiz estrago<br />
nas cazas da sede da Colonia, infelizmente destruio, como é de recear,<br />
os ultimos plantações, que a primeira enchente deixou.<br />
<br />
Esta manhã já me vierão parte de 00101108, arrostando os peri-<br />
gos para comprar suas mantimentos, attormentando-me com pedidos<br />
de socorro“ pecuniario, que não lhe posso dar sem ordem expressa de<br />
Vª. Exª. Prometi-lhes sim, nova semente para plantar ainde nésta<br />
estação.<br />
<br />
Tºmo-me a liberdade de submetter à consideração de Va Eªxª<br />
seguinte reflexão: Que entre os C'olonos: existem parte e não pequena,<br />
que não usão d'economia prudente, e assim vão já no princípio do-<br />
mez nas cazas dos negocios, às quais passão authorizaçõe—s sobre o seu<br />
ganho futuro nos serviços publicos, para que esses lhes fiem manti-<br />
mentos durante o mez. Chegando assim o fim do mez apresentão os<br />
negociantes essas authorizações na directoria e recebem o importe,<br />
ficando esses mencionados Colonos outro vez sem dinehiro de con--<br />
tado, com que, comprando a vista, obterião talvez mais barato os mes-<br />
mos generos.<br />
<br />
, Por isso Exmº. Snr.! reflecti com as necessidades urgentes<br />
e, continuas desta gente, como segue:<br />
<br />
Para de uma vez acabar com os contínuos pretenções destes<br />
<br />
Colonos distribuindo a razão, que sempre allagão nas suas inconstanr<br />
<br />
—107_.<br />
tes, digo, incessantes queixas, que o dinheiro, que recebem na Diretc-<br />
toria por seus trabalhos passa nas mãos dos negociantes, a quem já<br />
devem e ficando assim sempre sujeitos a continuarem nesta vida de<br />
dívidas, embora por elles mesmos e por suas incautelas promovida,<br />
julgo que um socorro por meio de ainde mais um pequeno abono a<br />
elles podia destruir, pelo menos na marcha natural, toda razão de<br />
outros: exigencias: a saber: Quando precisa no fim do mez pagar as<br />
authorizações, que passarão os negociantes, Vªª Exª. digne se consig-<br />
nar-me 2 Contos ao maximum Rs. 2:500$, para abonar con-tra re-<br />
cibos igual quantia de dinheiro a cada um, que importe os seus jor<<br />
naes do mez passado aos negociantes, e isso por uma só vez.<br />
<br />
Assim elles tem dinheiro de contado nas suas mãos podem<br />
comprar a vista, e no fim de cada mez recebem seus jornaes em mão<br />
propria e de «contado, podendo comprar como e aonde lhes convem.<br />
Se ainde algums incorrigíveis tornassem, fazer novas dividas, com au-<br />
thorizações, então toda e toda culpa é positivamente delles.<br />
<br />
O tempo me pressa, serei mais extenso no meu proximo Offi-<br />
cio que terei a honra de dirigir circunstancialmente á Vª Exª.<br />
<br />
Deos Guarde V'3 Exª.<br />
<br />
Exmº e Revmº Snr. Conselheiro Vicente da Motta<br />
<br />
Digmº Presidente da Provincia de S. Catarina.<br />
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O Director da Colonia<br />
Barão de 'Schneéburg<br />
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*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 107-108. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
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[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|7]] [[Categoria:Documentos da Administração Colonial|1862]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Documento_de_10_de_outubro_de_1862&diff=16964Documento de 10 de outubro de 18622024-02-05T11:53:27Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>Directoria de Colonia Brusque no Itajahy mirim 10 de Outubro de 1862.<br />
<br />
Exmº. e Revmº. Snr.<br />
<br />
Cumpre-me commeçar este Officio pelo que devia concluil-o; e isto para levar respeitosamente ao conhecimento de Vª. Exª. (antes de todo) a noticia consoladora: que nenhuma victima foi sacrificada pela enchente do Rio d'Itajahy-mirim e as de seus numerosos affluentes, que todos transbordárão, innundando ao lungo do seus cursos, todos os terrenos adjacentes.<br />
<br />
Desde o dia 7 até á noite de 9 do corrente tivemos aqui furiosas trovoadas com chuveiros a cantaras. As aguas crescérão sobre o seu estado normal a uma altura de 25 palmos, e submergérão os terrenos de cada lado do seu leito por mais de 300 Braças de extensão interior.<br />
<br />
Na rua do Rio d'Itajahy na sede da Colonia, deroubou a excessiva correnteza 3 chupanas particulares, e uma casa de taboada tambem particular; as outras casas da mesma rua, conjunctamente como quartel do destacamento estavão 3 a 5 Palmos de baixo d'agua.<br />
<br />
Esta correnteza enlevou tambem não insignificante porção de madeiras falquejadas do Governo, que estavão empilhadas na mesma rua.<br />
<br />
Na outra rua perpendicular e por ora principal, estavão as seguintes casas com tanta agua, que as canóas de socorro navegarão no seu interior, carregando gente victualias e mais objetos. As casas que nesta rua principal forão innundadas são: a venda e casa nova de [[Joaquim Pereira Liberato]], — a venda e deposito de negociante La Roche e Cª, — a venda e hospedaria de [[Pedro Heil]], —— e a casa de [[Felipe Krieger|Philippe Krieger]]; todas sitas ao lado oriental da mencionada rua. Todas as casas da mesma rua do lado occidental a saber: os ranchos de recepcão, — o rancho de Directoria, a velha escola, a casa de [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido Seckendorff]], — as dous casas de [[Germano Augusto Thieme|Germano Thieme]], — a casa da nova escola, —— a casa de Dr. Eberhard, — e as casas de [[Theodoro Dandkwardt|Theodor Danckwarth]] não forão agredidas pelas aguas, mas com tudo, as proximas ao Rio pela differença de meio palmo terião tido agoas nos seus lares.<br />
<br />
Todo gente do estabelecimento geral d'esta Colonia forão salvados com seus tréns. Poucos estiverão em perigo eminente. Nemhuma casa destes pequenos proprietarios foi por ora destruida, e perecerão só algums pequenos animaes domesticos dos mesmos.<br />
<br />
Receio frequentes consequencias de saude, principalmente de crenças que mais ou menos estivérão por 2 dias e noites com nos todos, expostos as intemperies da catastrofe.<br />
<br />
Grande parte de pontes foi enlevada, e os caminhos comunicativos, como é natural, forão bastante damnificados. Reservo-me a informar a Vª Exª circumstancialmente assim que eu tiver podido percorrer todos os lugares deste estenso estabelecimento em todo seu sentido. Trattarei deste já, da primeira indispensavel urgencia, que é de restabelecer todas as communicações. Immediatametnte ficará a meu grave cuidado, de fornecer à quelles colonos, cujos plantações modernas (que apenas a pocas semanas forão feitas, se achão submergidas e perdidas), com novas sementes a saber: feijão, milho, batatas e arroz visto que, por felicidade na infelicidade, ainda podem ser replantados na mesma estação sem demora para não perderem a colheita do semestre.<br />
<br />
Suplico a Vª Exª., de enviar-me com toda benevola brevidade o dinheiro do orçamento que subitti à aprovação de Vª. Exª. para o trimestre de Outubro à Decembro; pois neste momento me é indispensavel, digo, me é impossivel de trattar à mandar buscal-o a tempo opportuno.<br />
<br />
Outro sim pelo a Vª Eªxª de mandar enviar-me ao menos tarde possivel (afim de que chegue em tempo approvitavel e precioso) sementes da melhor qualidade: 10 sacos de milho, 8 de feijão, 10 de arroz, 10 de batatas, pois estas especies, quando as plantações dos colonos, como as de todos os lavradores proprietarios, soffrirão (pelas innumeraveis ratos que permigrarão todo o territorio, e pelas nuvens de passaros pequenos pretos passageiros) prejuizos de primeira, segunda e terceira replantação destes especies comprei e destribui aos Colonos toda esta semente de novamente, isto é que pudi obter, para cujo fim não somente mandei como pessoalmente foi longinquamente buscar. Mui insignificante quantia desta semente resta—me neste momento de urgente precisão no armazem. Os preços da. compra que eu fiz, com os preços que actualmente se pretende, augmentárão por mais do que o dobro. Não obstante disto, são estes especies tão raras aqui (por que todos quereção delles para si, ou pretendem fazer usura), e como a melindrosa circunstancia de não poder ausentar-me nesta momentanea crise do meu pequeno povo para ministral-o os meus preceitos encoragamento, e assistencia pessoal faz, que ouso reiterar a Vª Exª os meus dous pedidos supra.<br />
<br />
Das casas de negocios salvou-se toudas as victualias, fortuna" pois com as aguas ainde tão altas não podemos contar tão sedo com a chegada de Lanchas com mantimentos novos, o que será assaz lamentoso. Só pelo meio dia do dia 9 começarão as aguas a baixar, e hoje a gente já regressou, à suas casas, e passa a pé pelas ruas, e os moradores interiores já se communicão aprezar com meio corpo alagado.<br />
<br />
Neste momento 10 horas de noite relato à Vª Exª este acontecimento, e já faz dous horas, que recomeça a trovoada e as chuvas com nova força. O portador pretende aventurar-se a seguir viagem para a Capital. Aproveito a occasião e faço votos para que:<br />
<br />
Deos Guarde a Vª Exª.<br />
<br />
Exmº. e Revmº. Sr. Conselheiro [[Vicente Pires da Motta]]<br />
<br>Dmº Presidente da Província de Sta. Catharina<br />
<br>O Director da Colonia<br />
<br>[[Maximilian von Schneeburg|Barão de Schneéburg]]<br />
<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 007|Revista Notícias de Vicente Só n. 07]] nas páginas 105-107. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|7]] [[Categoria:Documentos da Administração Colonial|1862]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Documento_de_10_de_outubro_de_1862&diff=16963Documento de 10 de outubro de 18622024-02-05T11:36:26Z<p>Alicas: </p>
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<div>Directoria de Colonia Brusque no Itajahy mirim 10 de Outubro de 1862.<br />
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Exmº. e Revmº. Snr.<br />
<br />
Cumpre-me commeçar este Officio pelo que devia concluil-o; e isto para levar respeitosamente ao conhecimento de Vª. Exª. (antes de todo) a noticia consoladora: que nenhuma victima foi sacrificada pela enchente do Rio d'Itajahy-mirim e as de seus numerosos affluentes, que todos transbordárão, innundando ao lungo do seus cursos, todos os terrenos adjacentes.<br />
<br />
Desde o dia 7 até á noite de 9 do corrente tivemos aqui furiosas trovoadas com chuveiros a cantaras. As aguas crescérão sobre o seu estado normal a uma altura de 25 palmos, e submergérão os terrenos de cada lado do seu leito por mais de 300 Braças de extensão interior.<br />
<br />
Na rua do Rio d'Itajahy na sede da Colonia, deroubou a excessiva correnteza 3 chupanas particulares, e uma casa de taboada tambem particular; as outras casas da mesma rua, conjunctamente como quartel do destacamento estavão 3 a 5 Palmos de baixo d'agua.<br />
<br />
Esta correnteza enlevou tambem não insignificante porção de madeiras falquejadas do Governo, que estavão empilhadas na mesma rua.<br />
<br />
Na outra rua perpendicular e por ora principal, estavão as seguintes casas com tanta agua, que as canóas de socorro navegarão no seu interior, carregando gente victualias e mais objetos. As casas que nesta rua principal forão innundadas são: a venda e casa nova de [[Joaquim Pereira Liberato]], — a venda e deposito de negociante La Roche e Cª, — a venda e hospedaria de [[Pedro Heil]], —— e a casa de [[Felipe Krieger|Philippe Krieger]]; todas sitas ao lado oriental da mencionada rua. Todas as casas da mesma rua do lado occidental a saber: os ranchos de recepcão, — o rancho de Directoria, a velha escola, a casa de [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido Seckendorff]], — as dous casas de [[Germano Augusto Thieme|Germano Thieme]], — a casa da nova escola, —— a casa de Dr. Eberhard, — e as casas de [[Theodoro Dandkwardt|Theodor Danckwarth]] não forão agredidas pelas aguas, mas com tudo, as proximas ao Rio pela differença de meio palmo terião tido agoas nos seus lares.<br />
<br />
Todo gente do estabelecimento geral d'esta Colonia forão salvados com seus tréns. Poucos estiverão em perigo eminente. Nemhuma casa destes pequenos proprietarios foi por ora destruida, e perecerão só algums pequenos animaes domesticos dos mesmos.<br />
<br />
Receio frequentes consequencias de saude, principalmente de crenças que mais ou menos estivérão por 2 dias e noites com nos todos, expostos as intemperies da catastrofe.<br />
<br />
Grande parte de pontes foi enlevada, e os caminhos comunicativos, como é natural, forão bastante damnificados. Reservo-me a informar a Vª Exª circumstancialmente assim que eu tiver podido percorrer todos os lugares deste estenso estabelecimento em todo seu sentido. Trattarei deste já, da primeira indispensavel urgencia, que é de restabelecer todas as communicações. Immediatametnte ficará a meu grave cuidado, de fornecer à quelles colonos, cujos plantações modernas (que apenas a pocas semanas forão feitas, se achão submergidas e perdidas), com novas sementes a saber: feijão, milho, batatas e arroz visto que, por felicidade na infelicidade, ainda podem ser replantados na mesma estação sem demora para não perderem a colheita do semestre.<br />
<br />
Suplico a Vª Exª., de enviar-me com toda benevola brevidade o dinheiro do orçamento que subitti à aprovação de Vª. Exª. para o trimestre de Outubro à Decembro; pois neste momento me é indispensavel, digo, me é impossivel de trattar à mandar buscal-o a tempo opportuno.<br />
<br />
. Outro sim pelo *a Vª Eªxª de mandar enviar-me ao» menos tar—<br />
de possivel (afim. de que chegue em tempo approvitavel e precio-<br />
so) sementes da melhor qualidade: 10 sacos de milho, 8 'de feijão, 10“<br />
de arroz, 10 de batatas, pois estas especies, quando as plantações dos<br />
colonos, como as de todos os lavradores proprietarios, soffrirão (pelas<br />
innumeraveis ratos que permigrarão todo o territorio, e pelas nuvens<br />
de passaros pequenos pretos passageiros) prejuizos de primeira, segun-<br />
da e terceira replantação destes especies comprei e destribui aos Colo-<br />
nos toda esta semente de novamente, isto é que pudi obter, para cujo<br />
fim não somente mandei como pessoalmente foi longinquamente buscar.<br />
Mui insignificante quantia desta semente resta—me neste momento de<br />
urgente precisão no armazem. Os preços «da. compra que eu fiz, com os<br />
preços que actualmente se pretende, augmentárão por mais do que o<br />
dobro. Não obstante disto, são estes especies tão raras aqui (por que<br />
todos quereção delles para si, ou pretendem fazer usura), e como a<br />
melindrosa circunstancia de não poder ausentar-me nesta momenta-<br />
nea crise do meu. pequeno povo para ministral-o os meus preceitos<br />
encoragamento, e assistencia pessoal faz, que ouso reiterar a Vª Ekxª'<br />
os meus dous pedidos supra.<br />
<br />
Das casas de negocios salvou-se toudas as victualias, fortunai<br />
pois com as aguas ainde tão altas não podemos contar tão sedo com<br />
a chegada de Lanchas com mantimentos novos, 0 que sera assaz 1a-<br />
mentoso. Só pelo meio dia do dia 9 começarão as aguas a baixar, e<br />
<br />
—106——<br />
<br />
hoje a gente já regressou, a suas casas, e passa a pé pelas-ruas, e os<br />
moradores interiores já se communicão aprezar com meio corpo a-<br />
lagado.<br />
<br />
Neste momento 10 horas de noite relato à Vª !Ebcª este aconte-<br />
cimento, e já faz dous horas, que recomeça a trovoada e as chuvas<br />
com nova força. O portador pretende aventurar-se a seguir viagem<br />
para a Capital. Aproveito a occasião e faço votos para que:<br />
<br />
Deos Guarde a Va Exª.<br />
<br />
,Exmº. e Revmº . Sr. Conselheiro [[Vicente Pires da Motta]]<br />
..vaº Presidente da Província de Sta. Catharina<br />
, O“Director da Colonia<br />
Barão de Schneéburg<br />
<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 007|Revista Notícias de Vicente Só n. 07]] nas páginas 105-107. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
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[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|7]] [[Categoria:Documentos da Administração Colonial|1862]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Documento_de_10_de_outubro_de_1862&diff=16962Documento de 10 de outubro de 18622024-02-05T11:28:12Z<p>Alicas: </p>
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<div>Directoria de Colonia Brusque no Itajahy mirim 10 de Outubro de 1862.<br />
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Exmº. e Revmº. Snr.<br />
<br />
Cumpre-me commeçar este Officio pelo que devia concluil-o; e isto para levar respeitosamente ao conhecimento de Vª. Exª. (antes de todo) a noticia consoladora: que nenhuma victima foi sacrificada pela enchente do Rio d'Itajahy-mirim e as de seus numerosos affluentes, que todos transbordárão, innundando ao lungo do seus cursos, todos os terrenos adjacentes.<br />
<br />
Desde o dia 7 até á noite de 9 do corrente tivemos aqui furiosas trovoadas com chuveiros a cantaras. As aguas crescérão sobre o seu estado normal a uma altura de 25 palmos, e submergérão os terrenos de cada lado do seu leito por mais de 300 Braças de extensão interior.<br />
<br />
Na rua do Rio d'Itajahy na sede da Colonia, deroubou a excessiva correnteza 3 chupanas particulares, e uma casa de taboada tambem particular; as outras casas da mesma rua, conjunctamente como quartel do destacamento estavão 3 a 5 Palmos de baixo d'agua.<br />
<br />
Esta correnteza enlevou tambem não insignificante porção de madeiras falquejadas do Governo, que estavão empilhadas na mesma rua.<br />
<br />
Na outra rua perpendicular e por ora principal, estavão as seguintes casas com tanta agua, que as canóas de socorro navegarão no seu interior, carregando gente victualias e mais objetos. As casas que nesta rua principal forão innundadas são: a venda e casa nova de [[Joaquim Pereira Liberato]], — a venda e deposito de negociante La Roche e Cª, — a venda e hospedaria de [[Pedro Heil]], —— e a casa de [[Felipe Krieger|Philippe Krieger]]; todas sitas ao lado oriental da mencionada rua. Todas as casas da mesma rua do lado occidental a saber: os ranchos de recepcão, — o rancho de Directoria, a velha escola, a casa de [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido Seckendorff]], — as dous casas de [[Germano Augusto Thieme|Germano Thieme]], — a casa da nova escola, —— a casa de Dr. Eberhard, — e as casas de [[Theodoro Dandkwardt|Theodor Danckwarth]] não forão agredidas pelas aguas, mas com tudo, as proximas ao Rio pela differença de meio palmo terião tido agoas nos seus lares.<br />
<br />
Todo gente do estabelecimento geral d'esta Colonia forão salvados com seus tréns. Poucos estiverão em perigo eminente. Nemhuma casa destes pequenos proprietarios foi por ora destruida, e perecerão só algums pequenos animaes domesticos dos mesmos.<br />
<br />
Receio frequentes consequencias de saude, principalmente de crenças que mais ou menos estivérão por 2 dias e noites com nos todos, expostos as intemperies da catastrofe.<br />
<br />
Grande parte de pontes foi e'nlevada, e os caminhos comuni-<br />
cativos, como é natural, forão bastante damnificados. Reservo-me a<br />
informar a Vª Exª circumstancialmente assim que eu tiver podido<br />
percorrer todos os lugares deste estenso estabelecimento em todo seu<br />
sentido. Trattarei deste já, da primeira indispensavel urgencia, que<br />
é de restabelecer todas as communicações. Immediatametnte ficará a<br />
meu grave cuidado, de fornecer a quelles colonos, cujos plantações<br />
modernas (que apenas a pocas semanas forão feitas, se achão sub-—<br />
mergidas e perdidas), com novas sementes a saber: feijão, milho, ba—<br />
tatas e arroz visto- que, por felicidade “na infelicidade, ainda podem<br />
ser replantados na mesma estação sem demora para não perderem a<br />
colheita do semestre.<br />
<br />
Suplico a Va Exª., de enviar-line «com toda benevola bre-<br />
vidade o— dinheiro do orçamentoque subitti à aprovação de Vª. Exª.<br />
para o trimestre de Outubro *a Decembro; pois neste momento me é<br />
indispensavel, digo, me é impossivel de trattar a mandar buscal-o a<br />
tempo opportuno.<br />
<br />
. Outro sim pelo *a Vª Eªxª de mandar enviar-me ao» menos tar—<br />
de possivel (afim. de que chegue em tempo approvitavel e precio-<br />
so) sementes da melhor qualidade: 10 sacos de milho, 8 'de feijão, 10“<br />
de arroz, 10 de batatas, pois estas especies, quando as plantações dos<br />
colonos, como as de todos os lavradores proprietarios, soffrirão (pelas<br />
innumeraveis ratos que permigrarão todo o territorio, e pelas nuvens<br />
de passaros pequenos pretos passageiros) prejuizos de primeira, segun-<br />
da e terceira replantação destes especies comprei e destribui aos Colo-<br />
nos toda esta semente de novamente, isto é que pudi obter, para cujo<br />
fim não somente mandei como pessoalmente foi longinquamente buscar.<br />
Mui insignificante quantia desta semente resta—me neste momento de<br />
urgente precisão no armazem. Os preços «da. compra que eu fiz, com os<br />
preços que actualmente se pretende, augmentárão por mais do que o<br />
dobro. Não obstante disto, são estes especies tão raras aqui (por que<br />
todos quereção delles para si, ou pretendem fazer usura), e como a<br />
melindrosa circunstancia de não poder ausentar-me nesta momenta-<br />
nea crise do meu. pequeno povo para ministral-o os meus preceitos<br />
encoragamento, e assistencia pessoal faz, que ouso reiterar a Vª Ekxª'<br />
os meus dous pedidos supra.<br />
<br />
Das casas de negocios salvou-se toudas as victualias, fortunai<br />
pois com as aguas ainde tão altas não podemos contar tão sedo com<br />
a chegada de Lanchas com mantimentos novos, 0 que sera assaz 1a-<br />
mentoso. Só pelo meio dia do dia 9 começarão as aguas a baixar, e<br />
<br />
—106——<br />
<br />
hoje a gente já regressou, a suas casas, e passa a pé pelas-ruas, e os<br />
moradores interiores já se communicão aprezar com meio corpo a-<br />
lagado.<br />
<br />
Neste momento 10 horas de noite relato à Vª !Ebcª este aconte-<br />
cimento, e já faz dous horas, que recomeça a trovoada e as chuvas<br />
com nova força. O portador pretende aventurar-se a seguir viagem<br />
para a Capital. Aproveito a occasião e faço votos para que:<br />
<br />
Deos Guarde a Va Exª.<br />
<br />
,Exmº. e Revmº . Sr. Conselheiro [[Vicente Pires da Motta]]<br />
..vaº Presidente da Província de Sta. Catharina<br />
, O“Director da Colonia<br />
Barão de Schneéburg<br />
<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 007|Revista Notícias de Vicente Só n. 07]] nas páginas 105-107. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
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[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|7]] [[Categoria:Documentos da Administração Colonial|1862]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Documento_de_10_de_outubro_de_1862&diff=16961Documento de 10 de outubro de 18622024-02-05T11:19:08Z<p>Alicas: </p>
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<div>Directoria de Colonia Brusque no Itajahy mirim 10 de Outubro de 1862.<br />
<br />
Exmº. e Revmº. Snr.<br />
<br />
Cumpre-me commeçar este Officio pelo que devia concluil-o; e isto para levar respeitosamente ao conhecimento de Vª. Exª. (antes de todo) a noticia consoladora: que nenhuma victima foi sacrificada pela enchente do Rio d'Itajahy-mirim e as de seus numerosos affluentes, que todos transbordárão, innundando ao lungo do seus cursos, todos os terrenos adjacentes.<br />
<br />
Desde o dia 7 até á noite de 9 do corrente tivemos aqui furio-<br />
sas trovoadas com chuveiros a cantaras. As“ aguas crescérão sobre<br />
o seu estado normal a uma altura de 25 palmos, e'submergérão' os<br />
terrenos de cada lado do seu leito por mais de 300 Braças de extensão<br />
in erior,<br />
<br />
Na rua do Rio ditajahy na sede da Colonia, deroubou a (BX-*<br />
cessiva correnteza 3 chupanas particulares., e uma casa de taboada<br />
tambem particular; as outras) casas da mesma rua, conjunctamen-<br />
te como quartel do destacamento estavão 3 a 5 Palmos de baixo da-<br />
gua.<br />
<br />
Esta correnteza enlevou tambem não insignificante porção de<br />
madeiras falquejadas do Governo, que estavão empilhadas. na mesma<br />
rua.<br />
<br />
Na outra rua perpendicular e por ora principal, estavão as se—<br />
guintes casas com tanta agua, que as. caudas de socorro navegarao no<br />
seu interior, carregando gente victualias e mais objetos. As casas<br />
que nesta rua principal forão innundadas são: a venda e casa nova<br />
de Joaquim Pereira Liberato, — a venda e deposito de negociante La<br />
Roche e Cª, — a venda. 'e hospedaria de Pedro Heil, —— e a casa de Phi-<br />
lippe Krieger; todas sitas ao lado oriental da mencionada rua. Todas<br />
as casas. da mesma rua do lado occidental a saber: os ranchos. de re-<br />
cepcão, — 'o rancho de Directoria, _ a velha escola, _- a casa de Gui«.<br />
do Sªeclkendorff, — as dous casas de Germano *Thieme, — a casa da<br />
nova escola, —— a casa de Dr, Eberhard, — e as casas de Theodor<br />
Danckwarth não :for'ão agredidas pelas. aguas, mas com tudo, as pro-<br />
ximas ao Rio pela differenga de meio palmo terião tido agoas nos<br />
seus lares.<br />
<br />
Todo gente do estabelecimento geral d'esta Colonia forão sal-<br />
vados com seus tréns. Poucos estiverão em perigo eminente. Nemhu-<br />
<br />
——105—<br />
ma casa destes pequenos proprietarios foi por ora destruida, e pere-<br />
cerão só algums pequenos animaes domesticos dos mesmos.<br />
<br />
Receio frequentes consequencias de sau-de, principalmente de<br />
crenças que mais ou menos estivérão por 2 dias e noites com nos<br />
<br />
todos, expostos as intemperies da catastrofe.<br />
<br />
Grande parte de pontes foi e'nlevada, e os caminhos comuni-<br />
cativos, como é natural, forão bastante damnificados. Reservo-me a<br />
informar a Vª Exª circumstancialmente assim que eu tiver podido<br />
percorrer todos os lugares deste estenso estabelecimento em todo seu<br />
sentido. Trattarei deste já, da primeira indispensavel urgencia, que<br />
é de restabelecer todas as communicações. Immediatametnte ficará a<br />
meu grave cuidado, de fornecer a quelles colonos, cujos plantações<br />
modernas (que apenas a pocas semanas forão feitas, se achão sub-—<br />
mergidas e perdidas), com novas sementes a saber: feijão, milho, ba—<br />
tatas e arroz visto- que, por felicidade “na infelicidade, ainda podem<br />
ser replantados na mesma estação sem demora para não perderem a<br />
colheita do semestre.<br />
<br />
Suplico a Va Exª., de enviar-line «com toda benevola bre-<br />
vidade o— dinheiro do orçamentoque subitti à aprovação de Vª. Exª.<br />
para o trimestre de Outubro *a Decembro; pois neste momento me é<br />
indispensavel, digo, me é impossivel de trattar a mandar buscal-o a<br />
tempo opportuno.<br />
<br />
. Outro sim pelo *a Vª Eªxª de mandar enviar-me ao» menos tar—<br />
de possivel (afim. de que chegue em tempo approvitavel e precio-<br />
so) sementes da melhor qualidade: 10 sacos de milho, 8 'de feijão, 10“<br />
de arroz, 10 de batatas, pois estas especies, quando as plantações dos<br />
colonos, como as de todos os lavradores proprietarios, soffrirão (pelas<br />
innumeraveis ratos que permigrarão todo o territorio, e pelas nuvens<br />
de passaros pequenos pretos passageiros) prejuizos de primeira, segun-<br />
da e terceira replantação destes especies comprei e destribui aos Colo-<br />
nos toda esta semente de novamente, isto é que pudi obter, para cujo<br />
fim não somente mandei como pessoalmente foi longinquamente buscar.<br />
Mui insignificante quantia desta semente resta—me neste momento de<br />
urgente precisão no armazem. Os preços «da. compra que eu fiz, com os<br />
preços que actualmente se pretende, augmentárão por mais do que o<br />
dobro. Não obstante disto, são estes especies tão raras aqui (por que<br />
todos quereção delles para si, ou pretendem fazer usura), e como a<br />
melindrosa circunstancia de não poder ausentar-me nesta momenta-<br />
nea crise do meu. pequeno povo para ministral-o os meus preceitos<br />
encoragamento, e assistencia pessoal faz, que ouso reiterar a Vª Ekxª'<br />
os meus dous pedidos supra.<br />
<br />
Das casas de negocios salvou-se toudas as victualias, fortunai<br />
pois com as aguas ainde tão altas não podemos contar tão sedo com<br />
a chegada de Lanchas com mantimentos novos, 0 que sera assaz 1a-<br />
mentoso. Só pelo meio dia do dia 9 começarão as aguas a baixar, e<br />
<br />
—106——<br />
<br />
hoje a gente já regressou, a suas casas, e passa a pé pelas-ruas, e os<br />
moradores interiores já se communicão aprezar com meio corpo a-<br />
lagado.<br />
<br />
Neste momento 10 horas de noite relato à Vª !Ebcª este aconte-<br />
cimento, e já faz dous horas, que recomeça a trovoada e as chuvas<br />
com nova força. O portador pretende aventurar-se a seguir viagem<br />
para a Capital. Aproveito a occasião e faço votos para que:<br />
<br />
Deos Guarde a Va Exª.<br />
<br />
,Exmº. e Revmº . Sr. Conselheiro [[Vicente Pires da Motta]]<br />
..vaº Presidente da Província de Sta. Catharina<br />
, O“Director da Colonia<br />
Barão de Schneéburg<br />
<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 007|Revista Notícias de Vicente Só n. 07]] nas páginas 105-107. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|7]] [[Categoria:Documentos da Administração Colonial|1862]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Observat%C3%B3rio_Astron%C3%B4mico_Tadeu_Cristovam_Mikowski&diff=16960Observatório Astronômico Tadeu Cristovam Mikowski2024-02-05T11:02:02Z<p>Alicas: Criou página com 'Observatório Astronômico Tadeu Cristovam Mikowski foi inaugurado em 3 de novembro de 1979 e foi administrado pelo Clube de Astronomia de Brusque até 2024<ref>FACCHINI,...'</p>
<hr />
<div>Observatório Astronômico Tadeu Cristovam Mikowski foi inaugurado em 3 de novembro de 1979 e foi administrado pelo [[Clube de Astronomia de Brusque]] até 2024<ref>FACCHINI, Thiago. Clube de Astronomia deixa gestão do Observatório Astronômico de Brusque. In: O Município, Brusque. Disponível em: <https://omunicipio.com.br/clube-de-astronomia-deixa-gestao-do-observatorio-de-brusque/>. Acesso em 5 fev. 2024.</ref>.</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Predefini%C3%A7%C3%A3o:Efem%C3%A9rides/3_de_novembro&diff=16959Predefinição:Efemérides/3 de novembro2024-02-05T11:00:09Z<p>Alicas: </p>
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<div><onlyinclude><br />
{{Predefinição:Efemérides/modelo|<br />
| data=3 de novembro<br />
| imagem=<br />
| descricao=<br />
| acontecimentos=<br />
*1891 - Criada a Comarca de Brusque.<br />
*1917 - Jornal [[Gazeta Brusquense]] noticia que a praga do gafanhoto assolou Brusque, principalmente em Guabiruba, prejudicando a lavoura.<br />
*1951 - Fundado, por Aldo Krieger, o Orfeão Juvenil Amadeus Mozart.<br />
*1979 - Inauguração do [[Observatório Astronômico Tadeu Cristovam Mikowski]]<br />
| nascidos=<br />
| falecidos=<br />
| proximo= [[Predefinição:Efemérides/1 de novembro|1]] · [[Predefinição:Efemérides/2 de novembro|2]] · [[Predefinição:Efemérides/3 de novembro|3]] · [[Predefinição:Efemérides/4 de novembro|4]] · [[Predefinição:Efemérides/5 de novembro|5]]<br />
}}<br />
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[[Categoria:!Efemérides de novembro]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Brusque_em_1910&diff=16958Brusque em 19102024-02-02T20:11:48Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''BRUSQUE EM 1910'''<br />
<br />
Receita e despesa do município prevista para o ano, 17:760$000, respectivamente.<br />
<br />
.<br />
<br />
FEVEREIRO<br />
<br />
O jornal “[[Jornal Novidades|Novidades]]” publica “A uva — contribuição para o cultivo da videira em Santa Catarina” de [[Georg Boettger]]. '<br />
<br />
Reuniu-se o Conselho Municipal e a Comissão especial dos festejos do 50º aniversário da fundação de Brusque. Na ocasião foi resolvido instalar na pequena Praça, fronteira ao palacete Renaux, um monumento comemorativo orçado em 2:000$000 a ser encomendado na Áustria. Seria adaptado ao mesmo uma rede de água vinda de um reservatório a ser construído em terras do sr. L. Spengler. O sr. Max J . Schumann foi encarregado do serviço de canalização e adaptação.<br />
<br />
.<br />
<br />
Do jornal “[[Jornal Novidades|Novidades]]”: “Origem da designação de Ribeirão do Ouro ao afluente do rio Itajaí mirim”. Há uns 70 anos atrás, pelos começos de 1840, quando toda a região que constitui hoje o município de Brusque era um sertão bravio, habitado por [[bugres]]<ref>Indígenas.</ref>, apareceram aí três irmãos vindos dos Estados Unidos da América. Chamavam—se eles Roberto, Augusto e Leweson Leslie e andavam a procura de minas. Depois de terem cruzado todo o nosso sertão, permaneceram durante alguns meses às margens de um córrego, afluente do pequeno Itajaí, e onde, segundo diziam, haviam encontrado ouro, tendo extraído e levado consigo uma boa quantidade desse metal. A noticia do fato espalhou-se e, quando, anos depois, moradores se foram estabelecer perto do ribeirão junto ao qual os três irmãos americanos haviam mineirado, batizaram o riacho, em virtude daaquela tradição, com o nome de Ribeirão do Ouro. Dos três mineiros, dois voltaram logo depois para os Estados Unidos e o terceiro que entre nós ficou, outro não era que o velho Lessa, conforme todos aqui tratavam o sr. Leweson Leslie, o abastado agricultor, falecido o ano passado (1909) em avançada idade, no lugar Ilhota, neste município. Deste modo se fica sabendo porque tomou o nome de Ribeirão do Ouro o pequeno curso de águas que conflui no Itajaí mirim, próximo às nascentes deste, e como dos Estados Unidos veio para esta terra, nos tempos em que toda esta região apenas começava a ser conquistada para a civilização, e aqui viveu durante mais de meio século, o simpático e saudoso Velho Lessa”.<br />
<br />
.<br />
<br />
Contrato do Governo da União com a Estrada de Ferro Santa Catarina. Cláusula IV —— Quando o Governo Federal o exigir, a Companhia construirá em prazo razoável, um ramal que servirá a zona colonial do vale do rio Itajaí Mirim até suas cabeceiras. Parágrafo unico: Se a Companhia declarar-se impossibilitada de construir este ramal, nos termos desta cláusula, ficará livre a União de promover sua construção pela firma que parever mais conveniente.<br />
<br />
.<br />
<br />
Anúncio no “[[Jornal Novidades|Novidades]]” de 18.2: “HOTEL- KRIEGER - Brusque, Santa Catarina — antigo [[Hotel Zum Deutschen Kaiser|Hotel “Zum Deutchen Kaiser”]]. Comunica a seus bons fregueses que desta data em diante continua a funcionar”. [[Guilherme Luiz Krieger]].<br />
<br />
.<br />
<br />
MARÇO<br />
<br />
Resultado do pleito presidencial em Brusque: Hermes da Fonseca, 240 votos — Ruy Barbosa, 25 votos.<br />
<br />
.<br />
<br />
Fundada pequena orquestra de Câmara sob a direção de [[Primo Diegoli]]. Além do diretor faziam parte: [[Wilibaldo Stracke]], [[Júlio Laux]], [[Gustavo Krieger]], [[Luiz Luebke]] e [[Guilherme Diegoli]].<br />
<br />
.<br />
<br />
Fundada, sob a orientação do snr. [[Antonio Schwartz]], a [[Banda Musical Concórdia|Banda Musical '“Cóncórdia”]].<br />
<br />
.<br />
<br />
Sob a orientação dos Revdos. Padres Moeller e Baumhof, é fundado o “Côro Católico”.<br />
<br />
.<br />
<br />
Segundo a professora dona Georgina de C. R. da Luz, 1910 foi um ano destacado na instalação de escolas oficiais na vila de Brusque.<br />
<br />
.<br />
<br />
Entre as professoras públicas e particulares, merecem destaque: [[Edwirges Torres de Oliveira]]; [[Maria Luiza Mueller]], [[Alzira Mueller]], [[Lúcia Fernandes]] e [[Joana Torres]].<br />
<br />
.<br />
<br />
AGOSTO<br />
<br />
As festas comemorativas do 50º aniversário da fundação de Brusque obedeceram ao seguinte programa:<br />
<br />
Dia 3 — Retreta pela Banda Musical “Concórdia”.<br />
<br />
Dia 4 — As 10 horas — Missa solene.<br />
<br />
As 11 horas — Sessão solene do Conselho Municipal.<br />
<br />
As 12 horas — Concentração de Associações e alunos das escolas no Paço Municipal. As 12,30 horas —— Marcha para a Casa dôs Atiradores.<br />
<br />
As 19 horas — Marcha Aux Hambeaux”. Em seguida representação teatral e Concerto na sede dos Atiradores.<br />
<br />
Dia 5 — ao meio dia — Torneio de tiro ao alvo com prêmios. A noite — Concerto pela Banda Concórdia —— Baile popular.<br />
<br />
.<br />
<br />
O “[[Jornal Novidades|Novidades]]” de Itajaí publica com detalhes as festas comemorativas do 50º aniversário da fundação de Brusque.<br />
<br />
.<br />
<br />
Brusque ao completar 50 anos tinha, aproximadamente 18.000 habitantes.<br />
<br />
.<br />
<br />
O “[[Jornal Novidades|Novidades]]” publica os estatutos da Comunidade Evangélica aprovados em Assembléia Geral de 10.11.1907. [[Carlos Luis Gevaerd]], oficial interino do Registro civil etc., [[Wilhelm Gottfried Lange|Pastor W. Lange]] e membros da diretória assinam.<br />
<br />
.<br />
<br />
JULHO<br />
<br />
Toma posse do cargo de Juiz de Direito da Comarca, o dr. Bento Machado Portella.<br />
<br />
.<br />
<br />
OUTUBRO<br />
<br />
“O Ouro no Vale do Itajaí — importante relato sobre a existência de ouro no Vale do Itajaí, cuja exploração remonta ao ano de 1651. Transcreve o jornal uma carta sobre o assunto, de Antonio C. Pinto, de 21 de março de 1783. Jornal “[[Jornal Novidades|Novidades]]” — Itajaí.<br />
<br />
.<br />
<br />
Por iniciativa do sr. Dr. Bento Portella foi fundada uma associação caritativa destinada a “assistir desde o berço, crianças reconhecidamente pobres moral, cívica, intelectual e profissionalmente. Deverá também celebrar anualmente o Natal dos órfãos e crianças inválidas. Primeira diretoria: presidente honorário: Dr. [[Bento Portella]]; presidente: Cel. [[Guilherme Krieger]]; Vice presidente: [[João Bauer]]; secretário: [[Carlos Luiz Gevaerd]]; tesoureiro: [[Jorge Boettger]], procurador: [[Germano Schaeffer]]. Conselho, composto por 30 pessoas.<br />
<br />
.<br />
<br />
NOVEMBRO<br />
<br />
As duas facções políticas locais concordaram na seguinte chapa para as próximas eleições: Superintendente, Cel. [[Guilherme Krieger]]. Conselheiros: [[Luiz de Marchi]], [[Guilherme Risch]], [[Guilherme Krieger Jr]], [[Rodolpho Tietzmann]], [[Vicente Schaeffer]]. Juízes de Paz: [[Amadio Beudschi]], [[Matias Moritz Senior]], [[Oscar Krieger]] e [[Primo Diegoli]].<br />
<br />
.<br />
<br />
Agradável surpresa teve o sr. [[José Pinotti]], lavrador em Águas Claras, antiga [[Colônia Principe Dom Pedro]], o qual, ao arar terra, uma peça do arado desenterrou várias moedas de ouro, dólares americanos. Um velho colono considerou a possibilidade de terem pertencido a colonos irlandeses ou norte-americanos da malograda Colônia. Um cidadão, malicioso, disse que era a melhor forma do proprietário vender a terra.<br />
<br />
.<br />
<br />
DEZEMBRO<br />
<br />
Em benefício da associação de caridade “Assistência”, recém-fundada, realiza-se um Concerto musical e vocal, regido pelo sr. Raymundo Bridon, com o concurso da Banda Concódia, dirigida pelo maestro [[Humberto Matiolli]]. “[[Jornal Novidades|Novidades]]” nº 343 registra com detalhes esse festival beneficente.<br />
<br />
.<br />
<br />
Encontra-se em Brusque, contratado pelo S. [[Carlos Renaux]], o engenheiro Ritzhaupt para proceder ao exame das minas de calcáreo do Ribeirão do Ouro. As jazidas, segundo declaração do referido técnico, são inesgotáveis e riquíssimas. Entretanto, há escassez de barro especial para fabrico de cimento, declaração mais tarde contestada pelo sr. [[Otto Renaux]], em carta ao jornal “[[Jornal Novidades|Novidades]]”.<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 101-104. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Brusque_em_1910&diff=16957Brusque em 19102024-02-02T20:03:27Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''BRUSQUE EM 1910'''<br />
<br />
Receita e despesa do município prevista para o ano, 17:760$000, respectivamente.<br />
<br />
.<br />
<br />
FEVEREIRO<br />
<br />
O jornal “[[Jornal Novidades|Novidades]]” publica “A uva — contribuição para o cultivo da videira em Santa Catarina” de [[Georg Boettger]]. '<br />
<br />
Reuniu-se o Conselho Municipal e a Comissão especial dos festejos do 50º aniversário da fundação de Brusque. Na ocasião foi resolvido instalar na pequena Praça, fronteira ao palacete Renaux, um monumento comemorativo orçado em 2:000$000 a ser encomendado na Áustria. Seria adaptado ao mesmo uma rede de água vinda de um reservatório a ser construído em terras do sr. L. Spengler. O sr. Max J . Schumann foi encarregado do serviço de canalização e adaptação.<br />
<br />
.<br />
<br />
Do jornal “[[Jornal Novidades|Novidades]]”: “Origem da designação de Ribeirão do Ouro ao afluente do rio Itajaí mirim”. Há uns 70 anos atrás, pelos começos de 1840, quando toda a região que constitui hoje o município de Brusque era um sertão bravio, habitado por [[bugres]]<ref>Indígenas.</ref>, apareceram aí três irmãos vindos dos Estados Unidos da América. Chamavam—se eles Roberto, Augusto e Leweson Leslie e andavam a procura de minas. Depois de terem cruzado todo o nosso sertão, permaneceram durante alguns meses às margens de um córrego, afluente do pequeno Itajaí, e onde, segundo diziam, haviam encontrado ouro, tendo extraído e levado consigo uma boa quantidade desse metal. A noticia do fato espalhou-se e, quando, anos depois, moradores se foram estabelecer perto do ribeirão junto ao qual os três irmãos americanos haviam mineirado, batizaram o riacho, em virtude daaquela tradição, com o nome de Ribeirão do Ouro. Dos três mineiros, dois voltaram logo depois para os Estados Unidos e o terceiro que entre nós ficou, outro não era que o velho Lessa, conforme todos aqui tratavam o sr. Leweson Leslie, o abastado agricultor, falecido o ano passado (1909) em avançada idade, no lugar Ilhota, neste município. Deste modo se fica sabendo porque tomou o nome de Ribeirão do Ouro o pequeno curso de águas que conflui no Itajaí mirim, próximo às nascentes deste, e como dos Estados Unidos veio para esta terra, nos tempos em que toda esta região apenas começava a ser conquistada para a civilização, e aqui viveu durante mais de meio século, o simpático e saudoso Velho Lessa”.<br />
<br />
.<br />
<br />
Contrato do Governo da União com a Estrada de Ferro Santa Catarina. Cláusula IV —— Quando o Governo Federal o exigir, a Companhia construirá em prazo razoável, um ramal que servirá a zona colonial do vale do rio Itajaí Mirim até suas cabeceiras. Parágrafo unico: Se a Companhia declarar-se impossibilitada de construir este ramal, nos termos desta cláusula, ficará livre a União de promover sua construção pela firma que parever mais conveniente.<br />
<br />
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<br />
Anúncio no “[[Jornal Novidades|Novidades]]” de 18.2: “HOTEL- KRIEGER - Brusque, Santa Catarina — antigo [[Hotel Zum Deutschen Kaiser|Hotel “Zum Deutchen Kaiser”]]. Comunica a seus bons fregueses que desta data em diante continua a funcionar”. [[Guilherme Luiz Krieger]].<br />
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MARÇO<br />
<br />
Resultado do pleito presidencial em Brusque: Hermes da Fonseca, 240 votos — Ruy Barbosa, 25 votos.<br />
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<br />
Fundada pequena orquestra de Câmara sob a direção de [[Primo Diegoli]]. Além do diretor faziam parte: [[Wilibaldo Stracke]], [[Júlio Laux]], [[Gustavo Krieger]], [[Luiz Luebke]] e [[Guilherme Diegoli]].<br />
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<br />
Fundada, sob a orientação do snr. [[Antonio Schwartz]], a [[Banda Musical Concórdia|Banda Musical '“Cóncórdia”]].<br />
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Sob a orientação dos Revdos. Padres Moeller e Baumhof, é fundado o “Côro Católico”.<br />
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Segundo a professora dona Georgina de C. R. da Luz, 1910 foi um ano destacado na instalação de escolas oficiais na vila de Brusque.<br />
<br />
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Entre as professoras públicas e particulares, merecem destaque: [[Edwirges Torres de Oliveira]]; [[Maria Luiza Mueller]], [[Alzira Mueller]], [[Lúcia Fernandes]] e [[Joana Torres]].<br />
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.<br />
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AGOSTO<br />
<br />
As festas comemorativas do 50º aniversário da fundação de Brusque obedeceram ao seguinte programa:<br />
<br />
Dia 3 — Retreta pela Banda Musical “Concórdia”.<br />
<br />
Dia 4 — As 10 horas — Missa solene.<br />
<br />
As 11 horas — Sessão solene do Conselho Municipal.<br />
<br />
As 12 horas — Concentração de Associações e alunos das escolas no Paço Municipal. As 12,30 horas —— Marcha para a Casa dôs Atiradores.<br />
<br />
As 19 horas — Marcha Aux Hambeaux”. Em seguida representação teatral e Concerto na sede dos Atiradores.<br />
<br />
Dia 5 — ao meio dia — Torneio de tiro ao alvo com prêmios. A noite — Concerto pela Banda Concórdia —— Baile popular.<br />
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O “[[Jornal Novidades|Novidades]]” de Itajaí publica com detalhes as festas comemorativas do 50º aniversário da fundação de Brusque.<br />
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Brusque ao completar 50 anos tinha, aproximadamente 18.000 habitantes.<br />
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O “[[Jornal Novidades|Novidades]]” publica os estatutos da Comunidade Evangélica aprovados em Assembléia Geral de 10.11.1907. [[Carlos Luis Gevaerd]], oficial interino do Registro civil etc., [[Wilhelm Gottfried Lange|Pastor W. Lange]] e membros da diretória assinam.<br />
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JULHO<br />
<br />
Toma posse do cargo de Juiz de Direito da Comarca, o dr. Bento Machado Portella.<br />
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OUTUBRO<br />
<br />
“O Ouro no Vale do Itajaí — importante relato sobre a exis-<br />
tência de ouro no Vale do Itajaí, cuja exploração remonta ao ano- “de<br />
1651. Transcreve o jornal uma carta sobre o assunto, de Antonio C.<br />
Pinto, de 21 de março de 1783”. Jornal “Novidades” — Itajai.<br />
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, Por iniciativa do sr. Dr. Bento Portella foi fundada uma as-<br />
sociação caritativa destinada a “assistir desde o berço,_ crianças re<br />
conhecidamente pobres. moral, cívica, intelectual e profissionalmente.<br />
Deverá também celebrar anualmente o Natal dos órfã0s e crianças<br />
inválidas. Primeira diretoria: presidente honorário: Dr. Bento“ Por—<br />
tella; presidente: Cel. Guilherme Krieger; Vice presidente: João<br />
Bauer; secretário: Carlos Luiz Gevaerd; tesoureiro: Jorge Boettger',<br />
procurador: Germano Schaeffer. Conselho, composto por 30 pessoas.<br />
.<br />
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NOVEMBRO<br />
<br />
As duas facções políticas locais concordaram na seguinte cha-<br />
pa para as próximas eleições: Superintendente, Cel. Guilherme Krie-<br />
<br />
ger. Conselheiros: Luiz de Marchi, Guilherme Risch, Guilherme Krie-<br />
<br />
ger Jr_, Rodolpho Tietzmann, Vicente Schaeffer. Juízes 'de Paz: A-<br />
madio Beudschi, Matias Moritz Senior, “Oscar Krieger e Prim-o Dieg'oli.<br />
. . . .<br />
<br />
Agradável surpresa teve o sr. José Pinotti, lavrador em Águas<br />
Claras, antiga Colônia Principe Dom Pedro, o qual, ao arar terra,<br />
uma peça do arado desenterrou, Várias moedas de ouro, dólares ameri-<br />
canºs. Um velho colono considerou a possibilidade de terem perten-<br />
cido a colonos irlandeses ou norte-americanos da malograda Colô.<br />
nia. Um cidadão, malicioso, disse que era a melhor forma do proprie-<br />
tário vender a terra. . . «<br />
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DEZEMBRO<br />
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Em benefício da associação de caridade “Assistência”, recém.-<br />
fundada, realiza-se um Concerto musical e vocal, regido pelo sr. Ray-<br />
mundo Br'idon, com o concurso da Banda Concódia, dirigida pelo<br />
maestro Humberto Matiolli. “Novidades” nº 3431 registra com deta—<br />
lhes esse festival beneficente. ,<br />
. . . . . .<br />
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Encontra-se em. Brusque, contratado pelo S. Carlos Renaux,<br />
o engenheiro Riitzhaupt para proceder ao exame das minas de cal-,<br />
cáreo do Ribeirão do Ouro. As jazidas, segundo declaração do refe-<br />
rido técnico, são inesgotáveis e riquíssimas. Entretanto, há, escassez<br />
de barro especial para fabrico de cimento, declaração mais tarde con.-<br />
testada pelo sr. Otto Renaux, em carta ao jornal “Novi-dades”.<br />
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*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 101-104. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Brusque_em_1910&diff=16956Brusque em 19102024-02-02T19:39:32Z<p>Alicas: </p>
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<div>'''BRUSQUE EM 1910'''<br />
<br />
Receita e despesa do município prevista para o ano, 17:760$000, respectivamente.<br />
<br />
.<br />
<br />
FEVEREIRO<br />
<br />
O jornal “[[Jornal Novidades|Novidades]]” publica “A uva — contribuição para o cultivo da videira em Santa Catarina” de [[Georg Boettger]]. '<br />
<br />
Reuniu-se o Conselho Municipal e a Comissão especial dos festejos do 50º aniversário da fundação de Brusque. Na ocasião foi resolvido instalar na pequena Praça, fronteira ao palacete Renaux, um monumento comemorativo orçado em 2:000$000 a ser encomendado na Áustria. Seria adaptado ao mesmo uma rede de água vinda de um reservatório a ser construído em terras do sr. L. Spengler. O sr. Max J . Schumann foi encarregado do serviço de canalização e adaptação.<br />
<br />
.<br />
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Do jornal “[[Jornal Novidades|Novidades]]”: “Origem da designação de Ribeirão do Ouro ao afluente do rio Itajaí mirim”. Há uns 70 anos atrás, pelos começos de 1840, quando toda a região que constitui hoje o município de Brusque era um sertão bravio, habitado por [[bugres]]<ref>Indígenas.</ref>, apareceram aí três irmãos vindos dos Estados Unidos da América. Chamavam—se eles Roberto, Augusto e Leweson Leslie e andavam a procura de minas. Depois de terem cruzado todo o nosso sertão, permaneceram durante alguns meses às margens de um córrego, afluente do pequeno Itajaí, e onde, segundo diziam, haviam encontrado ouro, tendo extraído e levado consigo uma boa quantidade desse metal. A noticia do fato espalhou-se e, quando, anos depois, moradores se foram estabelecer perto do ribeirão junto ao qual os três irmãos americanos haviam mineirado, batizaram o riacho, em virtude daaquela tradição, com o nome de Ribeirão do Ouro. Dos três mineiros, dois voltaram logo depois para os Estados Unidos e o terceiro que entre nós ficou, outro não era que o velho Lessa, conforme todos aqui tratavam o sr. Leweson Leslie, o abastado agricultor, falecido o ano passado (1909) em avançada idade, no lugar Ilhota, neste município. Deste modo se fica sabendo porque tomou o nome de Ribeirão do Ouro o pequeno curso de águas que conflui no Itajaí mirim, próximo às nascentes deste, e como dos Estados Unidos veio para esta terra, nos tempos em que toda esta região apenas começava a ser conquistada para a civilização, e aqui viveu durante mais de meio século, o simpático e saudoso Velho Lessa”.<br />
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Contrato do Governo da União com a Estrada de Ferro Santa<br />
Catarina. Cláusula IV —— 'Quando o Governo Federal o exigir, a Compa-<br />
nhia construirá em prazo razoável, um ramal que servirá a zona colo-<br />
nial do vale do rio Itajaí Mirim até suas cabeceiras. Parágrafo unicozi<br />
Se a Companhia declarar-se impossibilitada de construir este ramal,<br />
nos termos desta cláusula, ficará livre a União de promºver sua cons.-<br />
trução pela firma que pareCer mais conveniente.<br />
<br />
Anúncio— no “Novidades” «de 18.2: “HOTEL- KRIEGER -« Brus-<br />
que, Sªnta Catarina ;— antigo Hotel “Zum Deutchen Kaiser”. Comuni-<br />
ca a seus bons fregueses que desta data em diante continua a funciow<br />
nar”. Guilherme Luiz Krieger.<br />
<br />
)<br />
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MARÇO<br />
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Resultado do pleito presidencial em Brusque: Hermes da Fon—<br />
seca, 240 votos — Ruy Barbosa, 25 votos.<br />
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_ Fun-dada pequena orquestra de Câmara sob a direção de Primo<br />
Diegoli. Além do diretor faZia'm parte: 'Wilibaldo Strack'e, Júlio L-auxz,<br />
Gustaifo Krieger, Luiz Luebke e Guilherme Diegoli.<br />
<br />
.”<br />
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Fundada, sob a orientação do snr. Antonio Schwartz, a Banda<br />
MusiCal '“Cóncórdia”.<br />
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Sob a orientação dºs Revdos. Padres Moeller e Baumhof, é fun-<br />
dado o “Côro Católico”. '<br />
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Segundo a professora dona Georgina de C'_ R. da Luz, 1910 foi<br />
um ano destacado na instalação de eScOlas oficiais na vila de Brusque.<br />
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Entre as professoras públicas e particulares, merecem destaque: Ed-<br />
wirges Tºrres de Oliveira; Maria Luiza Mueller, Alzira Mueller, Lúcia<br />
Fernandes e Joana Torres, "<br />
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AGOSTO<br />
<br />
As festas comemorativas do 500 aniversário «da fundação de!<br />
Brusque obedeceram ao seguinte programa:<br />
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Dia 3 ; Retreta pela Banda Musical “Concórdia”.<br />
<br />
Dia 4 —- As 10 horas — Missa solene.<br />
<br />
As 11 horas — Sessão solene do- Conselho Municipal.<br />
<br />
As 12 horas — Concentração. de Associações e alunos das'esco-<br />
las no Paço Municipal. As 12,30 horas —— Marcha para a Casa dôs A,<br />
tiradores .<br />
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As 19 horas — Marcha Aux ';lambeaux”. Em seguida represen-<br />
tação teatral e Concerto na sede dos Atiradores. '<br />
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Diavã 4- ao meio dia —— Torneio de tiro ao alvo» com prêmios:.<br />
A noite — Concerto pela Banda Concórdia —— Baile popular.<br />
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0 “Novidades” de Itajaí publica. com detalhes as festas cºmemo-<br />
rativas do 500. aniversário da fundação de Brusque. -<br />
<br />
.<br />
Brusque ao completar 50 anos tinha, aproximadamente 18.000<br />
<br />
habitantes .<br />
o<br />
<br />
0 “Novidades” publica- os estatutos da Comunidade Evangélica<br />
<br />
aprovados _em Assembléia Geral de 10.11.1907. Carlos Luís Gevaerd, '<br />
<br />
oficial interino do Registro civil etc., Pastor W. Lange e membros<br />
da diretória assinam.“ — '<br />
<br />
. 37:39.<br />
JULHO<br />
<br />
Toma posse do cargo de Juiz de Direito da Comarca, o dr.<br />
Bento Machado Portella.<br />
<br />
<br />
OUTUBRO<br />
<br />
“O Ouro no Vale do Itajaí — importante relato sobre a exis-<br />
tência de ouro no Vale do Itajaí, cuja exploração remonta ao ano- “de<br />
1651. Transcreve o jornal uma carta sobre o assunto, de Antonio C.<br />
Pinto, de 21 de março de 1783”. Jornal “Novidades” — Itajai.<br />
<br />
.<br />
<br />
, Por iniciativa do sr. Dr. Bento Portella foi fundada uma as-<br />
sociação caritativa destinada a “assistir desde o berço,_ crianças re<br />
conhecidamente pobres. moral, cívica, intelectual e profissionalmente.<br />
Deverá também celebrar anualmente o Natal dos órfã0s e crianças<br />
inválidas. Primeira diretoria: presidente honorário: Dr. Bento“ Por—<br />
tella; presidente: Cel. Guilherme Krieger; Vice presidente: João<br />
Bauer; secretário: Carlos Luiz Gevaerd; tesoureiro: Jorge Boettger',<br />
procurador: Germano Schaeffer. Conselho, composto por 30 pessoas.<br />
.<br />
<br />
NOVEMBRO<br />
<br />
As duas facções políticas locais concordaram na seguinte cha-<br />
pa para as próximas eleições: Superintendente, Cel. Guilherme Krie-<br />
<br />
ger. Conselheiros: Luiz de Marchi, Guilherme Risch, Guilherme Krie-<br />
<br />
ger Jr_, Rodolpho Tietzmann, Vicente Schaeffer. Juízes 'de Paz: A-<br />
madio Beudschi, Matias Moritz Senior, “Oscar Krieger e Prim-o Dieg'oli.<br />
. . . .<br />
<br />
Agradável surpresa teve o sr. José Pinotti, lavrador em Águas<br />
Claras, antiga Colônia Principe Dom Pedro, o qual, ao arar terra,<br />
uma peça do arado desenterrou, Várias moedas de ouro, dólares ameri-<br />
canºs. Um velho colono considerou a possibilidade de terem perten-<br />
cido a colonos irlandeses ou norte-americanos da malograda Colô.<br />
nia. Um cidadão, malicioso, disse que era a melhor forma do proprie-<br />
tário vender a terra. . . «<br />
<br />
.<br />
<br />
DEZEMBRO<br />
<br />
Em benefício da associação de caridade “Assistência”, recém.-<br />
fundada, realiza-se um Concerto musical e vocal, regido pelo sr. Ray-<br />
mundo Br'idon, com o concurso da Banda Concódia, dirigida pelo<br />
maestro Humberto Matiolli. “Novidades” nº 3431 registra com deta—<br />
lhes esse festival beneficente. ,<br />
. . . . . .<br />
<br />
Encontra-se em. Brusque, contratado pelo S. Carlos Renaux,<br />
o engenheiro Riitzhaupt para proceder ao exame das minas de cal-,<br />
cáreo do Ribeirão do Ouro. As jazidas, segundo declaração do refe-<br />
rido técnico, são inesgotáveis e riquíssimas. Entretanto, há, escassez<br />
de barro especial para fabrico de cimento, declaração mais tarde con.-<br />
testada pelo sr. Otto Renaux, em carta ao jornal “Novi-dades”.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 101-104. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Jacob_Bauer&diff=16955Jacob Bauer2024-02-02T19:13:59Z<p>Alicas: Redirecionando para Personalidades do passado brusquense - Pastor Lange e Jacob Bauer</p>
<hr />
<div>#REDIRECT [[Personalidades do passado brusquense - Pastor Lange e Jacob Bauer]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Personalidades_do_passado_brusquense_-_Pastor_Lange_e_Jacob_Bauer&diff=16954Personalidades do passado brusquense - Pastor Lange e Jacob Bauer2024-02-02T19:13:44Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''PERSONALIDADES DO PASSADO BRUSQUENSE'''<br />
<br />
'''PASTOR WILHELM G. LANGE'''<br />
<br />
Pastor [[Wilhelm Gottfried Lange]], nasceu em 22 de Março de 1858, em Derwitz, Brandenburg, Alemanha.<br />
<br />
Em 1886 foi ordenado Pastor em Herrnhut. Durante 3 anos serviu como missionário na Boêmia e na Polônia Russa.<br />
<br />
Impossibilitado de ali continuar em virtude das dificuldades e a pressão que a Comunidade vinha sofrendo por parte do governo russo, resolveu o jovem Pastor deixar a [https://pt.wikipedia.org/wiki/Vol%C3%ADnia Wolhynia] e emigrar para o Brasil, acompanhado pela comunidade, composta de 180 membros.<br />
<br />
No dia 19 de Maio de 1889 embarcaram em [https://pt.wikipedia.org/wiki/Hamburgo Hamburgo] e, depois de uma penosa e difícil viagem de 6 semanas, chegaram ao porto de S. Francisco do Sul. Compraram algumas terras pertencentes ao Município de Joinville, onde se estabeleceram e fundaram uma colônia a qual deram o nome de Bruedertal<ref>Atual Guaramirim-SC./<ref>. Seguiram-se 10 anos de incalculável trabalho e sacrifício na mata virgem. O Pastor [[Wilhelm Lange]] resolveu depois aceitar o lugar vago na paróquia de Brusque, onde no dia 12 de julho de 1896 foi introduzido pelo então Pastor daquela comunidade, Rev. [[Johannes Julius von Czekus|Pastor von Czekus]]. Em 13 anos e meio de atividade na Cidade de Brusque, muito trabalhou não somente em beneficio da Comunidade, mas também na vida social e educativa da população. Foi diretor da Deutsche Shule, durante anos, onde dava 4 a 6 aulas diárias, Foi o redator do jornal 'Sonntagblatt" e mais tarde do "Christenbote". Com grande abnegação fundou um asilo que abrigava muitos velhos de 70 a 90 anos. Para este empreendimento, como aliás em tudo mais, sempre contou com a dedicação da [[Clara Lange|Sra. Pastor]], sua incansável companheira, sempre pronta para trabalhar em benefício da Sociedade Brusquense. Quando o [[Wilhelm Gottfried Lange|Pastor Lange]] deixou a Comunidade de Brusque, o Asilo de Velhos estava em pleno funcionamento, sem qualquer dívida, com um saldo em caixa de um conto e duzentos reis. Com muito amor e com muita alegria o casal [[Wilhelm Gottfried Lange|Pastor Lange]] cuidava do Asilo.<br />
<br />
Em 1909 o [[Wilhelm Gottfried Lange|Pastor Lange]] foi obrigado a deixar a sua querida Comunidade por motivo de grave doença. O seu ultimo culto se realizou em Julho de 1909, quando, apesar de gravemente enfermo, ainda procedeu à solenidade de confirmação de uma grande quantidade de meninos e meninas. No final desta cerimônia, quando dava a benção à Comunidade, desmaiou em frente do altar. Assim terminou o seu trabalho na cidade de Brusque.<br />
<br />
Foi então aposentado e mudou-se para a Cidade de Itajaí a conselho médico. Com o repouso seu estado de saúde melhorou e resolveu voltar à atividade, substituindo então outros pastores, quando isto se tornava necessário, principalmente o de Brusque, tomando conta da Igreja de Itajaí, que era espécie de filial da de Brusque. Mais tarde esteve em Hansa, depois Pomerode. Tomou conta da Comunidade, desta Cidade até que as suas forças não mais lhe permitiram trabalhar. Ficou então definitivamente aposentado e mudou-se para a cidade de Timbó, após o falecimento de sua esposa, a [[Clara Lange|Frau Pastor Lange]], ocorrido na cidade de Pomerode. Em Timbó permaneceu em casa de uma de suas filhas até sua morte, verificada no dia 19 de Novembro de 1930.<br />
<br />
'''JACOB BAUER'''<br />
<br />
Filho de [[João Bauer|João]] e Maria Olinger Bauer, nasceu [[Jacob Bauer]] na então vila de Brusque, no dia 28 de agosto de 1878. Foi casado em primeiras núpcias com Ana Schaefer, em segundas com Alvina Mayer e em terceiras com Maria Júlia Mayer. Dos três consórcios nasceram 12 filhos, que proporcionaram a [[Jacob Bauer]] 38 noras e genros, 27 netos, 46 bisnetos e 10 tataranetos.<br />
<br />
Quando se escrever a história dos transportes em Brusque, notadamente nos primeiros tempos dos caminhões de carga, mixtos, inclusive, porque então era permitido a inclusão de passageiros, a participação de [[Jacob Bauer]] teve apreciável destaque.<br />
<br />
À sua atuação deve incluir-se o pioneirismo de [[José Knihs]] (cujo caminhão as rodas trazeiras eram revestidas de borracha massiça), [[Guilherme Silva]], [[José Minich]], [[Carlos Venturelli]], [[Paulo Bork]], entre outros que se lhes seguiram. Tempos depois veio a proibição de passageiros em caminhões, quando então apareceram os primeiros ônibus.<br />
<br />
Realizava o transporte entre Itajaí e Brusque, na época, em que o porto daquela cidade recebia as cargas destinadas ao vale do Itajaí, procedentes dos grandes centros industriais e comerciais do país.<br />
<br />
Sofreu, como os demais concorrentes, e não poucas vezes, a falta de cargas, compensadas no verão com o transporte de famílias, seus móveis e objetos domésticos, para as praias de Cabeçudas, Camboriú e Piçarras. Estas duas últimas despertavam então, para hoje chegar a importantes balneários e centros turísticos de nosso Estado.<br />
<br />
Enfrentou, naturalmente com sacrifícios, as deficiências técnicas de seu veiculo, a falta de gasolina nos anos da segunda guerra, substituida pelo famigerado gasogênio, cuja adaptação era um trabalho extremamente exaustivo e perigoso. Inclui-se ainda o estado das estradas para Itajaí e Balneários, cuja conservação dependia do bom e do mau tempo.<br />
<br />
Quando da revolução de 1930, [[Jacob Bauer]] teve seu caminhão requisitado pelas forças do Governo, o que lhe causou serias transtornos, emocionais e financeiros. Um de seus motoristas, [[João Kling]], foi forçado a abandonar o veículo, preocupando mais ainda o seu proprietário, Seu filho Leopoldo, por fim, conseguiu, num gesto de solidariedade e de dedicação filial, recuperar o caminhão, trazendo-o de volta, do Estreito a Brusque. <br />
<br />
-<br />
<br />
Suas atividades, antes da participação nos transportes de Brusque foram em Itajaí, em seguida Nova Trento e finalmente Brusque. [[João Bauer]], seu pai, um dos grandes propulsores do progresso de Brusque, desenvolvia então suas organizações: Energia elétrica, tecelagem, fábrica de gelo, vasa comercial (atacado e varejo) engenhos de beneficiamento de arroz e madeiras, etc. [[Jacob Bauer]] auxiliou-o no setor comercial, com maior dedicação aos generos alimentícios.<br />
<br />
-<br />
<br />
Como tantos outros cidadãos brusquenses que devem ser lembrados, pelo exemplo de dedicação ao trabalho, [[Jacob Bauer]], apesar da humildade de suas atuações, foi útil ao desenvolvimento da Comunidade brusquense. Faleceu no dia 21 de setembro de 1952, e por ocasião do centetenário de seu nascimento, a família lembrou-o carinhosamente, reunindo seus descendentes e amigos, reunião que culminou com Missa no [[Santuário de Azambuja]].<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 98-100. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Personalidades_do_passado_brusquense_-_Pastor_Lange_e_Jacob_Bauer&diff=16953Personalidades do passado brusquense - Pastor Lange e Jacob Bauer2024-02-02T19:05:00Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''PERSONALIDADES DO PASSADO BRUSQUENSE'''<br />
<br />
'''PASTOR WILHELM G. LANGE'''<br />
<br />
Pastor [[Wilhelm Gottfried Lange]], nasceu em 22 de Março de 1858, em Derwitz, Brandenburg, Alemanha.<br />
<br />
Em 1886 foi ordenado Pastor em Herrnhut. Durante 3 anos serviu como missionário na Boêmia e na Polônia Russa.<br />
<br />
Impossibilitado de ali continuar em virtude das dificuldades e a pressão que a Comunidade vinha sofrendo por parte do governo russo, resolveu o jovem Pastor deixar a [https://pt.wikipedia.org/wiki/Vol%C3%ADnia Wolhynia] e emigrar para o Brasil, acompanhado pela comunidade, composta de 180 membros.<br />
<br />
No dia 19 de Maio de 1889 embarcaram em [https://pt.wikipedia.org/wiki/Hamburgo Hamburgo] e, depois de uma penosa e difícil viagem de 6 semanas, chegaram ao porto de S. Francisco do Sul. Compraram algumas terras pertencentes ao Município de Joinville, onde se estabeleceram e fundaram uma colônia a qual deram o nome de Bruedertal<ref>Atual Guaramirim-SC./<ref>. Seguiram-se 10 anos de incalculável trabalho e sacrifício na mata virgem. O Pastor [[Wilhelm Lange]] resolveu depois aceitar o lugar vago na paróquia de Brusque, onde no dia 12 de julho de 1896 foi introduzido pelo então Pastor daquela comunidade, Rev. [[Johannes Julius von Czekus|Pastor von Czekus]]. Em 13 anos e meio de atividade na Cidade de Brusque, muito trabalhou não somente em beneficio da Comunidade, mas também na vida social e educativa da população. Foi diretor da Deutsche Shule, durante anos, onde dava 4 a 6 aulas diárias, Foi o redator do jornal 'Sonntagblatt" e mais tarde do "Christenbote". Com grande abnegação fundou um asilo que abrigava muitos velhos de 70 a 90 anos. Para este empreendimento, como aliás em tudo mais, sempre contou com a dedicação da Sra. Pastor, sua incansável companheira, sempre pronta para trabalhar em benefício da Sociedade Brusquense. Quando o [[Wilhelm Gottfried Lange|Pastor Lange]] deixou a Comunidade de Brusque, o Asilo de Velhos estava em pleno funcionamento, sem qualquer dívida, com um saldo em caixa de um conto e duzentos reis. Com muito amor e com muita alegria o casal [[Wilhelm Gottfried Lange|Pastor Lange]] cuidava do Asilo.<br />
<br />
Em 1909 o [[Wilhelm Gottfried Lange|Pastor Lange]] foi obrigado a deixar a sua querida Comunidade por motivo de grave doença. O seu ultimo culto se realizou em Julho de 1909, quando, apesar de gravemente enfermo, ainda procedeu à solenidade de confirmação de uma grande quantidade de meninos e meninas. No final desta cerimônia, quando dava a benção à Comunidade, desmaiou em frente do altar. Assim terminou o seu trabalho na cidade de Brusque.<br />
<br />
Foi então aposentado e mudou-se para a Cidade de Itajaí a conselho médico. Com o repouso seu estado de saúde melhorou e resolveu voltar à atividade, substituindo então outros pastores, quando isto se tornava necessário, principalmente o de Brusque, tomando conta da Igreja de Itajaí, que era espécie de filial da de Brusque. Mais tarde esteve em Hansa, depois Pomerode. Tomou conta da Comunidade, desta Cidade até que as suas forças não mais lhe permitiram trabalhar. Ficou então definitivamente aposentado e mudou-se para a cidade de Timbó, após o falecimento de sua esposa, a Frau Pastor Lange, ocorrido na cidade de Pomerode. Em Timbó permaneceu em casa de uma de suas filhas até sua morte, verificada no dia 19 de Novembro de 1930.<br />
<br />
'''JACOB BAUER'''<br />
<br />
Filho de João e Maria Olinger Bauer, nasceu Jacob Bauer na en-tão vila de Brusque, no dia 28 de agosto de 1878. Foi casado em pri-meiras núpcias com Ana Schaefer, em segundas com Alvina Mayer e em terceiras com Maria Júlia Mayer. Dos três consórcios nasceram 12 filhos, que proporcionaram a Jacob Bauer 38 noras, e genros, 27 netos, 46 bisnetos e 10 tataranetos.<br />
<br />
Quando se escrever a história dos transportes em Brusque, no-tadamente nos primeiros tempos dos caminhões de carga, mixtos, in-clusive, porque então era permitido a inclusão de passageiros, a par-ticipação de Jacob Bauer teve apreciável destaque. A sua atuação deve incluir-se o pioneirismo de José K;nihs (cujo caminhão as rodas trazeiras eram revestidas de borracha massiça), Guilherme Silva, José Minich, Carlos Ventureili, Paula Bork, entre outros que se lhes seguiram. Tempos depois veio a proibição de pas-sageiros em caminhões, quando então apareceram os primeiros ôni-bus. Realizava o transporte entre Itajaí e Brusque, na época, em que o porto daquela cidade recebia as cargas destinadas ao vale do Itajaí, procedentes dos grandes centros industriais e comerciais do país. Sofreu, como os demais concorrentes, e não poucas vezes, a falta de cargas, compensadas no verão com o transporte de famílias, seus móveis e objetos domésticos, para as praias de Cabeçudas, Cam-boriú e Piçarras. Estas duas últimas despertavam então, para hoje chegar a importantes balneários e centros turísticos de nosso Estado. Enfrentou, naturalmente com sacrifícios, as deficiências técni-cas de seu veiculo, a falta de gasolina nos anos da segunda guerra, substituida pelo famigerado gasogênio, cuja adaptação era um tra-balho extremamente exaustivo e perigoso. Inclui-se ainda o estado das estradas para Itajaí e Balneários, cuja conservação dependia do bom e do mau tempo. Quando da revolução de 1930, Jacob Bauer teve seu caminhão requisitado pelas forças do Governo, o que lhe causou serias transtor-nos, emocionais e financeiros. Um de seus motoristas, João Kling, foi forçado a abandonar o veículo, preocupando mais ainda o seu proprietário, SeU filho Leopoldo, por fim, conseguiu, num gesto de solidarie-dade e de dedicação filial, recuperar o caminhão, trazendo-o de volta, do Estreito a Brusque. <br />
Suas atividades, antes da participação nos transportes de Brus-que foram em Itajaí, em seguida Nova Trento e finalmente Brusque. João Bauer, seu pai, um dos grandes propulsores do progresso de Brus-que, desenvolvia então suas organizações: Energia elétrica, tecelagem, fábrica de gelo, vasa comercial (atacado e varejo) engenhos de benefi-ciamento de arroz e madeiras, etc. Jacob Bauer auxiliou-o no setor co-mercial, com maior dedicação aos generos alimentícios. <br />
Como tantos outros cidadãos brusquenses que devem ser lem-brados, pelo exemplo de dedicação ao trabalho, Jacob Bauer, apesar da humildade de suas atuações, foi útil ao desenvolvimento da Comunida-de brusquense. Faleceu no dia 21 de setembro de 1952, e por ocasião do cente-tenário de seu nascimento, a família lembrou-o carinhosamente, reu-nindo seus descendentes e amigos, reunião que culminou com Missa no Santuário de Azambuja. <br />
<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 98-100. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Personalidades_do_passado_brusquense_-_Pastor_Lange_e_Jacob_Bauer&diff=16952Personalidades do passado brusquense - Pastor Lange e Jacob Bauer2024-02-02T18:34:12Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''PERSONALIDADES DO PASSADO BRUSQUENSE'''<br />
<br />
'''PASTOR WILHELM G. LANGE'''<br />
<br />
Pastor [[Wilhelm Gottfried Lange]], nasceu em 22 de Março de 1858, em Derwitz, Brandenburg, Alemanha. Em 1886 foi ordenado Pastor em Herrnhut. Durante 3 anos ser-viu como missionário na Boêmia e na Polônia Russa. Impossibilitado de ali continuar em virtude das dificuldades e a pressão que a Cbmunidade vinha sofrendo por parte do governo russo, resolveu o jovem Pastor deixar a Wolhynia e emigrar para o Brasil, acompanhado pela comunidade, composta de 180 membros. No dia 19 de Maio de 1889 embarcaram em Hamburgo e, depois de uma penosa e difícil viagem de 6 semanas, chegaram ao porto de S. Francisco do Sul. Compraram algumas terras pertencentes ao Municí-pio de Joinville, onde se estabeleceram e fundaram uma colônia a qual deram o nome de Bruedertal. Seguiram-se 10 anos de incalculável tra-balho e sacrifício na mata virgem. O Pastor Wilhelm Lange resolveu depois aceitar o lugar vago na paróquia de Brusque, onde no dia 12 de julho de 1896 foi introduzido pelo então Pastor daquela comunida-de, Rev. Pastor von Czekus. Em 13: anos e meio de atividade na Cida-de de Brusque, muito trabalhou não somente em beneficio da Comuni-dade, mas também na vida social e educativa da população. Foi durante diretor da Deutsche Shule, durante anos, onde dava 4 a 6 aulas diárias, Foi o redator do jornal Sonntagblatt" e maio tarde do "Christenbote'. Com grande abnegação fundou um asilo que abrigava muitos velhos de 70 a 90 anos. Para este empreendimento, como aliás em tudo mais, sem-pre contou com a dedicação da Sra. Pastor, sua incansável companhei-ra, sempre pronta para trabalhar em benefício da Sociedade Brusquen-se. Quando o Pastor Lange deixou a Comunidade de Brusque, o Asilo de Velhos estava em pleno funcionamento, sem qualquer dívida, com um saldo em caixa de um conto e duzentos. reis. Com muito amor e com muita alegria o casal Pastor Lange cuidava do Asilo. Em 1909 o Pastor Lange foi obrigado a deixar a sua querida Co-munidade por motivo de grave doença. O seu ultimo culto se realizou em Julho de 1909, quando, apesar de gravemente enfermo, ainda pro-cedeu à solenidade de confirmação de uma grande quantidade de me-ninos e meninas. No final desta cerimônia, quando dava a benção à Comunidade, desmaiou em frente do altar. Assim terminou o seu tra-balho na cidade de Brusque. Foi então aposentado e mudou-se para a Cidade de Itajaí a conse-lho m.édico. Com o repouso seu estado de saúde melhorou e resolveu voltar 'à atividade, substituindo então outros pastores, quando isto se tornava necessário, principalmente o de Brusque, tomando conta cia Igreja de Itajaí, que era espécie de filial da de Brusque. Mais tarde es-teve em Hansa, depois Pomerode. Tomou conta da Comunidade, desta Cidade até que as suas forças não mais lhe permitiram trabalhar. Ficou então definitivamente aposentado e mudou-se para a cidade de Timbó, após o falecimento de sua esposa, a Frau Pastor Lange, ocorrido na cidade de Pomerode. Em Timbó permaneceu em casa de uma de suas filhas até sua morte, verificada no dia 19 de Novembro de 1930. <br />
<br />
'''JACOB BAUER'''<br />
<br />
Filho de João e Maria Olinger Bauer, nasceu Jacob Bauer na en-tão vila de Brusque, no dia 28 de agosto de 1878. Foi casado em pri-meiras núpcias com Ana Schaefer, em segundas com Alvina Mayer e em terceiras com Maria Júlia Mayer. Dos três consórcios nasceram 12 filhos, que proporcionaram a Jacob Bauer 38 noras, e genros, 27 netos, 46 bisnetos e 10 tataranetos.<br />
<br />
Quando se escrever a história dos transportes em Brusque, no-tadamente nos primeiros tempos dos caminhões de carga, mixtos, in-clusive, porque então era permitido a inclusão de passageiros, a par-ticipação de Jacob Bauer teve apreciável destaque. A sua atuação deve incluir-se o pioneirismo de José K;nihs (cujo caminhão as rodas trazeiras eram revestidas de borracha massiça), Guilherme Silva, José Minich, Carlos Ventureili, Paula Bork, entre outros que se lhes seguiram. Tempos depois veio a proibição de pas-sageiros em caminhões, quando então apareceram os primeiros ôni-bus. Realizava o transporte entre Itajaí e Brusque, na época, em que o porto daquela cidade recebia as cargas destinadas ao vale do Itajaí, procedentes dos grandes centros industriais e comerciais do país. Sofreu, como os demais concorrentes, e não poucas vezes, a falta de cargas, compensadas no verão com o transporte de famílias, seus móveis e objetos domésticos, para as praias de Cabeçudas, Cam-boriú e Piçarras. Estas duas últimas despertavam então, para hoje chegar a importantes balneários e centros turísticos de nosso Estado. Enfrentou, naturalmente com sacrifícios, as deficiências técni-cas de seu veiculo, a falta de gasolina nos anos da segunda guerra, substituida pelo famigerado gasogênio, cuja adaptação era um tra-balho extremamente exaustivo e perigoso. Inclui-se ainda o estado das estradas para Itajaí e Balneários, cuja conservação dependia do bom e do mau tempo. Quando da revolução de 1930, Jacob Bauer teve seu caminhão requisitado pelas forças do Governo, o que lhe causou serias transtor-nos, emocionais e financeiros. Um de seus motoristas, João Kling, foi forçado a abandonar o veículo, preocupando mais ainda o seu proprietário, SeU filho Leopoldo, por fim, conseguiu, num gesto de solidarie-dade e de dedicação filial, recuperar o caminhão, trazendo-o de volta, do Estreito a Brusque. <br />
Suas atividades, antes da participação nos transportes de Brus-que foram em Itajaí, em seguida Nova Trento e finalmente Brusque. João Bauer, seu pai, um dos grandes propulsores do progresso de Brus-que, desenvolvia então suas organizações: Energia elétrica, tecelagem, fábrica de gelo, vasa comercial (atacado e varejo) engenhos de benefi-ciamento de arroz e madeiras, etc. Jacob Bauer auxiliou-o no setor co-mercial, com maior dedicação aos generos alimentícios. <br />
Como tantos outros cidadãos brusquenses que devem ser lem-brados, pelo exemplo de dedicação ao trabalho, Jacob Bauer, apesar da humildade de suas atuações, foi útil ao desenvolvimento da Comunida-de brusquense. Faleceu no dia 21 de setembro de 1952, e por ocasião do cente-tenário de seu nascimento, a família lembrou-o carinhosamente, reu-nindo seus descendentes e amigos, reunião que culminou com Missa no Santuário de Azambuja. <br />
<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 98-100. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Wilhelm_Gottfried_Lange&diff=16951Wilhelm Gottfried Lange2024-02-02T18:34:00Z<p>Alicas: Redirecionando para Personalidades do passado brusquense - Pastor Lange e Jacob Bauer</p>
<hr />
<div>#REDIRECT [[Personalidades do passado brusquense - Pastor Lange e Jacob Bauer]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Wilhelm_Gottfried_Lange&diff=16950Wilhelm Gottfried Lange2024-02-02T18:33:35Z<p>Alicas: Redirecionamento removido para Personalidades do passado brusquense</p>
<hr />
<div>*AGUARDANDO REVISÃO<br />
'''PERSONALIDADES DO PASSADO BRUSQUENSE'''<br />
<br />
'''PASTOR WILHELM G. LANGE'''<br />
<br />
Pastor [[Wilhelm Gottfried Lange]], nasceu em 22 de Março de 1858, em Derwitz, Brandenburg, Alemanha. Em 1886 foi ordenado Pastor em Herrnhut. Durante 3 anos ser-viu como missionário na Boêmia e na Polônia Russa. Impossibilitado de ali continuar em virtude das dificuldades e a pressão que a Cbmunidade vinha sofrendo por parte do governo russo, resolveu o jovem Pastor deixar a Wolhynia e emigrar para o Brasil, acompanhado pela comunidade, composta de 180 membros. No dia 19 de Maio de 1889 embarcaram em Hamburgo e, depois de uma penosa e difícil viagem de 6 semanas, chegaram ao porto de S. Francisco do Sul. Compraram algumas terras pertencentes ao Municí-pio de Joinville, onde se estabeleceram e fundaram uma colônia a qual deram o nome de Bruedertal. Seguiram-se 10 anos de incalculável tra-balho e sacrifício na mata virgem. O Pastor Wilhelm Lange resolveu depois aceitar o lugar vago na paróquia de Brusque, onde no dia 12 de julho de 1896 foi introduzido pelo então Pastor daquela comunida-de, Rev. Pastor von Czekus. Em 13: anos e meio de atividade na Cida-de de Brusque, muito trabalhou não somente em beneficio da Comuni-dade, mas também na vida social e educativa da população. Foi durante diretor da Deutsche Shule, durante anos, onde dava 4 a 6 aulas diárias, Foi o redator do jornal Sonntagblatt" e maio tarde do "Christenbote'. Com grande abnegação fundou um asilo que abrigava muitos velhos de 70 a 90 anos. Para este empreendimento, como aliás em tudo mais, sem-pre contou com a dedicação da Sra. Pastor, sua incansável companhei-ra, sempre pronta para trabalhar em benefício da Sociedade Brusquen-se. Quando o Pastor Lange deixou a Comunidade de Brusque, o Asilo de Velhos estava em pleno funcionamento, sem qualquer dívida, com um saldo em caixa de um conto e duzentos. reis. Com muito amor e com muita alegria o casal Pastor Lange cuidava do Asilo. Em 1909 o Pastor Lange foi obrigado a deixar a sua querida Co-munidade por motivo de grave doença. O seu ultimo culto se realizou em Julho de 1909, quando, apesar de gravemente enfermo, ainda pro-cedeu à solenidade de confirmação de uma grande quantidade de me-ninos e meninas. No final desta cerimônia, quando dava a benção à Comunidade, desmaiou em frente do altar. Assim terminou o seu tra-balho na cidade de Brusque. Foi então aposentado e mudou-se para a Cidade de Itajaí a conse-lho m.édico. Com o repouso seu estado de saúde melhorou e resolveu voltar 'à atividade, substituindo então outros pastores, quando isto se tornava necessário, principalmente o de Brusque, tomando conta cia Igreja de Itajaí, que era espécie de filial da de Brusque. Mais tarde es-teve em Hansa, depois Pomerode. Tomou conta da Comunidade, desta Cidade até que as suas forças não mais lhe permitiram trabalhar. Ficou então definitivamente aposentado e mudou-se para a cidade de Timbó, após o falecimento de sua esposa, a Frau Pastor Lange, ocorrido na cidade de Pomerode. Em Timbó permaneceu em casa de uma de suas filhas até sua morte, verificada no dia 19 de Novembro de 1930. <br />
<br />
'''JACOB BAUER'''<br />
<br />
Filho de João e Maria Olinger Bauer, nasceu Jacob Bauer na en-tão vila de Brusque, no dia 28 de agosto de 1878. Foi casado em pri-meiras núpcias com Ana Schaefer, em segundas com Alvina Mayer e em terceiras com Maria Júlia Mayer. Dos três consórcios nasceram 12 filhos, que proporcionaram a Jacob Bauer 38 noras, e genros, 27 netos, 46 bisnetos e 10 tataranetos.<br />
<br />
Quando se escrever a história dos transportes em Brusque, no-tadamente nos primeiros tempos dos caminhões de carga, mixtos, in-clusive, porque então era permitido a inclusão de passageiros, a par-ticipação de Jacob Bauer teve apreciável destaque. A sua atuação deve incluir-se o pioneirismo de José K;nihs (cujo caminhão as rodas trazeiras eram revestidas de borracha massiça), Guilherme Silva, José Minich, Carlos Ventureili, Paula Bork, entre outros que se lhes seguiram. Tempos depois veio a proibição de pas-sageiros em caminhões, quando então apareceram os primeiros ôni-bus. Realizava o transporte entre Itajaí e Brusque, na época, em que o porto daquela cidade recebia as cargas destinadas ao vale do Itajaí, procedentes dos grandes centros industriais e comerciais do país. Sofreu, como os demais concorrentes, e não poucas vezes, a falta de cargas, compensadas no verão com o transporte de famílias, seus móveis e objetos domésticos, para as praias de Cabeçudas, Cam-boriú e Piçarras. Estas duas últimas despertavam então, para hoje chegar a importantes balneários e centros turísticos de nosso Estado. Enfrentou, naturalmente com sacrifícios, as deficiências técni-cas de seu veiculo, a falta de gasolina nos anos da segunda guerra, substituida pelo famigerado gasogênio, cuja adaptação era um tra-balho extremamente exaustivo e perigoso. Inclui-se ainda o estado das estradas para Itajaí e Balneários, cuja conservação dependia do bom e do mau tempo. Quando da revolução de 1930, Jacob Bauer teve seu caminhão requisitado pelas forças do Governo, o que lhe causou serias transtor-nos, emocionais e financeiros. Um de seus motoristas, João Kling, foi forçado a abandonar o veículo, preocupando mais ainda o seu proprietário, SeU filho Leopoldo, por fim, conseguiu, num gesto de solidarie-dade e de dedicação filial, recuperar o caminhão, trazendo-o de volta, do Estreito a Brusque. <br />
Suas atividades, antes da participação nos transportes de Brus-que foram em Itajaí, em seguida Nova Trento e finalmente Brusque. João Bauer, seu pai, um dos grandes propulsores do progresso de Brus-que, desenvolvia então suas organizações: Energia elétrica, tecelagem, fábrica de gelo, vasa comercial (atacado e varejo) engenhos de benefi-ciamento de arroz e madeiras, etc. Jacob Bauer auxiliou-o no setor co-mercial, com maior dedicação aos generos alimentícios. <br />
Como tantos outros cidadãos brusquenses que devem ser lem-brados, pelo exemplo de dedicação ao trabalho, Jacob Bauer, apesar da humildade de suas atuações, foi útil ao desenvolvimento da Comunida-de brusquense. Faleceu no dia 21 de setembro de 1952, e por ocasião do cente-tenário de seu nascimento, a família lembrou-o carinhosamente, reu-nindo seus descendentes e amigos, reunião que culminou com Missa no Santuário de Azambuja. <br />
<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 98-100. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Personalidades_do_passado_brusquense_-_Pastor_Lange_e_Jacob_Bauer&diff=16949Personalidades do passado brusquense - Pastor Lange e Jacob Bauer2024-02-02T18:33:08Z<p>Alicas: Criou página com '*AGUARDANDO REVISÃO '''PERSONALIDADES DO PASSADO BRUSQUENSE''' '''PASTOR WILHELM G. LANGE''' Pastor Wilhelm Gottfried Lange, nasceu em 22 de Março de 1858, em Derwitz, Bra...'</p>
<hr />
<div>*AGUARDANDO REVISÃO<br />
'''PERSONALIDADES DO PASSADO BRUSQUENSE'''<br />
<br />
'''PASTOR WILHELM G. LANGE'''<br />
<br />
Pastor Wilhelm Gottfried Lange, nasceu em 22 de Março de 1858, em Derwitz, Brandenburg, Alemanha. Em 1886 foi ordenado Pastor em Herrnhut. Durante 3 anos ser-viu como missionário na Boêmia e na Polônia Russa. Impossibilitado de ali continuar em virtude das dificuldades e a pressão que a Cbmunidade vinha sofrendo por parte do governo russo, resolveu o jovem Pastor deixar a Wolhynia e emigrar para o Brasil, acompanhado pela comunidade, composta de 180 membros. No dia 19 de Maio de 1889 embarcaram em Hamburgo e, depois de uma penosa e difícil viagem de 6 semanas, chegaram ao porto de S. Francisco do Sul. Compraram algumas terras pertencentes ao Municí-pio de Joinville, onde se estabeleceram e fundaram uma colônia a qual deram o nome de Bruedertal. Seguiram-se 10 anos de incalculável tra-balho e sacrifício na mata virgem. O Pastor Wilhelm Lange resolveu depois aceitar o lugar vago na paróquia de Brusque, onde no dia 12 de julho de 1896 foi introduzido pelo então Pastor daquela comunida-de, Rev. Pastor von Czekus. Em 13: anos e meio de atividade na Cida-de de Brusque, muito trabalhou não somente em beneficio da Comuni-dade, mas também na vida social e educativa da população. Foi durante diretor da Deutsche Shule, durante anos, onde dava 4 a 6 aulas diárias, Foi o redator do jornal Sonntagblatt" e maio tarde do "Christenbote'. Com grande abnegação fundou um asilo que abrigava muitos velhos de 70 a 90 anos. Para este empreendimento, como aliás em tudo mais, sem-pre contou com a dedicação da Sra. Pastor, sua incansável companhei-ra, sempre pronta para trabalhar em benefício da Sociedade Brusquen-se. Quando o Pastor Lange deixou a Comunidade de Brusque, o Asilo de Velhos estava em pleno funcionamento, sem qualquer dívida, com um saldo em caixa de um conto e duzentos. reis. Com muito amor e com muita alegria o casal Pastor Lange cuidava do Asilo. Em 1909 o Pastor Lange foi obrigado a deixar a sua querida Co-munidade por motivo de grave doença. O seu ultimo culto se realizou em Julho de 1909, quando, apesar de gravemente enfermo, ainda pro-cedeu à solenidade de confirmação de uma grande quantidade de me-ninos e meninas. No final desta cerimônia, quando dava a benção à Comunidade, desmaiou em frente do altar. Assim terminou o seu tra-balho na cidade de Brusque. Foi então aposentado e mudou-se para a Cidade de Itajaí a conse-lho m.édico. Com o repouso seu estado de saúde melhorou e resolveu voltar 'à atividade, substituindo então outros pastores, quando isto se tornava necessário, principalmente o de Brusque, tomando conta cia Igreja de Itajaí, que era espécie de filial da de Brusque. Mais tarde es-teve em Hansa, depois Pomerode. Tomou conta da Comunidade, desta Cidade até que as suas forças não mais lhe permitiram trabalhar. Ficou então definitivamente aposentado e mudou-se para a cidade de Timbó, após o falecimento de sua esposa, a Frau Pastor Lange, ocorrido na cidade de Pomerode. Em Timbó permaneceu em casa de uma de suas filhas até sua morte, verificada no dia 19 de Novembro de 1930. <br />
<br />
'''JACOB BAUER'''<br />
<br />
Filho de João e Maria Olinger Bauer, nasceu Jacob Bauer na en-tão vila de Brusque, no dia 28 de agosto de 1878. Foi casado em pri-meiras núpcias com Ana Schaefer, em segundas com Alvina Mayer e em terceiras com Maria Júlia Mayer. Dos três consórcios nasceram 12 filhos, que proporcionaram a Jacob Bauer 38 noras, e genros, 27 netos, 46 bisnetos e 10 tataranetos.<br />
<br />
Quando se escrever a história dos transportes em Brusque, no-tadamente nos primeiros tempos dos caminhões de carga, mixtos, in-clusive, porque então era permitido a inclusão de passageiros, a par-ticipação de Jacob Bauer teve apreciável destaque. A sua atuação deve incluir-se o pioneirismo de José K;nihs (cujo caminhão as rodas trazeiras eram revestidas de borracha massiça), Guilherme Silva, José Minich, Carlos Ventureili, Paula Bork, entre outros que se lhes seguiram. Tempos depois veio a proibição de pas-sageiros em caminhões, quando então apareceram os primeiros ôni-bus. Realizava o transporte entre Itajaí e Brusque, na época, em que o porto daquela cidade recebia as cargas destinadas ao vale do Itajaí, procedentes dos grandes centros industriais e comerciais do país. Sofreu, como os demais concorrentes, e não poucas vezes, a falta de cargas, compensadas no verão com o transporte de famílias, seus móveis e objetos domésticos, para as praias de Cabeçudas, Cam-boriú e Piçarras. Estas duas últimas despertavam então, para hoje chegar a importantes balneários e centros turísticos de nosso Estado. Enfrentou, naturalmente com sacrifícios, as deficiências técni-cas de seu veiculo, a falta de gasolina nos anos da segunda guerra, substituida pelo famigerado gasogênio, cuja adaptação era um tra-balho extremamente exaustivo e perigoso. Inclui-se ainda o estado das estradas para Itajaí e Balneários, cuja conservação dependia do bom e do mau tempo. Quando da revolução de 1930, Jacob Bauer teve seu caminhão requisitado pelas forças do Governo, o que lhe causou serias transtor-nos, emocionais e financeiros. Um de seus motoristas, João Kling, foi forçado a abandonar o veículo, preocupando mais ainda o seu proprietário, SeU filho Leopoldo, por fim, conseguiu, num gesto de solidarie-dade e de dedicação filial, recuperar o caminhão, trazendo-o de volta, do Estreito a Brusque. <br />
Suas atividades, antes da participação nos transportes de Brus-que foram em Itajaí, em seguida Nova Trento e finalmente Brusque. João Bauer, seu pai, um dos grandes propulsores do progresso de Brus-que, desenvolvia então suas organizações: Energia elétrica, tecelagem, fábrica de gelo, vasa comercial (atacado e varejo) engenhos de benefi-ciamento de arroz e madeiras, etc. Jacob Bauer auxiliou-o no setor co-mercial, com maior dedicação aos generos alimentícios. <br />
Como tantos outros cidadãos brusquenses que devem ser lem-brados, pelo exemplo de dedicação ao trabalho, Jacob Bauer, apesar da humildade de suas atuações, foi útil ao desenvolvimento da Comunida-de brusquense. Faleceu no dia 21 de setembro de 1952, e por ocasião do cente-tenário de seu nascimento, a família lembrou-o carinhosamente, reu-nindo seus descendentes e amigos, reunião que culminou com Missa no Santuário de Azambuja. <br />
<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 98-100. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Revista_Not%C3%ADcias_de_Vicente_S%C3%B3_-_n%C3%BAmero_008&diff=16948Revista Notícias de Vicente Só - número 0082024-02-02T18:33:05Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>SUMÁRIO DA REVISTA NOTÍCIAS DE VICENTE-SÓ - NÚMERO 008<br />
<br />
ANO II - Outubro, Nov. e Dezembro de 1978<br />
<br />
*[[Os "voluntários da pátria" de Brusque na Guerra do Paraguai]]<br />
*[[Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque]]<br />
*[[A rua das Carreiras]]<br />
*[[Personalidades do passado brusquense - Pastor Lange e Jacob Bauer|Personalidades do passado brusquense]]<br />
*[[Brusque em 1910]]<br />
*[[Documentos da Administração Barão Maximiliano de Schneéburg - A grande enchente do Rio Itajaí Mirim, em 1862]]<br />
<br />
'''CAPA: Concepção e gentileza de Wolfgang L. Rau.'''<br />
'''Clichê: vista parcial da Vila de Brusque no início do século.'''<br />
<br />
Acervo [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]. Para acessar a revista escaneada em formato PDF, basta acessar o site da Casa de Brusque em https://casadebrusque.com/noticias-de-vicente-so ou clicar diretamente aqui: https://adm.casadebrusque.com/uploads/paginas/6/arquivos/noticias-de-vicente-so-edicao-08-1677243214.pdf<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]] [[Categoria:Edições da Revista Notícias de Vicente Só]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Wilhelm_Gottfried_Lange&diff=16947Wilhelm Gottfried Lange2024-02-02T18:32:07Z<p>Alicas: Redirecionando para Personalidades do passado brusquense</p>
<hr />
<div>#REDIRECT [[Personalidades do passado brusquense]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Wilhelm_Lange&diff=16946Wilhelm Lange2024-02-02T18:31:33Z<p>Alicas: Redirecionando para Wilhelm Gottfried Lange</p>
<hr />
<div>#REDIRECT [[Wilhelm Gottfried Lange]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=A_rua_das_Carreiras&diff=16945A rua das Carreiras2024-02-02T18:30:03Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''A Rua das Carreiras'''<br />
*[[Ayres Gevaerd]]<br />
<br />
A rua mais tradicional, a que mais lembra o vida brusquense sob o aspecto social e recreativo, desde os primeiros dias da nossa Comunidade, é a rua das Carreiras<ref>Atual Rua Hercílio Luz.</ref>. Naquela rua foram construídos os primeiros ranchos de recepção e hospedagem dos colonos que iniciaram a colonização do Vale do Itajaí-Mirim, em 1860. Lá nossos antepassados se reuniam sob rancho de estacas coberto de folhas de palmitos para as primeiras reuniões sociais e religiosas; para cantar e dançar sob os acordes da gaita do lendário [[João Lenchow]], certamente com consumo de cerveja de fabricação doméstica, aquela "espécie de limonada", na citação do velho [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]] em seus notáveis relatórios mensais.<br />
<br />
Não se chama exatamente rua das Carreiras. Já se chamou General Osório, Siqueira Campos e atualmente Hercílio Luz. Porém, a não ser oficialmente, ela é conhecida por todos os brusquenses, por "Carreiras", simplesmente "Karrerbahn.", pelos nossos avós germânicos.<br />
<br />
A origem do nome é evidente: servia de pista de corridas de cavalos, crioulos, matungos e outros ditos, com pitadinhas de sangue mais nobre. O "atilho" das grandes corridas, quando participavam animais de outros lugares, era acertado com certa antecipação. Comumente porém, quando de proprietários aqui residentes, a corrida era acertada no próprio dia.<br />
<br />
Não raro degeneravam e as brigas, quando mais violentas, causavam pouca preocupação ao delegado de polícia, porque a cadeia era na mesma rua.<br />
<br />
As pessoas de minha geração devem lembrar-se desse edifício, um casarão, construção de enxamel, com uma varanda que circundava todo prédio no 1°. andar. Primitivamente se chamava "Casa da imigração", depois foi transformada em cadeia pública, residência do carcereiro e do destacamento policial. Destacamento não é bem o termo, pois raras eram as ocasiões em que Brusque possuia mais do que um policial.<br />
<br />
Um pouco além daquele prédio existia uma ala de coqueiros em terreno do [[Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque|Schützen Verein]], hoje [[Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque]]. A grande maioria dos terrenos do lado direito da rua pertenceram à veterana Sociedade e a venda de lotes proporcionou-lhe bom, lucro.<br />
<br />
O aspecto da rua das Carreiras, hoje, e o de 50 anos atrás pouco mudou.<br />
<br />
Muitas casas residenciais das mais antigas famílias brusquenses ainda lá se encontram. Müller, Orthmann, Matiolli, Ulber, Pruner, Moritz, Ristow, Schoening, Galle, Schwartz, Orthmann, Krieger, Zink, Hafermann, Harbe e outras mais.<br />
<br />
Meus avós maternos foram dos primeiros moradores e donos de muitos lotes que doavam aos filhos a medida que casavam. Hoje, decorridos aproximadamente 60-70 anos, seus descendentes conservam o antigo dote.<br />
<br />
A rua das Carreiras, destituida de comércio, apenas duas oficinas de ferraria e carpintaria, sempre foi tranquila. Era de se ver, entretanto, a extraordinária movimentação nos dias de Pascoa, época da festa dos [[Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque|Atiradores]], o [[Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque|Schützen]] — festa que se realizou, ininterruptamente, desde 1866, para declinar somente nos anos da segunda guerra mundial, quando a [[Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque|Sociedade]] sofreu intervenção policial.<br />
<br />
A festa de Páscoa continua hoje, porém, sem o entusiasmo e a vibração dos velhos tempos fazendo com que as seguidas diretorias introduzissem modificações nas competições de tiro, bolão e bocha.<br />
<br />
O Tiro de Guerra n° 317 foi outra sociedade que sacudiu a rua das Carreiras desde a primeira fase, 1917, depois em 1929 até 1940, quando as diversas turmas se educavam na sede e páteo dos [[Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque|Atiradores]].<br />
<br />
O velho hábito das reuniões familiares na frente de suas residências, ao entardecer, e nas primeiras horas da noite, ainda é conservado naquela rua. Costume que a vida e a cidade cultivaram durante 60 anos aproximadamente.<br />
<br />
Finalmente, para mim, é a rua que mais recordações da infância traz. Brincadeiras infantis, o gostoso café com [[Cuca|kuchen]]<ref>Cuca.</ref>, o pão de milho com queijinho e açúcar grosso, os ovos de Páscoa e os brinquedos de Natal.<br />
<br />
Suas velhas casas algumas de enxamel, desafiando o tempo, firmes ao lado de uma ou outra construção moderna, gostaria que permanecessem mais alguns anos. Lembram tempos que nunca mais voltarão, além de recordar seus moradores, parentes ou não, dos quais poucos sobrevivem. Que voltem os dias das festas dos [[Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque|Atiradores]], que ressurja o segundo dia de Páscoa e que nesse dia a Familia Brusquense se reúna novamente, em franca e saudável confraternização, como o fazia no passado.<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 96-97. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]<br />
[[Categoria:Ayres Gevaerd]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=A_rua_das_Carreiras&diff=16944A rua das Carreiras2024-02-02T18:29:43Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''A Rua das Carreiras'''<br />
*[[Ayres Gevaerd]]<br />
<br />
A rua mais tradicional, a que mais lembra o vida brusquense sob o aspecto social e recreativo, desde os primeiros dias da nossa Comunidade, é a rua das Carreiras<ref>Atual Rua Hercílio Luz.</ref>. Naquela rua foram construídos os primeiros ranchos de recepção e hospedagem dos colonos que iniciaram a colonização do Vale do Itajaí-Mirim, em 1860. Lá nossos antepassados se reuniam sob rancho de estacas coberto de folhas de palmitos para as primeiras reuniões sociais e religiosas; para cantar e dançar sob os acordes da gaita do lendário [[João Lenchow]], certamente com consumo de cerveja de fabricação doméstica, aquela "espécie de limonada", na citação do velho [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]] em seus notáveis relatórios mensais.<br />
<br />
Não se chama exatamente rua das Carreiras. Já se chamou General Osório, Siqueira Campos e atualmente Hercílio Luz. Porém, a não ser oficialmente, ela é conhecida por todos os brusquenses, por "Carreiras", simplesmente "Karrerbahn.", pelos nossos avós germânicos.<br />
<br />
A origem do nome é evidente: servia de pista de corridas de cavalos, crioulos, matungos e outros ditos, com pitadinhas de sangue mais nobre. O "atilho" das grandes corridas, quando participavam animais de outros lugares, era acertado com certa antecipação. Comumente porém, quando de proprietários aqui residentes, a corrida era acertada no próprio dia.<br />
<br />
Não raro degeneravam e as brigas, quando mais violentas, causavam pouca preocupação ao delegado de polícia, porque a cadeia era na mesma rua.<br />
<br />
As pessoas de minha geração devem lembrar-se desse edifício, um casarão, construção de enxamel, com uma varanda que circundava todo prédio no 1°. andar. Primitivamente se chamava "Casa da imigração", depois foi transformada em cadeia pública, residência do carcereiro e do destacamento policial. Destacamento não é bem o termo, pois raras eram as ocasiões em que Brusque possuia mais do que um policial.<br />
<br />
Um pouco além daquele prédio existia uma ala de coqueiros em terreno do [[Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque|Schützen Verein]], hoje [[Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque]]. A grande maioria dos terrenos do lado direito da rua pertenceram à veterana Sociedade e a venda de lotes proporcionou-lhe bom, lucro.<br />
<br />
O aspecto da rua das Carreiras, hoje, e o de 50 anos atrás pouco mudou.<br />
<br />
Muitas casas residenciais das mais antigas famílias brusquenses ainda lá se encontram. Müller, Orthmann, Matiolli, Ulber, Pruner, Moritz, Ristow, Schoening, Galle, Schwartz, Orthmann, Krieger, Zink, Hafermann, Harbe e outras mais.<br />
<br />
Meus avós maternos foram dos primeiros moradores e donos de muitos lotes que doavam aos filhos a medida que casavam. Hoje, decorridos aproximadamente 60-70 anos, seus descendentes conservam o antigo dote.<br />
<br />
A rua das Carreiras, destituida de comércio, apenas duas oficinas de ferraria e carpintaria, sempre foi tranquila. Era de se ver, entretanto, a extraordinária movimentação nos dias de Pascoa, época da festa dos [[Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque|Atiradores]], o [[Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque|Schützen]] — festa que se realizou, ininterruptamente, desde 1866, para declinar somente nos anos da segunda guerra mundial, quando a [[Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque|Sociedade]] sofreu intervenção policial.<br />
<br />
A festa de Páscoa continua hoje, porém, sem o entusiasmo e a vibração dos velhos tempos fazendo com que as seguidas diretorias introduzissem modificações nas competições de tiro, bolão e bocha.<br />
<br />
O Tiro de Guerra n° 317 foi outra sociedade que sacudiu a rua das Carreiras desde a primeira fase, 1917, depois em 1929 até 1940, quando as diversas turmas se educavam na sede e páteo dos [[Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque|Atiradores]].<br />
<br />
O velho hábito das reuniões familiares na frente de suas residências, ao entardecer, e nas primeiras horas da noite, ainda é conservado naquela rua. Costume que a vida e a cidade cultivaram durante 60 anos aproximadamente.<br />
<br />
Finalmente, para mim, é a rua que mais recordações da infância traz. Brincadeiras infantis, o gostoso café com [[Cuca|kuchen]]<ref>Cuca.</ref>, o pão de milho com queijinho e açúcar grosso, os ovos de Páscoa e os brinquedos de Natal.<br />
<br />
Suas velhas casas algumas de enxamel, desafiando o tempo, firmes ao lado de uma ou outra construção moderna, gostaria que permanecessem mais alguns anos. Lembram tempos que nunca mais voltarão, além de recordar seus moradores, parentes ou não, dos quais poucos sobrevivem. Que voltem os dias das festas dos [[Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque|Atiradores]], que ressurja o segundo dia de Páscoa e que nesse dia a Familia Brusquense se reúna novamente, em franca e saudável confraternização, como o fazia no passado.<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 96-97. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16943Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-02-02T18:17:50Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II, [[Nicolau Kistenmacher]], [[Francisco Pedro Haag]], [[Jacó Krumenauer]], [[Jacó Willrich]], [[Guilherme Jungblut]], [[Antonio Bretske]], [[Henrique Feuneberg]], [[Frederico Kramer]], [[Cristiano Matz]], [[Felipe Krieger]], [[Henrique Niels]], [[Henrique Koch]], [[João Sabel]], [[Henrique Petermann|Henrique Bettermann]] e [[Jacó Korb]], que se estabeleceram em [[Bateas]] (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em [[Bateas]] surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos.<br />
<br />
As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se abandonadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e confirmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. [[Oswaldo Hesse]].<br />
<br />
Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a necessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia.<br />
<br />
Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono [[Eugênio Rieger]]. A criança chamava-se: [[Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig]], filho de Johan J. F. Sabel, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, [[João André Cogoy Júnior]], que afirmava que a criança gozava de perfeita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi ratificado pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]] no dia 21/04/1863.<br />
<br />
No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão [[Maxiilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] descreveu a situação da Comunidade Evangélica com as palavras:<br />
<br />
"Os colonos evangélicos fizeram também nas [[Bateas]] e à suas expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimento e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne incumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de ambos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro espiritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar".<br />
<br />
No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Páscoa de 1863 o Pastor [[Oswaldo Hesse]] comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por ordem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril).<br />
<br />
Conforme dados do Pastor [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandreczki]], no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor [[Oswaldo Hesse]] de Blumenau, sendo esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque.<br />
<br />
O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]]. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de [[Heinrich Friedrich Kühl]]. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batismos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra também a primeira confirmação: [[Friedrich Neuhaus]] no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de [[Gustav Neuhaus]] com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de [[Johann W. Wandrey]] com [[Maria Carlota Johanna Jonk]] no dia 1° de novembro de 1865.<br />
<br />
O Diretor da Colônia solicitou ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor [[Oswaldo Hesse]], para que este pudesse vir de 3 em 3 meses a Brusque. Foi o que o Pastor [[Oswaldo Hesse|Hesse]] fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias.<br />
<br />
Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em [[Bateas]], no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 1865, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: [[Johann Anton Heinrich Sandreczki]]. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da Basiléia para ser pregador para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Colônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Comunidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque.<br />
<br />
Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o [[Maximilian von Schneeburg|Barão von Schneéburg]], um antigo oficial austríaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, [[Max von Barowski]]. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu ordenado era pago pelo Governo Imperial.<br />
<br />
Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "Foi-me mostrado um compartimento no antigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito".<br />
<br />
O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de construir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram realizados Cultos. Em 1866 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a construção da lª capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmoronado e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu-se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal ornamento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro [https://www.wikiart.org/pt/peter-paul-rubens/a-descida-da-cruz-1614 "A descida da Cruz" de Rubens], doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doação da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico.<br />
<br />
Uma das medidas tomadas pelo [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] em 1870 não agradou à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] e foi transferida mais tarde para a Comunidade. <br />
<br />
No relatório de 1872 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não poderiam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pela causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicialmente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro prédio da Escola. O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Pastor Sandreczki]] foi professor da Escola até o ano de 1880.<br />
<br />
A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema necessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentralizando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "sentimento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam muito afastadas umas das outras.<br />
<br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas difíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram responsáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Escola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilidade. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de queixas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] falou numa Assembléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comunidade". Nesta palestra o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] fez a seguinte proposta: "Vamos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram".<br />
<br />
Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] teve que tomar uma decisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Estatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma.<br />
<br />
A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir.<br />
<br />
A esta altura registramos que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] deixou a Comunidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8). Mas continuou sendo o Pastor responsável pela Comunidade.<br />
<br />
Criando problemas para a existência da Comunidade foi fundada no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher Verein) com estatutos próprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defender juridicamente as causas da Comunidade, que no momento estava sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Sociedade existiu só pouco tempo. Já em 1884 voltou a integrar-se à Comunidade, que ainda não funcionava com suas assembléias.<br />
<br />
Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam certas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso). Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os estatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias.<br />
<br />
Com a saída do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] para Blumenau (1880) o professor E. F. Geithner assumiu a direção da Escola Evangélica. Também ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de leitura, enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era necessário, pois o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] vinha a Brusque só 6 vezes por ano.<br />
<br />
A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] não concordou com este plano. Tudo permaneceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assinada por 31 pessoas.<br />
<br />
Em agosto de 1889 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados Unidos.<br />
<br />
Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]], houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que desejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] iria embora definitivamente, resolveu pedir um Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Palavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nós''.<br />
<br />
O Sr. [[Carlos Renaux]], que tinha em mente viajar para a Alemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Diretor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que enviasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunidade de Brusque recebeu o seu 2° [[Johannes Julius von Czekus|pastor Von Czekus]], no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em 1886 foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, substituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, mantenedora do [[Colégio Cônsul Carlos Renaux]]. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo 90 alunos. <br />
<br />
'''(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número)'''<br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do histórico precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor [[Johannes Julius von Czekus|Johannes Julius von Czekus]] no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em 1904 para o Sr. Wolf de Florianópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico.<br />
<br />
CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manutenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias vezes o Governo negou ajuda financeira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia necessidade de subvencionar escolas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmente a partir de 1895 o Governo passou a pagar subvenções anuais.<br />
<br />
O professor Eduardo Francisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano assumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que dedicou-se muito à música, lecionando a matéria aos alunos da Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmônio da igreja. Howard permaneceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor [[Reinhard Graupner]].<br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gótico até o ano de 1930. Da primeira ata de 05/03/18913 destacamos:<br />
<br />
1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$000 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] substitua o P. Bunte de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por aumento de salário não foi aprovado.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comunidade, constituiria pelos senhores: Presidente: [[Johannes Julius von Czekus|P. J. J. von Czekus]]; Vice-Presidente: [[Eduardo von Buettner|Eduard von Büttner]]; 1° Secretário: [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]; 2° Secretário: [[Paul Scheel]]; Tesoureiro: [[Ernst Ulber]]. <br />
<br />
[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do [[Wilhelm Lange|Pastor W. Lange]]. <br />
<br />
O Relatório do Pastor relativo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 635 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças participaram dos cultos. <br />
<br />
Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cultos; distribui a Santa Ceia 2 vezes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crianças, 1 casamento e 3 vezes distribui a Santa Ceia. Na cidade realizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schleswig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes".<br />
<br />
(Obs.: Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século).<br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangélicas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou sinos. A religião oficial era a Católica. Com a Proclamação da República (15/11/1989) e promulgação da primeira Constituição Republicana (1891) foi concedida liberdade religiosa a todas as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evangélica de Brusque logo se movimentou, para conseguir uma igreja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", formada pelos senhores [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]], [[Eduardo von Buettner|Eduard v. Büttner]], [[Ludwig Spengler]], [[Ernst Ulber]], [[Ludwig Lübke]], [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]. A igreja a ser construida teria as seguintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de largura, 8 metros de altura. O preço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade possuía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a aquisição de material para a construção da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmente, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daquelas pessoas que tivessem a melhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assembléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi construido um galpão para guardar o material adquirido.<br />
<br />
Na Assembléia Geral Extraordinária de 11 de março de 1894 foi decidido:<br />
<br />
1) O serviço de pedreiro seria executado pelo Sr. [[Ludwig Lübke]], que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. [[Adolf Bruns]]. Boa parte da madeira será comprada do Sr. [[Marcos Hörner|Marcos HÖRNER]]. A areia será adquirida do Sr. [[Augusto Ristow|August Ristow]]. Outras decisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de serviço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção".<br />
<br />
Estando tudo decidido, inclusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assembléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para poder cumprir com os compromissos da construção, foram emprestados Rs 2:500$000 de pessoas da Comunidade. Estas receberam Notas Promissórias (Schuldscheine), que seriam pagas no espaço de 5 anos.<br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as palavras que constam do relatório do [[Johannes Julius von Czekus|P. v. Czekus]] sobre a inauguração da igreja: "Com alegres esperanças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondosa de Deus, pois no dia 06 de janeiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma vontade ferrenha, aí se chega ao alvo. Tanto os trabalhadores contratados, como também os membros de nossa Comunidade, aplicaram todo o esforço para chegar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamentada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangélicos e com a presença das autoridades convidadas, ela foi inaugurada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abriram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o almoço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3:042$000".<br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gradativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a parte externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2:000$000. Emprestaram o dinheiro na ocasião (1899) os senhores Henning Joenk ..... Rs 700$000; Hedwig Joenk..... Rs 300$000 e Ernst Ulber..... Rs 600$000.<br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser levado da igreja até o cemitério)". Interessante é observar que já nesta época (1896) o esquife era levado à igreja, como o fazemos ainda hoje.<br />
<br />
Em 1895, na reunião do Conselho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
<br />
1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga conforme o que cada um ganhava.<br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confirmação ou enterro.<br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o [[Johannes Julius von Czekus|P. Johannes Julius von. Czekus]] pediu demissão de seu cargo. Permaneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convocar outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. [[Wilhelm Lange]], servindo em Bruederthal (hoje Mun. de Guaramirim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apresentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunidade de 1°. de março de 1896 consta que o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] esteve aqui e foi aceito como pastor da Comunidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficaou autorizada a fazer um contrato para 5 anos com o [[Wilhelm Lange|P. Lange]]. O contrato data de 04/05/1896 redigido nos seguintes termos: "A Comunidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. [[Wilhelm Lange]] a partir de 1°. de julho de 1893 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000.<br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gratuita e o uso dos terrenos pertencentes à Comunidade. Em contrapartida o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de desempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo segundo os preceitos da Igreja Evangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo. Zelará pela doutrina e educação das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comunidade através de palavras e ações".<br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. [[Adolf Bruns]], que havia trabalhado como carpinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcionar o [[Wilhelm Lange|P. Lange]].<br />
<br />
3) Ao [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] será entregue na sua partida um documento, comprovando seu trabalho como Pastor da Comunidade.<br />
<br />
O [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] na sua despedida agradeceu pela colaboração dos membros, principalmente na construção da igreja e admoestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja.<br />
<br />
Já no dia 19 de julho o [[Wilhelm Lange|P. Wilhelm Lange]] saudou o Conselho da Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Bruederthal.<br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumido pelo Sr. [[Carl Siemsen]] no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino conforme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 vezes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procurava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois costumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que futuramente o pastor só teria o direito de de ausentar da Comunidade com autorização da Diretoria.<br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do [[Wilhelm Lange|P. Lange]] fez as seguintes considerações: "No início de um novo Século convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gratidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o futuro".<br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500$000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200$000. Para pagá-lo foi levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Natal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico.<br />
<br />
Em outra reunião do Conselho da Comunidade de ...... 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposição da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmente seria colocado mais terreno à disposicão para novas construções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangélica. A esta altura a Escola já tinha 2 professores: [[Reinhard Graupner]] e [[Moritz Lehmann]]. Devido a auxílios recebidos da Alemanha, tiveram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era lecionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a juros e em 1912 finalmente foi possível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. professor para a escola na pessoa do Sr. [[Hans Wiedemann]].<br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igreja para os ensaios.<br />
<br />
Em 26 de julho de. 1903 tomou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igreja seriam realizados 2 leilões — um no dia 30 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade.<br />
<br />
Até 1904 a Comunidade Evangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade religiosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comunidades Evangélicas. Este fato levou o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] a propor a filiação da. Comunidade à Igreja Evangélica na Alemanha. Esta filiação teria a vantagem de a Comunidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entidade em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de janeiro de 1904 aprovou esta proposta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comunidade teria uma vez filiada à Igreja Evangélica da Prússia. Logo após, foi enviada correspondência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pedindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Estatutos à nova realidade.<br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangélica da Prússia, na qual constatava que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Comunidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mesma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do [[Wilhelm Lange|P. Lange]], que lhe concedia o direito legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque.<br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novembro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legalizavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos:<br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Comunidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e municípios limítrofes.<br />
<br />
§ 2 — A finalidade da Comunidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organização da Igreja Evangélica da Alemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e mantido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evangélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e confessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja Evangélica, como os encontramos nos escritos da Reforma.<br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evangélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais antiga da Prússia.<br />
<br />
§ 5 — O pastor será chamado para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Alemanha).<br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Comunidade vota para um período de 4 anos uma Diretoria Executiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro.<br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos foram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-verein). Sua fundação deu-se no dia 01 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta Assembléia destacamos: "A convite da [[Clara Lange|Sra. Pastor Lange]] um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemã. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatutos e foi escolhida a primeira Diretoria: Pres. Sra. [[Clara Lange]]; Tesoureira - [[Mathilde Becker Lehmann]]; demais membros: [[Caroline Krieger]]; [[Ida Krieger]]; [[Selma Renaux]]; [[Anna Koehler]], [[Anna Ulber]], [[Luise von Czekus]]. Estas senhoras tomaram sobre si a responsabilidade de cobrar mensalmente a taxa das associadas. Esta Sociedade é hoje a [[Associação das Damas de Caridade]], Mantenedora do [[Hospital Evangélico]], da [[Maternidade Cônsul Carlos Renaux]], do [[Jardim de Infância Bom Pastor]], e das obras sociais, atendendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro de 1908 decidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para nele construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno cedido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros moradores.<br />
<br />
Desde 1906 o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] teve problemas com a sua saúde. Várias vezes teve que deixar de realizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. [[Wilhelm Lange|P. Lange]] e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 domingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados".<br />
<br />
Mesmo assim o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reunido no dia 25 de julho de 1909, aceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Comunidade, fazia parte da Diretoria da Sociedade Escolar e foi professor.<br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conselho resolveu dirigir carta ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pedindo que enviasse outro pastor para a Comunidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria enviado o P. Gerold Hobus, que iniciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo número.<br />
<br />
'''[[Werner Brunken]]''' - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95, [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 010|Revista Notícias de Vicente Só n. 10]] nas páginas XX-XX. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16942Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-02-02T14:48:21Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II, [[Nicolau Kistenmacher]], [[Francisco Pedro Haag]], [[Jacó Krumenauer]], [[Jacó Willrich]], [[Guilherme Jungblut]], [[Antonio Bretske]], [[Henrique Feuneberg]], [[Frederico Kramer]], [[Cristiano Matz]], [[Felipe Krieger]], [[Henrique Niels]], [[Henrique Koch]], [[João Sabel]], [[Henrique Petermann|Henrique Bettermann]] e [[Jacó Korb]], que se estabeleceram em [[Bateas]] (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em [[Bateas]] surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos.<br />
<br />
As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se abandonadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e confirmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. [[Oswaldo Hesse]].<br />
<br />
Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a necessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia.<br />
<br />
Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono [[Eugênio Rieger]]. A criança chamava-se: [[Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig]], filho de Johan J. F. Sabel, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, [[João André Cogoy Júnior]], que afirmava que a criança gozava de perfeita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi ratificado pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]] no dia 21/04/1863.<br />
<br />
No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão [[Maxiilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] descreveu a situação da Comunidade Evangélica com as palavras:<br />
<br />
"Os colonos evangélicos fizeram também nas [[Bateas]] e à suas expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimento e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne incumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de ambos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro espiritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar".<br />
<br />
No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Páscoa de 1863 o Pastor [[Oswaldo Hesse]] comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por ordem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril).<br />
<br />
Conforme dados do Pastor [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandreczki]], no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor [[Oswaldo Hesse]] de Blumenau, sendo esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque.<br />
<br />
O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]]. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de [[Heinrich Friedrich Kühl]]. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batismos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra também a primeira confirmação: [[Friedrich Neuhaus]] no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de [[Gustav Neuhaus]] com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de [[Johann W. Wandrey]] com [[Maria Carlota Johanna Jonk]] no dia 1° de novembro de 1865.<br />
<br />
O Diretor da Colônia solicitou ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor [[Oswaldo Hesse]], para que este pudesse vir de 3 em 3 meses a Brusque. Foi o que o Pastor [[Oswaldo Hesse|Hesse]] fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias.<br />
<br />
Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em [[Bateas]], no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 1865, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: [[Johann Anton Heinrich Sandreczki]]. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da Basiléia para ser pregador para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Colônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Comunidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque.<br />
<br />
Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o [[Maximilian von Schneeburg|Barão von Schneéburg]], um antigo oficial austríaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, [[Max von Barowski]]. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu ordenado era pago pelo Governo Imperial.<br />
<br />
Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "Foi-me mostrado um compartimento no antigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito".<br />
<br />
O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de construir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram realizados Cultos. Em 1866 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a construção da lª capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmoronado e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu-se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal ornamento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro [https://www.wikiart.org/pt/peter-paul-rubens/a-descida-da-cruz-1614 "A descida da Cruz" de Rubens], doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doação da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico.<br />
<br />
Uma das medidas tomadas pelo [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] em 1870 não agradou à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] e foi transferida mais tarde para a Comunidade. <br />
<br />
No relatório de 1872 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não poderiam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pela causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicialmente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro prédio da Escola. O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Pastor Sandreczki]] foi professor da Escola até o ano de 1880.<br />
<br />
A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema necessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentralizando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "sentimento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam muito afastadas umas das outras.<br />
<br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas difíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram responsáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Escola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilidade. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de queixas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] falou numa Assembléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comunidade". Nesta palestra o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] fez a seguinte proposta: "Vamos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram".<br />
<br />
Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] teve que tomar uma decisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Estatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma.<br />
<br />
A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir.<br />
<br />
A esta altura registramos que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] deixou a Comunidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8). Mas continuou sendo o Pastor responsável pela Comunidade.<br />
<br />
Criando problemas para a existência da Comunidade foi fundada no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher Verein) com estatutos próprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defender juridicamente as causas da Comunidade, que no momento estava sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Sociedade existiu só pouco tempo. Já em 1884 voltou a integrar-se à Comunidade, que ainda não funcionava com suas assembléias.<br />
<br />
Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam certas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso). Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os estatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias.<br />
<br />
Com a saída do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] para Blumenau (1880) o professor E. F. Geithner assumiu a direção da Escola Evangélica. Também ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de leitura, enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era necessário, pois o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] vinha a Brusque só 6 vezes por ano.<br />
<br />
A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] não concordou com este plano. Tudo permaneceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assinada por 31 pessoas.<br />
<br />
Em agosto de 1889 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados Unidos.<br />
<br />
Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]], houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que desejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] iria embora definitivamente, resolveu pedir um Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Palavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nós''.<br />
<br />
O Sr. [[Carlos Renaux]], que tinha em mente viajar para a Alemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Diretor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que enviasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunidade de Brusque recebeu o seu 2° [[Johannes Julius von Czekus|pastor Von Czekus]], no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em 1886 foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, substituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, mantenedora do [[Colégio Cônsul Carlos Renaux]]. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo 90 alunos. <br />
<br />
'''(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número)'''<br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do histórico precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor [[Johannes Julius von Czekus|Johannes Julius von Czekus]] no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em 1904 para o Sr. Wolf de Florianópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico.<br />
<br />
CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manutenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias vezes o Governo negou ajuda financeira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia necessidade de subvencionar escolas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmente a partir de 1895 o Governo passou a pagar subvenções anuais.<br />
<br />
O professor Eduardo Francisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano assumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que dedicou-se muito à música, lecionando a matéria aos alunos da Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmônio da igreja. Howard permaneceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor [[Reinhard Graupner]].<br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gótico até o ano de 1930. Da primeira ata de 05/03/18913 destacamos:<br />
<br />
1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$000 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] substitua o P. Bunte de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por aumento de salário não foi aprovado.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comunidade, constituiria pelos senhores: Presidente: [[Johannes Julius von Czekus|P. J. J. von Czekus]]; Vice-Presidente: [[Eduardo von Buettner|Eduard von Büttner]]; 1° Secretário: [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]; 2° Secretário: [[Paul Scheel]]; Tesoureiro: [[Ernst Ulber]]. <br />
<br />
[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do [[Wilhelm Lange|Pastor W. Lange]]. <br />
<br />
O Relatório do Pastor relativo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 635 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças participaram dos cultos. <br />
<br />
Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cultos; distribui a Santa Ceia 2 vezes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crianças, 1 casamento e 3 vezes distribui a Santa Ceia. Na cidade realizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schleswig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes".<br />
<br />
(Obs.: Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século).<br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangélicas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou sinos. A religião oficial era a Católica. Com a Proclamação da República (15/11/1989) e promulgação da primeira Constituição Republicana (1891) foi concedida liberdade religiosa a todas as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evangélica de Brusque logo se movimentou, para conseguir uma igreja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", formada pelos senhores [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]], [[Eduardo von Buettner|Eduard v. Büttner]], [[Ludwig Spengler]], [[Ernst Ulber]], [[Ludwig Lübke]], [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]. A igreja a ser construida teria as seguintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de largura, 8 metros de altura. O preço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade possuía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a aquisição de material para a construção da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmente, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daquelas pessoas que tivessem a melhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assembléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi construido um galpão para guardar o material adquirido.<br />
<br />
Na Assembléia Geral Extraordinária de 11 de março de 1894 foi decidido:<br />
<br />
1) O serviço de pedreiro seria executado pelo Sr. [[Ludwig Lübke]], que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. [[Adolf Bruns]]. Boa parte da madeira será comprada do Sr. [[Marcos Hörner|Marcos HÖRNER]]. A areia será adquirida do Sr. [[Augusto Ristow|August Ristow]]. Outras decisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de serviço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção".<br />
<br />
Estando tudo decidido, inclusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assembléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para poder cumprir com os compromissos da construção, foram emprestados Rs 2:500$000 de pessoas da Comunidade. Estas receberam Notas Promissórias (Schuldscheine), que seriam pagas no espaço de 5 anos.<br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as palavras que constam do relatório do [[Johannes Julius von Czekus|P. v. Czekus]] sobre a inauguração da igreja: "Com alegres esperanças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondosa de Deus, pois no dia 06 de janeiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma vontade ferrenha, aí se chega ao alvo. Tanto os trabalhadores contratados, como também os membros de nossa Comunidade, aplicaram todo o esforço para chegar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamentada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangélicos e com a presença das autoridades convidadas, ela foi inaugurada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abriram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o almoço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3:042$000".<br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gradativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a parte externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2:000$000. Emprestaram o dinheiro na ocasião (1899) os senhores Henning Joenk ..... Rs 700$000; Hedwig Joenk..... Rs 300$000 e Ernst Ulber..... Rs 600$000.<br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser levado da igreja até o cemitério)". Interessante é observar que já nesta época (1896) o esquife era levado à igreja, como o fazemos ainda hoje.<br />
<br />
Em 1895, na reunião do Conselho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
<br />
1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga conforme o que cada um ganhava.<br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confirmação ou enterro.<br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o [[Johannes Julius von Czekus|P. Johannes Julius von. Czekus]] pediu demissão de seu cargo. Permaneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convocar outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. [[Wilhelm Lange]], servindo em Bruederthal (hoje Mun. de Guaramirim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apresentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunidade de 1°. de março de 1896 consta que o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] esteve aqui e foi aceito como pastor da Comunidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficaou autorizada a fazer um contrato para 5 anos com o [[Wilhelm Lange|P. Lange]]. O contrato data de 04/05/1896 redigido nos seguintes termos: "A Comunidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. [[Wilhelm Lange]] a partir de 1°. de julho de 1893 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000.<br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gratuita e o uso dos terrenos pertencentes à Comunidade. Em contrapartida o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de desempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo segundo os preceitos da Igreja Evangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo. Zelará pela doutrina e educação das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comunidade através de palavras e ações".<br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. [[Adolf Bruns]], que havia trabalhado como carpinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcionar o [[Wilhelm Lange|P. Lange]].<br />
<br />
3) Ao [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] será entregue na sua partida um documento, comprovando seu trabalho como Pastor da Comunidade.<br />
<br />
O [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] na sua despedida agradeceu pela colaboração dos membros, principalmente na construção da igreja e admoestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja.<br />
<br />
Já no dia 19 de julho o [[Wilhelm Lange|P. Wilhelm Lange]] saudou o Conselho da Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Bruederthal.<br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumido pelo Sr. [[Carl Siemsen]] no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino conforme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 vezes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procurava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois costumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que futuramente o pastor só teria o direito de de ausentar da Comunidade com autorização da Diretoria.<br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do [[Wilhelm Lange|P. Lange]] fez as seguintes considerações: "No início de um novo Século convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gratidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o futuro".<br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500$000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200$000. Para pagá-lo foi levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Natal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico.<br />
<br />
Em outra reunião do Conselho da Comunidade de ...... 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposição da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmente seria colocado mais terreno à disposicão para novas construções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangélica. A esta altura a Escola já tinha 2 professores: [[Reinhard Graupner]] e [[Moritz Lehmann]]. Devido a auxílios recebidos da Alemanha, tiveram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era lecionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a juros e em 1912 finalmente foi possível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. professor para a escola na pessoa do Sr. [[Hans Wiedemann]].<br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igreja para os ensaios.<br />
<br />
Em 26 de julho de. 1903 tomou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igreja seriam realizados 2 leilões — um no dia 30 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade.<br />
<br />
Até 1904 a Comunidade Evangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade religiosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comunidades Evangélicas. Este fato levou o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] a propor a filiação da. Comunidade à Igreja Evangélica na Alemanha. Esta filiação teria a vantagem de a Comunidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entidade em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de janeiro de 1904 aprovou esta proposta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comunidade teria uma vez filiada à Igreja Evangélica da Prússia. Logo após, foi enviada correspondência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pedindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Estatutos à nova realidade.<br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangélica da Prússia, na qual constatava que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Comunidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mesma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do [[Wilhelm Lange|P. Lange]], que lhe concedia o direito legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque.<br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novembro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legalizavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos:<br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Comunidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e municípios limítrofes.<br />
<br />
§ 2 — A finalidade da Comunidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organização da Igreja Evangélica da Alemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e mantido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evangélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e confessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja Evangélica, como os encontramos nos escritos da Reforma.<br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evangélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais antiga da Prússia.<br />
<br />
§ 5 — O pastor será chamado para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Alemanha).<br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Comunidade vota para um período de 4 anos uma Diretoria Executiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro.<br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos foram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-vereM) . Sua fundação deu-se no dia 031 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta. Assembléia destacamos: "A convite da Sra. Pastor Langc um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemá.. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatu-tos e foi escolhida a primeira Di-retoria: Pres. Sra. Clara Lan-ge; Tesoureira - Mathilde Becker Lehmann; demais membros: Ca-roline Krieger; Ida Krieger; Sel-ma Renaux; Anna Koehler, Anna Ulber, Luise von Czekus. Estas senhoras tomaram sobre si a res-ponsabilidade de cobrar mensal-mente a taxa das associadas. Es-ta Sociedade é hoje a Associação das Damas de Caridade, Mantene-dora do Hospital Evangélico, da Maternidade Cônsul Carlos Re-naux, do Jardim de Infância Bom Pastor, e das obras sociais, aten-dendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro' de 1908 recidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para ne-le construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno ce-dido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros morado-res. <br />
<br />
Desde 1906 o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] teve problemas com a sua saúde. Vá-rias vezes teve que deixar de rea-lizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. [[Wilhelm Lange|P. Lange]] e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 do-mingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados". <br />
<br />
Mesmo assim o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reuni-do no dia 25 de julho de 1909, a-ceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Co-munidade, fazia parte da Direto-ria da Sociedade■Escolar e foi pro-fessor. <br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conse-lho resolveu dirigir carta ao Con-selheiro Mor da Igreja Evangéli-ca da Prússia, pedindo que en-viasse outro pastor para a Co-munidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria envia-do o P. Gerold Hobus, que ini-ciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo nú-mero. Werner Brunken - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16941Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-02-02T13:37:48Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II, [[Nicolau Kistenmacher]], [[Francisco Pedro Haag]], [[Jacó Krumenauer]], [[Jacó Willrich]], [[Guilherme Jungblut]], [[Antonio Bretske]], [[Henrique Feuneberg]], [[Frederico Kramer]], [[Cristiano Matz]], [[Felipe Krieger]], [[Henrique Niels]], [[Henrique Koch]], [[João Sabel]], [[Henrique Petermann|Henrique Bettermann]] e [[Jacó Korb]], que se estabeleceram em [[Bateas]] (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em [[Bateas]] surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos.<br />
<br />
As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se abandonadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e confirmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. [[Oswaldo Hesse]].<br />
<br />
Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a necessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia.<br />
<br />
Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono [[Eugênio Rieger]]. A criança chamava-se: [[Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig]], filho de Johan J. F. Sabel, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, [[João André Cogoy Júnior]], que afirmava que a criança gozava de perfeita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi ratificado pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]] no dia 21/04/1863.<br />
<br />
No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão [[Maxiilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] descreveu a situação da Comunidade Evangélica com as palavras:<br />
<br />
"Os colonos evangélicos fizeram também nas [[Bateas]] e à suas expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimento e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne incumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de ambos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro espiritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar".<br />
<br />
No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Páscoa de 1863 o Pastor [[Oswaldo Hesse]] comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por ordem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril).<br />
<br />
Conforme dados do Pastor [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandreczki]], no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor [[Oswaldo Hesse]] de Blumenau, sendo esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque.<br />
<br />
O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]]. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de [[Heinrich Friedrich Kühl]]. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batismos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra também a primeira confirmação: [[Friedrich Neuhaus]] no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de [[Gustav Neuhaus]] com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de [[Johann W. Wandrey]] com [[Maria Carlota Johanna Jonk]] no dia 1° de novembro de 1865.<br />
<br />
O Diretor da Colônia solicitou ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor [[Oswaldo Hesse]], para que este pudesse vir de 3 em 3 meses a Brusque. Foi o que o Pastor [[Oswaldo Hesse|Hesse]] fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias.<br />
<br />
Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em [[Bateas]], no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 1865, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: [[Johann Anton Heinrich Sandreczki]]. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da Basiléia para ser pregador para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Colônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Comunidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque.<br />
<br />
Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o [[Maximilian von Schneeburg|Barão von Schneéburg]], um antigo oficial austríaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, [[Max von Barowski]]. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu ordenado era pago pelo Governo Imperial.<br />
<br />
Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "Foi-me mostrado um compartimento no antigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito".<br />
<br />
O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de construir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram realizados Cultos. Em 1866 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a construção da lª capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmoronado e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu-se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal ornamento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro [https://www.wikiart.org/pt/peter-paul-rubens/a-descida-da-cruz-1614 "A descida da Cruz" de Rubens], doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doação da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico.<br />
<br />
Uma das medidas tomadas pelo [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] em 1870 não agradou à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] e foi transferida mais tarde para a Comunidade. <br />
<br />
No relatório de 1872 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não poderiam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pela causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicialmente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro prédio da Escola. O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Pastor Sandreczki]] foi professor da Escola até o ano de 1880.<br />
<br />
A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema necessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentralizando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "sentimento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam muito afastadas umas das outras.<br />
<br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas difíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram responsáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Escola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilidade. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de queixas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] falou numa Assembléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comunidade". Nesta palestra o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] fez a seguinte proposta: "Vamos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram".<br />
<br />
Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] teve que tomar uma decisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Estatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma.<br />
<br />
A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir.<br />
<br />
A esta altura registramos que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] deixou a Comunidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8). Mas continuou sendo o Pastor responsável pela Comunidade.<br />
<br />
Criando problemas para a existência da Comunidade foi fundada no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher Verein) com estatutos próprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defender juridicamente as causas da Comunidade, que no momento estava sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Sociedade existiu só pouco tempo. Já em 1884 voltou a integrar-se à Comunidade, que ainda não funcionava com suas assembléias.<br />
<br />
Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam certas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso). Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os estatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias.<br />
<br />
Com a saída do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] para Blumenau (1880) o professor E. F. Geithner assumiu a direção da Escola Evangélica. Também ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de leitura, enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era necessário, pois o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] vinha a Brusque só 6 vezes por ano.<br />
<br />
A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] não concordou com este plano. Tudo permaneceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assinada por 31 pessoas.<br />
<br />
Em agosto de 1889 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados Unidos.<br />
<br />
Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]], houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que desejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] iria embora definitivamente, resolveu pedir um Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Palavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nós''.<br />
<br />
O Sr. [[Carlos Renaux]], que tinha em mente viajar para a Alemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Diretor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que enviasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunidade de Brusque recebeu o seu 2° [[Johannes Julius von Czekus|pastor Von Czekus]], no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em 1886 foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, substituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, mantenedora do [[Colégio Cônsul Carlos Renaux]]. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo 90 alunos. <br />
<br />
'''(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número)'''<br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do histórico precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor [[Johannes Julius von Czekus|Johannes Julius von Czekus]] no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em 1904 para o Sr. Wolf de Florianópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico.<br />
<br />
CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manutenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias vezes o Governo negou ajuda financeira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia necessidade de subvencionar escolas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmente a partir de 1895 o Governo passou a pagar subvenções anuais.<br />
<br />
O professor Eduardo Francisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano assumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que dedicou-se muito à música, lecionando a matéria aos alunos da Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmônio da igreja. Howard permaneceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor [[Reinhard Graupner]].<br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gótico até o ano de 1930. Da primeira ata de 05/03/18913 destacamos:<br />
<br />
1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$000 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] substitua o P. Bunte de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por aumento de salário não foi aprovado.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comunidade, constituiria pelos senhores: Presidente: [[Johannes Julius von Czekus|P. J. J. von Czekus]]; Vice-Presidente: [[Eduardo von Buettner|Eduard von Büttner]]; 1° Secretário: [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]; 2° Secretário: [[Paul Scheel]]; Tesoureiro: [[Ernst Ulber]]. <br />
<br />
[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do [[Wilhelm Lange|Pastor W. Lange]]. <br />
<br />
O Relatório do Pastor relativo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 635 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças participaram dos cultos. <br />
<br />
Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cultos; distribui a Santa Ceia 2 vezes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crianças, 1 casamento e 3 vezes distribui a Santa Ceia. Na cidade realizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schleswig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes".<br />
<br />
(Obs.: Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século).<br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangélicas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou sinos. A religião oficial era a Católica. Com a Proclamação da República (15/11/1989) e promulgação da primeira Constituição Republicana (1891) foi concedida liberdade religiosa a todas as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evangélica de Brusque logo se movimentou, para conseguir uma igreja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", formada pelos senhores [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]], [[Eduardo von Buettner|Eduard v. Büttner]], [[Ludwig Spengler]], [[Ernst Ulber]], [[Ludwig Lübke]], [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]. A igreja a ser construida teria as seguintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de largura, 8 metros de altura. O preço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade possuía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a aquisição de material para a construção da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmente, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daquelas pessoas que tivessem a melhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assembléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi construido um galpão para guardar o material adquirido.<br />
<br />
Na Assembléia Geral Extraordinária de 11 de março de 1894 foi decidido:<br />
<br />
1) O serviço de pedreiro seria executado pelo Sr. [[Ludwig Lübke]], que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. [[Adolf Bruns]]. Boa parte da madeira será comprada do Sr. [[Marcos Hörner|Marcos HÖRNER]]. A areia será adquirida do Sr. [[Augusto Ristow|August Ristow]]. Outras decisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de serviço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção".<br />
<br />
Estando tudo decidido, inclusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assembléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para poder cumprir com os compromissos da construção, foram emprestados Rs 2:500$000 de pessoas da Comunidade. Estas receberam Notas Promissórias (Schuldscheine), que seriam pagas no espaço de 5 anos.<br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as palavras que constam do relatório do [[Johannes Julius von Czekus|P. v. Czekus]] sobre a inauguração da igreja: "Com alegres esperanças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondosa de Deus, pois no dia 06 de janeiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma vontade ferrenha, aí se chega ao alvo. Tanto os trabalhadores contratados, como também os membros de nossa Comunidade, aplicaram todo o esforço para chegar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamentada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangélicos e com a presença das autoridades convidadas, ela foi inaugurada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abriram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o almoço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3:042$000".<br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gradativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a parte externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2:000$000. Emprestaram o dinheiro na ocasião (1899) os senhores Henning Joenk ..... Rs 700$000; Hedwig Joenk..... Rs 300$000 e Ernst Ulber..... Rs 600$000.<br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser levado da igreja até o cemitério)". Interessante é observar que já nesta época (1896) o esquife era levado à igreja, como o fazemos ainda hoje.<br />
<br />
Em 1895, na reunião do Conselho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
<br />
1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga conforme o que cada um ganhava.<br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confirmação ou enterro.<br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o [[Johannes Julius von Czekus|P. Johannes Julius von. Czekus]] pediu demissão de seu cargo. Permaneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convocar outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. [[Wilhelm Lange]], servindo em Bruederthal (hoje Mun. de Guaramirim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apresentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunidade de 1°. de março de 1896 consta que o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] esteve aqui e foi aceito como pastor da Comunidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficaou autorizada a fazer um contrato para 5 anos com o [[Wilhelm Lange|P. Lange]]. O contrato data de 04/05/1896 redigido nos seguintes termos: "A Comunidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. [[Wilhelm Lange]] a partir de 1°. de julho de 1893 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000.<br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gratuita e o uso dos terrenos pertencentes à Comunidade. Em contrapartida o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de desempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo segundo os preceitos da Igreja Evangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo. Zelará pela doutrina e educação das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comunidade através de palavras e ações".<br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. [[Adolf Bruns]], que havia trabalhado como carpinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcionar o [[Wilhelm Lange|P. Lange]].<br />
<br />
3) Ao [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] será entregue na sua partida um documento, comprovando seu trabalho como Pastor da Comunidade.<br />
<br />
O [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] na sua despedida agradeceu pela colaboração dos membros, principalmente na construção da igreja e admoestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja.<br />
<br />
Já no dia 19 de julho o [[Wilhelm Lange|P. Wilhelm Lange]] saudou o Conselho da Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Bruederthal.<br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumido pelo Sr. [[Carl Siemsen]] no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino conforme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 vezes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procurava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois costumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que futuramente o pastor só teria o direito de de ausentar da Comunidade com autorização da Diretoria.<br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do [[Wilhelm Lange|P. Lange]] fez as seguintes considera-ções: "No início de um novo Sé-culo convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gra-tidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o fu-turo". <br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500S000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200S000. Para pagá-lo foí levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Na-tal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico. <br />
<br />
Em outra reunião do Conse-lho da Comunidade de 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposi-ção da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmen-te seria colocado mais terreno à disposicão para novas constru-ções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangéli-ca .; A esta altura a Escola 'já tinha 2 professores: Reinhard Graupner e Moritz Lehmann. Devido a au-xílios recebidos da Alemanha, ti-veram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era le-cionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a ju-ros e em 1912 finalmente foi pos-sível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. pro-fessor para a escola na pessoa do Sr. Hans Wiedemann. <br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igre-ja para os ensaios. iErn 26 de julho de. 1903 to-mou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igre-ja seriam realizados 2 leilões —um no dia 210 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade. <br />
<br />
Até 1904 a Comunidade E-vangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade reli-giosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comuni-dades Evangélicas. Este fato le-vou o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] a propor a filia-ção da. Comunidade à Igreja E-vangélica na Alemanha. Esta fi-liação teria a vantagem de a Co-munidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entida-de em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de ja-neiro de 19C4 aprovou esta pro-posta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comu-nidade teria uma vez filiada à. Igreja Evangélica da Prússia. Lo-go após, foi enviada correspon-dência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pe-dindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Esta-tutos à nova realidade. <br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangé-lica da Prússia, na qual constata-va que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Co-munidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mes-ma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do [[Wilhelm Lange|P. Lange]], que lhe concedia o direi-to legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque. <br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novem-bro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legali-zavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos: <br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Co-munidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e muni-cípios limítrofes. <br />
<br />
§ 2 — A finalidade da C'omu-nidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organi-zação da Igreja Evangélica da A-lemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e man <br />
tido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evan-gélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e con-fessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja 'Evangélica, como os en-contramos nos escritos da Refor-ma. <br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evan-gélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais an-tiga da Prússia. <br />
<br />
§ 5 — O pastor será chama-do para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Ale-manha) . <br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Co-munidade vota para um período de 4' anos uma Diretoria EXecu-tiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um. Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro. <br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos fo-ram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-vereM) . Sua fundação deu-se no dia 031 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta. Assembléia destacamos: "A convite da Sra. Pastor Langc um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemá.. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatu-tos e foi escolhida a primeira Di-retoria: Pres. Sra. Clara Lan-ge; Tesoureira - Mathilde Becker Lehmann; demais membros: Ca-roline Krieger; Ida Krieger; Sel-ma Renaux; Anna Koehler, Anna Ulber, Luise von Czekus. Estas senhoras tomaram sobre si a res-ponsabilidade de cobrar mensal-mente a taxa das associadas. Es-ta Sociedade é hoje a Associação das Damas de Caridade, Mantene-dora do Hospital Evangélico, da Maternidade Cônsul Carlos Re-naux, do Jardim de Infância Bom Pastor, e das obras sociais, aten-dendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro' de 1908 recidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para ne-le construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno ce-dido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros morado-res. <br />
<br />
Desde 1906 o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] teve problemas com a sua saúde. Vá-rias vezes teve que deixar de rea-lizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. [[Wilhelm Lange|P. Lange]] e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 do-mingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados". <br />
<br />
Mesmo assim o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reuni-do no dia 25 de julho de 1909, a-ceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Co-munidade, fazia parte da Direto-ria da Sociedade■Escolar e foi pro-fessor. <br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conse-lho resolveu dirigir carta ao Con-selheiro Mor da Igreja Evangéli-ca da Prússia, pedindo que en-viasse outro pastor para a Co-munidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria envia-do o P. Gerold Hobus, que ini-ciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo nú-mero. Werner Brunken - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16940Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-02-02T12:54:50Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II, [[Nicolau Kistenmacher]], [[Francisco Pedro Haag]], [[Jacó Krumenauer]], [[Jacó Willrich]], [[Guilherme Jungblut]], [[Antonio Bretske]], [[Henrique Feuneberg]], [[Frederico Kramer]], [[Cristiano Matz]], [[Felipe Krieger]], [[Henrique Niels]], [[Henrique Koch]], [[João Sabel]], [[Henrique Petermann|Henrique Bettermann]] e [[Jacó Korb]], que se estabeleceram em [[Bateas]] (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em [[Bateas]] surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos.<br />
<br />
As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se abandonadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e confirmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. [[Oswaldo Hesse]].<br />
<br />
Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a necessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia.<br />
<br />
Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono [[Eugênio Rieger]]. A criança chamava-se: [[Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig]], filho de Johan J. F. Sabel, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, [[João André Cogoy Júnior]], que afirmava que a criança gozava de perfeita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi ratificado pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]] no dia 21/04/1863.<br />
<br />
No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão [[Maxiilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] descreveu a situação da Comunidade Evangélica com as palavras:<br />
<br />
"Os colonos evangélicos fizeram também nas [[Bateas]] e à suas expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimento e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne incumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de ambos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro espiritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar".<br />
<br />
No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Páscoa de 1863 o Pastor [[Oswaldo Hesse]] comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por ordem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril).<br />
<br />
Conforme dados do Pastor [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandreczki]], no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor [[Oswaldo Hesse]] de Blumenau, sendo esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque.<br />
<br />
O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]]. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de [[Heinrich Friedrich Kühl]]. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batismos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra também a primeira confirmação: [[Friedrich Neuhaus]] no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de [[Gustav Neuhaus]] com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de [[Johann W. Wandrey]] com [[Maria Carlota Johanna Jonk]] no dia 1° de novembro de 1865.<br />
<br />
O Diretor da Colônia solicitou ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor [[Oswaldo Hesse]], para que este pudesse vir de 3 em 3 meses a Brusque. Foi o que o Pastor [[Oswaldo Hesse|Hesse]] fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias.<br />
<br />
Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em [[Bateas]], no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 1865, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: [[Johann Anton Heinrich Sandreczki]]. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da Basiléia para ser pregador para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Colônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Comunidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque.<br />
<br />
Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o [[Maximilian von Schneeburg|Barão von Schneéburg]], um antigo oficial austríaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, [[Max von Barowski]]. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu ordenado era pago pelo Governo Imperial.<br />
<br />
Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "Foi-me mostrado um compartimento no antigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito".<br />
<br />
O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de construir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram realizados Cultos. Em 1866 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a construção da lª capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmoronado e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu-se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal ornamento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro [https://www.wikiart.org/pt/peter-paul-rubens/a-descida-da-cruz-1614 "A descida da Cruz" de Rubens], doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doação da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico.<br />
<br />
Uma das medidas tomadas pelo [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] em 1870 não agradou à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] e foi transferida mais tarde para a Comunidade. <br />
<br />
No relatório de 1872 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não poderiam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pela causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicialmente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro prédio da Escola. O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Pastor Sandreczki]] foi professor da Escola até o ano de 1880.<br />
<br />
A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema necessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentralizando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "sentimento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam muito afastadas umas das outras.<br />
<br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas difíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram responsáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Escola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilidade. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de queixas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] falou numa Assembléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comunidade". Nesta palestra o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] fez a seguinte proposta: "Vamos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram".<br />
<br />
Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] teve que tomar uma decisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Estatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma.<br />
<br />
A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir.<br />
<br />
A esta altura registramos que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] deixou a Comunidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8). Mas continuou sendo o Pastor responsável pela Comunidade.<br />
<br />
Criando problemas para a existência da Comunidade foi fundada no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher Verein) com estatutos próprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defender juridicamente as causas da Comunidade, que no momento estava sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Sociedade existiu só pouco tempo. Já em 1884 voltou a integrar-se à Comunidade, que ainda não funcionava com suas assembléias.<br />
<br />
Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam certas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso). Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os estatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias.<br />
<br />
Com a saída do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] para Blumenau (1880) o professor E. F. Geithner assumiu a direção da Escola Evangélica. Também ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de leitura, enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era necessário, pois o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] vinha a Brusque só 6 vezes por ano.<br />
<br />
A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] não concordou com este plano. Tudo permaneceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assinada por 31 pessoas.<br />
<br />
Em agosto de 1889 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados Unidos.<br />
<br />
Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]], houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que desejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] iria embora definitivamente, resolveu pedir um Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Palavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nós''.<br />
<br />
O Sr. [[Carlos Renaux]], que tinha em mente viajar para a Alemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Diretor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que enviasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunidade de Brusque recebeu o seu 2° [[Johannes Julius von Czekus|pastor Von Czekus]], no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em 1886 foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, substituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, mantenedora do [[Colégio Cônsul Carlos Renaux]]. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo 90 alunos. <br />
<br />
'''(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número)'''<br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do histórico precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor [[Johannes Julius von Czekus|Johannes Julius von Czekus]] no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em 1904 para o Sr. Wolf de Florianópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico.<br />
<br />
CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manutenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias vezes o Governo negou ajuda financeira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia necessidade de subvencionar escolas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmente a partir de 1895 o Governo passou a pagar subvenções anuais.<br />
<br />
O professor Eduardo Francisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano assumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que dedicou-se muito à música, lecionando a matéria aos alunos da Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmônio da igreja. Howard permaneceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor [[Reinhard Graupner]].<br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gótico até o ano de 1930. Da primeira ata de 05/03/18913 destacamos:<br />
<br />
1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$000 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] substitua o P. Bunte de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por aumento de salário não foi aprovado.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comunidade, constituiria pelos senhores: Presidente: [[Johannes Julius von Czekus|P. J. J. von Czekus]]; Vice-Presidente: [[Eduardo von Buettner|Eduard von Büttner]]; 1° Secretário: [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]; 2° Secretário: [[Paul Scheel]]; Tesoureiro: [[Ernst Ulber]]. <br />
<br />
[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do [[Wilhelm Lange|Pastor W. Lange]]. <br />
<br />
O Relatório do Pastor relativo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 635 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças participaram dos cultos. <br />
<br />
Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cultos; distribui a Santa Ceia 2 vezes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crianças, 1 casamento e 3 vezes distribui a Santa Ceia. Na cidade realizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schleswig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes".<br />
<br />
(Obs.: Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século).<br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangélicas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou sinos. A religião oficial era a Católica. Com a Proclamação da República (15/11/1989) e promulgação da primeira Constituição Republicana (1891) foi concedida liberdade religiosa a todas as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evangélica de Brusque logo se movimentou, para conseguir uma igreja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", formada pelos senhores [[Johannes Julius von Czekus|P. von Cze-kus]], [[Eduardo von Buettner|Eduard v. Büttner]], [[Ludwig Spengler]], [[Ernst Ulber]], [[Ludwig Lübke]], [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]. A igreja a ser construida teria as seguintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de largura, 8 metros de altura. O preço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade possuía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a aquisição de material para a construção da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmente, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daquelas pessoas que tivessem a melhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assembléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi construido um galpão para guardar o material adquirido.<br />
<br />
Na Assembléia Geral Extraordinária de 11 de março de 1894 foi decidido:<br />
<br />
1) O serviço de pedreiro seria executado pelo Sr. [[Ludwig Lübke]], que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. [[Adolf Bruns]]. Boa parte da madeira será comprada do Sr. [[Marcos Hörner|Marcos HÖRNER]]. A areia será adquirida do Sr. [[Augusto Ristow|August Ristow]]. Outras decisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de serviço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção".<br />
<br />
Estando tudo decidido, inclusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assembléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para poder cumprir com os compromissos da construção, foram emprestados Rs 2:500$000 de pessoas da Comunidade. Estas receberam Notas Promissórias (Schuldscheine), que seriam pagas no espaço de 5 anos.<br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as palavras que constam do relatório do [[Johannes Julius von Czekus|P. v. Czekus]] sobre a inauguração da igreja: "Com alegres esperanças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondosa de Deus, pois no dia 06 de janeiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma vontade ferrenha, aí se chega ao alvo. Tanto os trabalhadores contratados, como também os membros de nossa Comunidade, aplicaram todo o esforço para chegar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamentada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangélicos e com a presença das autoridades convidadas, ela foi inaugurada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abriram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o almoço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3:042$000".<br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gradativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a parte externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2:000$000. Emprestaram o dinheiro na ocasião (1899) os senhores Henning Joenk ..... Rs 700$000; Hedwig Joenk..... Rs 300$000 e Ernst Ulber..... Rs 600$000.<br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser levado da igreja até o cemitério)". Interessante é observar que já nesta época (1896) o esquife era levado à igreja, como o fazemos ainda hoje.<br />
<br />
Em 1895, na reunião do Conselho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
<br />
1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga conforme o que cada um ganhava.<br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confirmação ou enterro.<br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o [[Johannes Julius von Czekus|P. Johannes Julius von. Czekus]] pediu demissão de seu cargo. Permaneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convocar outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. [[Wilhelm Lange]], servindo em Bruederthal (hoje Mun. de Guaramirim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apresentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunidade de 1°. de março de 1896 consta que o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] esteve aqui e foi aceito como pastor da Comunidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficaou autorizada a fazer um contrato para 5 anos com o [[Wilhelm Lange|P. Lange]]. O contrato data de 04/05/1896 redigido nos seguintes termos: "A Comunidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. [[Wilhelm Lange]] a partir de 1°. de julho de 1893 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000.<br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gratuita e o uso dos terrenos pertencentes à Comunidade. Em contrapartida o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de desempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo segundo os preceitos da Igreja Evangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo. Zelará pela doutrina e educação das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comunidade através de palavras e ações".<br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. [[Adolf Bruns]], que havia trabalhado como carpinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcionar o [[Wilhelm Lange|P. Lange]].<br />
<br />
3) Ao [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] será entregue na sua partida um documento, comprovando seu trabalho como Pastor da Comunidade.<br />
<br />
O [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] na sua despedida agradeceu pela colaboração dos membros, principalmente na construção da igreja e admoestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja.<br />
<br />
Já no dia 19 de julho o [[Wilhelm Lange|P. Wilhelm Lange]] saudou o Conselho da Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Bruederthal.<br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumido pelo Sr. [[Carl Siemsen]] no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino conforme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 vezes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procurava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois cos-tumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que fu-turamente o pastor só teria o di-reito de se ausentar da Comuni-dade com autorização da Direto-ria. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do [[Wilhelm Lange|P. Lange]] fez as seguintes considera-ções: "No início de um novo Sé-culo convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gra-tidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o fu-turo". <br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500S000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200S000. Para pagá-lo foí levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Na-tal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico. <br />
<br />
Em outra reunião do Conse-lho da Comunidade de 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposi-ção da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmen-te seria colocado mais terreno à disposicão para novas constru-ções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangéli-ca .; A esta altura a Escola 'já tinha 2 professores: Reinhard Graupner e Moritz Lehmann. Devido a au-xílios recebidos da Alemanha, ti-veram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era le-cionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a ju-ros e em 1912 finalmente foi pos-sível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. pro-fessor para a escola na pessoa do Sr. Hans Wiedemann. <br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igre-ja para os ensaios. iErn 26 de julho de. 1903 to-mou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igre-ja seriam realizados 2 leilões —um no dia 210 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade. <br />
<br />
Até 1904 a Comunidade E-vangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade reli-giosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comuni-dades Evangélicas. Este fato le-vou o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] a propor a filia-ção da. Comunidade à Igreja E-vangélica na Alemanha. Esta fi-liação teria a vantagem de a Co-munidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entida-de em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de ja-neiro de 19C4 aprovou esta pro-posta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comu-nidade teria uma vez filiada à. Igreja Evangélica da Prússia. Lo-go após, foi enviada correspon-dência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pe-dindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Esta-tutos à nova realidade. <br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangé-lica da Prússia, na qual constata-va que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Co-munidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mes-ma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do [[Wilhelm Lange|P. Lange]], que lhe concedia o direi-to legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque. <br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novem-bro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legali-zavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos: <br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Co-munidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e muni-cípios limítrofes. <br />
<br />
§ 2 — A finalidade da C'omu-nidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organi-zação da Igreja Evangélica da A-lemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e man <br />
tido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evan-gélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e con-fessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja 'Evangélica, como os en-contramos nos escritos da Refor-ma. <br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evan-gélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais an-tiga da Prússia. <br />
<br />
§ 5 — O pastor será chama-do para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Ale-manha) . <br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Co-munidade vota para um período de 4' anos uma Diretoria EXecu-tiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um. Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro. <br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos fo-ram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-vereM) . Sua fundação deu-se no dia 031 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta. Assembléia destacamos: "A convite da Sra. Pastor Langc um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemá.. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatu-tos e foi escolhida a primeira Di-retoria: Pres. Sra. Clara Lan-ge; Tesoureira - Mathilde Becker Lehmann; demais membros: Ca-roline Krieger; Ida Krieger; Sel-ma Renaux; Anna Koehler, Anna Ulber, Luise von Czekus. Estas senhoras tomaram sobre si a res-ponsabilidade de cobrar mensal-mente a taxa das associadas. Es-ta Sociedade é hoje a Associação das Damas de Caridade, Mantene-dora do Hospital Evangélico, da Maternidade Cônsul Carlos Re-naux, do Jardim de Infância Bom Pastor, e das obras sociais, aten-dendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro' de 1908 recidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para ne-le construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno ce-dido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros morado-res. <br />
<br />
Desde 1906 o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] teve problemas com a sua saúde. Vá-rias vezes teve que deixar de rea-lizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. [[Wilhelm Lange|P. Lange]] e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 do-mingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados". <br />
<br />
Mesmo assim o [[Wilhelm Lange|P. Lange]] não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reuni-do no dia 25 de julho de 1909, a-ceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Co-munidade, fazia parte da Direto-ria da Sociedade■Escolar e foi pro-fessor. <br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conse-lho resolveu dirigir carta ao Con-selheiro Mor da Igreja Evangéli-ca da Prússia, pedindo que en-viasse outro pastor para a Co-munidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria envia-do o P. Gerold Hobus, que ini-ciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo nú-mero. Werner Brunken - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16939Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-02-02T12:42:54Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II, [[Nicolau Kistenmacher]], [[Francisco Pedro Haag]], [[Jacó Krumenauer]], [[Jacó Willrich]], [[Guilherme Jungblut]], [[Antonio Bretske]], [[Henrique Feuneberg]], [[Frederico Kramer]], [[Cristiano Matz]], [[Felipe Krieger]], [[Henrique Niels]], [[Henrique Koch]], [[João Sabel]], [[Henrique Petermann|Henrique Bettermann]] e [[Jacó Korb]], que se estabeleceram em [[Bateas]] (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em [[Bateas]] surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos.<br />
<br />
As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se abandonadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e confirmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. [[Oswaldo Hesse]].<br />
<br />
Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a necessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia.<br />
<br />
Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono [[Eugênio Rieger]]. A criança chamava-se: [[Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig]], filho de Johan J. F. Sabel, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, [[João André Cogoy Júnior]], que afirmava que a criança gozava de perfeita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi ratificado pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]] no dia 21/04/1863.<br />
<br />
No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão [[Maxiilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] descreveu a situação da Comunidade Evangélica com as palavras:<br />
<br />
"Os colonos evangélicos fizeram também nas [[Bateas]] e à suas expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimento e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne incumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de ambos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro espiritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar".<br />
<br />
No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Páscoa de 1863 o Pastor [[Oswaldo Hesse]] comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por ordem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril).<br />
<br />
Conforme dados do Pastor [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandreczki]], no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor [[Oswaldo Hesse]] de Blumenau, sendo esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque.<br />
<br />
O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]]. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de [[Heinrich Friedrich Kühl]]. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batismos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra também a primeira confirmação: [[Friedrich Neuhaus]] no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de [[Gustav Neuhaus]] com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de [[Johann W. Wandrey]] com [[Maria Carlota Johanna Jonk]] no dia 1° de novembro de 1865.<br />
<br />
O Diretor da Colônia solicitou ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor [[Oswaldo Hesse]], para que este pudesse vir de 3 em 3 meses a Brusque. Foi o que o Pastor [[Oswaldo Hesse|Hesse]] fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias.<br />
<br />
Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em [[Bateas]], no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 1865, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: [[Johann Anton Heinrich Sandreczki]]. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da Basiléia para ser pregador para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Colônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Comunidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque.<br />
<br />
Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o [[Maximilian von Schneeburg|Barão von Schneéburg]], um antigo oficial austríaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, [[Max von Barowski]]. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu ordenado era pago pelo Governo Imperial.<br />
<br />
Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "Foi-me mostrado um compartimento no antigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito".<br />
<br />
O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de construir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram realizados Cultos. Em 1866 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a construção da lª capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmoronado e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu-se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal ornamento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro [https://www.wikiart.org/pt/peter-paul-rubens/a-descida-da-cruz-1614 "A descida da Cruz" de Rubens], doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doação da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico.<br />
<br />
Uma das medidas tomadas pelo [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] em 1870 não agradou à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] e foi transferida mais tarde para a Comunidade. <br />
<br />
No relatório de 1872 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não poderiam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pela causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicialmente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro prédio da Escola. O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Pastor Sandreczki]] foi professor da Escola até o ano de 1880.<br />
<br />
A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema necessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentralizando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "sentimento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam muito afastadas umas das outras.<br />
<br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas difíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram responsáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Escola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilidade. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de queixas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] falou numa Assembléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comunidade". Nesta palestra o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] fez a seguinte proposta: "Vamos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram".<br />
<br />
Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] teve que tomar uma decisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Estatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma.<br />
<br />
A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir.<br />
<br />
A esta altura registramos que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] deixou a Comunidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8). Mas continuou sendo o Pastor responsável pela Comunidade.<br />
<br />
Criando problemas para a existência da Comunidade foi fundada no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher Verein) com estatutos próprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defender juridicamente as causas da Comunidade, que no momento estava sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Sociedade existiu só pouco tempo. Já em 1884 voltou a integrar-se à Comunidade, que ainda não funcionava com suas assembléias.<br />
<br />
Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam certas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso). Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os estatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias.<br />
<br />
Com a saída do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] para Blumenau (1880) o professor E. F. Geithner assumiu a direção da Escola Evangélica. Também ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de leitura, enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era necessário, pois o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] vinha a Brusque só 6 vezes por ano.<br />
<br />
A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] não concordou com este plano. Tudo permaneceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assinada por 31 pessoas.<br />
<br />
Em agosto de 1889 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados Unidos.<br />
<br />
Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]], houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que desejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] iria embora definitivamente, resolveu pedir um Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Palavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nós''.<br />
<br />
O Sr. [[Carlos Renaux]], que tinha em mente viajar para a Alemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Diretor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que enviasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunidade de Brusque recebeu o seu 2° [[Johannes Julius von Czekus|pastor Von Czekus]], no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em 1886 foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, substituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, mantenedora do [[Colégio Cônsul Carlos Renaux]]. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo 90 alunos. <br />
<br />
'''(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número)'''<br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do histórico precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor [[Johannes Julius von Czekus|Johannes Julius von Czekus]] no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em 1904 para o Sr. Wolf de Florianópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico.<br />
<br />
CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manutenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias vezes o Governo negou ajuda financeira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia necessidade de subvencionar escolas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmente a partir de 1895 o Governo passou a pagar subvenções anuais.<br />
<br />
O professor Eduardo Francisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano assumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que dedicou-se muito à música, lecionando a matéria aos alunos da Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmônio da igreja. Howard permaneceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor [[Reinhard Graupner]].<br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gótico até o ano de 1930. Da primeira ata de 05/03/18913 destacamos:<br />
<br />
1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$000 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] substitua o P. Bunte de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por aumento de salário não foi aprovado.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comunidade, constituiria pelos senhores: Presidente: [[Johannes Julius von Czekus|P. J. J. von Czekus]]; Vice-Presidente: [[Eduardo von Buettner|Eduard von Büttner]]; 1° Secretário: [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]; 2° Secretário: [[Paul Scheel]]; Tesoureiro: [[Ernst Ulber]]. <br />
<br />
[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do Pastor W. Lange. <br />
<br />
O Relatório do Pastor relativo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 635 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças participaram dos cultos. <br />
<br />
Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cultos; distribui a Santa Ceia 2 vezes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crianças, 1 casamento e 3 vezes distribui a Santa Ceia. Na cidade realizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schleswig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes".<br />
<br />
(Obs.: Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século).<br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangélicas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou sinos. A religião oficial era a Católica. Com a Proclamação da República (15/11/1989) e promulgação da primeira Constituição Republicana (1891) foi concedida liberdade religiosa a todas as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evangélica de Brusque logo se movimentou, para conseguir uma igreja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", formada pelos senhores [[Johannes Julius von Czekus|P. von Cze-kus]], [[Eduardo von Buettner|Eduard v. Büttner]], [[Ludwig Spengler]], [[Ernst Ulber]], [[Ludwig Lübke]], [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]. A igreja a ser construida teria as seguintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de largura, 8 metros de altura. O preço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade possuía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a aquisição de material para a construção da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmente, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daquelas pessoas que tivessem a melhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assembléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi construido um galpão para guardar o material adquirido.<br />
<br />
Na Assembléia Geral Extraordinária de 11 de março de 1894 foi decidido:<br />
<br />
1) O serviço de pedreiro seria executado pelo Sr. [[Ludwig Lübke]], que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. [[Adolf Bruns]]. Boa parte da madeira será comprada do Sr. [[Marcos Hörner|Marcos HÖRNER]]. A areia será adquirida do Sr. [[Augusto Ristow|August Ristow]]. Outras decisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de serviço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção".<br />
<br />
Estando tudo decidido, inclusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assembléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para poder cumprir com os compromissos da construção, foram emprestados Rs 2:500$000 de pessoas da Comunidade. Estas receberam Notas Promissórias (Schuldscheine), que seriam pagas no espaço de 5 anos.<br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as palavras que constam do relatório do [[Johannes Julius von Czekus|P. v. Czekus]] sobre a inauguração da igreja: "Com alegres esperanças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondosa de Deus, pois no dia 06 de janeiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma vontade ferrenha, aí se chega ao alvo. Tanto os trabalhadores contratados, como também os membros de nossa Comunidade, aplicaram todo o esforço para chegar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamentada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangélicos e com a presença das autoridades convidadas, ela foi inaugurada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abriram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o almoço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3:042$000".<br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gradativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a parte externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2:000$000. Emprestaram o dinheiro na ocasião (1899) os senhores Henning Joenk ..... Rs 700$000; Hedwig Joenk..... Rs 300$000 e Ernst Ulber..... Rs 600$000.<br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser levado da igreja até o cemitério)". Interessante é observar que já nesta época (1896) o esquife era levado à igreja, como o fazemos ainda hoje.<br />
<br />
Em 1895, na reunião do Conselho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
<br />
1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga conforme o que cada um ganhava.<br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confirmação ou enterro.<br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o [[Johannes Julius von Czekus|P. Johannes Julius von. Czekus]] pediu demissão de seu cargo. Permaneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convocar outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. [[Wilhelm Lange]], servindo em Bruederthal (hoje Mun. de Guaramirim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apresentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunidade de 1°. de março de 1896 consta que o P. Lange esteve aqui e foi aceito como pastor da Comunidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficaou autorizada a fazer um contrato para 5 anos com o P. Lange. O contrato data de 04/05/1896 redigido nos seguintes termos: "A Comunidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. [[Wilhelm Lange]] a partir de 1°. de julho de 1893 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000.<br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gratuita e o uso dos terrenos pertencentes à Comunidade. Em contrapartida o P. Lange se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de desempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo segundo os preceitos da Igreja Evangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo. Zelará pela doutrina e educação das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comunidade através de palavras e ações".<br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. Adolf Bruns, que havia trabalhado como car-pinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcio-nar o P. Lange. <br />
<br />
3) Ao [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] será en-tregue na sua partida um documento, comprovando seu traba-lho como Pastor da Comunidade. <br />
<br />
O [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] na sua des-pedida agradeceu pela colabora-ção dos membros, principalmen-te na construção da igreja e ad-moestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja. <br />
<br />
Já no dia 19 de julho o P. Wilhelm Lange saudou o Conse-lho da. Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Brueder-thal. <br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumi-do pelo Sr. Carl Siemsen no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino con-forme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 ve-zes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procu-rava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois cos-tumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que fu-turamente o pastor só teria o di-reito de se ausentar da Comuni-dade com autorização da Direto-ria. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o P. Lange pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do P. Lange fez as seguintes considera-ções: "No início de um novo Sé-culo convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gra-tidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o fu-turo". <br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500S000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200S000. Para pagá-lo foí levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Na-tal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico. <br />
<br />
Em outra reunião do Conse-lho da Comunidade de 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposi-ção da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmen-te seria colocado mais terreno à disposicão para novas constru-ções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangéli-ca .; A esta altura a Escola 'já tinha 2 professores: Reinhard Graupner e Moritz Lehmann. Devido a au-xílios recebidos da Alemanha, ti-veram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era le-cionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a ju-ros e em 1912 finalmente foi pos-sível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. pro-fessor para a escola na pessoa do Sr. Hans Wiedemann. <br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igre-ja para os ensaios. iErn 26 de julho de. 1903 to-mou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igre-ja seriam realizados 2 leilões —um no dia 210 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade. <br />
<br />
Até 1904 a Comunidade E-vangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade reli-giosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comuni-dades Evangélicas. Este fato le-vou o P. Lange a propor a filia-ção da. Comunidade à Igreja E-vangélica na Alemanha. Esta fi-liação teria a vantagem de a Co-munidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entida-de em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de ja-neiro de 19C4 aprovou esta pro-posta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o P. Lange esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comu-nidade teria uma vez filiada à. Igreja Evangélica da Prússia. Lo-go após, foi enviada correspon-dência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pe-dindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Esta-tutos à nova realidade. <br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangé-lica da Prússia, na qual constata-va que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Co-munidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mes-ma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do P. Lange, que lhe concedia o direi-to legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque. <br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novem-bro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legali-zavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos: <br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Co-munidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e muni-cípios limítrofes. <br />
<br />
§ 2 — A finalidade da C'omu-nidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organi-zação da Igreja Evangélica da A-lemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e man <br />
tido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evan-gélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e con-fessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja 'Evangélica, como os en-contramos nos escritos da Refor-ma. <br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evan-gélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais an-tiga da Prússia. <br />
<br />
§ 5 — O pastor será chama-do para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Ale-manha) . <br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Co-munidade vota para um período de 4' anos uma Diretoria EXecu-tiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um. Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro. <br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos fo-ram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-vereM) . Sua fundação deu-se no dia 031 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta. Assembléia destacamos: "A convite da Sra. Pastor Langc um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemá.. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatu-tos e foi escolhida a primeira Di-retoria: Pres. Sra. Clara Lan-ge; Tesoureira - Mathilde Becker Lehmann; demais membros: Ca-roline Krieger; Ida Krieger; Sel-ma Renaux; Anna Koehler, Anna Ulber, Luise von Czekus. Estas senhoras tomaram sobre si a res-ponsabilidade de cobrar mensal-mente a taxa das associadas. Es-ta Sociedade é hoje a Associação das Damas de Caridade, Mantene-dora do Hospital Evangélico, da Maternidade Cônsul Carlos Re-naux, do Jardim de Infância Bom Pastor, e das obras sociais, aten-dendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro' de 1908 recidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para ne-le construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno ce-dido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros morado-res. <br />
<br />
Desde 1906 o P. Lange teve problemas com a sua saúde. Vá-rias vezes teve que deixar de rea-lizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. P. Lange e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 do-mingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados". <br />
<br />
Mesmo assim o¡P. Lange não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reuni-do no dia 25 de julho de 1909, a-ceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Co-munidade, fazia parte da Direto-ria da Sociedade■Escolar e foi pro-fessor. <br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conse-lho resolveu dirigir carta ao Con-selheiro Mor da Igreja Evangéli-ca da Prússia, pedindo que en-viasse outro pastor para a Co-munidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria envia-do o P. Gerold Hobus, que ini-ciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo nú-mero. Werner Brunken - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16938Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-02-02T12:19:32Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II, [[Nicolau Kistenmacher]], [[Francisco Pedro Haag]], [[Jacó Krumenauer]], [[Jacó Willrich]], [[Guilherme Jungblut]], [[Antonio Bretske]], [[Henrique Feuneberg]], [[Frederico Kramer]], [[Cristiano Matz]], [[Felipe Krieger]], [[Henrique Niels]], [[Henrique Koch]], [[João Sabel]], [[Henrique Petermann|Henrique Bettermann]] e [[Jacó Korb]], que se estabeleceram em [[Bateas]] (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em [[Bateas]] surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos.<br />
<br />
As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se abandonadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e confirmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. [[Oswaldo Hesse]].<br />
<br />
Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a necessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia.<br />
<br />
Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono [[Eugênio Rieger]]. A criança chamava-se: [[Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig]], filho de Johan J. F. Sabel, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, [[João André Cogoy Júnior]], que afirmava que a criança gozava de perfeita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi ratificado pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]] no dia 21/04/1863.<br />
<br />
No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão [[Maxiilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] descreveu a situação da Comunidade Evangélica com as palavras:<br />
<br />
"Os colonos evangélicos fizeram também nas [[Bateas]] e à suas expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimento e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne incumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de ambos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro espiritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar".<br />
<br />
No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Páscoa de 1863 o Pastor [[Oswaldo Hesse]] comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por ordem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril).<br />
<br />
Conforme dados do Pastor [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandreczki]], no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor [[Oswaldo Hesse]] de Blumenau, sendo esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque.<br />
<br />
O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]]. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de [[Heinrich Friedrich Kühl]]. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batismos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra também a primeira confirmação: [[Friedrich Neuhaus]] no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de [[Gustav Neuhaus]] com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de [[Johann W. Wandrey]] com [[Maria Carlota Johanna Jonk]] no dia 1° de novembro de 1865.<br />
<br />
O Diretor da Colônia solicitou ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor [[Oswaldo Hesse]], para que este pudesse vir de 3 em 3 meses a Brusque. Foi o que o Pastor [[Oswaldo Hesse|Hesse]] fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias.<br />
<br />
Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em [[Bateas]], no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 1865, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: [[Johann Anton Heinrich Sandreczki]]. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da Basiléia para ser pregador para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Colônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Comunidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque.<br />
<br />
Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o [[Maximilian von Schneeburg|Barão von Schneéburg]], um antigo oficial austríaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, [[Max von Barowski]]. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu ordenado era pago pelo Governo Imperial.<br />
<br />
Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "Foi-me mostrado um compartimento no antigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito".<br />
<br />
O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de construir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram realizados Cultos. Em 1866 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a construção da lª capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmoronado e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu-se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal ornamento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro [https://www.wikiart.org/pt/peter-paul-rubens/a-descida-da-cruz-1614 "A descida da Cruz" de Rubens], doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doação da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico.<br />
<br />
Uma das medidas tomadas pelo [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] em 1870 não agradou à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] e foi transferida mais tarde para a Comunidade. <br />
<br />
No relatório de 1872 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não poderiam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pela causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicialmente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro prédio da Escola. O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Pastor Sandreczki]] foi professor da Escola até o ano de 1880.<br />
<br />
A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema necessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentralizando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "sentimento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam muito afastadas umas das outras.<br />
<br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas difíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram responsáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Escola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilidade. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de queixas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] falou numa Assembléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comunidade". Nesta palestra o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] fez a seguinte proposta: "Vamos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram".<br />
<br />
Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] teve que tomar uma decisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Estatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma.<br />
<br />
A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir.<br />
<br />
A esta altura registramos que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] deixou a Comunidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8). Mas continuou sendo o Pastor responsável pela Comunidade.<br />
<br />
Criando problemas para a existência da Comunidade foi fundada no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher Verein) com estatutos próprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defender juridicamente as causas da Comunidade, que no momento estava sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Sociedade existiu só pouco tempo. Já em 1884 voltou a integrar-se à Comunidade, que ainda não funcionava com suas assembléias.<br />
<br />
Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam certas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso). Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os estatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias.<br />
<br />
Com a saída do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] para Blumenau (1880) o professor E. F. Geithner assumiu a direção da Escola Evangélica. Também ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de leitura, enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era necessário, pois o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] vinha a Brusque só 6 vezes por ano.<br />
<br />
A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] não concordou com este plano. Tudo permaneceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assinada por 31 pessoas.<br />
<br />
Em agosto de 1889 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados Unidos.<br />
<br />
Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]], houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que desejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] iria embora definitivamente, resolveu pedir um Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Palavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nós''.<br />
<br />
O Sr. [[Carlos Renaux]], que tinha em mente viajar para a Alemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Diretor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que enviasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunidade de Brusque recebeu o seu 2° [[Johannes Julius von Czekus|pastor Von Czekus]], no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em 1886 foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, substituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, mantenedora do [[Colégio Cônsul Carlos Renaux]]. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo 90 alunos. <br />
<br />
'''(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número)'''<br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do histórico precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor [[Johannes Julius von Czekus|Johannes Julius von Czekus]] no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em 1904 para o Sr. Wolf de Florianópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico.<br />
<br />
CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manutenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias vezes o Governo negou ajuda financeira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia necessidade de subvencionar escolas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmente a partir de 1895 o Governo passou a pagar subvenções anuais.<br />
<br />
O professor Eduardo Francisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano assumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que dedicou-se muito à música, lecionando a matéria aos alunos da Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmônio da igreja. Howard permaneceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor [[Reinhard Graupner]].<br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gótico até o ano de 1930. Da primeira ata de 05/03/18913 destacamos:<br />
<br />
1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$000 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o [[[[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] substitua o P. Bunte de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por aumento de salário não foi aprovado.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comunidade, constituiria pelos senhores: Presidente: [[Johannes Julius von Czekus|P. J. J. von Czekus]]; Vice-Presidente: [[Eduardo von Buettner|Eduard von Büttner]]; 1° Secretário: [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]; 2° Secretário: [[Paul Scheel]]; Tesoureiro: [[Ernst Ulber]]. <br />
<br />
[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do Pastor W. Lange. <br />
<br />
<br />
O Relatório do Pastor relativo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 635 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças participaram dos cultos. <br />
<br />
Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cultos; distribui a Santa Ceia 2 vezes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crianças, 1 casamento e 3 vezes distribui a Santa Ceia. Na cidade realizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schleswig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes".<br />
<br />
(Obs.: Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século).<br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangélicas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou sinos. A religião oficial era a Católica. Com a Proclamação da República (15/11/1989) e promulgação da primeira Constituição Republicana (1891) foi concedida liberdade religiosa a todas as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evangélica de Brusque logo se movimentou, para conseguir uma igreja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", formada pelos senhores [[Johannes Julius von Czekus|P. von Cze-kus]], [[Eduardo von Buettner|Eduard v. Büttner]], [[Ludwig Spengler]], [[Ernst Ulber]], [[Ludwig Lübke]], [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]. A igreja a ser construida teria as seguintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de largura, 8 metros de altura. O preço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade possuía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a aquisição de material para a construção da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmente, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daquelas pessoas que tivessem a melhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assembléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi construido um galpão para guardar o material adquirido.<br />
<br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: 1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos IlôRNER. A areia será adquirida •do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". Estando tudo decidido, in clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:50015000,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as pala-vras que constam do relatório do [[Johannes Julius von Czekus|P. v. Czekus]] sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 06 de ja-neiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma von-tade ferrenha, aí se chega ao al-vo. Tanto os trabalhadores con-tratados, como também os mem-bros de nossa Comunidade, apli-caram todo o esforço para che-gar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamen-tada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangéli-cos e com a presença das autori-dades convidadas, ela foi inaugu-rada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abri-ram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o al-moço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3 : 044000" . <br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gra-dativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a par-te externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2.: 000$000. 'Emprestaram o di-nheiro na ocasião (1899) os se-nhores Henning Joenk Rs 700$000; Hedwig Joenk Rs 300$000 e Ernst Ulber Rs 600$000. <br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — <br />
tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser leva-do da igreja até o cemitério)". In-teressante é observar que já nes-ta época (1896) o esquife era le-vado à igreja, como o fazemos ainda hoje. <br />
<br />
Em 1895, na reunião do Con-selho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
<br />
1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga con-forme o que cada um ganhava. <br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confir-mação ou enterro. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o [[Johannes Julius von Czekus|P. Johannes Julius von. Czekus]] pe-diu demissão de seu cargo. Per-maneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convo-car outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. Wi-lhelm Lange, servindo em Brue-derthal (hoje Mun. de Guarami-rim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apre-sentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunida-de de 1°. de março de 1896 cons-ta que o P. Lange esteve aqui e foi aceito como pastor da Comu-nidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficat4,au-torizada a fazer um contrato pa-ra 5 anos com o P. Lange. O confamílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1889) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores [[Johannes Julius von Czekus|P. von Cze-kus]], [[Eduardo von Buettner|Elduard v. Büttner]], Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
<br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: <br />
<br />
1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. serviço de carpinteiro seria confiado (ao ¡Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos HóRNER. A areia será adquirida 'do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". <br />
<br />
Estando tudo decidido, in-clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:500,S000 ,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. <br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmqs as pala-vras que constam do relatório do [[Johannes Julius von Czekus|P. v. Czekus]] sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 0,6 de ja-neiro deveria ser inaugurada a trato data de 04/05/1896 redigi-do nos seguintes termos: "A Co-munidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. Wilhelm Lange a partir de 1°. de julho de 189,3 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000. <br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gra-tuita e o uso dos terrenos perten-centes à Comunidade. Em contrapartida o P. Lan-ge se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de de-sempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo se-gundo os preceitos da Igreja E-vangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as pala-vras de nosso Senhor Jesus Cris-to. Zelará pela doutrina e educa-ção das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comu-nidade através de palavras e a-ções". <br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. Adolf Bruns, que havia trabalhado como car-pinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcio-nar o P. Lange. <br />
<br />
3) Ao [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] será en-tregue na sua partida um documento, comprovando seu traba-lho como Pastor da Comunidade. <br />
<br />
O [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] na sua des-pedida agradeceu pela colabora-ção dos membros, principalmen-te na construção da igreja e ad-moestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja. <br />
<br />
Já no dia 19 de julho o P. Wilhelm Lange saudou o Conse-lho da. Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Brueder-thal. <br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumi-do pelo Sr. Carl Siemsen no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino con-forme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 ve-zes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procu-rava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois cos-tumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que fu-turamente o pastor só teria o di-reito de se ausentar da Comuni-dade com autorização da Direto-ria. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o P. Lange pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do P. Lange fez as seguintes considera-ções: "No início de um novo Sé-culo convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gra-tidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o fu-turo". <br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500S000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200S000. Para pagá-lo foí levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Na-tal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico. <br />
<br />
Em outra reunião do Conse-lho da Comunidade de 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposi-ção da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmen-te seria colocado mais terreno à disposicão para novas constru-ções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangéli-ca .; A esta altura a Escola 'já tinha 2 professores: Reinhard Graupner e Moritz Lehmann. Devido a au-xílios recebidos da Alemanha, ti-veram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era le-cionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a ju-ros e em 1912 finalmente foi pos-sível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. pro-fessor para a escola na pessoa do Sr. Hans Wiedemann. <br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igre-ja para os ensaios. iErn 26 de julho de. 1903 to-mou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igre-ja seriam realizados 2 leilões —um no dia 210 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade. <br />
<br />
Até 1904 a Comunidade E-vangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade reli-giosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comuni-dades Evangélicas. Este fato le-vou o P. Lange a propor a filia-ção da. Comunidade à Igreja E-vangélica na Alemanha. Esta fi-liação teria a vantagem de a Co-munidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entida-de em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de ja-neiro de 19C4 aprovou esta pro-posta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o P. Lange esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comu-nidade teria uma vez filiada à. Igreja Evangélica da Prússia. Lo-go após, foi enviada correspon-dência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pe-dindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Esta-tutos à nova realidade. <br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangé-lica da Prússia, na qual constata-va que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Co-munidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mes-ma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do P. Lange, que lhe concedia o direi-to legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque. <br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novem-bro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legali-zavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos: <br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Co-munidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e muni-cípios limítrofes. <br />
<br />
§ 2 — A finalidade da C'omu-nidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organi-zação da Igreja Evangélica da A-lemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e man <br />
tido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evan-gélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e con-fessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja 'Evangélica, como os en-contramos nos escritos da Refor-ma. <br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evan-gélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais an-tiga da Prússia. <br />
<br />
§ 5 — O pastor será chama-do para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Ale-manha) . <br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Co-munidade vota para um período de 4' anos uma Diretoria EXecu-tiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um. Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro. <br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos fo-ram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-vereM) . Sua fundação deu-se no dia 031 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta. Assembléia destacamos: "A convite da Sra. Pastor Langc um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemá.. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatu-tos e foi escolhida a primeira Di-retoria: Pres. Sra. Clara Lan-ge; Tesoureira - Mathilde Becker Lehmann; demais membros: Ca-roline Krieger; Ida Krieger; Sel-ma Renaux; Anna Koehler, Anna Ulber, Luise von Czekus. Estas senhoras tomaram sobre si a res-ponsabilidade de cobrar mensal-mente a taxa das associadas. Es-ta Sociedade é hoje a Associação das Damas de Caridade, Mantene-dora do Hospital Evangélico, da Maternidade Cônsul Carlos Re-naux, do Jardim de Infância Bom Pastor, e das obras sociais, aten-dendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro' de 1908 recidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para ne-le construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno ce-dido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros morado-res. <br />
<br />
Desde 1906 o P. Lange teve problemas com a sua saúde. Vá-rias vezes teve que deixar de rea-lizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. P. Lange e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 do-mingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados". <br />
<br />
Mesmo assim o¡P. Lange não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reuni-do no dia 25 de julho de 1909, a-ceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Co-munidade, fazia parte da Direto-ria da Sociedade■Escolar e foi pro-fessor. <br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conse-lho resolveu dirigir carta ao Con-selheiro Mor da Igreja Evangéli-ca da Prússia, pedindo que en-viasse outro pastor para a Co-munidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria envia-do o P. Gerold Hobus, que ini-ciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo nú-mero. Werner Brunken - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16937Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-02-02T12:10:22Z<p>Alicas: </p>
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<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II, [[Nicolau Kistenmacher]], [[Francisco Pedro Haag]], [[Jacó Krumenauer]], [[Jacó Willrich]], [[Guilherme Jungblut]], [[Antonio Bretske]], [[Henrique Feuneberg]], [[Frederico Kramer]], [[Cristiano Matz]], [[Felipe Krieger]], [[Henrique Niels]], [[Henrique Koch]], [[João Sabel]], [[Henrique Petermann|Henrique Bettermann]] e [[Jacó Korb]], que se estabeleceram em [[Bateas]] (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em [[Bateas]] surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos.<br />
<br />
As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se abandonadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e confirmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. [[Oswaldo Hesse]].<br />
<br />
Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a necessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia.<br />
<br />
Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono [[Eugênio Rieger]]. A criança chamava-se: [[Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig]], filho de Johan J. F. Sabel, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, [[João André Cogoy Júnior]], que afirmava que a criança gozava de perfeita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi ratificado pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]] no dia 21/04/1863.<br />
<br />
No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão [[Maxiilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] descreveu a situação da Comunidade Evangélica com as palavras:<br />
<br />
"Os colonos evangélicos fizeram também nas [[Bateas]] e à suas expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimento e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne incumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de ambos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro espiritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar".<br />
<br />
No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Páscoa de 1863 o Pastor [[Oswaldo Hesse]] comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por ordem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril).<br />
<br />
Conforme dados do Pastor [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandreczki]], no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor [[Oswaldo Hesse]] de Blumenau, sendo esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque.<br />
<br />
O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]]. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de [[Heinrich Friedrich Kühl]]. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batismos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra também a primeira confirmação: [[Friedrich Neuhaus]] no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de [[Gustav Neuhaus]] com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de [[Johann W. Wandrey]] com [[Maria Carlota Johanna Jonk]] no dia 1° de novembro de 1865.<br />
<br />
O Diretor da Colônia solicitou ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor [[Oswaldo Hesse]], para que este pudesse vir de 3 em 3 meses a Brusque. Foi o que o Pastor [[Oswaldo Hesse|Hesse]] fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias.<br />
<br />
Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em [[Bateas]], no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 1865, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: [[Johann Anton Heinrich Sandreczki]]. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da Basiléia para ser pregador para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Colônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Comunidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque.<br />
<br />
Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o [[Maximilian von Schneeburg|Barão von Schneéburg]], um antigo oficial austríaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, [[Max von Barowski]]. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu ordenado era pago pelo Governo Imperial.<br />
<br />
Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "Foi-me mostrado um compartimento no antigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito".<br />
<br />
O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de construir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram realizados Cultos. Em 1866 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a construção da lª capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmoronado e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu-se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal ornamento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro [https://www.wikiart.org/pt/peter-paul-rubens/a-descida-da-cruz-1614 "A descida da Cruz" de Rubens], doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doação da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico.<br />
<br />
Uma das medidas tomadas pelo [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] em 1870 não agradou à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] e foi transferida mais tarde para a Comunidade. <br />
<br />
No relatório de 1872 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não poderiam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pela causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicialmente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro prédio da Escola. O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Pastor Sandreczki]] foi professor da Escola até o ano de 1880.<br />
<br />
A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema necessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentralizando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "sentimento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam muito afastadas umas das outras.<br />
<br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas difíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram responsáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Escola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilidade. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de queixas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] falou numa Assembléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comunidade". Nesta palestra o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] fez a seguinte proposta: "Vamos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram".<br />
<br />
Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] teve que tomar uma decisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Estatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma.<br />
<br />
A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir.<br />
<br />
A esta altura registramos que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] deixou a Comunidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8). Mas continuou sendo o Pastor responsável pela Comunidade.<br />
<br />
Criando problemas para a existência da Comunidade foi fundada no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher Verein) com estatutos próprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defender juridicamente as causas da Comunidade, que no momento estava sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Sociedade existiu só pouco tempo. Já em 1884 voltou a integrar-se à Comunidade, que ainda não funcionava com suas assembléias.<br />
<br />
Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam certas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso). Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os estatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias.<br />
<br />
Com a saída do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] para Blumenau (1880) o professor E. F. Geithner assumiu a direão da Escola Evangélica. Tam-bém ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de lei-tura. enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era ne-cessário, pois o P. Sandreczki vinha a Brusque só 6 vezes por ano. A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do P. Sandreczki 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o P. Sandreczki não concordou com este plano. Tudo permane-ceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890' 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assi-nada por 31 pessoas. <br />
Em agosto de 1889 o P. Sandreczki visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados. Unidos. Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do P. Sandreczki, houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que de-sejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o P. Sandreczki iria em-bora definitivamente, resolveu pedir um. Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Pa-lavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nés''. O Sr. Carlos Renaux, que tinha em mente viajar para a A-lemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Di-retor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que en-viasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunida-de de Brusque recebeu o seu 2° [[Johannes Julius von Czekus|pastor Von Czekus]], no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em mel foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, subs-tituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, man-tenedora do Colégio Cônsul Carlos Renaux. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo £,C) alunos. <br />
<br />
(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número) <br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do histórico precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor [[Johannes Julius von Czekus|Johannes Julius von Czekus]] no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em 1904 para o Sr. Wolf de Florianópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico.<br />
<br />
CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manutenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias vezes o Governo negou ajuda financeira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia necessidade de subvencionar escolas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmente a partir de 1895 o Governo passou a pagar subvenções anuais.<br />
<br />
O professor Eduardo Francisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano assumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que dedicou-se muito à música, lecionando a matéria aos alunos da Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmônio da igreja. Howard permaneceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor [[Reinhard Graupner]].<br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gótico até o ano de 1930. Da primeira ata de 05/03/18913 destacamos:<br />
<br />
1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$000 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o [[[[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] substitua o P. Bunte de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por aumento de salário não foi aprovado.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comunidade, constituiria pelos senhores: Presidente: [[Johannes Julius von Czekus|P. J. J. von Czekus]]; Vice-Presidente: [[Eduardo von Buettner|Eduard von Büttner]]; 1° Secretário: [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]; 2° Secretário: [[Paul Scheel]]; Tesoureiro: [[Ernst Ulber]]. <br />
<br />
[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do Pastor W. Lange. <br />
<br />
<br />
O Relatório do Pastor relativo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 635 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças participaram dos cultos. <br />
<br />
Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cultos; distribui a Santa Ceia 2 vezes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crianças, 1 casamento e 3 vezes distribui a Santa Ceia. Na cidade realizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schleswig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes".<br />
<br />
(Obs.: Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século).<br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangélicas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou sinos. A religião oficial era a Católica. Com a Proclamação da República (15/11/1989) e promulgação da primeira Constituição Republicana (1891) foi concedida liberdade religiosa a todas as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evangélica de Brusque logo se movimentou, para conseguir uma igreja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", formada pelos senhores [[Johannes Julius von Czekus|P. von Cze-kus]], [[Eduardo von Buettner|Eduard v. Büttner]], [[Ludwig Spengler]], [[Ernst Ulber]], [[Ludwig Lübke]], [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]. A igreja a ser construida teria as seguintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de largura, 8 metros de altura. O preço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade possuía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a aquisição de material para a construção da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmente, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daquelas pessoas que tivessem a melhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assembléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi construido um galpão para guardar o material adquirido.<br />
<br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: 1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos IlôRNER. A areia será adquirida •do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". Estando tudo decidido, in clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:50015000,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as pala-vras que constam do relatório do [[Johannes Julius von Czekus|P. v. Czekus]] sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 06 de ja-neiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma von-tade ferrenha, aí se chega ao al-vo. Tanto os trabalhadores con-tratados, como também os mem-bros de nossa Comunidade, apli-caram todo o esforço para che-gar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamen-tada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangéli-cos e com a presença das autori-dades convidadas, ela foi inaugu-rada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abri-ram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o al-moço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3 : 044000" . <br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gra-dativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a par-te externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2.: 000$000. 'Emprestaram o di-nheiro na ocasião (1899) os se-nhores Henning Joenk Rs 700$000; Hedwig Joenk Rs 300$000 e Ernst Ulber Rs 600$000. <br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — <br />
tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser leva-do da igreja até o cemitério)". In-teressante é observar que já nes-ta época (1896) o esquife era le-vado à igreja, como o fazemos ainda hoje. <br />
<br />
Em 1895, na reunião do Con-selho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
<br />
1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga con-forme o que cada um ganhava. <br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confir-mação ou enterro. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o [[Johannes Julius von Czekus|P. Johannes Julius von. Czekus]] pe-diu demissão de seu cargo. Per-maneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convo-car outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. Wi-lhelm Lange, servindo em Brue-derthal (hoje Mun. de Guarami-rim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apre-sentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunida-de de 1°. de março de 1896 cons-ta que o P. Lange esteve aqui e foi aceito como pastor da Comu-nidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficat4,au-torizada a fazer um contrato pa-ra 5 anos com o P. Lange. O confamílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1889) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores [[Johannes Julius von Czekus|P. von Cze-kus]], [[Eduardo von Buettner|Elduard v. Büttner]], Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
<br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: <br />
<br />
1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. serviço de carpinteiro seria confiado (ao ¡Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos HóRNER. A areia será adquirida 'do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". <br />
<br />
Estando tudo decidido, in-clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:500,S000 ,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. <br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmqs as pala-vras que constam do relatório do [[Johannes Julius von Czekus|P. v. Czekus]] sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 0,6 de ja-neiro deveria ser inaugurada a trato data de 04/05/1896 redigi-do nos seguintes termos: "A Co-munidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. Wilhelm Lange a partir de 1°. de julho de 189,3 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000. <br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gra-tuita e o uso dos terrenos perten-centes à Comunidade. Em contrapartida o P. Lan-ge se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de de-sempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo se-gundo os preceitos da Igreja E-vangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as pala-vras de nosso Senhor Jesus Cris-to. Zelará pela doutrina e educa-ção das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comu-nidade através de palavras e a-ções". <br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. Adolf Bruns, que havia trabalhado como car-pinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcio-nar o P. Lange. <br />
<br />
3) Ao [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] será en-tregue na sua partida um documento, comprovando seu traba-lho como Pastor da Comunidade. <br />
<br />
O [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] na sua des-pedida agradeceu pela colabora-ção dos membros, principalmen-te na construção da igreja e ad-moestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja. <br />
<br />
Já no dia 19 de julho o P. Wilhelm Lange saudou o Conse-lho da. Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Brueder-thal. <br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumi-do pelo Sr. Carl Siemsen no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino con-forme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 ve-zes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procu-rava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois cos-tumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que fu-turamente o pastor só teria o di-reito de se ausentar da Comuni-dade com autorização da Direto-ria. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o P. Lange pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do P. Lange fez as seguintes considera-ções: "No início de um novo Sé-culo convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gra-tidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o fu-turo". <br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500S000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200S000. Para pagá-lo foí levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Na-tal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico. <br />
<br />
Em outra reunião do Conse-lho da Comunidade de 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposi-ção da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmen-te seria colocado mais terreno à disposicão para novas constru-ções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangéli-ca .; A esta altura a Escola 'já tinha 2 professores: Reinhard Graupner e Moritz Lehmann. Devido a au-xílios recebidos da Alemanha, ti-veram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era le-cionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a ju-ros e em 1912 finalmente foi pos-sível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. pro-fessor para a escola na pessoa do Sr. Hans Wiedemann. <br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igre-ja para os ensaios. iErn 26 de julho de. 1903 to-mou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igre-ja seriam realizados 2 leilões —um no dia 210 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade. <br />
<br />
Até 1904 a Comunidade E-vangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade reli-giosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comuni-dades Evangélicas. Este fato le-vou o P. Lange a propor a filia-ção da. Comunidade à Igreja E-vangélica na Alemanha. Esta fi-liação teria a vantagem de a Co-munidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entida-de em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de ja-neiro de 19C4 aprovou esta pro-posta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o P. Lange esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comu-nidade teria uma vez filiada à. Igreja Evangélica da Prússia. Lo-go após, foi enviada correspon-dência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pe-dindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Esta-tutos à nova realidade. <br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangé-lica da Prússia, na qual constata-va que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Co-munidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mes-ma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do P. Lange, que lhe concedia o direi-to legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque. <br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novem-bro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legali-zavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos: <br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Co-munidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e muni-cípios limítrofes. <br />
<br />
§ 2 — A finalidade da C'omu-nidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organi-zação da Igreja Evangélica da A-lemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e man <br />
tido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evan-gélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e con-fessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja 'Evangélica, como os en-contramos nos escritos da Refor-ma. <br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evan-gélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais an-tiga da Prússia. <br />
<br />
§ 5 — O pastor será chama-do para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Ale-manha) . <br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Co-munidade vota para um período de 4' anos uma Diretoria EXecu-tiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um. Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro. <br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos fo-ram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-vereM) . Sua fundação deu-se no dia 031 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta. Assembléia destacamos: "A convite da Sra. Pastor Langc um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemá.. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatu-tos e foi escolhida a primeira Di-retoria: Pres. Sra. Clara Lan-ge; Tesoureira - Mathilde Becker Lehmann; demais membros: Ca-roline Krieger; Ida Krieger; Sel-ma Renaux; Anna Koehler, Anna Ulber, Luise von Czekus. Estas senhoras tomaram sobre si a res-ponsabilidade de cobrar mensal-mente a taxa das associadas. Es-ta Sociedade é hoje a Associação das Damas de Caridade, Mantene-dora do Hospital Evangélico, da Maternidade Cônsul Carlos Re-naux, do Jardim de Infância Bom Pastor, e das obras sociais, aten-dendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro' de 1908 recidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para ne-le construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno ce-dido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros morado-res. <br />
<br />
Desde 1906 o P. Lange teve problemas com a sua saúde. Vá-rias vezes teve que deixar de rea-lizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. P. Lange e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 do-mingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados". <br />
<br />
Mesmo assim o¡P. Lange não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reuni-do no dia 25 de julho de 1909, a-ceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Co-munidade, fazia parte da Direto-ria da Sociedade■Escolar e foi pro-fessor. <br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conse-lho resolveu dirigir carta ao Con-selheiro Mor da Igreja Evangéli-ca da Prússia, pedindo que en-viasse outro pastor para a Co-munidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria envia-do o P. Gerold Hobus, que ini-ciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo nú-mero. Werner Brunken - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16936Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-02-02T12:05:43Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II, [[Nicolau Kistenmacher]], [[Francisco Pedro Haag]], [[Jacó Krumenauer]], [[Jacó Willrich]], [[Guilherme Jungblut]], [[Antonio Bretske]], [[Henrique Feuneberg]], [[Frederico Kramer]], [[Cristiano Matz]], [[Felipe Krieger]], [[Henrique Niels]], [[Henrique Koch]], [[João Sabel]], [[Henrique Petermann|Henrique Bettermann]] e [[Jacó Korb]], que se estabeleceram em [[Bateas]] (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em [[Bateas]] surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos.<br />
<br />
As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se abandonadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e confirmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. [[Oswaldo Hesse]].<br />
<br />
Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a necessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia.<br />
<br />
Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono [[Eugênio Rieger]]. A criança chamava-se: [[Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig]], filho de Johan J. F. Sabel, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, [[João André Cogoy Júnior]], que afirmava que a criança gozava de perfeita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi ratificado pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]] no dia 21/04/1863.<br />
<br />
No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão [[Maxiilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] descreveu a situação da Comunidade Evangélica com as palavras:<br />
<br />
"Os colonos evangélicos fizeram também nas [[Bateas]] e à suas expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimento e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne incumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de ambos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro espiritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar".<br />
<br />
No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Páscoa de 1863 o Pastor [[Oswaldo Hesse]] comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por ordem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril).<br />
<br />
Conforme dados do Pastor [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandreczki]], no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor [[Oswaldo Hesse]] de Blumenau, sendo esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque.<br />
<br />
O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]]. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de [[Heinrich Friedrich Kühl]]. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batismos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra também a primeira confirmação: [[Friedrich Neuhaus]] no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de [[Gustav Neuhaus]] com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de [[Johann W. Wandrey]] com [[Maria Carlota Johanna Jonk]] no dia 1° de novembro de 1865.<br />
<br />
O Diretor da Colônia solicitou ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor [[Oswaldo Hesse]], para que este pudesse vir de 3 em 3 meses a Brusque. Foi o que o Pastor [[Oswaldo Hesse|Hesse]] fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias.<br />
<br />
Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em [[Bateas]], no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 1865, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: [[Johann Anton Heinrich Sandreczki]]. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da Basiléia para ser pregador para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Colônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Comunidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque.<br />
<br />
Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o [[Maximilian von Schneeburg|Barão von Schneéburg]], um antigo oficial austríaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, [[Max von Barowski]]. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu ordenado era pago pelo Governo Imperial.<br />
<br />
Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "Foi-me mostrado um compartimento no antigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito".<br />
<br />
O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de construir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram realizados Cultos. Em 1866 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a construção da lª capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmoronado e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu-se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal ornamento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro [https://www.wikiart.org/pt/peter-paul-rubens/a-descida-da-cruz-1614 "A descida da Cruz" de Rubens], doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doação da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico.<br />
<br />
Uma das medidas tomadas pelo [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] em 1870 não agradou à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] e foi transferida mais tarde para a Comunidade. <br />
<br />
No relatório de 1872 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não poderiam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pela causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicialmente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro prédio da Escola. O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Pastor Sandreczki]] foi professor da Escola até o ano de 1880.<br />
<br />
A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema necessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentralizando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "sentimento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam muito afastadas umas das outras.<br />
<br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas difíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram responsáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Escola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilidade. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de queixas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] falou numa Assembléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comunidade". Nesta palestra o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] fez a seguinte proposta: "Vamos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram".<br />
<br />
Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] teve que tomar uma decisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Estatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma.<br />
<br />
A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir.<br />
<br />
A esta altura registramos que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] deixou a Comunidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8). Mas continuou sendo o Pastor responsável pela Comunidade.<br />
<br />
Criando problemas para a existência da Comunidade foi fundada no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher Verein) com estatutos próprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defender juridicamente as causas da Comunidade, que no momento estava sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Sociedade existiu só pouco tempo. Já em 1884 voltou a integrar-se à Comunidade, que ainda não funcionava com suas assembléias.<br />
<br />
Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam certas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso). Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os estatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias.<br />
<br />
Com a saída do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] para Blumenau (1880) o professor E. F. Geithner assumiu a direão da Escola Evangélica. Tam-bém ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de lei-tura. enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era ne-cessário, pois o P. Sandreczki vinha a Brusque só 6 vezes por ano. A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do P. Sandreczki 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o P. Sandreczki não concordou com este plano. Tudo permane-ceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890' 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assi-nada por 31 pessoas. <br />
Em agosto de 1889 o P. Sandreczki visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados. Unidos. Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do P. Sandreczki, houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que de-sejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o P. Sandreczki iria em-bora definitivamente, resolveu pedir um. Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Pa-lavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nés''. O Sr. Carlos Renaux, que tinha em mente viajar para a A-lemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Di-retor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que en-viasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunida-de de Brusque recebeu o seu 2° [[Johannes Julius von Czekus|pastor Von Czekus]], no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em mel foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, subs-tituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, man-tenedora do Colégio Cônsul Carlos Renaux. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo £,C) alunos. <br />
<br />
(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número) <br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do histórico precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor [[Johannes Julius von Czekus|Johannes Julius von Czekus]] no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em 1904 para o Sr. Wolf de Florianópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico.<br />
<br />
CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manutenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias vezes o Governo negou ajuda financeira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia necessidade de subvencionar escolas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmente a partir de 1895 o Governo passou a pagar subvenções anuais.<br />
<br />
O professor Eduardo Francisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano assumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que dedicou-se muito à música, lecionando a matéria aos alunos da Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmônio da igreja. Howard permaneceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor [[Reinhard Graupner]].<br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gótico até o ano de 1930. Da primeira ata de 05/03/18913 destacamos:<br />
<br />
1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$000 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o [[[[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] substitua o P. Bunte de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por aumento de salário não foi aprovado.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comunidade, constituiria pelos senhores: Presidente: [[Johannes Julius von Czekus|P. J. J. von Czekus]]; Vice-Presidente: [[Eduardo von Buettner|Eduard von Büttner]]; 1° Secretário: [[Guilherme Strecker|Wilhelm Strecker]]; 2° Secretário: [[Paul Scheel]]; Tesoureiro: [[Ernst Ulber]]. <br />
<br />
[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do Pastor W. Lange. <br />
<br />
<br />
O Relatório do Pastor relativo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 635 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças participaram dos cultos. <br />
<br />
Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cultos; distribui a Santa Ceia 2 vezes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crianças, 1 casamento e 3 vezes distribui a Santa Ceia. Na cidade realizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schleswig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes".<br />
<br />
(Obs.: Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século).<br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1089) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou, para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores [[Johannes Julius von Czekus|P. von Cze-kus]], [[Eduardo von Buettner|Eduard v. Büttner]], Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de R's.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a .cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido.<br />
<br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: 1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos IlôRNER. A areia será adquirida •do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". Estando tudo decidido, in clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:50015000,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as pala-vras que constam do relatório do [[Johannes Julius von Czekus|P. v. Czekus]] sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 06 de ja-neiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma von-tade ferrenha, aí se chega ao al-vo. Tanto os trabalhadores con-tratados, como também os mem-bros de nossa Comunidade, apli-caram todo o esforço para che-gar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamen-tada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangéli-cos e com a presença das autori-dades convidadas, ela foi inaugu-rada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abri-ram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o al-moço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3 : 044000" . <br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gra-dativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a par-te externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2.: 000$000. 'Emprestaram o di-nheiro na ocasião (1899) os se-nhores Henning Joenk Rs 700$000; Hedwig Joenk Rs 300$000 e Ernst Ulber Rs 600$000. <br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — <br />
tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser leva-do da igreja até o cemitério)". In-teressante é observar que já nes-ta época (1896) o esquife era le-vado à igreja, como o fazemos ainda hoje. <br />
<br />
Em 1895, na reunião do Con-selho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
<br />
1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga con-forme o que cada um ganhava. <br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confir-mação ou enterro. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o [[Johannes Julius von Czekus|P. Johannes Julius von. Czekus]] pe-diu demissão de seu cargo. Per-maneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convo-car outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. Wi-lhelm Lange, servindo em Brue-derthal (hoje Mun. de Guarami-rim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apre-sentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunida-de de 1°. de março de 1896 cons-ta que o P. Lange esteve aqui e foi aceito como pastor da Comu-nidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficat4,au-torizada a fazer um contrato pa-ra 5 anos com o P. Lange. O confamílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1889) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores [[Johannes Julius von Czekus|P. von Cze-kus]], [[Eduardo von Buettner|Elduard v. Büttner]], Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
<br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: <br />
<br />
1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. serviço de carpinteiro seria confiado (ao ¡Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos HóRNER. A areia será adquirida 'do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". <br />
<br />
Estando tudo decidido, in-clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:500,S000 ,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. <br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmqs as pala-vras que constam do relatório do [[Johannes Julius von Czekus|P. v. Czekus]] sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 0,6 de ja-neiro deveria ser inaugurada a trato data de 04/05/1896 redigi-do nos seguintes termos: "A Co-munidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. Wilhelm Lange a partir de 1°. de julho de 189,3 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000. <br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gra-tuita e o uso dos terrenos perten-centes à Comunidade. Em contrapartida o P. Lan-ge se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de de-sempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo se-gundo os preceitos da Igreja E-vangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as pala-vras de nosso Senhor Jesus Cris-to. Zelará pela doutrina e educa-ção das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comu-nidade através de palavras e a-ções". <br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. Adolf Bruns, que havia trabalhado como car-pinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcio-nar o P. Lange. <br />
<br />
3) Ao [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] será en-tregue na sua partida um documento, comprovando seu traba-lho como Pastor da Comunidade. <br />
<br />
O [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] na sua des-pedida agradeceu pela colabora-ção dos membros, principalmen-te na construção da igreja e ad-moestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja. <br />
<br />
Já no dia 19 de julho o P. Wilhelm Lange saudou o Conse-lho da. Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Brueder-thal. <br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumi-do pelo Sr. Carl Siemsen no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino con-forme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 ve-zes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procu-rava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois cos-tumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que fu-turamente o pastor só teria o di-reito de se ausentar da Comuni-dade com autorização da Direto-ria. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o P. Lange pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do P. Lange fez as seguintes considera-ções: "No início de um novo Sé-culo convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gra-tidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o fu-turo". <br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500S000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200S000. Para pagá-lo foí levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Na-tal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico. <br />
<br />
Em outra reunião do Conse-lho da Comunidade de 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposi-ção da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmen-te seria colocado mais terreno à disposicão para novas constru-ções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangéli-ca .; A esta altura a Escola 'já tinha 2 professores: Reinhard Graupner e Moritz Lehmann. Devido a au-xílios recebidos da Alemanha, ti-veram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era le-cionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a ju-ros e em 1912 finalmente foi pos-sível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. pro-fessor para a escola na pessoa do Sr. Hans Wiedemann. <br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igre-ja para os ensaios. iErn 26 de julho de. 1903 to-mou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igre-ja seriam realizados 2 leilões —um no dia 210 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade. <br />
<br />
Até 1904 a Comunidade E-vangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade reli-giosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comuni-dades Evangélicas. Este fato le-vou o P. Lange a propor a filia-ção da. Comunidade à Igreja E-vangélica na Alemanha. Esta fi-liação teria a vantagem de a Co-munidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entida-de em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de ja-neiro de 19C4 aprovou esta pro-posta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o P. Lange esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comu-nidade teria uma vez filiada à. Igreja Evangélica da Prússia. Lo-go após, foi enviada correspon-dência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pe-dindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Esta-tutos à nova realidade. <br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangé-lica da Prússia, na qual constata-va que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Co-munidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mes-ma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do P. Lange, que lhe concedia o direi-to legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque. <br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novem-bro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legali-zavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos: <br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Co-munidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e muni-cípios limítrofes. <br />
<br />
§ 2 — A finalidade da C'omu-nidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organi-zação da Igreja Evangélica da A-lemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e man <br />
tido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evan-gélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e con-fessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja 'Evangélica, como os en-contramos nos escritos da Refor-ma. <br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evan-gélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais an-tiga da Prússia. <br />
<br />
§ 5 — O pastor será chama-do para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Ale-manha) . <br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Co-munidade vota para um período de 4' anos uma Diretoria EXecu-tiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um. Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro. <br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos fo-ram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-vereM) . Sua fundação deu-se no dia 031 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta. Assembléia destacamos: "A convite da Sra. Pastor Langc um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemá.. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatu-tos e foi escolhida a primeira Di-retoria: Pres. Sra. Clara Lan-ge; Tesoureira - Mathilde Becker Lehmann; demais membros: Ca-roline Krieger; Ida Krieger; Sel-ma Renaux; Anna Koehler, Anna Ulber, Luise von Czekus. Estas senhoras tomaram sobre si a res-ponsabilidade de cobrar mensal-mente a taxa das associadas. Es-ta Sociedade é hoje a Associação das Damas de Caridade, Mantene-dora do Hospital Evangélico, da Maternidade Cônsul Carlos Re-naux, do Jardim de Infância Bom Pastor, e das obras sociais, aten-dendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro' de 1908 recidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para ne-le construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno ce-dido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros morado-res. <br />
<br />
Desde 1906 o P. Lange teve problemas com a sua saúde. Vá-rias vezes teve que deixar de rea-lizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. P. Lange e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 do-mingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados". <br />
<br />
Mesmo assim o¡P. Lange não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reuni-do no dia 25 de julho de 1909, a-ceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Co-munidade, fazia parte da Direto-ria da Sociedade■Escolar e foi pro-fessor. <br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conse-lho resolveu dirigir carta ao Con-selheiro Mor da Igreja Evangéli-ca da Prússia, pedindo que en-viasse outro pastor para a Co-munidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria envia-do o P. Gerold Hobus, que ini-ciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo nú-mero. Werner Brunken - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16935Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-02-02T12:00:47Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II, [[Nicolau Kistenmacher]], [[Francisco Pedro Haag]], [[Jacó Krumenauer]], [[Jacó Willrich]], [[Guilherme Jungblut]], [[Antonio Bretske]], [[Henrique Feuneberg]], [[Frederico Kramer]], [[Cristiano Matz]], [[Felipe Krieger]], [[Henrique Niels]], [[Henrique Koch]], [[João Sabel]], [[Henrique Petermann|Henrique Bettermann]] e [[Jacó Korb]], que se estabeleceram em [[Bateas]] (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em [[Bateas]] surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos.<br />
<br />
As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se abandonadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e confirmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. [[Oswaldo Hesse]].<br />
<br />
Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a necessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia.<br />
<br />
Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono [[Eugênio Rieger]]. A criança chamava-se: [[Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig]], filho de Johan J. F. Sabel, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, [[João André Cogoy Júnior]], que afirmava que a criança gozava de perfeita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi ratificado pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]] no dia 21/04/1863.<br />
<br />
No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão [[Maxiilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] descreveu a situação da Comunidade Evangélica com as palavras:<br />
<br />
"Os colonos evangélicos fizeram também nas [[Bateas]] e à suas expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimento e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne incumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de ambos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro espiritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar".<br />
<br />
No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Páscoa de 1863 o Pastor [[Oswaldo Hesse]] comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por ordem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril).<br />
<br />
Conforme dados do Pastor [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandreczki]], no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor [[Oswaldo Hesse]] de Blumenau, sendo esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque.<br />
<br />
O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]]. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de [[Heinrich Friedrich Kühl]]. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batismos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra também a primeira confirmação: [[Friedrich Neuhaus]] no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de [[Gustav Neuhaus]] com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de [[Johann W. Wandrey]] com [[Maria Carlota Johanna Jonk]] no dia 1° de novembro de 1865.<br />
<br />
O Diretor da Colônia solicitou ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor [[Oswaldo Hesse]], para que este pudesse vir de 3 em 3 meses a Brusque. Foi o que o Pastor [[Oswaldo Hesse|Hesse]] fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias.<br />
<br />
Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em [[Bateas]], no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 1865, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: [[Johann Anton Heinrich Sandreczki]]. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da Basiléia para ser pregador para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Colônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Comunidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque.<br />
<br />
Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o [[Maximilian von Schneeburg|Barão von Schneéburg]], um antigo oficial austríaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, [[Max von Barowski]]. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu ordenado era pago pelo Governo Imperial.<br />
<br />
Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "Foi-me mostrado um compartimento no antigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito".<br />
<br />
O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de construir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram realizados Cultos. Em 1866 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a construção da lª capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmoronado e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu-se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal ornamento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro [https://www.wikiart.org/pt/peter-paul-rubens/a-descida-da-cruz-1614 "A descida da Cruz" de Rubens], doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doação da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico.<br />
<br />
Uma das medidas tomadas pelo [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] em 1870 não agradou à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] e foi transferida mais tarde para a Comunidade. <br />
<br />
No relatório de 1872 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não poderiam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pela causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicialmente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro prédio da Escola. O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Pastor Sandreczki]] foi professor da Escola até o ano de 1880.<br />
<br />
A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema necessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentralizando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "sentimento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam muito afastadas umas das outras.<br />
<br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas difíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram responsáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Escola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilidade. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de queixas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] falou numa Assembléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comunidade". Nesta palestra o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] fez a seguinte proposta: "Vamos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram".<br />
<br />
Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] teve que tomar uma decisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Estatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma.<br />
<br />
A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir.<br />
<br />
A esta altura registramos que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] deixou a Comunidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8). Mas continuou sendo o Pastor responsável pela Comunidade.<br />
<br />
Criando problemas para a existência da Comunidade foi fundada no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher Verein) com estatutos próprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defender juridicamente as causas da Comunidade, que no momento estava sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Sociedade existiu só pouco tempo. Já em 1884 voltou a integrar-se à Comunidade, que ainda não funcionava com suas assembléias.<br />
<br />
Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam certas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso). Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os estatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias.<br />
<br />
Com a saída do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] para Blumenau (1880) o professor E. F. Geithner assumiu a direão da Escola Evangélica. Tam-bém ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de lei-tura. enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era ne-cessário, pois o P. Sandreczki vinha a Brusque só 6 vezes por ano. A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do P. Sandreczki 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o P. Sandreczki não concordou com este plano. Tudo permane-ceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890' 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assi-nada por 31 pessoas. <br />
Em agosto de 1889 o P. Sandreczki visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados. Unidos. Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do P. Sandreczki, houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que de-sejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o P. Sandreczki iria em-bora definitivamente, resolveu pedir um. Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Pa-lavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nés''. O Sr. Carlos Renaux, que tinha em mente viajar para a A-lemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Di-retor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que en-viasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunida-de de Brusque recebeu o seu 2° [[Johannes Julius von Czekus|pastor Von Czekus]], no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em mel foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, subs-tituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, man-tenedora do Colégio Cônsul Carlos Renaux. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo £,C) alunos. <br />
<br />
(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número) <br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do histórico precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor [[Johannes Julius von Czekus|Johannes Julius von Czekus]] no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em 1904 para o Sr. Wolf de Florianópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico.<br />
<br />
CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manutenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias vezes o Governo negou ajuda financeira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia necessidade de subvencionar escolas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmente a partir de 1895 o Governo passou a pagar subvenções anuais.<br />
<br />
O professor Eduardo Francisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano assumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que dedicou-se muito à música, lecionando a matéria aos alunos da Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmônio da igreja. Howard permaneceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor [[Reinhard Graupner]].<br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do 'Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gó-tico até o ano de 1930. Da pri-meira ata de 05/03/18913 desta-camos: <br />
<br />
1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$009 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o [[[[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] substitua o P. Bun-te de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por au-mento de salário não foi aprova-do.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comuni-dade, constituiria pelos senhores: Presidente: [[Johannes Julius von Czekus|P. J. J. von Czekus]]; Vice-Presidente: Eduard von Büttner; 1° Secretário: Wilhelm Strecker; 2° Secretário: Paul Scheel; Tesoureiro: Ernst Ulber. <br />
<br />
[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do Pastor W. Lange. <br />
<br />
<br />
O Relatório do Pastor rela-tivo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 03;5 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças partici-param dos cultos. <br />
<br />
Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cul-tos; distribui a Santa Ceia 2 ve-zes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crian-ças, 1 casamento e 3 vezes distri-bui a Santa Ceia. Na cidade rea-lizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schles■.vig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes". <br />
<br />
(Obs • Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1089) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou, para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores [[Johannes Julius von Czekus|P. von Cze-kus]], Eduard v. Büttner, Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de R's.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a .cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido.<br />
<br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: 1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos IlôRNER. A areia será adquirida •do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". Estando tudo decidido, in clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:50015000,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as pala-vras que constam do relatório do [[Johannes Julius von Czekus|P. v. Czekus]] sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 06 de ja-neiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma von-tade ferrenha, aí se chega ao al-vo. Tanto os trabalhadores con-tratados, como também os mem-bros de nossa Comunidade, apli-caram todo o esforço para che-gar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamen-tada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangéli-cos e com a presença das autori-dades convidadas, ela foi inaugu-rada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abri-ram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o al-moço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3 : 044000" . <br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gra-dativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a par-te externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2.: 000$000. 'Emprestaram o di-nheiro na ocasião (1899) os se-nhores Henning Joenk Rs 700$000; Hedwig Joenk Rs 300$000 e Ernst Ulber Rs 600$000. <br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — <br />
tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser leva-do da igreja até o cemitério)". In-teressante é observar que já nes-ta época (1896) o esquife era le-vado à igreja, como o fazemos ainda hoje. <br />
<br />
Em 1895, na reunião do Con-selho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
<br />
1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga con-forme o que cada um ganhava. <br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confir-mação ou enterro. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o [[Johannes Julius von Czekus|P. Johannes Julius von. Czekus]] pe-diu demissão de seu cargo. Per-maneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convo-car outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. Wi-lhelm Lange, servindo em Brue-derthal (hoje Mun. de Guarami-rim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apre-sentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunida-de de 1°. de março de 1896 cons-ta que o P. Lange esteve aqui e foi aceito como pastor da Comu-nidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficat4,au-torizada a fazer um contrato pa-ra 5 anos com o P. Lange. O confamílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1889) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores [[Johannes Julius von Czekus|P. von Cze-kus]], Elduard v. Büttner, Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
<br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: <br />
<br />
1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. serviço de carpinteiro seria confiado (ao ¡Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos HóRNER. A areia será adquirida 'do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". <br />
<br />
Estando tudo decidido, in-clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:500,S000 ,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. <br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmqs as pala-vras que constam do relatório do [[Johannes Julius von Czekus|P. v. Czekus]] sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 0,6 de ja-neiro deveria ser inaugurada a trato data de 04/05/1896 redigi-do nos seguintes termos: "A Co-munidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. Wilhelm Lange a partir de 1°. de julho de 189,3 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000. <br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gra-tuita e o uso dos terrenos perten-centes à Comunidade. Em contrapartida o P. Lan-ge se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de de-sempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo se-gundo os preceitos da Igreja E-vangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as pala-vras de nosso Senhor Jesus Cris-to. Zelará pela doutrina e educa-ção das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comu-nidade através de palavras e a-ções". <br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. Adolf Bruns, que havia trabalhado como car-pinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcio-nar o P. Lange. <br />
<br />
3) Ao [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] será en-tregue na sua partida um documento, comprovando seu traba-lho como Pastor da Comunidade. <br />
<br />
O [[Johannes Julius von Czekus|P. von Czekus]] na sua des-pedida agradeceu pela colabora-ção dos membros, principalmen-te na construção da igreja e ad-moestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja. <br />
<br />
Já no dia 19 de julho o P. Wilhelm Lange saudou o Conse-lho da. Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Brueder-thal. <br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumi-do pelo Sr. Carl Siemsen no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino con-forme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 ve-zes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procu-rava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois cos-tumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que fu-turamente o pastor só teria o di-reito de se ausentar da Comuni-dade com autorização da Direto-ria. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o P. Lange pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do P. Lange fez as seguintes considera-ções: "No início de um novo Sé-culo convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gra-tidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o fu-turo". <br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500S000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200S000. Para pagá-lo foí levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Na-tal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico. <br />
<br />
Em outra reunião do Conse-lho da Comunidade de 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposi-ção da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmen-te seria colocado mais terreno à disposicão para novas constru-ções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangéli-ca .; A esta altura a Escola 'já tinha 2 professores: Reinhard Graupner e Moritz Lehmann. Devido a au-xílios recebidos da Alemanha, ti-veram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era le-cionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a ju-ros e em 1912 finalmente foi pos-sível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. pro-fessor para a escola na pessoa do Sr. Hans Wiedemann. <br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igre-ja para os ensaios. iErn 26 de julho de. 1903 to-mou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igre-ja seriam realizados 2 leilões —um no dia 210 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade. <br />
<br />
Até 1904 a Comunidade E-vangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade reli-giosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comuni-dades Evangélicas. Este fato le-vou o P. Lange a propor a filia-ção da. Comunidade à Igreja E-vangélica na Alemanha. Esta fi-liação teria a vantagem de a Co-munidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entida-de em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de ja-neiro de 19C4 aprovou esta pro-posta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o P. Lange esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comu-nidade teria uma vez filiada à. Igreja Evangélica da Prússia. Lo-go após, foi enviada correspon-dência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pe-dindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Esta-tutos à nova realidade. <br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangé-lica da Prússia, na qual constata-va que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Co-munidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mes-ma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do P. Lange, que lhe concedia o direi-to legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque. <br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novem-bro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legali-zavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos: <br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Co-munidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e muni-cípios limítrofes. <br />
<br />
§ 2 — A finalidade da C'omu-nidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organi-zação da Igreja Evangélica da A-lemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e man <br />
tido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evan-gélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e con-fessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja 'Evangélica, como os en-contramos nos escritos da Refor-ma. <br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evan-gélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais an-tiga da Prússia. <br />
<br />
§ 5 — O pastor será chama-do para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Ale-manha) . <br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Co-munidade vota para um período de 4' anos uma Diretoria EXecu-tiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um. Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro. <br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos fo-ram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-vereM) . Sua fundação deu-se no dia 031 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta. Assembléia destacamos: "A convite da Sra. Pastor Langc um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemá.. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatu-tos e foi escolhida a primeira Di-retoria: Pres. Sra. Clara Lan-ge; Tesoureira - Mathilde Becker Lehmann; demais membros: Ca-roline Krieger; Ida Krieger; Sel-ma Renaux; Anna Koehler, Anna Ulber, Luise von Czekus. Estas senhoras tomaram sobre si a res-ponsabilidade de cobrar mensal-mente a taxa das associadas. Es-ta Sociedade é hoje a Associação das Damas de Caridade, Mantene-dora do Hospital Evangélico, da Maternidade Cônsul Carlos Re-naux, do Jardim de Infância Bom Pastor, e das obras sociais, aten-dendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro' de 1908 recidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para ne-le construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno ce-dido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros morado-res. <br />
<br />
Desde 1906 o P. Lange teve problemas com a sua saúde. Vá-rias vezes teve que deixar de rea-lizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. P. Lange e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 do-mingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados". <br />
<br />
Mesmo assim o¡P. Lange não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reuni-do no dia 25 de julho de 1909, a-ceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Co-munidade, fazia parte da Direto-ria da Sociedade■Escolar e foi pro-fessor. <br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conse-lho resolveu dirigir carta ao Con-selheiro Mor da Igreja Evangéli-ca da Prússia, pedindo que en-viasse outro pastor para a Co-munidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria envia-do o P. Gerold Hobus, que ini-ciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo nú-mero. Werner Brunken - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16934Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-01-22T15:01:25Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II, [[Nicolau Kistenmacher]], [[Francisco Pedro Haag]], [[Jacó Krumenauer]], [[Jacó Willrich]], [[Guilherme Jungblut]], [[Antonio Bretske]], [[Henrique Feuneberg]], [[Frederico Kramer]], [[Cristiano Matz]], [[Felipe Krieger]], [[Henrique Niels]], [[Henrique Koch]], [[João Sabel]], [[Henrique Petermann|Henrique Bettermann]] e [[Jacó Korb]], que se estabeleceram em [[Bateas]] (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em [[Bateas]] surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos.<br />
<br />
As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se abandonadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e confirmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. [[Oswaldo Hesse]].<br />
<br />
Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a necessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia.<br />
<br />
Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono [[Eugênio Rieger]]. A criança chamava-se: [[Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig]], filho de Johan J. F. Sabel, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, [[João André Cogoy Júnior]], que afirmava que a criança gozava de perfeita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi ratificado pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]] no dia 21/04/1863.<br />
<br />
No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão [[Maxiilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] descreveu a situação da Comunidade Evangélica com as palavras:<br />
<br />
"Os colonos evangélicos fizeram também nas [[Bateas]] e à suas expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimento e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne incumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de ambos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro espiritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar".<br />
<br />
No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Páscoa de 1863 o Pastor [[Oswaldo Hesse]] comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por ordem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril).<br />
<br />
Conforme dados do Pastor [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandreczki]], no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor [[Oswaldo Hesse]] de Blumenau, sendo esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque.<br />
<br />
O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]]. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de [[Heinrich Friedrich Kühl]]. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batismos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra também a primeira confirmação: [[Friedrich Neuhaus]] no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de [[Gustav Neuhaus]] com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de [[Johann W. Wandrey]] com [[Maria Carlota Johanna Jonk]] no dia 1° de novembro de 1865.<br />
<br />
O Diretor da Colônia solicitou ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor [[Oswaldo Hesse]], para que este pudesse vir de 3 em 3 meses a Brusque. Foi o que o Pastor [[Oswaldo Hesse|Hesse]] fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias.<br />
<br />
Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em [[Bateas]], no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 1865, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: [[Johann Anton Heinrich Sandreczki]]. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da Basiléia para ser pregador para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Colônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Comunidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque.<br />
<br />
Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o [[Maximilian von Schneeburg|Barão von Schneéburg]], um antigo oficial austríaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, [[Max von Barowski]]. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu ordenado era pago pelo Governo Imperial.<br />
<br />
Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "Foi-me mostrado um compartimento no antigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito".<br />
<br />
O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de construir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram realizados Cultos. Em 1866 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a construção da lª capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmoronado e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu-se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal ornamento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro [https://www.wikiart.org/pt/peter-paul-rubens/a-descida-da-cruz-1614 "A descida da Cruz" de Rubens], doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doação da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico.<br />
<br />
Uma das medidas tomadas pelo [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] em 1870 não agradou à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] e foi transferida mais tarde para a Comunidade. <br />
<br />
No relatório de 1872 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não poderiam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pela causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicialmente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro prédio da Escola. O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Pastor Sandreczki]] foi professor da Escola até o ano de 1880.<br />
<br />
A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema necessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentralizando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "sentimento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam muito afastadas umas das outras.<br />
<br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas difíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram responsáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Escola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilidade. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de queixas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] falou numa Assembléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comunidade". Nesta palestra o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] fez a seguinte proposta: "Vamos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram".<br />
<br />
Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] teve que tomar uma decisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Estatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma.<br />
<br />
A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir.<br />
<br />
A esta altura registramos que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] deixou a Comunidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8). Mas continuou sendo o Pastor responsável pela Comunidade.<br />
<br />
Criando problemas para a existência da Comunidade foi fundada no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher Verein) com estatutos próprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defender juridicamente as causas da Comunidade, que no momento estava sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Sociedade existiu só pouco tempo. Já em 1884 voltou a integrar-se à Comunidade, que ainda não funcionava com suas assembléias.<br />
<br />
Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam certas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso). Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os estatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias.<br />
<br />
Com a saída do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] para Blumenau (1880) o professor E. F. Geithner assumiu a direão da Escola Evangélica. Tam-bém ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de lei-tura. enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era ne-cessário, pois o P. Sandreczki vinha a Brusque só 6 vezes por ano. A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do P. Sandreczki 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o P. Sandreczki não concordou com este plano. Tudo permane-ceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890' 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assi-nada por 31 pessoas. <br />
Em agosto de 1889 o P. Sandreczki visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados. Unidos. Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do P. Sandreczki, houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que de-sejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o P. Sandreczki iria em-bora definitivamente, resolveu pedir um. Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Pa-lavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nés''. O Sr. Carlos Renaux, que tinha em mente viajar para a A-lemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Di-retor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que en-viasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunida-de de Brusque recebeu o seu 2° pastor, Von Czekus, no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em mel foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, subs-tituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, man-tenedora do Colégio Cônsul Carlos Renaux. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo £,C) alunos. <br />
<br />
(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número) <br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do históri-co precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor Johannes, Julius von Czekus no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em, 1904 para o Sr. Wolf de Floria-nópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico. <br />
<br />
CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manu-tenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias ve-zes o Governo negou ajuda finan-ceira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia riecessklade de subvencionar es-colas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmen-te a partir de{ 1895 o Governo pas-sou a pagar subvenções anuais. <br />
<br />
O professor Eduardo Fran-cisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano as-sumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que de-dicou-se muito à música, lecio-nando a matéria aos alunos da .Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmô-nio da igreja. Howard permane-ceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor Reinhard Graupner. <br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do P. von Czekus foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do 'Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gó-tico até o ano de 1930. Da pri-meira ata de 05/03/18913 desta-camos: <br />
<br />
1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$009 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o P. von Czekus substitua o P. Bun-te de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por au-mento de salário não foi aprova-do.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comuni-dade, constituiria pelos senhores: Presidente: P. J. J. von Czekus; Vice-Presidente: Eduard von Büttner; 1° Secretário: Wilhelm Strecker; 2° Secretário: Paul Scheel; Tesoureiro: Ernst Ulber. <br />
<br />
[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do Pastor W. Lange. <br />
<br />
<br />
O Relatório do Pastor rela-tivo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 03;5 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças partici-param dos cultos. <br />
<br />
Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cul-tos; distribui a Santa Ceia 2 ve-zes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crian-ças, 1 casamento e 3 vezes distri-bui a Santa Ceia. Na cidade rea-lizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schles■.vig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes". <br />
<br />
(Obs • Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1089) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou, para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores P. von Cze-kus, Eduard v. Büttner, Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de R's.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a .cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: 1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos IlôRNER. A areia será adquirida •do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". Estando tudo decidido, in clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:50015000,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as pala-vras que constam do relatório do P. v. Czekus sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 06 de ja-neiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma von-tade ferrenha, aí se chega ao al-vo. Tanto os trabalhadores con-tratados, como também os mem-bros de nossa Comunidade, apli-caram todo o esforço para che-gar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamen-tada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangéli-cos e com a presença das autori-dades convidadas, ela foi inaugu-rada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abri-ram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o al-moço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3 : 044000" . <br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gra-dativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a par-te externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2.: 000$000. 'Emprestaram o di-nheiro na ocasião (1899) os se-nhores Henning Joenk Rs 700$000; Hedwig Joenk Rs 300$000 e Ernst Ulber Rs 600$000. <br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — <br />
tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser leva-do da igreja até o cemitério)". In-teressante é observar que já nes-ta época (1896) o esquife era le-vado à igreja, como o fazemos ainda hoje. <br />
<br />
Em 1895, na reunião do Con-selho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
<br />
1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga con-forme o que cada um ganhava. <br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confir-mação ou enterro. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o P. Johannes Julius von. Czekus pe-diu demissão de seu cargo. Per-maneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convo-car outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. Wi-lhelm Lange, servindo em Brue-derthal (hoje Mun. de Guarami-rim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apre-sentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunida-de de 1°. de março de 1896 cons-ta que o P. Lange esteve aqui e foi aceito como pastor da Comu-nidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficat4,au-torizada a fazer um contrato pa-ra 5 anos com o P. Lange. O confamílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1889) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores P. von Cze-kus, Elduard v. Büttner, Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
<br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: <br />
<br />
1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. serviço de carpinteiro seria confiado (ao ¡Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos HóRNER. A areia será adquirida 'do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". <br />
<br />
Estando tudo decidido, in-clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:500,S000 ,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. <br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmqs as pala-vras que constam do relatório do P. v. Czekus sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 0,6 de ja-neiro deveria ser inaugurada a trato data de 04/05/1896 redigi-do nos seguintes termos: "A Co-munidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. Wilhelm Lange a partir de 1°. de julho de 189,3 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000. <br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gra-tuita e o uso dos terrenos perten-centes à Comunidade. Em contrapartida o P. Lan-ge se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de de-sempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo se-gundo os preceitos da Igreja E-vangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as pala-vras de nosso Senhor Jesus Cris-to. Zelará pela doutrina e educa-ção das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comu-nidade através de palavras e a-ções". <br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. Adolf Bruns, que havia trabalhado como car-pinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcio-nar o P. Lange. <br />
<br />
3) Ao P. vont Czekus será en-tregue na sua partida um documento, comprovando seu traba-lho como Pastor da Comunidade. <br />
<br />
O P. von Czekus na sua des-pedida agradeceu pela colabora-ção dos membros, principalmen-te na construção da igreja e ad-moestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja. <br />
<br />
Já no dia 19 de julho o P. Wilhelm Lange saudou o Conse-lho da. Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Brueder-thal. <br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumi-do pelo Sr. Carl Siemsen no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino con-forme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 ve-zes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procu-rava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois cos-tumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que fu-turamente o pastor só teria o di-reito de se ausentar da Comuni-dade com autorização da Direto-ria. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o P. Lange pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do P. Lange fez as seguintes considera-ções: "No início de um novo Sé-culo convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gra-tidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o fu-turo". <br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500S000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200S000. Para pagá-lo foí levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Na-tal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico. <br />
<br />
Em outra reunião do Conse-lho da Comunidade de 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposi-ção da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmen-te seria colocado mais terreno à disposicão para novas constru-ções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangéli-ca .; A esta altura a Escola 'já tinha 2 professores: Reinhard Graupner e Moritz Lehmann. Devido a au-xílios recebidos da Alemanha, ti-veram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era le-cionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a ju-ros e em 1912 finalmente foi pos-sível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. pro-fessor para a escola na pessoa do Sr. Hans Wiedemann. <br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igre-ja para os ensaios. iErn 26 de julho de. 1903 to-mou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igre-ja seriam realizados 2 leilões —um no dia 210 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade. <br />
<br />
Até 1904 a Comunidade E-vangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade reli-giosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comuni-dades Evangélicas. Este fato le-vou o P. Lange a propor a filia-ção da. Comunidade à Igreja E-vangélica na Alemanha. Esta fi-liação teria a vantagem de a Co-munidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entida-de em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de ja-neiro de 19C4 aprovou esta pro-posta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o P. Lange esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comu-nidade teria uma vez filiada à. Igreja Evangélica da Prússia. Lo-go após, foi enviada correspon-dência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pe-dindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Esta-tutos à nova realidade. <br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangé-lica da Prússia, na qual constata-va que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Co-munidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mes-ma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do P. Lange, que lhe concedia o direi-to legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque. <br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novem-bro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legali-zavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos: <br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Co-munidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e muni-cípios limítrofes. <br />
<br />
§ 2 — A finalidade da C'omu-nidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organi-zação da Igreja Evangélica da A-lemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e man <br />
tido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evan-gélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e con-fessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja 'Evangélica, como os en-contramos nos escritos da Refor-ma. <br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evan-gélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais an-tiga da Prússia. <br />
<br />
§ 5 — O pastor será chama-do para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Ale-manha) . <br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Co-munidade vota para um período de 4' anos uma Diretoria EXecu-tiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um. Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro. <br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos fo-ram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-vereM) . Sua fundação deu-se no dia 031 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta. Assembléia destacamos: "A convite da Sra. Pastor Langc um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemá.. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatu-tos e foi escolhida a primeira Di-retoria: Pres. Sra. Clara Lan-ge; Tesoureira - Mathilde Becker Lehmann; demais membros: Ca-roline Krieger; Ida Krieger; Sel-ma Renaux; Anna Koehler, Anna Ulber, Luise von Czekus. Estas senhoras tomaram sobre si a res-ponsabilidade de cobrar mensal-mente a taxa das associadas. Es-ta Sociedade é hoje a Associação das Damas de Caridade, Mantene-dora do Hospital Evangélico, da Maternidade Cônsul Carlos Re-naux, do Jardim de Infância Bom Pastor, e das obras sociais, aten-dendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro' de 1908 recidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para ne-le construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno ce-dido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros morado-res. <br />
<br />
Desde 1906 o P. Lange teve problemas com a sua saúde. Vá-rias vezes teve que deixar de rea-lizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. P. Lange e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 do-mingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados". <br />
<br />
Mesmo assim o¡P. Lange não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reuni-do no dia 25 de julho de 1909, a-ceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Co-munidade, fazia parte da Direto-ria da Sociedade■Escolar e foi pro-fessor. <br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conse-lho resolveu dirigir carta ao Con-selheiro Mor da Igreja Evangéli-ca da Prússia, pedindo que en-viasse outro pastor para a Co-munidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria envia-do o P. Gerold Hobus, que ini-ciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo nú-mero. Werner Brunken - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16933Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-01-22T14:50:58Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II, [[Nicolau Kistenmacher]], [[Francisco Pedro Haag]], [[Jacó Krumenauer]], [[Jacó Willrich]], [[Guilherme Jungblut]], [[Antonio Bretske]], [[Henrique Feuneberg]], [[Frederico Kramer]], [[Cristiano Matz]], [[Felipe Krieger]], [[Henrique Niels]], [[Henrique Koch]], [[João Sabel]], [[Henrique Petermann|Henrique Bettermann]] e [[Jacó Korb]], que se estabeleceram em [[Bateas]] (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em [[Bateas]] surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos.<br />
<br />
As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se abandonadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e confirmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. [[Oswaldo Hesse]].<br />
<br />
Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a necessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia.<br />
<br />
Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono [[Eugênio Rieger]]. A criança chamava-se: [[Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig]], filho de Johan J. F. Sabel, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, [[João André Cogoy Júnior]], que afirmava que a criança gozava de perfeita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi ratificado pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]] no dia 21/04/1863.<br />
<br />
No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão [[Maxiilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] descreveu a situação da Comunidade Evangélica com as palavras:<br />
<br />
"Os colonos evangélicos fizeram também nas [[Bateas]] e à suas expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimento e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne incumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de ambos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro espiritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar".<br />
<br />
No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Páscoa de 1863 o Pastor [[Oswaldo Hesse]] comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por ordem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril).<br />
<br />
Conforme dados do Pastor [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandreczki]], no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor [[Oswaldo Hesse]] de Blumenau, sendo esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque.<br />
<br />
O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]]. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de [[Heinrich Friedrich Kühl]]. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batismos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra também a primeira confirmação: [[Friedrich Neuhaus]] no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de [[Gustav Neuhaus]] com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de [[Johann W. Wandrey]] com [[Maria Carlota Johanna Jonk]] no dia 1° de novembro de 1865.<br />
<br />
O Diretor da Colônia solicitou ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor [[Oswaldo Hesse]], para que este pudesse vir de 3 em 3 meses a Brusque. Foi o que o Pastor [[Oswaldo Hesse|Hesse]] fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias.<br />
<br />
Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em [[Bateas]], no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 1865, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: [[Johann Anton Heinrich Sandreczki]]. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da Basiléia para ser pregador para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Colônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Comunidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque.<br />
<br />
Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o [[Maximilian von Schneeburg|Barão von Schneéburg]], um antigo oficial austríaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, [[Max von Barowski]]. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu ordenado era pago pelo Governo Imperial.<br />
<br />
Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "Foi-me mostrado um compartimento no antigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito".<br />
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O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de construir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram realizados Cultos. Em 1866 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a construção da lª capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmoronado e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu-se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal ornamento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro [https://www.wikiart.org/pt/peter-paul-rubens/a-descida-da-cruz-1614 "A descida da Cruz" de Rubens], doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doação da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico.<br />
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Uma das medidas tomadas pelo [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] em 1870 não agradou à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] e foi transferida mais tarde para a Comunidade. <br />
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No relatório de 1872 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não poderiam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pela causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicialmente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro prédio da Escola. O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Pastor Sandreczki]] foi professor da Escola até o ano de 1880.<br />
<br />
A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema necessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentralizando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "sentimento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam muito afastadas umas das outras.<br />
<br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas difíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram responsáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Escola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilidade. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de queixas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] falou numa Assembléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comunidade". Nesta palestra o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] fez a seguinte proposta: "Vamos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram".<br />
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Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] teve que tomar uma decisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Estatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma.<br />
<br />
A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir.<br />
<br />
A esta altura registramos que o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. H. Sandreczki]] deixou a Comunidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8). Mas continuou sendo o Pastor responsável pela Comunidade.<br />
<br />
Criando problemas para a existência da Comunidade foi fundada no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher Verein) com estatutos próprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defender juridicamente as causas da Comunidade, que no momento estava sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Sociedade existiu só pouco tempo. Já em 1884 voltou a integrar-se à Comunidade, que ainda não funcionava com suas assembléias.<br />
<br />
Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam cer-tas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso) . Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os es-tatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias. Com a saída do P. H. Sandreczki para Blumenau (18810) o pro-fessor E. F. Geithner assumiu a direão da Escola Evangélica. Tam-bém ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de lei-tura. enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era ne-cessário, pois o P. Sandreczki vinha a Brusque só 6 vezes por ano. A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do P. Sandreczki 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o P. Sandreczki não concordou com este plano. Tudo permane-ceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890' 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assi-nada por 31 pessoas. <br />
Em agosto de 1889 o P. Sandreczki visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados. Unidos. Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do P. Sandreczki, houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que de-sejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o P. Sandreczki iria em-bora definitivamente, resolveu pedir um. Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Pa-lavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nés''. O Sr. Carlos Renaux, que tinha em mente viajar para a A-lemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Di-retor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que en-viasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunida-de de Brusque recebeu o seu 2° pastor, Von Czekus, no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em mel foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, subs-tituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, man-tenedora do Colégio Cônsul Carlos Renaux. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo £,C) alunos. <br />
<br />
(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número) <br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do históri-co precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor Johannes, Julius von Czekus no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em, 1904 para o Sr. Wolf de Floria-nópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico. <br />
<br />
CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manu-tenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias ve-zes o Governo negou ajuda finan-ceira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia riecessklade de subvencionar es-colas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmen-te a partir de{ 1895 o Governo pas-sou a pagar subvenções anuais. <br />
<br />
O professor Eduardo Fran-cisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano as-sumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que de-dicou-se muito à música, lecio-nando a matéria aos alunos da .Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmô-nio da igreja. Howard permane-ceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor Reinhard Graupner. <br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do P. von Czekus foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do 'Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gó-tico até o ano de 1930. Da pri-meira ata de 05/03/18913 desta-camos: <br />
<br />
1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$009 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o P. von Czekus substitua o P. Bun-te de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por au-mento de salário não foi aprova-do.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comuni-dade, constituiria pelos senhores: Presidente: P. J. J. von Czekus; Vice-Presidente: Eduard von Büttner; 1° Secretário: Wilhelm Strecker; 2° Secretário: Paul Scheel; Tesoureiro: Ernst Ulber. <br />
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[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do Pastor W. Lange. <br />
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O Relatório do Pastor rela-tivo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 03;5 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças partici-param dos cultos. <br />
<br />
Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cul-tos; distribui a Santa Ceia 2 ve-zes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crian-ças, 1 casamento e 3 vezes distri-bui a Santa Ceia. Na cidade rea-lizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schles■.vig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes". <br />
<br />
(Obs • Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1089) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou, para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores P. von Cze-kus, Eduard v. Büttner, Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de R's.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a .cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: 1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos IlôRNER. A areia será adquirida •do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". Estando tudo decidido, in clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:50015000,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as pala-vras que constam do relatório do P. v. Czekus sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 06 de ja-neiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma von-tade ferrenha, aí se chega ao al-vo. Tanto os trabalhadores con-tratados, como também os mem-bros de nossa Comunidade, apli-caram todo o esforço para che-gar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamen-tada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangéli-cos e com a presença das autori-dades convidadas, ela foi inaugu-rada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abri-ram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o al-moço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3 : 044000" . <br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gra-dativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a par-te externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2.: 000$000. 'Emprestaram o di-nheiro na ocasião (1899) os se-nhores Henning Joenk Rs 700$000; Hedwig Joenk Rs 300$000 e Ernst Ulber Rs 600$000. <br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — <br />
tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser leva-do da igreja até o cemitério)". In-teressante é observar que já nes-ta época (1896) o esquife era le-vado à igreja, como o fazemos ainda hoje. <br />
<br />
Em 1895, na reunião do Con-selho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
<br />
1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga con-forme o que cada um ganhava. <br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confir-mação ou enterro. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o P. Johannes Julius von. Czekus pe-diu demissão de seu cargo. Per-maneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convo-car outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. Wi-lhelm Lange, servindo em Brue-derthal (hoje Mun. de Guarami-rim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apre-sentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunida-de de 1°. de março de 1896 cons-ta que o P. Lange esteve aqui e foi aceito como pastor da Comu-nidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficat4,au-torizada a fazer um contrato pa-ra 5 anos com o P. Lange. O confamílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1889) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores P. von Cze-kus, Elduard v. Büttner, Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
<br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: <br />
<br />
1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. serviço de carpinteiro seria confiado (ao ¡Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos HóRNER. A areia será adquirida 'do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". <br />
<br />
Estando tudo decidido, in-clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:500,S000 ,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. <br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmqs as pala-vras que constam do relatório do P. v. Czekus sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 0,6 de ja-neiro deveria ser inaugurada a trato data de 04/05/1896 redigi-do nos seguintes termos: "A Co-munidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. Wilhelm Lange a partir de 1°. de julho de 189,3 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000. <br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gra-tuita e o uso dos terrenos perten-centes à Comunidade. Em contrapartida o P. Lan-ge se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de de-sempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo se-gundo os preceitos da Igreja E-vangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as pala-vras de nosso Senhor Jesus Cris-to. Zelará pela doutrina e educa-ção das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comu-nidade através de palavras e a-ções". <br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. Adolf Bruns, que havia trabalhado como car-pinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcio-nar o P. Lange. <br />
<br />
3) Ao P. vont Czekus será en-tregue na sua partida um documento, comprovando seu traba-lho como Pastor da Comunidade. <br />
<br />
O P. von Czekus na sua des-pedida agradeceu pela colabora-ção dos membros, principalmen-te na construção da igreja e ad-moestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja. <br />
<br />
Já no dia 19 de julho o P. Wilhelm Lange saudou o Conse-lho da. Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Brueder-thal. <br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumi-do pelo Sr. Carl Siemsen no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino con-forme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 ve-zes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procu-rava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois cos-tumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que fu-turamente o pastor só teria o di-reito de se ausentar da Comuni-dade com autorização da Direto-ria. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o P. Lange pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do P. Lange fez as seguintes considera-ções: "No início de um novo Sé-culo convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gra-tidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o fu-turo". <br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500S000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200S000. Para pagá-lo foí levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Na-tal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico. <br />
<br />
Em outra reunião do Conse-lho da Comunidade de 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposi-ção da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmen-te seria colocado mais terreno à disposicão para novas constru-ções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangéli-ca .; A esta altura a Escola 'já tinha 2 professores: Reinhard Graupner e Moritz Lehmann. Devido a au-xílios recebidos da Alemanha, ti-veram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era le-cionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a ju-ros e em 1912 finalmente foi pos-sível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. pro-fessor para a escola na pessoa do Sr. Hans Wiedemann. <br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igre-ja para os ensaios. iErn 26 de julho de. 1903 to-mou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igre-ja seriam realizados 2 leilões —um no dia 210 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade. <br />
<br />
Até 1904 a Comunidade E-vangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade reli-giosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comuni-dades Evangélicas. Este fato le-vou o P. Lange a propor a filia-ção da. Comunidade à Igreja E-vangélica na Alemanha. Esta fi-liação teria a vantagem de a Co-munidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entida-de em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de ja-neiro de 19C4 aprovou esta pro-posta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o P. Lange esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comu-nidade teria uma vez filiada à. Igreja Evangélica da Prússia. Lo-go após, foi enviada correspon-dência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pe-dindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Esta-tutos à nova realidade. <br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangé-lica da Prússia, na qual constata-va que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Co-munidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mes-ma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do P. Lange, que lhe concedia o direi-to legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque. <br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novem-bro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legali-zavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos: <br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Co-munidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e muni-cípios limítrofes. <br />
<br />
§ 2 — A finalidade da C'omu-nidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organi-zação da Igreja Evangélica da A-lemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e man <br />
tido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evan-gélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e con-fessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja 'Evangélica, como os en-contramos nos escritos da Refor-ma. <br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evan-gélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais an-tiga da Prússia. <br />
<br />
§ 5 — O pastor será chama-do para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Ale-manha) . <br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Co-munidade vota para um período de 4' anos uma Diretoria EXecu-tiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um. Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro. <br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos fo-ram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-vereM) . Sua fundação deu-se no dia 031 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta. Assembléia destacamos: "A convite da Sra. Pastor Langc um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemá.. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatu-tos e foi escolhida a primeira Di-retoria: Pres. Sra. Clara Lan-ge; Tesoureira - Mathilde Becker Lehmann; demais membros: Ca-roline Krieger; Ida Krieger; Sel-ma Renaux; Anna Koehler, Anna Ulber, Luise von Czekus. Estas senhoras tomaram sobre si a res-ponsabilidade de cobrar mensal-mente a taxa das associadas. Es-ta Sociedade é hoje a Associação das Damas de Caridade, Mantene-dora do Hospital Evangélico, da Maternidade Cônsul Carlos Re-naux, do Jardim de Infância Bom Pastor, e das obras sociais, aten-dendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro' de 1908 recidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para ne-le construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno ce-dido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros morado-res. <br />
<br />
Desde 1906 o P. Lange teve problemas com a sua saúde. Vá-rias vezes teve que deixar de rea-lizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. P. Lange e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 do-mingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados". <br />
<br />
Mesmo assim o¡P. Lange não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reuni-do no dia 25 de julho de 1909, a-ceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Co-munidade, fazia parte da Direto-ria da Sociedade■Escolar e foi pro-fessor. <br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conse-lho resolveu dirigir carta ao Con-selheiro Mor da Igreja Evangéli-ca da Prússia, pedindo que en-viasse outro pastor para a Co-munidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria envia-do o P. Gerold Hobus, que ini-ciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo nú-mero. Werner Brunken - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16932Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-01-22T14:23:26Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II, [[Nicolau Kistenmacher]], [[Francisco Pedro Haag]], [[Jacó Krumenauer]], [[Jacó Willrich]], [[Guilherme Jungblut]], [[Antonio Bretske]], [[Henrique Feuneberg]], [[Frederico Kramer]], [[Cristiano Matz]], [[Felipe Krieger]], [[Henrique Niels]], [[Henrique Koch]], [[João Sabel]], [[Henrique Petermann|Henrique Bettermann]] e [[Jacó Korb]], que se estabeleceram em [[Bateas]] (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em [[Bateas]] surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos.<br />
<br />
As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se abandonadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e confirmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. [[Oswaldo Hesse]].<br />
<br />
Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a necessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia.<br />
<br />
Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono [[Eugênio Rieger]]. A criança chamava-se: [[Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig]], filho de Johan J. F. Sabel, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, [[João André Cogoy Júnior]], que afirmava que a criança gozava de perfeita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi ratificado pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]] no dia 21/04/1863.<br />
<br />
No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão [[Maxiilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] descreveu a situação da Comunidade Evangélica com as palavras:<br />
<br />
"Os colonos evangélicos fizeram também nas [[Bateas]] e à suas expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimento e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne incumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de ambos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro espiritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar".<br />
<br />
No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Páscoa de 1863 o Pastor [[Oswaldo Hesse]] comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por ordem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril).<br />
<br />
Conforme dados do Pastor [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandreczki]], no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor [[Oswaldo Hesse]] de Blumenau, sendo esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque.<br />
<br />
O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]]. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de [[Heinrich Friedrich Kühl]]. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batismos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra também a primeira confirmação: [[Friedrich Neuhaus]] no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de [[Gustav Neuhaus]] com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de [[Johann W. Wandrey]] com [[Maria Carlota Johanna Jonk]] no dia 1° de novembro de 1865.<br />
<br />
O Diretor da Colônia solicitou ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor [[Oswaldo Hesse]], para que este pudesse vir de 3 em 3 meses a Brusque. Foi o que o Pastor [[Oswaldo Hesse|Hesse]] fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias.<br />
<br />
Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em [[Bateas]], no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 1865, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: [[Johann Anton Heinrich Sandreczki]]. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da Basiléia para ser pregador para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Colônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Comunidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque.<br />
<br />
Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o [[Maximilian von Schneeburg|Barão von Schneéburg]], um antigo oficial austríaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, [[Max von Barowski]]. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu ordenado era pago pelo Governo Imperial.<br />
<br />
Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "Foi-me mostrado um compartimento no antigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito".<br />
<br />
O [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]] era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de construir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram realizados Cultos. Em 1866 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a construção da lª capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmoronado e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|P. Sandreczki]]: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu-se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal ornamento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro [https://www.wikiart.org/pt/peter-paul-rubens/a-descida-da-cruz-1614 "A descida da Cruz" de Rubens], doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doação da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico.<br />
<br />
Uma das medidas tomadas pelo P. Sandreczki em 1870 não a-gradou, à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do P. Sandrecz-ki e foi transferida mais tarde para a Comunidade. No relatório de 1872 o P. Sandreczki acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não po-deriam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pe-la causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicial-<br />
93-- <br />
mente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro pré-dia da Escola. O Pastor Sandreczki foi professor da Escola até o ano de 1880. A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema ne-cessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentrali-zando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "senti-mento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam mui-to afastadas umas das outras. <br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas di-fíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram respon-sáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Es-cola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilida-de. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de quei-xas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o P. Sandreczki falou numa Assem-bléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comuni-dade". Nesta palestra o P. Sandreczki fez a seguinte proposta: "Va-mos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram". Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o P, Sandreczki teve que tomar uma de-cisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Es-tatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma. A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir. A esta altura registramos que o P. H. Sandreczki deixou a Co-munidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8) . Mas continuou sendo o Pastor responsá-vel pela Comunidade. Criando problemas para a existência da Comunidade foi fun-dade no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher VereM) com 'estatuto prelprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defen-der juridicamente as causas da Comunidade, que no momento esta-va sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Socieda-<br />
- 94 —<br />
<br />
de existiu só pouco tempo. Já em 18.814 voltou a integrar-se à Comu-nidade, que ainda não funcionava com suas assembléias. Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam cer-tas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso) . Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os es-tatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias. Com a saída do P. H. Sandreczki para Blumenau (18810) o pro-fessor E. F. Geithner assumiu a direão da Escola Evangélica. Tam-bém ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de lei-tura. enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era ne-cessário, pois o P. Sandreczki vinha a Brusque só 6 vezes por ano. A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do P. Sandreczki 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o P. Sandreczki não concordou com este plano. Tudo permane-ceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890' 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assi-nada por 31 pessoas. <br />
Em agosto de 1889 o P. Sandreczki visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados. Unidos. Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do P. Sandreczki, houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que de-sejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o P. Sandreczki iria em-bora definitivamente, resolveu pedir um. Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Pa-lavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nés''. O Sr. Carlos Renaux, que tinha em mente viajar para a A-lemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Di-retor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que en-viasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunida-de de Brusque recebeu o seu 2° pastor, Von Czekus, no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em mel foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, subs-tituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, man-tenedora do Colégio Cônsul Carlos Renaux. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo £,C) alunos. <br />
<br />
(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número) <br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do históri-co precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor Johannes, Julius von Czekus no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em, 1904 para o Sr. Wolf de Floria-nópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico. <br />
<br />
CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manu-tenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias ve-zes o Governo negou ajuda finan-ceira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia riecessklade de subvencionar es-colas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmen-te a partir de{ 1895 o Governo pas-sou a pagar subvenções anuais. <br />
<br />
O professor Eduardo Fran-cisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano as-sumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que de-dicou-se muito à música, lecio-nando a matéria aos alunos da .Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmô-nio da igreja. Howard permane-ceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor Reinhard Graupner. <br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do P. von Czekus foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do 'Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gó-tico até o ano de 1930. Da pri-meira ata de 05/03/18913 desta-camos: <br />
<br />
1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$009 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o P. von Czekus substitua o P. Bun-te de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por au-mento de salário não foi aprova-do.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comuni-dade, constituiria pelos senhores: Presidente: P. J. J. von Czekus; Vice-Presidente: Eduard von Büttner; 1° Secretário: Wilhelm Strecker; 2° Secretário: Paul Scheel; Tesoureiro: Ernst Ulber. <br />
<br />
[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do Pastor W. Lange. <br />
<br />
<br />
O Relatório do Pastor rela-tivo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 03;5 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças partici-param dos cultos. <br />
<br />
Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cul-tos; distribui a Santa Ceia 2 ve-zes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crian-ças, 1 casamento e 3 vezes distri-bui a Santa Ceia. Na cidade rea-lizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schles■.vig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes". <br />
<br />
(Obs • Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1089) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou, para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores P. von Cze-kus, Eduard v. Büttner, Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de R's.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a .cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: 1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos IlôRNER. A areia será adquirida •do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". Estando tudo decidido, in clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:50015000,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as pala-vras que constam do relatório do P. v. Czekus sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 06 de ja-neiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma von-tade ferrenha, aí se chega ao al-vo. Tanto os trabalhadores con-tratados, como também os mem-bros de nossa Comunidade, apli-caram todo o esforço para che-gar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamen-tada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangéli-cos e com a presença das autori-dades convidadas, ela foi inaugu-rada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abri-ram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o al-moço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3 : 044000" . <br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gra-dativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a par-te externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2.: 000$000. 'Emprestaram o di-nheiro na ocasião (1899) os se-nhores Henning Joenk Rs 700$000; Hedwig Joenk Rs 300$000 e Ernst Ulber Rs 600$000. <br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — <br />
tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser leva-do da igreja até o cemitério)". In-teressante é observar que já nes-ta época (1896) o esquife era le-vado à igreja, como o fazemos ainda hoje. <br />
<br />
Em 1895, na reunião do Con-selho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
<br />
1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga con-forme o que cada um ganhava. <br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confir-mação ou enterro. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o P. Johannes Julius von. Czekus pe-diu demissão de seu cargo. Per-maneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convo-car outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. Wi-lhelm Lange, servindo em Brue-derthal (hoje Mun. de Guarami-rim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apre-sentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunida-de de 1°. de março de 1896 cons-ta que o P. Lange esteve aqui e foi aceito como pastor da Comu-nidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficat4,au-torizada a fazer um contrato pa-ra 5 anos com o P. Lange. O confamílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1889) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores P. von Cze-kus, Elduard v. Büttner, Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
<br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: <br />
<br />
1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. serviço de carpinteiro seria confiado (ao ¡Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos HóRNER. A areia será adquirida 'do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". <br />
<br />
Estando tudo decidido, in-clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:500,S000 ,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. <br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmqs as pala-vras que constam do relatório do P. v. Czekus sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 0,6 de ja-neiro deveria ser inaugurada a trato data de 04/05/1896 redigi-do nos seguintes termos: "A Co-munidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. Wilhelm Lange a partir de 1°. de julho de 189,3 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000. <br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gra-tuita e o uso dos terrenos perten-centes à Comunidade. Em contrapartida o P. Lan-ge se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de de-sempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo se-gundo os preceitos da Igreja E-vangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as pala-vras de nosso Senhor Jesus Cris-to. Zelará pela doutrina e educa-ção das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comu-nidade através de palavras e a-ções". <br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. Adolf Bruns, que havia trabalhado como car-pinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcio-nar o P. Lange. <br />
<br />
3) Ao P. vont Czekus será en-tregue na sua partida um documento, comprovando seu traba-lho como Pastor da Comunidade. <br />
<br />
O P. von Czekus na sua des-pedida agradeceu pela colabora-ção dos membros, principalmen-te na construção da igreja e ad-moestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja. <br />
<br />
Já no dia 19 de julho o P. Wilhelm Lange saudou o Conse-lho da. Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Brueder-thal. <br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumi-do pelo Sr. Carl Siemsen no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino con-forme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 ve-zes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procu-rava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois cos-tumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que fu-turamente o pastor só teria o di-reito de se ausentar da Comuni-dade com autorização da Direto-ria. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o P. Lange pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do P. Lange fez as seguintes considera-ções: "No início de um novo Sé-culo convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gra-tidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o fu-turo". <br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500S000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200S000. Para pagá-lo foí levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Na-tal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico. <br />
<br />
Em outra reunião do Conse-lho da Comunidade de 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposi-ção da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmen-te seria colocado mais terreno à disposicão para novas constru-ções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangéli-ca .; A esta altura a Escola 'já tinha 2 professores: Reinhard Graupner e Moritz Lehmann. Devido a au-xílios recebidos da Alemanha, ti-veram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era le-cionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a ju-ros e em 1912 finalmente foi pos-sível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. pro-fessor para a escola na pessoa do Sr. Hans Wiedemann. <br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igre-ja para os ensaios. iErn 26 de julho de. 1903 to-mou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igre-ja seriam realizados 2 leilões —um no dia 210 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade. <br />
<br />
Até 1904 a Comunidade E-vangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade reli-giosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comuni-dades Evangélicas. Este fato le-vou o P. Lange a propor a filia-ção da. Comunidade à Igreja E-vangélica na Alemanha. Esta fi-liação teria a vantagem de a Co-munidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entida-de em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de ja-neiro de 19C4 aprovou esta pro-posta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o P. Lange esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comu-nidade teria uma vez filiada à. Igreja Evangélica da Prússia. Lo-go após, foi enviada correspon-dência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pe-dindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Esta-tutos à nova realidade. <br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangé-lica da Prússia, na qual constata-va que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Co-munidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mes-ma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do P. Lange, que lhe concedia o direi-to legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque. <br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novem-bro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legali-zavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos: <br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Co-munidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e muni-cípios limítrofes. <br />
<br />
§ 2 — A finalidade da C'omu-nidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organi-zação da Igreja Evangélica da A-lemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e man <br />
tido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evan-gélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e con-fessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja 'Evangélica, como os en-contramos nos escritos da Refor-ma. <br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evan-gélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais an-tiga da Prússia. <br />
<br />
§ 5 — O pastor será chama-do para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Ale-manha) . <br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Co-munidade vota para um período de 4' anos uma Diretoria EXecu-tiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um. Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro. <br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos fo-ram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-vereM) . Sua fundação deu-se no dia 031 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta. Assembléia destacamos: "A convite da Sra. Pastor Langc um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemá.. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatu-tos e foi escolhida a primeira Di-retoria: Pres. Sra. Clara Lan-ge; Tesoureira - Mathilde Becker Lehmann; demais membros: Ca-roline Krieger; Ida Krieger; Sel-ma Renaux; Anna Koehler, Anna Ulber, Luise von Czekus. Estas senhoras tomaram sobre si a res-ponsabilidade de cobrar mensal-mente a taxa das associadas. Es-ta Sociedade é hoje a Associação das Damas de Caridade, Mantene-dora do Hospital Evangélico, da Maternidade Cônsul Carlos Re-naux, do Jardim de Infância Bom Pastor, e das obras sociais, aten-dendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro' de 1908 recidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para ne-le construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno ce-dido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros morado-res. <br />
<br />
Desde 1906 o P. Lange teve problemas com a sua saúde. Vá-rias vezes teve que deixar de rea-lizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. P. Lange e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 do-mingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados". <br />
<br />
Mesmo assim o¡P. Lange não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reuni-do no dia 25 de julho de 1909, a-ceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Co-munidade, fazia parte da Direto-ria da Sociedade■Escolar e foi pro-fessor. <br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conse-lho resolveu dirigir carta ao Con-selheiro Mor da Igreja Evangéli-ca da Prússia, pedindo que en-viasse outro pastor para a Co-munidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria envia-do o P. Gerold Hobus, que ini-ciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo nú-mero. Werner Brunken - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16931Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-01-22T14:16:07Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II, [[Nicolau Kistenmacher]], [[Francisco Pedro Haag]], [[Jacó Krumenauer]], [[Jacó Willrich]], [[Guilherme Jungblut]], [[Antonio Bretske]], [[Henrique Feuneberg]], [[Frederico Kramer]], [[Cristiano Matz]], [[Felipe Krieger]], [[Henrique Niels]], [[Henrique Koch]], [[João Sabel]], [[Henrique Petermann|Henrique Bettermann]] e [[Jacó Korb]], que se estabeleceram em [[Bateas]] (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em [[Bateas]] surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos.<br />
<br />
As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se abandonadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e confirmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. [[Oswaldo Hesse]].<br />
<br />
Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a necessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia.<br />
<br />
Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono [[Eugênio Rieger]]. A criança chamava-se: [[Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig]], filho de Johan J. F. Sabel, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, [[João André Cogoy Júnior]], que afirmava que a criança gozava de perfeita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi ratificado pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]] no dia 21/04/1863.<br />
<br />
No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão [[Maxiilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] descreveu a situação da Comunidade Evangélica com as palavras:<br />
<br />
"Os colonos evangélicos fizeram também nas [[Bateas]] e à suas expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimento e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne incumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de ambos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro espiritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar".<br />
<br />
No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Páscoa de 1863 o Pastor [[Oswaldo Hesse]] comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por ordem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril).<br />
<br />
Conforme dados do Pastor [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandreczki]], no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor [[Oswaldo Hesse]] de Blumenau, sendo esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque.<br />
<br />
O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]]. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de [[Heinrich Friedrich Kühl]]. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batismos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra também a primeira confirmação: [[Friedrich Neuhaus]] no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de [[Gustav Neuhaus]] com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de [[Johann W. Wandrey]] com [[Maria Carlota Johanna Jonk]] no dia 1° de novembro de 1865.<br />
<br />
O Diretor da Colônia solicitou ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor [[Oswaldo Hesse]], para que este pudesse vir de 3 em 3 meses a Brusque. Foi o que o Pastor [[Oswaldo Hesse|Hesse]] fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias.<br />
<br />
Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em [[Bateas]], no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 1865, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: [[Johann Anton Heinrich Sandreczki]]. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da Basiléia para ser pregador para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Colônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Comunidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque.<br />
<br />
Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o Barão von Schneéburg, um an-tigo oficial austriíaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, Max von Barowski. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu or-denado era pago pelo Governo Imperial. Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o P. Sandreczki: "Foi-me mostrado um compartimento no an• tigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito". O P. Sandreczki era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de cons-truir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram reali-zados Cultos. Em 18166 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a constru-ção da la capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmorona-do e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o P. Sandreczki: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu--se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal orna-mento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro "A descida da Cruz" de Rubens, doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doa-ção da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico. Uma das medidas tomadas pelo P. Sandreczki em 1870 não a-gradou, à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do P. Sandrecz-ki e foi transferida mais tarde para a Comunidade. No relatório de 1872 o P. Sandreczki acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não po-deriam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pe-la causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicial-<br />
93-- <br />
mente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro pré-dia da Escola. O Pastor Sandreczki foi professor da Escola até o ano de 1880. A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema ne-cessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentrali-zando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "senti-mento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam mui-to afastadas umas das outras. <br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas di-fíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram respon-sáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Es-cola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilida-de. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de quei-xas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o P. Sandreczki falou numa Assem-bléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comuni-dade". Nesta palestra o P. Sandreczki fez a seguinte proposta: "Va-mos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram". Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o P, Sandreczki teve que tomar uma de-cisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Es-tatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma. A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir. A esta altura registramos que o P. H. Sandreczki deixou a Co-munidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8) . Mas continuou sendo o Pastor responsá-vel pela Comunidade. Criando problemas para a existência da Comunidade foi fun-dade no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher VereM) com 'estatuto prelprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defen-der juridicamente as causas da Comunidade, que no momento esta-va sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Socieda-<br />
- 94 —<br />
<br />
de existiu só pouco tempo. Já em 18.814 voltou a integrar-se à Comu-nidade, que ainda não funcionava com suas assembléias. Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam cer-tas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso) . Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os es-tatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias. Com a saída do P. H. Sandreczki para Blumenau (18810) o pro-fessor E. F. Geithner assumiu a direão da Escola Evangélica. Tam-bém ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de lei-tura. enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era ne-cessário, pois o P. Sandreczki vinha a Brusque só 6 vezes por ano. A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do P. Sandreczki 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o P. Sandreczki não concordou com este plano. Tudo permane-ceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890' 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assi-nada por 31 pessoas. <br />
Em agosto de 1889 o P. Sandreczki visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados. Unidos. Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do P. Sandreczki, houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que de-sejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o P. Sandreczki iria em-bora definitivamente, resolveu pedir um. Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Pa-lavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nés''. O Sr. Carlos Renaux, que tinha em mente viajar para a A-lemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Di-retor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que en-viasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunida-de de Brusque recebeu o seu 2° pastor, Von Czekus, no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em mel foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, subs-tituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, man-tenedora do Colégio Cônsul Carlos Renaux. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo £,C) alunos. <br />
<br />
(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número) <br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do históri-co precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor Johannes, Julius von Czekus no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em, 1904 para o Sr. Wolf de Floria-nópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico. <br />
<br />
CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manu-tenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias ve-zes o Governo negou ajuda finan-ceira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia riecessklade de subvencionar es-colas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmen-te a partir de{ 1895 o Governo pas-sou a pagar subvenções anuais. <br />
<br />
O professor Eduardo Fran-cisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano as-sumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que de-dicou-se muito à música, lecio-nando a matéria aos alunos da .Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmô-nio da igreja. Howard permane-ceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor Reinhard Graupner. <br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do P. von Czekus foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do 'Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gó-tico até o ano de 1930. Da pri-meira ata de 05/03/18913 desta-camos: <br />
<br />
1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$009 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o P. von Czekus substitua o P. Bun-te de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por au-mento de salário não foi aprova-do.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comuni-dade, constituiria pelos senhores: Presidente: P. J. J. von Czekus; Vice-Presidente: Eduard von Büttner; 1° Secretário: Wilhelm Strecker; 2° Secretário: Paul Scheel; Tesoureiro: Ernst Ulber. <br />
<br />
[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do Pastor W. Lange. <br />
<br />
<br />
O Relatório do Pastor rela-tivo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 03;5 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças partici-param dos cultos. <br />
<br />
Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cul-tos; distribui a Santa Ceia 2 ve-zes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crian-ças, 1 casamento e 3 vezes distri-bui a Santa Ceia. Na cidade rea-lizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schles■.vig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes". <br />
<br />
(Obs • Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1089) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou, para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores P. von Cze-kus, Eduard v. Büttner, Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de R's.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a .cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: 1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos IlôRNER. A areia será adquirida •do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". Estando tudo decidido, in clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:50015000,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as pala-vras que constam do relatório do P. v. Czekus sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 06 de ja-neiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma von-tade ferrenha, aí se chega ao al-vo. Tanto os trabalhadores con-tratados, como também os mem-bros de nossa Comunidade, apli-caram todo o esforço para che-gar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamen-tada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangéli-cos e com a presença das autori-dades convidadas, ela foi inaugu-rada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abri-ram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o al-moço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3 : 044000" . <br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gra-dativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a par-te externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2.: 000$000. 'Emprestaram o di-nheiro na ocasião (1899) os se-nhores Henning Joenk Rs 700$000; Hedwig Joenk Rs 300$000 e Ernst Ulber Rs 600$000. <br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — <br />
tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser leva-do da igreja até o cemitério)". In-teressante é observar que já nes-ta época (1896) o esquife era le-vado à igreja, como o fazemos ainda hoje. <br />
<br />
Em 1895, na reunião do Con-selho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
<br />
1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga con-forme o que cada um ganhava. <br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confir-mação ou enterro. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o P. Johannes Julius von. Czekus pe-diu demissão de seu cargo. Per-maneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convo-car outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. Wi-lhelm Lange, servindo em Brue-derthal (hoje Mun. de Guarami-rim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apre-sentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunida-de de 1°. de março de 1896 cons-ta que o P. Lange esteve aqui e foi aceito como pastor da Comu-nidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficat4,au-torizada a fazer um contrato pa-ra 5 anos com o P. Lange. O confamílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1889) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores P. von Cze-kus, Elduard v. Büttner, Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
<br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: <br />
<br />
1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. serviço de carpinteiro seria confiado (ao ¡Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos HóRNER. A areia será adquirida 'do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". <br />
<br />
Estando tudo decidido, in-clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:500,S000 ,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. <br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmqs as pala-vras que constam do relatório do P. v. Czekus sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 0,6 de ja-neiro deveria ser inaugurada a trato data de 04/05/1896 redigi-do nos seguintes termos: "A Co-munidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. Wilhelm Lange a partir de 1°. de julho de 189,3 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000. <br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gra-tuita e o uso dos terrenos perten-centes à Comunidade. Em contrapartida o P. Lan-ge se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de de-sempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo se-gundo os preceitos da Igreja E-vangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as pala-vras de nosso Senhor Jesus Cris-to. Zelará pela doutrina e educa-ção das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comu-nidade através de palavras e a-ções". <br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. Adolf Bruns, que havia trabalhado como car-pinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcio-nar o P. Lange. <br />
<br />
3) Ao P. vont Czekus será en-tregue na sua partida um documento, comprovando seu traba-lho como Pastor da Comunidade. <br />
<br />
O P. von Czekus na sua des-pedida agradeceu pela colabora-ção dos membros, principalmen-te na construção da igreja e ad-moestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja. <br />
<br />
Já no dia 19 de julho o P. Wilhelm Lange saudou o Conse-lho da. Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Brueder-thal. <br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumi-do pelo Sr. Carl Siemsen no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino con-forme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 ve-zes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procu-rava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois cos-tumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que fu-turamente o pastor só teria o di-reito de se ausentar da Comuni-dade com autorização da Direto-ria. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o P. Lange pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do P. Lange fez as seguintes considera-ções: "No início de um novo Sé-culo convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gra-tidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o fu-turo". <br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500S000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200S000. Para pagá-lo foí levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Na-tal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico. <br />
<br />
Em outra reunião do Conse-lho da Comunidade de 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposi-ção da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmen-te seria colocado mais terreno à disposicão para novas constru-ções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangéli-ca .; A esta altura a Escola 'já tinha 2 professores: Reinhard Graupner e Moritz Lehmann. Devido a au-xílios recebidos da Alemanha, ti-veram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era le-cionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a ju-ros e em 1912 finalmente foi pos-sível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. pro-fessor para a escola na pessoa do Sr. Hans Wiedemann. <br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igre-ja para os ensaios. iErn 26 de julho de. 1903 to-mou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igre-ja seriam realizados 2 leilões —um no dia 210 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade. <br />
<br />
Até 1904 a Comunidade E-vangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade reli-giosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comuni-dades Evangélicas. Este fato le-vou o P. Lange a propor a filia-ção da. Comunidade à Igreja E-vangélica na Alemanha. Esta fi-liação teria a vantagem de a Co-munidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entida-de em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de ja-neiro de 19C4 aprovou esta pro-posta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o P. Lange esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comu-nidade teria uma vez filiada à. Igreja Evangélica da Prússia. Lo-go após, foi enviada correspon-dência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pe-dindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Esta-tutos à nova realidade. <br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangé-lica da Prússia, na qual constata-va que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Co-munidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mes-ma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do P. Lange, que lhe concedia o direi-to legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque. <br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novem-bro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legali-zavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos: <br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Co-munidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e muni-cípios limítrofes. <br />
<br />
§ 2 — A finalidade da C'omu-nidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organi-zação da Igreja Evangélica da A-lemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e man <br />
tido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evan-gélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e con-fessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja 'Evangélica, como os en-contramos nos escritos da Refor-ma. <br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evan-gélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais an-tiga da Prússia. <br />
<br />
§ 5 — O pastor será chama-do para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Ale-manha) . <br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Co-munidade vota para um período de 4' anos uma Diretoria EXecu-tiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um. Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro. <br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos fo-ram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-vereM) . Sua fundação deu-se no dia 031 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta. Assembléia destacamos: "A convite da Sra. Pastor Langc um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemá.. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatu-tos e foi escolhida a primeira Di-retoria: Pres. Sra. Clara Lan-ge; Tesoureira - Mathilde Becker Lehmann; demais membros: Ca-roline Krieger; Ida Krieger; Sel-ma Renaux; Anna Koehler, Anna Ulber, Luise von Czekus. Estas senhoras tomaram sobre si a res-ponsabilidade de cobrar mensal-mente a taxa das associadas. Es-ta Sociedade é hoje a Associação das Damas de Caridade, Mantene-dora do Hospital Evangélico, da Maternidade Cônsul Carlos Re-naux, do Jardim de Infância Bom Pastor, e das obras sociais, aten-dendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro' de 1908 recidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para ne-le construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno ce-dido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros morado-res. <br />
<br />
Desde 1906 o P. Lange teve problemas com a sua saúde. Vá-rias vezes teve que deixar de rea-lizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. P. Lange e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 do-mingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados". <br />
<br />
Mesmo assim o¡P. Lange não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reuni-do no dia 25 de julho de 1909, a-ceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Co-munidade, fazia parte da Direto-ria da Sociedade■Escolar e foi pro-fessor. <br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conse-lho resolveu dirigir carta ao Con-selheiro Mor da Igreja Evangéli-ca da Prússia, pedindo que en-viasse outro pastor para a Co-munidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria envia-do o P. Gerold Hobus, que ini-ciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo nú-mero. Werner Brunken - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16930Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-01-22T13:55:05Z<p>Alicas: </p>
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<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II, [[Nicolau Kistenmacher]], [[Francisco Pedro Haag]], [[Jacó Krumenauer]], [[Jacó Willrich]], [[Guilherme Jungblut]], [[Antonio Bretske]], [[Henrique Feuneberg]], [[Frederico Kramer]], [[Cristiano Matz]], [[Felipe Krieger]], [[Henrique Niels]], [[Henrique Koch]], [[João Sabel]], [[Henrique Petermann|Henrique Bettermann]] e [[Jacó Korb]], que se estabeleceram em [[Bateas]] (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em [[Bateas]] surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos.<br />
<br />
As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se abandonadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e confirmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. [[Oswaldo Hesse]].<br />
<br />
Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a necessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia.<br />
<br />
Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono [[Eugênio Rieger]]. A criança chamava-se: [[Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig]], filho de Johan J. F. Sabel, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, [[João André Cogoy Júnior]], que afirmava que a criança gozava de perfeita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi ratificado pelo Pastor [[Oswaldo Hesse]] no dia 21/04/1863.<br />
<br />
No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão [[Maxiilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] descreveu a situação da Comunidade Evangélica com as palavras:<br />
<br />
"Os colonos evangélicos fizeram também nas [[Bateas]] e à suas expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimen-to e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne in-cumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de am-bos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem. já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro es-, piritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar". No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Pás-coa de 1863 o Pastor Oswaldo Hes:se comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos. próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por or-dem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril). Conforme dados do Pastor Henrique Sandreczki, no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor Oswaldo Hesse de Blumenau, sen-do esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque. O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor lOswaldo Hesse. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de Heinrich Frie-drich Kühl. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batis-mos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra tam-bém a primeira confirmação: Friedrich Neuhaus no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de Gustav Neuhaus com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de Johann W. 'Wandrey com Maria Carlota Johanna Jonk no dia 1° de novembro de 1865. O Diretor da Colônia solicitou. ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor Oswaldo Hesse, para que este pudesse vir de 3 em a meses a Brusque. Foi o que o Pastor Hesse fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias. Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em Bateas, no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 18r:'5, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: Johann, Anton Heinrich Sandreczki. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da BasMia para ser pregador <br />
— 92 —<br />
para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Co-lônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Co-munidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque. Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o Barão von Schneéburg, um an-tigo oficial austriíaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, Max von Barowski. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu or-denado era pago pelo Governo Imperial. Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o P. Sandreczki: "Foi-me mostrado um compartimento no an• tigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito". O P. Sandreczki era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de cons-truir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram reali-zados Cultos. Em 18166 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a constru-ção da la capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmorona-do e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o P. Sandreczki: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu--se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal orna-mento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro "A descida da Cruz" de Rubens, doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doa-ção da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico. Uma das medidas tomadas pelo P. Sandreczki em 1870 não a-gradou, à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do P. Sandrecz-ki e foi transferida mais tarde para a Comunidade. No relatório de 1872 o P. Sandreczki acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não po-deriam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pe-la causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicial-<br />
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mente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro pré-dia da Escola. O Pastor Sandreczki foi professor da Escola até o ano de 1880. A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema ne-cessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentrali-zando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "senti-mento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam mui-to afastadas umas das outras. <br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas di-fíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram respon-sáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Es-cola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilida-de. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de quei-xas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o P. Sandreczki falou numa Assem-bléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comuni-dade". Nesta palestra o P. Sandreczki fez a seguinte proposta: "Va-mos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram". Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o P, Sandreczki teve que tomar uma de-cisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Es-tatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma. A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir. A esta altura registramos que o P. H. Sandreczki deixou a Co-munidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8) . Mas continuou sendo o Pastor responsá-vel pela Comunidade. Criando problemas para a existência da Comunidade foi fun-dade no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher VereM) com 'estatuto prelprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defen-der juridicamente as causas da Comunidade, que no momento esta-va sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Socieda-<br />
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<br />
de existiu só pouco tempo. Já em 18.814 voltou a integrar-se à Comu-nidade, que ainda não funcionava com suas assembléias. Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam cer-tas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso) . Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os es-tatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias. Com a saída do P. H. Sandreczki para Blumenau (18810) o pro-fessor E. F. Geithner assumiu a direão da Escola Evangélica. Tam-bém ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de lei-tura. enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era ne-cessário, pois o P. Sandreczki vinha a Brusque só 6 vezes por ano. A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do P. Sandreczki 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o P. Sandreczki não concordou com este plano. Tudo permane-ceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890' 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assi-nada por 31 pessoas. <br />
Em agosto de 1889 o P. Sandreczki visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados. Unidos. Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do P. Sandreczki, houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que de-sejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o P. Sandreczki iria em-bora definitivamente, resolveu pedir um. Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Pa-lavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nés''. O Sr. Carlos Renaux, que tinha em mente viajar para a A-lemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Di-retor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que en-viasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunida-de de Brusque recebeu o seu 2° pastor, Von Czekus, no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em mel foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, subs-tituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, man-tenedora do Colégio Cônsul Carlos Renaux. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo £,C) alunos. <br />
<br />
(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número) <br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do históri-co precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor Johannes, Julius von Czekus no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em, 1904 para o Sr. Wolf de Floria-nópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico. <br />
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CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manu-tenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias ve-zes o Governo negou ajuda finan-ceira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia riecessklade de subvencionar es-colas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmen-te a partir de{ 1895 o Governo pas-sou a pagar subvenções anuais. <br />
<br />
O professor Eduardo Fran-cisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano as-sumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que de-dicou-se muito à música, lecio-nando a matéria aos alunos da .Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmô-nio da igreja. Howard permane-ceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor Reinhard Graupner. <br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do P. von Czekus foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do 'Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gó-tico até o ano de 1930. Da pri-meira ata de 05/03/18913 desta-camos: <br />
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1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$009 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o P. von Czekus substitua o P. Bun-te de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por au-mento de salário não foi aprova-do.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comuni-dade, constituiria pelos senhores: Presidente: P. J. J. von Czekus; Vice-Presidente: Eduard von Büttner; 1° Secretário: Wilhelm Strecker; 2° Secretário: Paul Scheel; Tesoureiro: Ernst Ulber. <br />
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[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do Pastor W. Lange. <br />
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O Relatório do Pastor rela-tivo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 03;5 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças partici-param dos cultos. <br />
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Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cul-tos; distribui a Santa Ceia 2 ve-zes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crian-ças, 1 casamento e 3 vezes distri-bui a Santa Ceia. Na cidade rea-lizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schles■.vig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes". <br />
<br />
(Obs • Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
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Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1089) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou, para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores P. von Cze-kus, Eduard v. Büttner, Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de R's.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a .cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: 1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos IlôRNER. A areia será adquirida •do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". Estando tudo decidido, in clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:50015000,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as pala-vras que constam do relatório do P. v. Czekus sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 06 de ja-neiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma von-tade ferrenha, aí se chega ao al-vo. Tanto os trabalhadores con-tratados, como também os mem-bros de nossa Comunidade, apli-caram todo o esforço para che-gar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamen-tada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangéli-cos e com a presença das autori-dades convidadas, ela foi inaugu-rada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abri-ram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o al-moço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3 : 044000" . <br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gra-dativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a par-te externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2.: 000$000. 'Emprestaram o di-nheiro na ocasião (1899) os se-nhores Henning Joenk Rs 700$000; Hedwig Joenk Rs 300$000 e Ernst Ulber Rs 600$000. <br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — <br />
tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser leva-do da igreja até o cemitério)". In-teressante é observar que já nes-ta época (1896) o esquife era le-vado à igreja, como o fazemos ainda hoje. <br />
<br />
Em 1895, na reunião do Con-selho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
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1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga con-forme o que cada um ganhava. <br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confir-mação ou enterro. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o P. Johannes Julius von. Czekus pe-diu demissão de seu cargo. Per-maneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convo-car outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. Wi-lhelm Lange, servindo em Brue-derthal (hoje Mun. de Guarami-rim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apre-sentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunida-de de 1°. de março de 1896 cons-ta que o P. Lange esteve aqui e foi aceito como pastor da Comu-nidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficat4,au-torizada a fazer um contrato pa-ra 5 anos com o P. Lange. O confamílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1889) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores P. von Cze-kus, Elduard v. Büttner, Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
<br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: <br />
<br />
1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. serviço de carpinteiro seria confiado (ao ¡Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos HóRNER. A areia será adquirida 'do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". <br />
<br />
Estando tudo decidido, in-clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:500,S000 ,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. <br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmqs as pala-vras que constam do relatório do P. v. Czekus sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 0,6 de ja-neiro deveria ser inaugurada a trato data de 04/05/1896 redigi-do nos seguintes termos: "A Co-munidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. Wilhelm Lange a partir de 1°. de julho de 189,3 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000. <br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gra-tuita e o uso dos terrenos perten-centes à Comunidade. Em contrapartida o P. Lan-ge se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de de-sempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo se-gundo os preceitos da Igreja E-vangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as pala-vras de nosso Senhor Jesus Cris-to. Zelará pela doutrina e educa-ção das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comu-nidade através de palavras e a-ções". <br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. Adolf Bruns, que havia trabalhado como car-pinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcio-nar o P. Lange. <br />
<br />
3) Ao P. vont Czekus será en-tregue na sua partida um documento, comprovando seu traba-lho como Pastor da Comunidade. <br />
<br />
O P. von Czekus na sua des-pedida agradeceu pela colabora-ção dos membros, principalmen-te na construção da igreja e ad-moestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja. <br />
<br />
Já no dia 19 de julho o P. Wilhelm Lange saudou o Conse-lho da. Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Brueder-thal. <br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumi-do pelo Sr. Carl Siemsen no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino con-forme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 ve-zes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procu-rava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois cos-tumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que fu-turamente o pastor só teria o di-reito de se ausentar da Comuni-dade com autorização da Direto-ria. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o P. Lange pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do P. Lange fez as seguintes considera-ções: "No início de um novo Sé-culo convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gra-tidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o fu-turo". <br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500S000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200S000. Para pagá-lo foí levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Na-tal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico. <br />
<br />
Em outra reunião do Conse-lho da Comunidade de 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposi-ção da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmen-te seria colocado mais terreno à disposicão para novas constru-ções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangéli-ca .; A esta altura a Escola 'já tinha 2 professores: Reinhard Graupner e Moritz Lehmann. Devido a au-xílios recebidos da Alemanha, ti-veram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era le-cionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a ju-ros e em 1912 finalmente foi pos-sível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. pro-fessor para a escola na pessoa do Sr. Hans Wiedemann. <br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igre-ja para os ensaios. iErn 26 de julho de. 1903 to-mou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igre-ja seriam realizados 2 leilões —um no dia 210 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade. <br />
<br />
Até 1904 a Comunidade E-vangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade reli-giosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comuni-dades Evangélicas. Este fato le-vou o P. Lange a propor a filia-ção da. Comunidade à Igreja E-vangélica na Alemanha. Esta fi-liação teria a vantagem de a Co-munidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entida-de em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de ja-neiro de 19C4 aprovou esta pro-posta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o P. Lange esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comu-nidade teria uma vez filiada à. Igreja Evangélica da Prússia. Lo-go após, foi enviada correspon-dência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pe-dindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Esta-tutos à nova realidade. <br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangé-lica da Prússia, na qual constata-va que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Co-munidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mes-ma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do P. Lange, que lhe concedia o direi-to legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque. <br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novem-bro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legali-zavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos: <br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Co-munidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e muni-cípios limítrofes. <br />
<br />
§ 2 — A finalidade da C'omu-nidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organi-zação da Igreja Evangélica da A-lemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e man <br />
tido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evan-gélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e con-fessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja 'Evangélica, como os en-contramos nos escritos da Refor-ma. <br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evan-gélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais an-tiga da Prússia. <br />
<br />
§ 5 — O pastor será chama-do para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Ale-manha) . <br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Co-munidade vota para um período de 4' anos uma Diretoria EXecu-tiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um. Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro. <br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos fo-ram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-vereM) . Sua fundação deu-se no dia 031 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta. Assembléia destacamos: "A convite da Sra. Pastor Langc um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemá.. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatu-tos e foi escolhida a primeira Di-retoria: Pres. Sra. Clara Lan-ge; Tesoureira - Mathilde Becker Lehmann; demais membros: Ca-roline Krieger; Ida Krieger; Sel-ma Renaux; Anna Koehler, Anna Ulber, Luise von Czekus. Estas senhoras tomaram sobre si a res-ponsabilidade de cobrar mensal-mente a taxa das associadas. Es-ta Sociedade é hoje a Associação das Damas de Caridade, Mantene-dora do Hospital Evangélico, da Maternidade Cônsul Carlos Re-naux, do Jardim de Infância Bom Pastor, e das obras sociais, aten-dendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro' de 1908 recidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para ne-le construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno ce-dido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros morado-res. <br />
<br />
Desde 1906 o P. Lange teve problemas com a sua saúde. Vá-rias vezes teve que deixar de rea-lizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. P. Lange e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 do-mingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados". <br />
<br />
Mesmo assim o¡P. Lange não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reuni-do no dia 25 de julho de 1909, a-ceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Co-munidade, fazia parte da Direto-ria da Sociedade■Escolar e foi pro-fessor. <br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conse-lho resolveu dirigir carta ao Con-selheiro Mor da Igreja Evangéli-ca da Prússia, pedindo que en-viasse outro pastor para a Co-munidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria envia-do o P. Gerold Hobus, que ini-ciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo nú-mero. Werner Brunken - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Hist%C3%B3rico_da_Comunidade_Evang%C3%A9lica_de_Brusque_-_Hoje_Par%C3%B3quia_Evang%C3%A9lica_Luterana_de_Brusque&diff=16929Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque2024-01-22T13:44:01Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque'''<br />
<br />
'''Pastor Werner Brunken'''<br />
<br />
As primeiras famílias evangélicas provindas da Alemanha (Schleswig — Holstein, Birkenfeld (Oldenburg) e badenses) chegaram a Brusque com a primeira leva de colonos no dia 4/8/1860. São eles: [[Augusto Hoefelmann]], [[Frederico Guilherme Neuhaus]], [[Frederico Orthmann]], [[Daniel Walther]] e [[Luis Richter]]. Todos eram casados e tinham filhos.<br />
<br />
Já em 1861 chegaram novas famílias evangélicas: [[Felipe Krug]], [[João Carlos Schuck]], [[Amadeus Feige]], [[Carlos G. Werner]], [[José Krieger]], [[Cristiano Albrecht]], [[Henrique Kühl]], [[Guilherme Krieger]], [[Pedro Stefen]], [[Cristiano Missfeld]], [[Carlos Sacht]], [[Carlos Krieger]], [[Henriqueta Staak]], [[Hening Jonk]], [[Pedro Jensen]], [[João Jorge Hass]], [[Frederico Schroeder]], [[Detlef Horst]], [[João Schwartz]], [[Frederico Gehler]], [[Fernando Jonk]], [[Detlef Todt]] I e II Nicolau içistenmacher, Francisco Pedro Haag, Jocó Krume-nauer, Jocó Willrich, Guilherme Jungblut, Antonio Bretske, Hen-rique Feuneberg, Frederico Kramer, Cristiano Matz, Felipe Krieger, Henrique Niels, Henrique Kbch, João Sabel, Henrique Bettermann e Jacó Korb, que se estabeleceram em Bateas (na margem esquerda do Rio Itajaí Mirim), muitos pomeranos. Em Bateas surgiu também a primeira Casa de Oração em 1871. O serviço religioso dirigido por um dos colonos. , As famílias Evangélicas (237) pessoas — 1862) sentiam-se aban-donadas quanto ao atendimento religioso. Para batizar, casar e con-firmar, precisavam deslocar-se para Blumenau, onde era Pastor o Sr. Oswaldo Hesse. Já no relatório da direção da Colônia, correspondente ao ano de 1861, dirigido ao Presidente da Província, o Diretor destaca a ne-cessidade urgente de um pastor, a fim de ministrar a religião a cerca de 200 evangélicos, residentes na Colônia. Em 1° de janeiro de 18152 foi feito um batismo de emergência pelo colono Eugênio Rieger. A criança chamava-se: Heinrich Paul Gustav Philip Ludwig, filho de Johan J. F. Sabei, nascida no dia 23/ 12/1861. Este ato foi desaprovado pelo diretor interino da Colônia, João André Gogoy Júnior, que afirmava que a criança gozava de per-feita saúde e não havia necessidade de realizar tal batismo. Este foi a-tificado pelo Pastor aswaldo Hes2e no dia 21/04/1863. No relatório da Colônia de 1862 o Diretor da Colônia, Barão Maximiliano de Schneéburg descreveu a situação da Comunidade E-vangélica com as palavras: "Cs colonos evangélicos fizeram também nas Bateas e à suas <br />
— 91 —<br />
expensas uma pequena casa também de fraca construção em que se reunem nos Domingos para o seu Culto. No primeiro relatório sobre o ano de 1861, pediu a Diretoria ao Exmo. Sr. Presidente, como no presente relatório também submeto o mesmo pedido ao conhecimen-to e a benignidade na determinação de Va. Excia., que se digne in-cumbir ao Ministro Evangélico da Colônia Blumenau de visitar, pelo menos enquanto o Governo não mandar sacerdotes (alemães) de am-bos os Dogmas da Fé, para residirem nesta Colônia, alguma vez no ano, este Estabelecimento, afim de ministrar aos seus Correligiosos os Sacramentos; aonde existem. já 237 colonos protestantes que há mais de 2 anos ainda nem uma vez tiveram o consolo de socorro es-, piritual, havendo entre eles grande número de crianças a batizar e casamentos a ratificar". No livro de "avisos" mais antigo da Comunidade Evangélica de Blumenau encontramos referências a Brusque. No 2° dia da Pás-coa de 1863 o Pastor Oswaldo Hes:se comunicou à sua Comunidade: "Comunico à Comunidade cristã, que nos. próximos dias visitarei para atendimento religioso os evangélicos da Colônia de Brusque por or-dem do Presidente da Província. Por causa deste fato os cultos aqui não serão realizados nos dois próximos domingos (dias 12 e 19 de abril). Conforme dados do Pastor Henrique Sandreczki, no dia 17 de abril de 1863 foi aprovada a primeira "ordem da Comunidade de Brusque" com a presença do Pastor Oswaldo Hesse de Blumenau, sen-do esta a "data oficial" da fundação da Comunidade Evangélica de Brusque. O primeiro Culto foi realizado no dia 19 de abril de 1863 pelo Pastor lOswaldo Hesse. Neste culto foi realizado o primeiro batismo oficial por um pastor aqui em Brusque. Trata-se de Heinrich Frie-drich Kühl. No dia 20 e no dia 23 de abril seguiram-se outros batis-mos e casamentos. O livro de Ofícios da Comunidade registra tam-bém a primeira confirmação: Friedrich Neuhaus no dia 9 de julho de 1875, o primeiro enterro registrado foi de Gustav Neuhaus com 14 anos no dia 23 de março de 1865. O primeiro casamento registrado é de Johann W. 'Wandrey com Maria Carlota Johanna Jonk no dia 1° de novembro de 1865. O Diretor da Colônia solicitou. ao Presidente da Província que ajudasse a pagar as despesas do Pastor Oswaldo Hesse, para que este pudesse vir de 3 em a meses a Brusque. Foi o que o Pastor Hesse fez: vinha no espaço de 3 meses e permanecia aqui de 8 à 14 dias. Os cultos e ofícios eram realizados na casa primitiva de palmitos em Bateas, no rancho da imigração, sem assoalho e sem janelas. Estas visitas periódicas foram feitas até o início de 18r:'5, quando Brusque recebeu seu primeiro Pastor: Johann, Anton Heinrich Sandreczki. Este foi ordenado pastor no dia 21 de fevereiro de 1864 em Hürtinger (Suiça) e designado pela Missão da BasMia para ser pregador <br />
— 92 —<br />
para colonos alemães no Brasil, precisamente para ser pastor na Co-lônia de Brusque. Chegando ao Brasil atendeu primeiramente as Co-munidades de Terezópolis e Santa Izabel. Só em fevereiro de 1865 chegou a Brusque. Escreve o Pastor Sandreczki sobre a sua chegada a Brusque: "Depois de quatro dias cavalgando uma mula, sozinho, ali cheguei de surpresa, sem cantos nem toques de sinos de recepção pública e me apresentei ao Diretor da Colônia, o Barão von Schneéburg, um an-tigo oficial austriíaco" Casa paroquial não havia. Ainda solteiro, residiu com o Secretário da Colônia, Max von Barowski. Tratou logo de comprar um terreno, que conseguiu por preço razoável do Governo e construiu sua casa própria, com 2 cômodos e cozinha. Casou-se com Elisabeth Groben no dia 09/10/1868 no Rio de Janeiro. Seu or-denado era pago pelo Governo Imperial. Sobre o local para o Serviço Divino da Comunidade Evangélica relata o P. Sandreczki: "Foi-me mostrado um compartimento no an• tigo, primitivo e tosco rancho de recepção de imigrantes. As paredes do compartimento eram de barro e a cobertura de folhas de palmito. No chão de terra batida, sem assoalho, haviam fincado estacas sobre as quais tábuas serviam de bancos. Uma mesa grosseira, tendo um acréscimo em forma de tribuna, era a combinação de altar e púlpito". O P. Sandreczki era de opinião que as famílias (já 220) que não tinham despesas com o pastor, estariam em condições de cons-truir sua própria igreja. Foi assim que em 21/11/1865 foi aprovada uma nova "Ordem da Comunidade". Todos os domingos eram reali-zados Cultos. Em 18166 requereu do Governo um lote de terra para construção da igreja e casa paroquial. Em 1869 iniciou-se a constru-ção da la capela, inaugurada em 1872. Iniciou-se a construção da capela, pois o rancho onde se realizavam os cultos tinha desmorona-do e agora estavam sem casa de oração. Sobre a primeira capela diz ainda o P. Sandreczki: "O Governo ajudou com uma pequena verba e construiu--se a igreja, não suntuosa, mas digna". O principal orna-mento do altar dessa igreja era urna cópia do quadro "A descida da Cruz" de Rubens, doado pela Rainha da Prússia. O harmônio foi doa-ção da Fundação Gustavo Adolfo, de Stuttgart. Observação: O quadro ainda hoje está no altar da igreja e o harmônio em uso no Centro Evangélico. Uma das medidas tomadas pelo P. Sandreczki em 1870 não a-gradou, à Comunidade, a saber, a decisão que só crianças com 14 anos completos e que soubessem ler e escrever poderiam ser confirmadas. Diz ele que esta medida tornou-se uma bênção para a Comunidade. A casa Paroquial construída em 1881 era propriedade do P. Sandrecz-ki e foi transferida mais tarde para a Comunidade. No relatório de 1872 o P. Sandreczki acentuou a necessidade de ter uma Escola Evangélica, pois os filhos dos imigrantes não po-deriam ficar sem aprendizagem na escrita e leitura. Empenhou-se pe-la causa, e em 20/04/1872 fundou a Escola Evangélica, fique inicial-<br />
93-- <br />
mente funcionou numa sala anexa à sua casa. Já em 1873 a Escola era freqüentada por 54 crianças. Em 1878 concluiu-se o primeiro pré-dia da Escola. O Pastor Sandreczki foi professor da Escola até o ano de 1880. A Diretoria da Comunidade resolveu no dia 14 de julho de 1872 que os cultos dominicais seriam realizados só na igreja da sede da Colônia. Em outros lugares haveria culto só em caso de extrema ne-cessidade. (Centralização do trabalho — hoje estamos descentrali-zando para melhor atingir os evangélicos — já contamos com nove filiais e a matriz). Esta medida tinha como objetivo criar um "senti-mento de comunidade" entre as famílias evangélicas, pois viviam mui-to afastadas umas das outras. <br />
Já nos primeiros anos de sua existência, houve problemas di-fíceis para superar, principalmente no sentido financeiro. Até 1882 o Governo pagava o ordenado do Pastor. Mas as famílias eram respon-sáveis financeiramente para as demais despesas da Comunidade e Es-cola. Mas muitos não tinham compreensão para esta responsabilida-de. Muitos nem sequer pagavam as contribuições anuais. Diz um documento de 1928 que os relatórios anuais estavam repletos de quei-xas sobre a situação financeira da Comunidade. Em 1881, por sugestão de um membro de Comunidade, o P. Sandreczki falou numa Assem-bléia sobre o tema: "Para que precisamos uma tesouraria na Comuni-dade". Nesta palestra o P. Sandreczki fez a seguinte proposta: "Va-mos desintegrar a Comunidade, alugar a igreja e despedir-se de Deus, porque os tempos ficaram ruins e porque a fé, o amor e a esperança acabaram". Também a organização externa tinha problemas a superar. Foi assim que no dia 7/03/1875 o P, Sandreczki teve que tomar uma de-cisão arrojada contra 29 evangélicos, que não tinham assinado os Es-tatutos da Comunidade e agora exigiam uma Assembléia da mesma. A sua decisão foi: Só aqueles são membros da Comunidade, os que aceitam os Estatutos e só estes têm o direito de fazer propostas e ajudar a decidir. A esta altura registramos que o P. H. Sandreczki deixou a Co-munidade de Brusquqe em fins de agosto de 1880. Transferiu-se para Blumenau, donde visitava mensalmente a Comunidade de Brusque até o ano de 1889 (21/8) . Mas continuou sendo o Pastor responsá-vel pela Comunidade. Criando problemas para a existência da Comunidade foi fun-dade no dia 4 de maio de 1883 a "Sociedade Eclesiástica Evangélica" (Evangelisch kirchlicher VereM) com 'estatuto prelprios. Grande parte dos evangélicos filiaram-se a esta sociedade, que deveria defen-der juridicamente as causas da Comunidade, que no momento esta-va sem estatutos. Esta Sociedade deveria pagar o ordenado mensal do pastor (parte era pago por Blumenau). Entretanto, esta Socieda-<br />
- 94 —<br />
<br />
de existiu só pouco tempo. Já em 18.814 voltou a integrar-se à Comu-nidade, que ainda não funcionava com suas assembléias. Somente no dia 22 de fevereiro de 1885 deu-se uma mudança na organização. Até então a Assembléia era formada pelos pais de família. E isto não funcionou. De agora em diante seriam "eleitos delegados", que como representantes de sua região, assumiriam cer-tas responsabilidades (este princípio ainda hoje está em uso) . Esta proposta foi aceita. No lugar da Assembléia da Comunidade existia agora um Conselho Comunitário composto por 21 delegados. Os es-tatutos aprovados em 1885 foram substituídos por novos em 1907. Em 1885 a Comunidade possuia 212 famílias. Com a saída do P. H. Sandreczki para Blumenau (18810) o pro-fessor E. F. Geithner assumiu a direão da Escola Evangélica. Tam-bém ajudava nos serviços da Comunidade, realizando cultos de lei-tura. enterros e distribuição da Santa Ceia aos doentes. Isto era ne-cessário, pois o P. Sandreczki vinha a Brusque só 6 vezes por ano. A partir de 1887 a Comunidade expressou que a vinda do P. Sandreczki 6 vezes por ano era demais e resolveu fazer um acordo com o Pastor. Sobre este acontecimento dizem os registros: "Para a Comunidade a palavra de Deus tinha se tornado muito dispendiosa". Mas o P. Sandreczki não concordou com este plano. Tudo permane-ceu como antes e houve uma contraproposta: ao completar em 1890' 25 anos de serviços à Comunidade, ele deveria receber uma soma de 500 mil réis como doação pela sua dedicação. Esta proposta foi assi-nada por 31 pessoas. <br />
Em agosto de 1889 o P. Sandreczki visitou a Comunidade de Brusque pela última vez, transferindo-se para os Estados. Unidos. Mesmo havendo vozes contrárias às visitas periódicas do P. Sandreczki, houve vozes fortes a partir de fevereiro de 1887, que de-sejavam ter um Pastor residindo novamente em Brusque. E no dia 9 de julho de 1887, sabendo a Comunidade que o P. Sandreczki iria em-bora definitivamente, resolveu pedir um. Pastor só para si. No Livro de Atas lemos: "Desejamos um Pastor que de coração creia na Pa-lavra de Deus, que em palavras e ações seja um exemplo para nés''. O Sr. Carlos Renaux, que tinha em mente viajar para a A-lemanha, foi encarregado de entrar em contato com o Dr. Fabri, Di-retor da Sociedade Evangélica para a América do Sul, para que en-viasse um pastor para Brusque. Depois de longa espera a Comunida-de de Brusque recebeu o seu 2° pastor, Von Czekus, no dia 25 de maio de 1880, que permaneceu em Brusque até o dia 1° de julho de 1897. Em mel foi criada a Sociedade Escolar mantenedora da Escola, subs-tituída posteriormente pela Fundação Educacional Evangélica, man-tenedora do Colégio Cônsul Carlos Renaux. Em 1895 a Escola passou para as dependências da igreja, tendo £,C) alunos. <br />
<br />
(Seqüência histórica da Comunidade, no próximo número) <br />
<br />
(continuação) <br />
<br />
Na primeira parte do históri-co precisamos retificar: "Brusque recebeu o seu segundo pastor Johannes, Julius von Czekus no dia 25 de maio de 1890". Outra retificação: O primeiro harmônio da Comunidade foi vendido em, 1904 para o Sr. Wolf de Floria-nópolis, portanto, não está mais em nossas mãos como afirma-mos na primeira parte de nosso histórico. <br />
<br />
CONTINUAÇÃO — Dos anos de 1890 em diante até o ano de 1905 houve muitas reuniões da Sociedade Escolar, examinando a situação financeira da Escola. Tornou-se problemática a manu-tenção da mesma. Anualmente eram feitos pedidos de subvenção ao Governo Estadual. Várias ve-zes o Governo negou ajuda finan-ceira, afirmando, que onde havia escolas do Governo, não havia riecessklade de subvencionar es-colas particulares. Mesmo assim a Sociedade Escolar não deixou de anualmente pedir. Finalmen-te a partir de{ 1895 o Governo pas-sou a pagar subvenções anuais. <br />
<br />
O professor Eduardo Fran-cisco Geithner dirigiu a "Escola Particular da Vila de Brusque" até o ano de 1886. Neste ano as-sumiu a direção da Escola o professor Bernhard Howard, que de-dicou-se muito à música, lecio-nando a matéria aos alunos da .Escola, cantando com os mesmos. Acompanhou os hinos no harmô-nio da igreja. Howard permane-ceu até o ano de 1891. Seguiu-o na Direção da Escola o professor Reinhard Graupner. <br />
<br />
Na vida da Comunidade os anos do P. von Czekus foram de grande movimento, pois no seu tempo foi construida a igreja no centro da cidade, a qual ainda hoje está de pé, dando testemu-nho do trabalho incansável dos evangélicos no século passado. <br />
<br />
A partir de 05 de março de 1893 a Comunidade Evangélica possui todas as atas de reuniões da Diretoria e do 'Conselho da Comunidade. Estas atas foram escritas em alemão no estilo gó-tico até o ano de 1930. Da pri-meira ata de 05/03/18913 desta-camos: <br />
<br />
1) O pedido para retelhar a casa do pastor por Rs 500$009 foi aprovado.<br />
<br />
2) O pedido para que o P. von Czekus substitua o P. Bun-te de Blumenau foi aprovado. <br />
<br />
3) O pedido do zelador por au-mento de salário não foi aprova-do.<br />
<br />
4) Nesta Assembléia foi eleita a nova Diretoria da Comuni-dade, constituiria pelos senhores: Presidente: P. J. J. von Czekus; Vice-Presidente: Eduard von Büttner; 1° Secretário: Wilhelm Strecker; 2° Secretário: Paul Scheel; Tesoureiro: Ernst Ulber. <br />
<br />
[[Ficheiro:Acervo_FCB-Fundo_Igreja_Evangélica_de_Confissão_Luterana_no_Brasil_133.jpg|400 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br><br />
Casa de Orações e Escola Evangélica em 1899 ao tempo do Pastor W. Lange. <br />
<br />
<br />
O Relatório do Pastor rela-tivo às atividades de 1892 foi bastante minucioso: 63 crianças foram batizadas; 21 casamentos; 20 sepultamentos, 03;5 pessoas participaram da Santa Ceia, 43 jovens foram confirmados, 10.960 adultos e 1.897 crianças partici-param dos cultos. <br />
<br />
Quanto à Comunidade filial de Itajaí, fundada em 1870, foi servida por Brusque até o ano de 1970. No relatório do Pastor le-mos: "Em Itajaí realizei 6 cul-tos; distribui a Santa Ceia 2 ve-zes; batizei 3 crianças, sepultei 2 pessoas e realizei 1 casamento. Em Porto Franco (Botuverá) realizei 12 cultos; batizei 8 crian-ças, 1 casamento e 3 vezes distri-bui a Santa Ceia. Na cidade rea-lizei 9 cultos à noite com ensaio de cantos; em Schles■.vig 6 vezes; em Limeira 6; em Águas Claras 5; na Rua Tijucas 6; na Rua da Serra 6; na Rua Porto Franco 7 vezes". <br />
<br />
(Obs • Em Botuverá não temos mais Comunidade, pois todas as famílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1089) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou, para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores P. von Cze-kus, Eduard v. Büttner, Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de R's.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a .cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: 1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. O serviço de carpinteiro seria confiado (ao Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos IlôRNER. A areia será adquirida •do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". Estando tudo decidido, in clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:50015000,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmos as pala-vras que constam do relatório do P. v. Czekus sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 06 de ja-neiro deveria ser inaugurada a nova igreja. Ainda havia muito por fazer, mas onde há uma von-tade ferrenha, aí se chega ao al-vo. Tanto os trabalhadores con-tratados, como também os mem-bros de nossa Comunidade, apli-caram todo o esforço para che-gar a um bom termo. Ainda dois dias antes da inauguração tudo parecia dizer que não haveria inauguração. Mas conseguimos terminar. Dignamente ornamen-tada ela nos abriu a sua porta e nos convidou para entrar, a fim de buscar em seus átrios consolo e salvação. Sob grande número de pessoas da Comunidade, na presença de 6 pastores evangéli-cos e com a presença das autori-dades convidadas, ela foi inaugu-rada no dia 06 de janeiro. Com gratidão ecoaram os hinos, com entusiasmo santo a palavra de Deus foi anunciada e recebida com corações atenciosos. Abri-ram-se corações e mãos, pois a coleta rendeu Rs 532$000 e o al-moço festivo Rs 309$000. Ficou ainda uma dívida de Rs 3 : 044000" . <br />
<br />
Estas dívidas foram pagas gra-dativamente até o ano de 1904. Na inauguração da igreja a par-te externa ainda não tinha sido rebocada. Isto foi feito somente a partir de 1898, quando foi feito um novo empréstimo de Rs 2.: 000$000. 'Emprestaram o di-nheiro na ocasião (1899) os se-nhores Henning Joenk Rs 700$000; Hedwig Joenk Rs 300$000 e Ernst Ulber Rs 600$000. <br />
<br />
O primeiro sino foi adquirido só depois da inauguração, bem como uma cruz e dois castiçais — <br />
tudo veio da Alemanha. Sobre o badalo do sino encontrei as seguintes anotações: "o sino será badalado 3 vezes por dia. Duran-te os enterros 2 vezes (até entrar o esquife na igreja e ao ser leva-do da igreja até o cemitério)". In-teressante é observar que já nes-ta época (1896) o esquife era le-vado à igreja, como o fazemos ainda hoje. <br />
<br />
Em 1895, na reunião do Con-selho da Comunidade (20/01), foram tomadas várias medidas quanto à filiação ou não de membros e suas contribuições: <br />
<br />
1) Foi aceita a proposta de escalonar as contribuições, isto é, a contribuição seria paga con-forme o que cada um ganhava. <br />
<br />
2) Toda família não filiada à Comunidade, pagará a taxa de Rs 25$000 para batismo, confir-mação ou enterro. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade de 02/02/1896 o P. Johannes Julius von. Czekus pe-diu demissão de seu cargo. Per-maneceria na Comunidade até 1°. de julho. A Comunidade aceitou o pedido e logo procurou convo-car outro pastor para a vaga. O Conselho dirigiu-se ao P. Wi-lhelm Lange, servindo em Brue-derthal (hoje Mun. de Guarami-rim), convidando-o para visitar a Comunidade e fazer a sua apre-sentação através dum culto. Já na ata do Conselho da Comunida-de de 1°. de março de 1896 cons-ta que o P. Lange esteve aqui e foi aceito como pastor da Comu-nidade com 15 votos a favor e 1 voto contra. A Diretoria ficat4,au-torizada a fazer um contrato pa-ra 5 anos com o P. Lange. O confamílias evangélicas sairam de lá logo no início do novo Século). <br />
<br />
Até 1889 as igrejas evangéli-cas não podiam ter aspecto de igreja e nem possuir torre ou si-nos. A religião oficial era a Ca-tólica. Com a Proclamação da República (15/11/1889) e pro-mulgação da primeira Constitui-ção Republicana (1891) foi con-cedida liberdade religiosa a to-das as religiões no Brasil. Vemos assim, que a Comunidade Evan-gélica de Brusque logo se movi-mentou para conseguir uma igre-ja digna de sua fé. Em 29 de maio de 1893 foi constituida a "Comissão de Construção", for-mada pelos senhores P. von Cze-kus, Elduard v. Büttner, Ludwig Spengler, Ernst Ulber, Ludwig Lübke, Wilhelm Strecker. A igre-ja a ser construida teria as se-guintes dimensões: 25 metros de comprimento, 13 metros de lar-gura, 8 metros de altura. O pre-ço da construção seria de Rs.... 8:919$000. A Comunidade pos-suía na época um depósito de Rs 1:000$000 na Caixa Econômica. Esta quantia foi usada para a a-quisição de material para a cons-trução da igreja. A comissão de construção reuniu-se mensalmen-te, para examinar as propostas da compra do material e tinha a incumbência de comprar daque-las pessoas que tivessem a me-lhor qualidade por menor preço. A decisão final para iniciar a construção foi tomada na Assem-bléia Geral Ordinária de 25 de janeiro de 1894. Antes de iniciar a construção da Igreja, foi cons-truido um galpão para guardar o material adquirido. <br />
<br />
Na Assembléia Geral Extra-ordinária de 11 de março de 1894 foi decidido: <br />
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1) O serviço de pedreiro se-ria executado pelo Sr. Ludwig Lübke, que apresentou a melhor oferta. serviço de carpinteiro seria confiado (ao ¡Sr. Adolf Bruns. Boa parte da madeira será comprada do Sr. Marcos HóRNER. A areia será adquirida 'do Sr. August. Ristow. Outras de-cisões: "Todos os membros são conclamados a dar 5 dias de ser-viço na construção da igreja e quem tiver carroça trabalhar com a mesma 3 dias em benefício da construção". <br />
<br />
Estando tudo decidido, in-clusive o material comprado, foi lançada a Pedra Fundamental da igreja no dia 03 de maio de 1894. Desta data em diante não houve mais interrupção nas obras da construção. Mas já no dia 12 de agosto de 1894 numa Assem-bléia Extraordinária resolveu-se fazer uma campanha em favor da construção da torre. E para po-der cumprir com os compromis-sos da construção, foram em-prestados Rs 2:500,S000 ,de pessoas da Comunidade. Estas receberam. Notas Promissórias (Schulds-cheine), que seriam pagas no es-paço de 5 anos. <br />
<br />
A inauguração da igreja deu-se no dia 03 de janeiro de 1896. É interessante citarmqs as pala-vras que constam do relatório do P. v. Czekus sobre a inaugura-ção da igreja: "Com alegres espe-ranças entramos no novo ano, cada um pedindo a ajuda bondo-sa de Deus, pois no dia 0,6 de ja-neiro deveria ser inaugurada a trato data de 04/05/1896 redigi-do nos seguintes termos: "A Co-munidade Evangélica de Brusque nomeia para ser pastor em sua Comunidade o Rev. P. Wilhelm Lange a partir de 1°. de julho de 189,3 e assume o compromisso de: <br />
<br />
1) Pagar-lhe em 4 parcelas o ordenado anual de Rs. 2:000$000. <br />
<br />
2) Conceder-lhe moradia gra-tuita e o uso dos terrenos perten-centes à Comunidade. Em contrapartida o P. Lan-ge se prontifica à: <br />
<br />
1) Assumir o cargo de pastor a partir de 1°. de julho e de de-sempenhá-lo durante 5 anos. <br />
<br />
2) Desempenhar o cargo se-gundo os preceitos da Igreja E-vangélica, pregando a Palavra de Deus pura e retamente e celebrar a Santa Ceia conforme as pala-vras de nosso Senhor Jesus Cris-to. Zelará pela doutrina e educa-ção das crianças; observará os Estatutos da Comunidade e será um bom exemplo para a Comu-nidade através de palavras e a-ções". <br />
<br />
-•-<br />
<br />
Na reunião da Diretoria de 15/06/1896 resolveu-se: <br />
<br />
1) Preencher uma Letra de Câmbio no valor de Rs. 1:000$000 em favor do Sr. Adolf Bruns, que havia trabalhado como car-pinteiro na construção da igreja. Esta quantia seria paga até 1°. de outubro de 1900, acrescida de 5% de juros. <br />
<br />
2) Dois representantes da Diretoria iriam a Itajaí recepcio-nar o P. Lange. <br />
<br />
3) Ao P. vont Czekus será en-tregue na sua partida um documento, comprovando seu traba-lho como Pastor da Comunidade. <br />
<br />
O P. von Czekus na sua des-pedida agradeceu pela colabora-ção dos membros, principalmen-te na construção da igreja e ad-moestou-os para que também no futuro participassem ativamente da vida na igreja. <br />
<br />
Já no dia 19 de julho o P. Wilhelm Lange saudou o Conse-lho da. Comunidade, pedindo que lhe concedesse férias sempre no mês de outubro para visitar sua antiga Comunidade de Brueder-thal. <br />
<br />
O zelador Boehm desligou-se da Comunidade por motivos de doença. O seu lugar foi assumi-do pelo Sr. Carl Siemsen no dia 1°. de dezembro de 1896. Este assumiria o repicar do sino con-forme ordem existente. Limparia o cemitério e as catacumbas 4 ve-zes por ano. Antes das Festas de Natal teria que limpar as janelas e todo o interior da igreja. Procu-rava-se na época um organista para a igreja. <br />
<br />
Já em 1897 houve queixas para com o novo pastor, pois cos-tumava ausentar-se várias vezes por ano e a Comunidade ficava só. Por conseguinte o Conselho da Comunidade resolveu que fu-turamente o pastor só teria o di-reito de se ausentar da Comuni-dade com autorização da Direto-ria. <br />
<br />
Na reunião do Conselho da Comunidade do dia 23/09/1900 o P. Lange pediu aumento do seu, ordenado e renovação de seu con-trato com a Comunidade. Ambos os pedidos foram aprovados. <br />
<br />
Passando para o Século XX o relatório de 27/01/1901 do P. Lange fez as seguintes considera-ções: "No início de um novo Sé-culo convém aos cristãos silenciar para fazer um balanço, a fim de que deste lembrar do passado, possamos distingüir a fidelidade para enfrentar o futuro. Uma tal retrospectiva sempre será motivo para agradecer, apesar das horas escuras, pois o agradecer é dever do cristão. Assim diz o Senhor: Quem sacrifica gratidão, exalta-me, e este é o caminho, que lhe mostro, a minha salvação. A gra-tidão é uma premissa se quiser-mos receber salvação para o fu-turo". <br />
<br />
No início do Século a dívida da construção da igreja era de Rs 1:500S000. Mesmo assim foi adquirido um harmônio novo por Rs. 1:200S000. Para pagá-lo foí levantada uma coleta e várias pessoas emprestaram dinheiro sem juros para 2 anos. Este novo harmônio foi inaugurado no Na-tal de 1900 e encontra-se em uso no Centro Evangélico. <br />
<br />
Em outra reunião do Conse-lho da Comunidade de 15/12/1901 resolveu-se colocar a velha igreja totalmente à disposi-ção da Escola com o compromisso de mantê-la em ordem. Igualmen-te seria colocado mais terreno à disposicão para novas constru-ções. Estas regalias só teriam valor enquanto os membros da Diretoria da Sociedade Escolar fossem da Comunidade Evangéli-ca .; A esta altura a Escola 'já tinha 2 professores: Reinhard Graupner e Moritz Lehmann. Devido a au-xílios recebidos da Alemanha, ti-veram que ser reformulados os Estatutos da Escola, que passou a chamar-se de "Escola Alemã" a partir de 1902. Para tais escolas, nas quais a língua alemã era le-cionada, o Governo da Alemanha, designava dinheiro. As doações recebidas foram colocadas a ju-ros e em 1912 finalmente foi pos-sível construir uma nova escola, pois a velha igreja não oferecia mais ambiente satisfatório. Em 1909 foi contratado um 3°. pro-fessor para a escola na pessoa do Sr. Hans Wiedemann. <br />
<br />
Voltando à Comunidade, constatei que em 1903 já havia um coral, pois pedia-se na época uma melhor iluminação da igre-ja para os ensaios. iErn 26 de julho de. 1903 to-mou-se uma decisão arrojada: Para acabar com a dívida da igre-ja seriam realizados 2 leilões —um no dia 210 de agosto para uma parte da Comunidade; o outro no dia 27 de setembro para a outra parte da Comunidade. <br />
<br />
Até 1904 a Comunidade E-vangélica de Brusque não estava filiada a nenhuma entidade reli-giosa. Em Santa Catarina ainda não existia uma entidade que fosse responsável pelas Comuni-dades Evangélicas. Este fato le-vou o P. Lange a propor a filia-ção da. Comunidade à Igreja E-vangélica na Alemanha. Esta fi-liação teria a vantagem de a Co-munidade receber os pastores desta. Igreja e estaria ao mesmo tempo subordinada a esta entida-de em assuntos eclesiásticos. A Diretoria reunida no dia 24 de ja-neiro de 19C4 aprovou esta pro-posta. Já no dia 31 de janeiro realizou-se uma Assembléia do Conselho da Comunidade, na qual o P. Lange esclareceu sobre os direitos e deveres que a Comu-nidade teria uma vez filiada à. Igreja Evangélica da Prússia. Lo-go após, foi enviada correspon-dência ao Conselheiro Mor da Igreja Evangélica da Prússia, pe-dindo a filiação. A Comunidade prontificou-se a adaptar os Esta-tutos à nova realidade. <br />
<br />
No dia 27 de agosto de 1905 foi lida na reunião da Diretoria a carta recebida da Igreja Evangé-lica da Prússia, na qual constata-va que fora aceito no dia 11 de junho de 1905 a filiação da Co-munidade (Evangélica de Brusque à Igreja Evangélica da Prússia. Esta filiação foi outorgada pelo Imperador da Alemanha. Na mes-ma correspondência foi enviado o "Documento de Vocação" do P. Lange, que lhe concedia o direi-to legal de continuar a trabalhar na Comunidade de Brusque. <br />
<br />
Na Assembléia do Conselho da Comunidade de 11 de novem-bro de 1907 foram aprovados os novos Estatutos, os quais legali-zavam a filiação da Comunidade à Igreja Evangélica da Prússia. Lemos nestes Estatutos: <br />
<br />
§ 1 — A área de ação da Co-munidade Evangélica de Brusque é o Município de Brusque e muni-cípios limítrofes. <br />
<br />
§ 2 — A finalidade da C'omu-nidade Evangélica é: A edificação comunitária conforme a organi-zação da Igreja Evangélica da A-lemanha e promover a piedade e a moral, que terá sua expressão no temor a Deus. Será prestada obediência às autoridades e man <br />
tido o compromisso consensioso entre as pessoas das famílias. <br />
<br />
§ 3 — A Comunidade Evan-gélica terá como base de sua fé e vida a Escritura Sagrada e con-fessa-se ligada aos ensinamentos da Igreja 'Evangélica, como os en-contramos nos escritos da Refor-ma. <br />
<br />
§ 4 — A Comunidade Evan-gélica de Brusque filia-se à Igreja Evangélica da Província mais an-tiga da Prússia. <br />
<br />
§ 5 — O pastor será chama-do para servir pela Diretoria da Comunidade. Mas a aceitação ou demissão definitiva dependem do Conselheiro Mor de Berlim (Ale-manha) . <br />
<br />
§ 20 — O Conselho da Co-munidade vota para um período de 4' anos uma Diretoria EXecu-tiva. Ela é formada pelo pastor como seu Presidente; de um. Vice-Presidente, de 2 Secretários e de 1 Tesoureiro. <br />
<br />
Em correspondência de 27 de dezembro de 1907 o Conselho Mor aprovou os novos Estatutos da Comunidade. Os Estatutos fo-ram traduzidos para o português e impressos 600 exemplares, dos quais cada família receberia um exemplar. <br />
<br />
Outro marco importante no ano de 1907 foi a fundação da "Sociedade Evangélica Caritativa (Evangelischer Wohltaetigkeits-vereM) . Sua fundação deu-se no dia 031 de dezembro de 1907, mas a Assembléia Constituinte foi no dia 29 de dezembro de 1907. Da ata desta. Assembléia destacamos: "A convite da Sra. Pastor Langc um grupo de senhoras reuniu-se nas dependências da Escola Alemá.. Reconheceram a necessidade de fundar um "Asilo para Idosos". Aprovou-se na ocasião os Estatu-tos e foi escolhida a primeira Di-retoria: Pres. Sra. Clara Lan-ge; Tesoureira - Mathilde Becker Lehmann; demais membros: Ca-roline Krieger; Ida Krieger; Sel-ma Renaux; Anna Koehler, Anna Ulber, Luise von Czekus. Estas senhoras tomaram sobre si a res-ponsabilidade de cobrar mensal-mente a taxa das associadas. Es-ta Sociedade é hoje a Associação das Damas de Caridade, Mantene-dora do Hospital Evangélico, da Maternidade Cônsul Carlos Re-naux, do Jardim de Infância Bom Pastor, e das obras sociais, aten-dendo anualmente centenas de pessoas necessitadas. A Diretoria da Comunidade em sua reunião de 06 de setembro' de 1908 recidiu colocar um terreno à disposição da Sociedade Caritativa, para ne-le construir o Asilo de Idosos. As senhoras compraram uma casa e a reconstruiram no terreno ce-dido e já no ano de 1909 o Asilo recebeu seus primeiros morado-res. <br />
<br />
Desde 1906 o P. Lange teve problemas com a sua saúde. Vá-rias vezes teve que deixar de rea-lizar o trabalho de rotina. Assim registra uma ata da Reunião da Diretoria de 20 de abril de 1909: "A pedido do Sr. P. Lange e de seu médico, que seja liberado de realizar os cultos aos domingos, a Diretoria decidiu que nos 4 do-mingos seguintes não precisaria realizar os cultos previstos. Só serviços inadiáveis seriam por ele efetivados". <br />
<br />
Mesmo assim o¡P. Lange não conseguiu mais desempenhar o seu cargo, pedindo demissão. O Conselho da Comunidade, reuni-do no dia 25 de julho de 1909, a-ceitou o pedido e agradeceu pelos relevantes serviços prestados à Comunidade e à Escola durante os 13 anos. Foi Presidente da Co-munidade, fazia parte da Direto-ria da Sociedade■Escolar e foi pro-fessor. <br />
<br />
Ao mesmo tempo o Conse-lho resolveu dirigir carta ao Con-selheiro Mor da Igreja Evangéli-ca da Prússia, pedindo que en-viasse outro pastor para a Co-munidade. Em carta de 12 de outubro de 1909 o Conselheiro Mor comunicou que seria envia-do o P. Gerold Hobus, que ini-ciaria o seu trabalho no dia 1°. de janeiro de 1910. <br />
<br />
Nota: Continua no próximo nú-mero. Werner Brunken - Pastor <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] nas páginas 91-95 e [[Revista Notícias de Vicente Só - número 009|Revista Notícias de Vicente Só n. 09]] nas páginas 20-27. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]] [[Categoria:Notícias de Vicente Só|9]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Os_%22volunt%C3%A1rios_da_p%C3%A1tria%22_de_Brusque_na_Guerra_do_Paraguai&diff=16928Os "voluntários da pátria" de Brusque na Guerra do Paraguai2024-01-22T13:34:36Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Os "Voluntários da Pátria" de Brusque na guerra do Paraguai'''<br />
<br />
NOTA: EXATAMENTE 13 ANOS DEPOIS, VOLTO A DAR PUBLICIDADE A ESTAS NOTAS, NESTA NOSSA REVISTA, NA ESPERANÇA DE DESPERTAR, EM NOSSOS ADMINISTRADORES, A CONSIDERAÇÃO QUE BEM MERECEM OS NOSSOS ANTEPASSADOS, "VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA".<br />
<br />
No dia 14 de Outubro de 1865, há 100 anos, em urna lancha e duas canoas, partiram da então colônia Itajahy-Brusque, rumo à Capital da Província, 25 voluntários que atenderam à convocação da Lei n°. 3.371 de 7 de Janeiro desse mesmo ano, do Governo Imperial.<br />
<br />
Contando apenas 5 anos, Brusque ofereceu esse apreciável número de voluntários, graças às atividades empreendidas por [[Maximilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] junto aos colonos germânicos, que sabia em condições necessárias e qualidades para defenderem sua nova Pátria. O alistamento foi rápido, aproximadamente 15 dias, pois o diretor recebera, nos primeiros dias de Outubro, ofício do presidente da Província, autorizando-o a abrir o voluntariado.<br />
<br />
Houve uma série de pequenos incidentes relacionados com a convocação, provocados pelo agrimensor [[Frederico Heeren]] e [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]], ex-secretário da Colônia, ambos pretendendo disputar com o [[Maximilian von Schneeburg|Barão]] a autoridade e a primazia do Voluntariado. [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]], entretanto, contornou diplomaticamente a situação, mantendo a dignidade de seu cargo e da missão orientadora do alistamento. Realizaram-se algumas reuniões preparatórias e de esclarecimento, especialmente com relação aos benefícios que teriam os conscritos e suas famílias. O governo concedia um abono de 300$000 a cada voluntário engajado e o [[Maximilian von Schneeburg|Barão]] entendeu-se com o Presidente da Província pedindo para que cada um recebesse, antes da partida, a metade daquela importância. Outras quotas seriam concedidas mensalmente, destinadas às Famílias e descontadas de seus soldados. Cada voluntário, ao partir, recebeu uma ajuda de 15$000. Ultimadas as providências em reunião realizada numa taberna da sede, seguiram os voluntários sábado, 14 de Outubro. O percurso deu-se normalmente até a Barra do rio de onde marcharam até a sede da vila de Itajahy, embarcando dias mais tarde rumo a Desterro. [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]] acompanhou os seus voluntários, confiando-os então a [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Seckendorf]], já no posto de tenente. Eis a relação: <br />
<br />
[[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]] — Tenente [[Augusto Peters]] — cabo [[Roberto Schmidt]], [[Ricardo Vollrath]], [[Frederico Moritz]], [[Germando Glokenkemper]], [[Valentin Schaefer]], [[Simão Habitzreuter]], [[Eduardo Becker]], [[Eduardo Bachmann]], [[José Schorck]], [[Guilherme José Oelhafen]], [[João Schwanberger]], [[Antônio Dinkelborg]], [[Emílio Puhlmann]], [[Vicente J. Barth]], [[João José Hermes]], [[José Schlindwein]], [[Augusto Jansen]], [[João Zabel]], [[Cosmo Vogel]]; [[Francisco A. Day]], [[Guilherme Oestrenger]] e um brasileiro cujo nome não consta da relação.<br />
<br />
Quando foram recolhidos os documentos que se encontravam em Florianópolis no Departamento de Terras e Colonização, entre os quais se encontravam os que ilustram estas linhas, julguei ter sido [[Raymundo Rodrigues]], de côr preta, o brasileiro cujo nome não se acha registrado. Dele adquiri uma espada de cavalariano, atualmente figurando no [[Museu e Arquivo Histórico do Vale do Itajaí-Mirim|Museu da "Casa de Brusque"]]. Entretanto, há pouco tempo, deparei com um exemplar do jornal "[[Brusquer Zeitung]]", de 1912, informando que naquele ano viviam em Brusque, [[Francisco A. Day]] e [[José Galiza]], veteranos da Guerra do Paraguay. Consultei pessoas idosas, contemporâneas dos dois velhos soldados, as quais confirmaram a nota do jornal inclusive que [[José Galiza]] era brasileiro. Até serem encontrados outros elementos, perdura a dúvida quanto à identidade do voluntário brasileiro. Os nomes dos voluntários citados constam da relação que inclui outros, das Colônias Dona Francisca<ref>Atual município de Joinville-SC.</ref>, Blumenau, Terezópolis e S. Pedro de Alcântara, lista assinada por [[Victor de Gilsa]] — capitão, [[Emílio Odebrecht]] — tenente e [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido Sekendorf]] — tenente.<br />
<br />
Mais tarde [[Eugenio Rieger]], um dos primeiros que se apresentou ao [[Maximilian von Schneeburg|Barão]], recebeu autorização para reunir novos voluntários. Conseguiu sete, que com ele seguiram no dia 8 de Fevereiro de 1866: [[Bernardo Josiger]], [[Detlef Sacht]], [[Antônio Boos]], [[Henrique Sacht]], [[Germano Boos]], [[Henrique Doreakot]] e [[Antônio Straub]]. Além de Rieger, [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]] e [[Alexandre Rufener]], médico da Colônia, foram os primeiros que se apresentaram, tendo [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]], em carta ao Presidente da Província, os recomendado ao oficialato. Rufener, entretanto, não seguiu, retirando mais tarde sua inscrição.<br />
<br />
São poucas as notícias que temos com relação ao destino que tiveram os nossos voluntários. [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]] transferiu-se para Blumenau, segundo apontamentos em documentos daquela Colônia. [[José Schork]] serviu dois meses, recebendo baixa em virtude de questões familiares. Em 1867 [[Roberto Schmidt]] foi dispensado por inválido, ao posto de 2°. sargento e ao apresentar-se ao diretor da Colônia, pediu a pensão a que tinha direito. Ainda em 1877, dia 16 de Novembro, esposas de voluntários que ainda se encontravam no Paraguai requereram ao Ministro da Guerra meios para sustentarem seus filhos frisando que a situação era insustentável. O requerimento foi devolvido ao diretor [[Barzilar Cottle]], por falta de selo! O Pastor evangélico [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandrescky]], segundo documento original em poder da [[Sociedade Amigos de Brusque|S.A.B.]], recebia parte dos soldos dos soldados, entregando-os às esposas ou familiares responsáveis. Registrou [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Sandreczki]] no Livro de Tombo da Comunidade, o nascimento de um filho do voluntário [[Augusto Peters]], ocorrido no dia 12 de Março de 1866. Em 1871, 27 de Abril, [[Francisco A. Day]] requereu um lote de terras na qualidade de veterano da Guerra e de acordo com o decreto 3371 de 7 de Janeiro de 1885, tendo [[Maximiliano de Borrowsky]], na direção interina da Colônia, considerado justo o pedido de [[Francisco A. Day|Day]]. Novamente [[Francisco A. Day|Day]], em 21 de Maio de 1872, e os seguintes veteranos: [[José Schlindwein]], [[Roberto Schmidt]], [[Frederico Moritz]], [[Augusto Peters]], [[Jorge Grünn]], [[Eduardo Bachmann]] e as senhoras [[Catarina Dinkelborg]], [[Regina Glokenkemper]], [[Luiz Ostringer]], [[Ana Oelhafen]] e [[Bárbara Schaeffer]] entregaram ao diretor Dr. [[Luiz Betim Paes Leme]] documento firmado por todos, solicitando do Governo da Província sua intercessão junto ao Governo Imperial para que lhes fossem concedidas as gratificações e mais vantagens garantidas em Lei, pedido já feito em 1870. [[Luiz Betim Paes Leme|Paes Leme]] endossou o pedido considerando justas e até sagradas as reivindicações desses colonos e viúvas. Caíram, pois, em defesa da nova Pátria que os acolhera os Voluntários: [[Antônio Dinkelborg]], [[Germano Glokenkemper]], [[Guilherme Ostringer]], [[Guilherme José Oelhafen]] e [[Valentin Schaefer]]. <br />
<br />
No dia 27 de Julho de 1877 os nossos veteranos voltaram a requerer do Governo auxílio "na consideração que lhes merecer", e conforme regulamento. Não encontramos documentos ou notícias relacionadas com a concessão de benefícios a que tinham direito. É certo que sofreram agruras por falta desse direito que o Governo garantira antecipadamente. É bem possível que alguns tiveram o amparo de almas generosas como aconteceu a [[Raymundo Rodrigues]], que faleceu em Brusque com quase 100 anos, extremamente pobre. A Colônia tributou aos que regressaram as honras merecidas e o Governo bem cedo os esqueceu. Posso imaginá-los em suas andanças junto a tantos diretores de nossa Colônia, reclamando com humildade, numa desesperada tentativa de receber pequena parte do que lhes fora prometido. Aos poucos foram desaparecendo e a história apenas guardou os seus nomes. Brusque de hoje bem que poderia, decorridos 100 anos da partida de seus voluntários, render-lhes homenagem, fazendo inaugurar uma rua na forma como tantas outras cidades brasileiras o fizeram: RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA.<br />
<br />
Brusque, 14 de Outubro de 1965.<br />
<br />
'''Ayres Gevaerd'''<br />
<br />
Cópia<br />
<br />
Colonia Itajahy em 24 de Setembro de 1865.<br />
<br />
Ilmo. e Exmo. Snr.<br />
<br />
Accuso a recepção do Officio que Vª. Excia. me fez a honra de dirigir-me confidencialmente do Gabinete da Presidencia com data de 5 de Setembro corrente, o qual só recebi no dia 18 do mesmo mez.<br />
<br />
Grato a todos os beneficios e benevolencias, que sempre me foram prodigalizados pelo Imperial Governo e pela hospitaleira Nação do Imperio do Brazil, minha Patria adoptiva a 40 annos, continuo com toda diligencia e de todo coração a cooperar e a promover a apresentação de Voluntários desta Colonia, naturalizados ou não, como briosos defensores do Brazil sua nova e generosa Patria e da alta Soberania do Augusto Imperador, contra os bandos atrozes do inimigo que invadiu o territorio Brazileiro, o devasta e massacra os habitantes com inauditas barbaridades, insultando a honra attentando à integridade do Império. Acompanha-me o pezar dos meus 65 anos de idade, sem os quais eu seria o primeiro de correr á Defeza do Brazil. Apresentarão-se resolvidos e dispostos para pegar as armas nesta Sagrada Guerra como Voluntarios o colono [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Seckendorf]], 35 annos de idade, casado e pai de familia — militou em Austria na cavallaria e em Schleswig Holstein como official de infantaria. O doctor [[Alexandre Ruffener]], actual e erudito medico da Colonia, 36 annos de idade, casado pai de familia, estando sua mulher e filhos ainda na Suissa. O colono [[Eugenio Rieger]], 33 annos de idade, casado, pai de familia, militou na Prussia na divisão pyrotechnica d'Artilharia e no Brazil como official instrutor da Theoria e Exercicio das armas de agulhas fulminantes no 1° batalhão de fuzileiros na Côrte em 1853. Tomo respeitosamente a liberdade de expor a Va. Excia. com toda devida franqueza fundada em pronunciadas declarações de vários, que de bom grado se alistariam como Voluntarios, se o Governo Imperial (eles são pobres) lhes mandasse pagar a gratificação de Rs. 300$000 prometidos a cada um, ou a metade no momento em que se alistão, alem de que os casados possão deixar algum dinheiro á suas familias para arranjos domesticos durante as suas ausencias, e os solteiros para que possão em parte remediar a seus pais a falta que por suas ausencias necessariamente mais ou menos se deriva. Assim animados se apresentarão com tranquilidade e sem receios para suas familias ou paes em numero consideravel e com energia para o nobre serviço de defensores voluntarios de sua nova Patria. Os primeiros que mencionei á Va. Excia. no presente officio serem bem dispostos para o serviço voluntario tem habilitações a serem nomeados oficiais. Peço a Va. Excia. para o bem do proprio alistamento de Voluntarios, de mandar especificar com a mais veloz e determinante resposta: quais são as garantias que o Imperial Governo concede a estes Voluntarios, por isto que os decretos Imperiais emanados á favor dos Nacionais Voluntarios da Patria, de que tãobem os não naturalizados gozarão igualmente, afixados nos lugares mais Publicos da Colonia, forão destruidos pelas chuvas e não existem mais. Os mencionados e muitos outros bem resolvidos a prestarem Serviços voluntarios perguntam e querem saber:<br />
<br />
"Se as Companhias a formar serão como esperam exclusivamente compostos por individuos a officialidades allemães".<br />
<br />
"Qual é o vencimento completo mensal de cada official conforme a sua graduação", <br />
<br />
"Se os officiais e medicos recebem a mesma gratificação de 300$000 ou mais".<br />
<br />
"Qual é o pret-etapes e mais achegos de cada soldado Voluntario por dia".<br />
<br />
"Se os aleijados nesta Guerra por feridas recebem pensão e qual".<br />
<br />
"Se as viuvas daquelles que ficão mortos percebem pensão e qual".<br />
<br />
Os dispostos para se prestarem como Voluntarios requerem que o Imperial Governo lhes mande pagar a gratificação promettida de 300$000 ou parte della e quanto na occasião de prestarem o juramento a Bandeira, a qual quantia por equidade pedem não ser inferior a qualquer concessão que o Governo se dignar a pagar a Colonos de qualquer outra Colonia do Estado neste sentido. Peço a Va. Excia,. que me mande fornecer os meios para poder fazer as despezas como me authorizam os Voluntarios na sua viagem daqui a Desterro, prestarão o juramento a Bandeira. Peço finalmente ordens precisas de Va. Excia. quanto por dia eu posso pagar (Como V. Excia. me authorizou) desde o dia em que se apresentem os Voluntarios nesta Directoria de Colonia de seus soldos, e de mandar-me os meios para isto. É quanto tenho com o mais alto respeito de levar ao conhecimento de V. Excia. e sou persuadido que só e principalmente pelo pagamento adeantado de uma parte da gratificação prometida se apresentam promptamente um bom numero de Voluntarios. DEOS GUARDE a V. Excia. <br />
<br />
Illmo. e Exmo. Senr. Dr. [[Adolfo de Barros Cavalcanti de Albuquerque Lacerda]], Digmo. Presidente da Provincia de Santa Catarina.<br />
<br />
O Director da Colonia Itajahy — Brusque: [[Maximilian von Schneeburg|Barão de Schneéburg]]. <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 86-90. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Os_%22volunt%C3%A1rios_da_p%C3%A1tria%22_de_Brusque_na_Guerra_do_Paraguai&diff=16927Os "voluntários da pátria" de Brusque na Guerra do Paraguai2024-01-22T13:00:45Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Os "Voluntários da Pátria" de Brusque na guerra do Paraguai'''<br />
<br />
NOTA: EXATAMENTE 13 ANOS DEPOIS, VOLTO A DAR PUBLICIDADE A ESTAS NOTAS, NESTA NOSSA REVISTA, NA ESPERANÇA DE DESPERTAR, EM NOSSOS ADMINISTRADORES, A CONSIDERAÇÃO QUE BEM MERECEM OS NOSSOS ANTEPASSADOS, "VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA".<br />
<br />
No dia 14 de Outubro de 1865, há 100 anos, em urna lancha e duas canoas, partiram da então colônia Itajahy-Brusque, rumo à Capital da Província, 25 voluntários que atenderam à convocação da Lei n°. 3.371 de 7 de Janeiro desse mesmo ano, do Governo Imperial.<br />
<br />
Contando apenas 5 anos, Brusque ofereceu esse apreciável número de voluntários, graças às atividades empreendidas por [[Maximilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] junto aos colonos germânicos, que sabia em condições necessárias e qualidades para defenderem sua nova Pátria. O alistamento foi rápido, aproximadamente 15 dias, pois o diretor recebera, nos primeiros dias de Outubro, ofício do presidente da Província, autorizando-o a abrir o voluntariado.<br />
<br />
Houve uma série de pequenos incidentes relacionados com a convocação, provocados pelo agrimensor [[Frederico Heeren]] e [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]], ex-secretário da Colônia, ambos pretendendo disputar com o [[Maximilian von Schneeburg|Barão]] a autoridade e a primazia do Voluntariado. [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]], entretanto, contornou diplomaticamente a situação, mantendo a dignidade de seu cargo e da missão orientadora do alistamento. Realizaram-se algumas reuniões preparatórias e de esclarecimento, especialmente com relação aos benefícios que teriam os conscritos e suas famílias. O governo concedia um abono de 300$000 a cada voluntário engajado e o [[Maximilian von Schneeburg|Barão]] entendeu-se com o Presidente da Província pedindo para que cada um recebesse, antes da partida, a metade daquela importância. Outras quotas seriam concedidas mensalmente, destinadas às Famílias e descontadas de seus soldados. Cada voluntário, ao partir, recebeu uma ajuda de 15$000. Ultimadas as providências em reunião realizada numa taberna da sede, seguiram os voluntários sábado, 14 de Outubro. O percurso deu-se normalmente até a Barra do rio de onde marcharam até a sede da vila de Itajahy, embarcando dias mais tarde rumo a Desterro. [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]] acompanhou os seus voluntários, confiando-os então a [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Seckendorf]], já no posto de tenente. Eis a relação: <br />
<br />
[[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]] — Tenente [[Augusto Peters]] — cabo [[Roberto Schmidt]], [[Ricardo Vollrath]], [[Frederico Moritz]], [[Germando Glokenkemper]], [[Valentin Schaefer]], [[Simão Habitzreuter]], [[Eduardo Becker]], [[Eduardo Bachmann]], [[José Schorck]], [[Guilherme José Oelhafen]], [[João Schwanberger]], [[Antônio Dinkelborg]], [[Emílio Puhlmann]], [[Vicente J. Barth]], [[João José Hermes]], [[José Schlindwein]], [[Augusto Jansen]], [[João Zabel]], [[Cosmo Vogel]]; [[Francisco A. Day]], [[Guilherme Oestrenger]] e um brasileiro cujo nome não consta da relação.<br />
<br />
Quando foram recolhidos os documentos que se encontravam em Florianópolis no Departamento de Terras e Colonização, entre os quais se encontravam os que ilustram estas linhas, julguei ter sido [[Raymundo Rodrigues]], de côr preta, o brasileiro cujo nome não se acha registrado. Dele adquiri uma espada de cavalariano, atualmente figurando no [[Museu e Arquivo Histórico do Vale do Itajaí-Mirim|Museu da "Casa de Brusque"]]. Entretanto, há pouco tempo, deparei com um exemplar do jornal "[[Brusquer Zeitung]]", de 1912, informando que naquele ano viviam em Brusque, [[Francisco A. Day]] e [[José Galiza]], veteranos da Guerra do Paraguay. Consultei pessoas idosas, contemporâneas dos dois velhos soldados, as quais confirmaram a nota do jornal inclusive que [[José Galiza]] era brasileiro. Até serem encontrados outros elementos, perdura a dúvida quanto à identidade do voluntário brasileiro. Os nomes dos voluntários citados constam da relação que inclui outros, das Colônias Dona Francisca<ref>Atual município de Joinville-SC.</ref>, Blumenau, Terezópolis e S. Pedro de Alcântara, lista assinada por [[Victor de Gilsa]] — capitão, [[Emílio Odebrecht]] — tenente e [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido Sekendorf]] — tenente.<br />
<br />
Mais tarde [[Eugenio Rieger]], um dos primeiros que se apresentou ao [[Maximilian von Schneeburg|Barão]], recebeu autorização para reunir novos voluntários. Conseguiu sete, que com ele seguiram no dia 8 de Fevereiro de 1866: [[Bernardo Josiger]], [[Detlef Sacht]], [[Antônio Boos]], [[Henrique Sacht]], [[Germano Boos]], [[Henrique Doreakot]] e [[Antônio Straub]]. Além de Rieger, [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]] e [[Alexandre Rufener]], médico da Colônia, foram os primeiros que se apresentaram, tendo [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]], em carta ao Presidente da Província, os recomendado ao oficialato. Rufener, entretanto, não seguiu, retirando mais tarde sua inscrição.<br />
<br />
São poucas as notícias que temos com relação ao destino que tiveram os nossos voluntários. [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]] transferiu-se para Blumenau, segundo apontamentos em documentos daquela Colônia. [[José Schork]] serviu dois meses, recebendo baixa em virtude de questões familiares. Em 1867 [[Roberto Schmidt]] foi dispensado por inválido, ao posto de 2°. sargento e ao apresentar-se ao diretor da Colônia, pediu a pensão a que tinha direito. Ainda em 1877, dia 16 de Novembro, esposas de voluntários que ainda se encontravam no Paraguai requereram ao Ministro da Guerra meios para sustentarem seus filhos frisando que a situação era insustentável. O requerimento foi devolvido ao diretor [[Barzilar Cottle]], por falta de selo! O Pastor evangélico [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandrescky]], segundo documento original em poder da [[Sociedade Amigos de Brusque|S.A.B.]], recebia parte dos soldos dos soldados, entregando-os às esposas ou familiares responsáveis. Registrou [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Sandreczki]] no Livro de Tombo da Comunidade, o nascimento de um filho do voluntário [[Augusto Peters]], ocorrido no dia 12 de Março de 1866. Em 1871, 27 de Abril, [[Francisco A. Day]] requereu um lote de terras na qualidade de veterano da Guerra e de acordo com o decreto 3371 de 7 de Janeiro de 1885, tendo [[Maximiliano de Borrowsky]], na direção interina da Colônia, considerado justo o pedido de [[Francisco A. Day|Day]]. Novamente [[Francisco A. Day|Day]], em 21 de Maio de 1872, e os seguintes veteranos: [[José Schlindwein]], [[Roberto Schmidt]], [[Frederico Moritz]], [[Augusto Peters]], [[Jorge Grünn]], [[Eduardo Bachmann]] e as senhoras [[Catarina Dinkelborg]], [[Regina Glokenkemper]], [[Luiz Ostringer]], [[Ana Oelhafen]] e [[Bárbara Schaeffer]] entregaram ao diretor Dr. [[Luiz Betim Paes Leme]] documento firmado por todos, solicitando do Governo da Província sua intercessão junto ao Governo Imperial para que lhes fossem concedidas as gratificações e mais vantagens garantidas em Lei, pedido já feito em 1870. [[Luiz Betim Paes Leme|Paes Leme]] endossou o pedido considerando justas e até sagradas as reivindicações desses colonos e viúvas. Caíram, pois, em defesa da nova Pátria que os acolhera os Voluntários: [[Antônio Dinkelborg]], [[Germano Glokenkemper]], [[Guilherme Ostringer]], [[Guilherme José Oelhafen]] e [[Valentin Schaefer]]. <br />
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No dia 27 de Julho de 1877 os nossos veteranos voltaram a requerer do Governo auxílio "na consideração que lhes merecer", e conforme regulamento. Não encontramos documentos ou notícias relacionadas com a concessão de benefícios a que tinham direito. É certo que sofreram agruras por falta desse direito que o Governo garantira antecipadamente. É bem possível que alguns tiveram o amparo de almas generosas como aconteceu a [[Raymundo Rodrigues]], que faleceu em Brusque com quase 100 anos, extremamente pobre. A Colônia tributou aos que regressaram as honras merecidas e o Governo bem cedo os esqueceu. Posso imaginá-los em suas andanças junto a tantos diretores de nossa Colônia, reclamando com humildade, numa desesperada tentativa de receber pequena parte do que lhes fora prometido. Aos poucos foram desaparecendo e a história apenas guardou os seus nomes. Brusque de hoje bem que poderia, decorridos 100 anos da partida de seus voluntários, render-lhes homenagem, fazendo inaugurar uma rua na forma como tantas outras cidades brasileiras o fizeram: RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA.<br />
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Brusque, 14 de Outubro de 1965.<br />
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'''Ayres Gevaerd'''<br />
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Cópia<br />
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Colonia Itajahy em 24 de Setembro de 1865.<br />
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Ilmo. e Exmo. Snr.<br />
<br />
Accuso a recepção do Officio que Vª. Excia. me fez a honra de dirigir-me confidencialmente do Gabinete da Presidencia com data de 5 de Setembro corrente, o qual só recebi no dia 18 do mesmo mez.<br />
<br />
Grato a todos os beneficios e benevolencias, que sempre me foram prodigalizados pelo Imperial Governo e pela hospitaleira Nação do Imperio do Brazil, minha Patria adoptiva a 40 annos, continuo com toda diligencia e de todo coração a cooperar e a promover a apresentação de Voluntários desta Colonia, naturalizados ou não, como briosos defensores do Brazil sua nova e generosa Patria e da alta Soberania do Augusto Imperador, contra os bandos atrozes do inimigo que invadiu o territorio Brazileiro, o devasta e massacra os habitantes com inauditas barbaridades, insultando a honra attentando à integridade do Império. Acompanha-me o pezar dos meus 65 anos de idade, sem os quais eu seria o primeiro de correr á Defeza do Brazil. Apresentarão-se resolvidos e dispostos para pegar as armas nesta Sagrada Guerra como Voluntarios o colono [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Seckendorf]], 35 annos de idade, casado e pai de familia — militou em Austria na cavallaria e em Schleswig Holstein como official de infantaria. O doctor [[Alexandre Ruffener]], actual e erudito medico da Colonia, 36 annos de idade, casado pai de familia, estando sua mulher e filhos ainda na Suissa. O colono [[Eugenio Rieger]], 33 annos de idade, casado, pai de familia, militou na Prussia na divisão pyrotechnica d'Artilharia e no Brazil como official instrutor da Theoria e Exercicio das armas de agulhas fulminantes no 1° batalhão de fuzileiros na Côrte em 1853. Tomo respeitosamente a liberdade de expor a Va. Excia. com toda devida franqueza fundada em pronunciadas declarações de vários, que de bom grado se alistariam como Voluntarios, se o Governo Imperial (eles são pobres) lhes mandasse pagar a gratificação de Rs. 300$000 prometidos a cada um, ou a metade no momento em que se alistão, alem de que os casados possão deixar algum dinheiro á suas familias para arranjos domesticos durante as suas ausencias, e os solteiros para que possão em parte remediar a seus pais a falta que por suas ausencias necessariamente mais ou menos se deriva. Assim animados se apresentarão com tranquilidade e sem receios para suas familias ou paes em numero consideravel e com energia para o nobre serviço de defensores voluntarios de sua nova Patria. Os primeiros que mencionei á Va. Excia. no presente officio serem bem dispostos para o serviço voluntario tem habilitações a serem nomeados oficiais. Peço a Va. Excia. para o bem do proprio alistamento de Voluntarios, de mandar especificar com a mais veloz e determinante resposta: quais são as garantias que o Imperial Governo concede a estes Voluntarios, por isto que os decretos Imperiais emanados á favor dos Nacionais Voluntarios da Patria, de que tãobem os não naturalizados gozarão igualmente, afixados nos lugares mais Publicos da Colonia, forão destruidos pelas chuvas e não existem mais. Os mencionados e muitos outros bem resolvidos a prestarem Serviços voluntarios perguntam e querem saber:<br />
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"Se as Companhias a formar serão como esperam exclusivamente compostos por individuos a officialidades allemães".<br />
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"Qual é o vencimento completo mensal de cada official confor-me a sua graduação", <br />
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"Se os officiais e medicos recebem a mesma gratificação de 200$000 ou mais". " Qual é o pret-etapes e mais achegos de cada soldado Volunta-rio por dia". "Se os aleijados nesta Guerra por feridas recebem pensão e qual". "Se as viuvas daquelles que ficão mortos percebem pensão e qual". Os dispostos para se prestarem como Voluntarios requerem que o Imperial Governo lhes mande pagar a gratificação promettida de 300$000 ou parte della e quanto na occasião de prestarem o juramen-to a Bandeira, a qual quantia por equidade pedem não ser inferior a qualquer concessão que o Governo se dignar a pagar a Colonos de qualquer outra Colonia do Estado neste sentido. Peço a Va. Excia,. que me mande fornecer os meios para poder fazer as despezas como me authorizam os Voluntarios na sua viagem daqui a Desterro, pres-tarão o juramento a Bandeira. Peço finalmente ordens precisas de Va. Excia. quanto por dia eu posso pagar (Como V. Excia. me au-thorizou) desde o dia em que se apresentem os Voluntarios nesta Di-rectoria de Colonia de seus soldos, e de mandar-Ime os meios para isto. É quanto tenho com o mais alto respeito de levar ao conhecimen-to de V. Excia. e sou persuadido que só e principalmente pelo paga-mento adeantado de uma parte da gratificação prometida se apresen-tam promptamente um bom numero de Voluntarios. DEOS GUARDE a V. Excia. <br />
Illmo. e Exmo. Senr. Dr. Adolfo de Barros Cavalcanti de Al-buquerque Lacerda, Digmo. Presidente da Provincia de Santa Catarina. O Director da C'olonia Itajahy — Brusque: Barão de Schneéburg. <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 86-90. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
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[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Os_%22volunt%C3%A1rios_da_p%C3%A1tria%22_de_Brusque_na_Guerra_do_Paraguai&diff=16926Os "voluntários da pátria" de Brusque na Guerra do Paraguai2024-01-22T12:34:45Z<p>Alicas: </p>
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<div>'''Os "Voluntários da Pátria" de Brusque na guerra do Paraguai'''<br />
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NOTA: EXATAMENTE 13 ANOS DEPOIS, VOLTO A DAR PUBLICIDADE A ESTAS NOTAS, NESTA NOSSA REVISTA, NA ESPERANÇA DE DESPERTAR, EM NOSSOS ADMINISTRADORES, A CONSIDERAÇÃO QUE BEM MERECEM OS NOSSOS ANTEPASSADOS, "VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA".<br />
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No dia 14 de Outubro de 1865, há 100 anos, em urna lancha e duas canoas, partiram da então colônia Itajahy-Brusque, rumo à Capital da Província, 25 voluntários que atenderam à convocação da Lei n°. 3.371 de 7 de Janeiro desse mesmo ano, do Governo Imperial.<br />
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Contando apenas 5 anos, Brusque ofereceu esse apreciável número de voluntários, graças às atividades empreendidas por [[Maximilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] junto aos colonos germânicos, que sabia em condições necessárias e qualidades para defenderem sua nova Pátria. O alistamento foi rápido, aproximadamente 15 dias, pois o diretor recebera, nos primeiros dias de Outubro, ofício do presidente da Província, autorizando-o a abrir o voluntariado.<br />
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Houve uma série de pequenos incidentes relacionados com a convocação, provocados pelo agrimensor [[Frederico Heeren]] e [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]], ex-secretário da Colônia, ambos pretendendo disputar com o [[Maximilian von Schneeburg|Barão]] a autoridade e a primazia do Voluntariado. [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]], entretanto, contornou diplomaticamente a situação, mantendo a dignidade de seu cargo e da missão orientadora do alistamento. Realizaram-se algumas reuniões preparatórias e de esclarecimento, especialmente com relação aos benefícios que teriam os conscritos e suas famílias. O governo concedia um abono de 300$000 a cada voluntário engajado e o [[Maximilian von Schneeburg|Barão]] entendeu-se com o Presidente da Província pedindo para que cada um recebesse, antes da partida, a metade daquela importância. Outras quotas seriam concedidas mensalmente, destinadas às Famílias e descontadas de seus soldados. Cada voluntário, ao partir, recebeu uma ajuda de 15$000. Ultimadas as providências em reunião realizada numa taberna da sede, seguiram os voluntários sábado, 14 de Outubro. O percurso deu-se normalmente até a Barra do rio de onde marcharam até a sede da vila de Itajahy, embarcando dias mais tarde rumo a Desterro. [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]] acompanhou os seus voluntários, confiando-os então a [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Seckendorf]], já no posto de tenente. Eis a relação: <br />
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[[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]] — Tenente [[Augusto Peters]] — cabo [[Roberto Schmidt]], [[Ricardo Vollrath]], [[Frederico Moritz]], [[Germando Glokenkemper]], [[Valentin Schaefer]], [[Simão Habitzreuter]], [[Eduardo Becker]], [[Eduardo Bachmann]], [[José Schorck]], [[Guilherme José Oelhafen]], [[João Schwanberger]], [[Antônio Dinkelborg]], [[Emílio Puhlmann]], [[Vicente J. Barth]], [[João José Hermes]], [[José Schlindwein]], [[Augusto Jansen]], [[João Zabel]], [[Cosmo Vogel]]; [[Francisco A. Day]], [[Guilherme Oestrenger]] e um brasileiro cujo nome não consta da relação.<br />
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Quando foram recolhidos os documentos que se encontravam em Florianópolis no Departamento de Terras e Colonização, entre os quais se encontravam os que ilustram estas linhas, julguei ter sido [[Raymundo Rodrigues]], de côr preta, o brasileiro cujo nome não se acha registrado. Dele adquiri uma espada de cavalariano, atualmente figurando no [[Museu e Arquivo Histórico do Vale do Itajaí-Mirim|Museu da "Casa de Brusque"]]. Entretanto, há pouco tempo, deparei com um exemplar do jornal "[[Brusquer Zeitung]]", de 1912, informando que naquele ano viviam em Brusque, [[Francisco A. Day]] e [[José Galiza]], veteranos da Guerra do Paraguay. Consultei pessoas idosas, contemporâneas dos dois velhos soldados, as quais confirmaram a nota do jornal inclusive que [[José Galiza]] era brasileiro. Até serem encontrados outros elementos, perdura a dúvida quanto à identidade do voluntário brasileiro. Os nomes dos voluntários citados constam da relação que inclui outros, das Colônias Dona Francisca<ref>Atual município de Joinville-SC.</ref>, Blumenau, Terezópolis e S. Pedro de Alcântara, lista assinada por [[Victor de Gilsa]] — capitão, [[Emílio Odebrecht]] — tenente e [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido Sekendorf]] — tenente.<br />
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Mais tarde [[Eugenio Rieger]], um dos primeiros que se apresentou ao [[Maximilian von Schneeburg|Barão]], recebeu autorização para reunir novos voluntários. Conseguiu sete, que com ele seguiram no dia 8 de Fevereiro de 1866: [[Bernardo Josiger]], [[Detlef Sacht]], [[Antônio Boos]], [[Henrique Sacht]], [[Germano Boos]], [[Henrique Doreakot]] e [[Antônio Straub]]. Além de Rieger, [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]] e [[Alexandre Rufener]], médico da Colônia, foram os primeiros que se apresentaram, tendo [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]], em carta ao Presidente da Província, os recomendado ao oficialato. Rufener, entretanto, não seguiu, retirando mais tarde sua inscrição.<br />
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São poucas as notícias que temos com relação ao destino que tiveram os nossos voluntários. [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]] transferiu-se para Blumenau, segundo apontamentos em documentos daquela Colônia. [[José Schork]] serviu dois meses, recebendo baixa em virtude de questões familiares. Em 1867 [[Roberto Schmidt]] foi dispensado por inválido, ao posto de 2°. sargento e ao apresentar-se ao diretor da Colônia, pediu a pensão a que tinha direito. Ainda em 1877, dia 16 de Novembro, esposas de voluntários que ainda se encontravam no Paraguai requereram ao Ministro da Guerra meios para sustentarem seus filhos frisando que a situação era insustentável. O requerimento foi devolvido ao diretor [[Barzilar Cottle]], por falta de selo! O Pastor evangélico [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Henrique Sandrescky]], segundo documento original em poder da [[Sociedade Amigos de Brusque|S.A.B.]], recebia parte dos soldos dos soldados, entregando-os às esposas ou familiares responsáveis. Registrou [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Sandreczki]] no Livro de Tombo da Comunidade, o nascimento de um filho do voluntário [[Augusto Peters]], ocorrido no dia 12 de Março de 1866. Em 1871, 27 de Abril, [[Francisco A. Day]] requereu um lote de terras na qualidade de veterano da Guerra e de acordo com o decreto 3371 de 7 de Janeiro de 1885, tendo [[Maximiliano de Borrowsky]], na direção interina da Colônia, considerado justo o pedido de [[Francisco A. Day|Day]]. Novamente [[Francisco A. Day|Day]], em 21 de Maio de 1872, e os seguintes veteranos: [[José Schlindwein]], [[Roberto Schmidt]], [[Frederico Moritz]], [[Augusto Peters]], [[Jorge Grünn]], [[Eduardo Bachmann]] e as senhoras [[Catarina Dinkelborg]], [[Regina Glokenkemper]], [[Luiz Ostringer]], [[Ana Oelhafen]] e [[Bárbara Schaeffer]] entregaram ao diretor Dr. [[Luiz Betim Paes Leme]] documento firmado por todos, solicitando do Governo da Província sua intercessão junto ao Governo Imperial para que lhes fossem concedidas as gratificações e mais vantagens garantidas em Lei, pedido já feito em 1870. [[Luiz Betim Paes Leme|Paes Leme]] endossou o pedido considerando justas e até sagradas as reivindicações desses colonos e viúvas. Caíram, pois, em defesa da nova Pátria que os acolhera os Voluntários: [[Antônio Dinkelborg]], [[Germano Glokenkemper]], [[Guilherme Ostringer]], [[Guilherme José Oelhafen]] e [[Valentin Schaefer]]. <br />
<br />
No dia 27 de Julho de 18177 os nossos veteranos voltaram a re-querer do Governo auxílio "na consideração que lhes merecer", e con-forme regulamento. Não encontramos documentos ou notícias relacio-nadas com a concessão de benefícios a que tinham direito. É certo que sofreram agruras por falta desse direito que o Governo garantira an-tecipadamente. É bem possível que alguns tiveram o amparo de almas generosas como aconteceu a Raymundo Rodrigues, que faleceu em Brusque com quase 100 anos, extremamente pobre. A Colônia tribu-tou aos que regressaram as honras merecidas e o Governo bem cedo os esqueceu. Posso imaginá-los em suas andanças junto a tantos di-retores de nossa Colônia, reclamando com humildade, numa desespe-rada tentativa de receber pequena parte do que lhes fora prometido. Aos poucos foram desaparecendo e a história apenas guardou os seus nomes. Brusque de hoje bem que poderia, decorridos 100 anos da partida de seus voluntários, render-lhes homenagem, fazendo inaugu-rar uma rua na forma como tantas outras cidades brasileiras o fize-ram: RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA. Brusque, 14 de Outubro de 1965. <br />
Ayres Gevaerd <br />
Cópia Colonia Itajahy em 24 de Setembro de 1865. Ilmo. e Emano. Snr. <br />
Accuso a recepção do 04fficio que Va. Excia. me fez a honra de dirigir-me confidencialmente do GaWnete da Presidencia com da-ta de 5 de Setembro corrente, o qual só recebi no dia 18 do mesmo mez. Grato a todos os beneficios e benevclencias, que sempre me foram <br />
— 88 —<br />
prodigalizados pelo Imperial Governo e pela hospitaleira Nação do Imperio do Brazil, minha Patria adoptiva a 40 annos, continuo com toda diligencia. e de todo coração a cooperar e a promover a apresen-tação de Voluntários desta Colonia, naturalizados ou não, como briosos defensores do Brazil sua nova e generosa Patria e da alta Soberania do Augusto Imperador, contra os bandos atrozes do inimigo que in-vadiu o territorio Brazileiro, o devasta e massacra os habitantes com inauditas barbaridades, insultando a honra attentando à integridade do Império. Acompanha-me o pezar dos meus 65 anos. de idade, sem os quais eu seria o primeiro de correr á Defeza do Brazil. Apresen-tarão-se resolvidos e 'dispostos para pegar as armas nesta Sagrada Guerra como Voluntarios o colono [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Seckendorf]], 35 annos de idade, casado e pai de familia — militou em Austria na cavallaria e em Schleesvig Holstein como official de infantaria. O doctor Alexan-dre Ruffener, actual e erudito medico da Colonia, 36 annos de idade, casado pai de familia, estando sua mulher e filhos ainda na Suissa. O colono Eugenio Rieger, 33 annos de idade, casado, pai de familia, militou na Prussia na divisão pyrotechnica d'Artilharia e no Brazil como official instrutor da Theoria e Exercicio das armas de agulhas fulminantes no 1° batalhão de fuzileiros na Côrte em 1853. Tomo respeitosamente a liberdade de expor a Vá. Excia. com toda devida franqueza fundada em pronunciadas declarações de vários, que de bom grado se alistariam como Voluntarios, se o Governo Imperial (eles são pobres) lhes mandasse pagar a gratificação de Rs. 30.4000 prometidos a cada um, ou a metade no momento em que se alistão, alem de que os casados possão deixar algum dinheiro á suas familias para arranjos domesticos durante as suas ausencias, e os solteiros para que possão em parte remediar a seus pais a falta que por suas ausencias necessariamente mais ou menos se deriva. Assim animados se apresentarão com tranquilidade e sem receios para suas familias ou paes em numero consideravel e com energia para o nobre serviço de defensores voluntarios de sua nova Patria. Os primeiros que men-cionei á Va. Excia. no presente officio serem bem dispostos para o serviço voluntario tem habilitações a serem nomeados oficiais. Peço a Va. Excia. para o bem do proprio alistamento de Voluntarios, de mandar especificar com a mais veloz e determinante resposta: quais são as garantias que o Imperial Governo concede a estes Voluntarios, por isto que os decretos Imperiais emanados á favor dos Nacionais Voluntarios da Patria, de que tãobem os não naturalizados go-zarão igualmente, afixados nos lugares mais Publicos da Colonia, Po-rão destruidos pelas chuvas e não existem mais. • Os mencionados e muitos outros bem resolvidos a prestarem Serviços voluntarios per-guntam e querem saber: "Se as Companhias a formar serão como esperam exclusiva-mente compostos por individuos a officialidades allemães". "Qual é o vencimento completo mensal de cada official confor-me a sua graduação", <br />
<br />
"Se os officiais e medicos recebem a mesma gratificação de 200$000 ou mais". " Qual é o pret-etapes e mais achegos de cada soldado Volunta-rio por dia". "Se os aleijados nesta Guerra por feridas recebem pensão e qual". "Se as viuvas daquelles que ficão mortos percebem pensão e qual". Os dispostos para se prestarem como Voluntarios requerem que o Imperial Governo lhes mande pagar a gratificação promettida de 300$000 ou parte della e quanto na occasião de prestarem o juramen-to a Bandeira, a qual quantia por equidade pedem não ser inferior a qualquer concessão que o Governo se dignar a pagar a Colonos de qualquer outra Colonia do Estado neste sentido. Peço a Va. Excia,. que me mande fornecer os meios para poder fazer as despezas como me authorizam os Voluntarios na sua viagem daqui a Desterro, pres-tarão o juramento a Bandeira. Peço finalmente ordens precisas de Va. Excia. quanto por dia eu posso pagar (Como V. Excia. me au-thorizou) desde o dia em que se apresentem os Voluntarios nesta Di-rectoria de Colonia de seus soldos, e de mandar-Ime os meios para isto. É quanto tenho com o mais alto respeito de levar ao conhecimen-to de V. Excia. e sou persuadido que só e principalmente pelo paga-mento adeantado de uma parte da gratificação prometida se apresen-tam promptamente um bom numero de Voluntarios. DEOS GUARDE a V. Excia. <br />
Illmo. e Exmo. Senr. Dr. Adolfo de Barros Cavalcanti de Al-buquerque Lacerda, Digmo. Presidente da Provincia de Santa Catarina. O Director da C'olonia Itajahy — Brusque: Barão de Schneéburg. <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 86-90. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Os_%22volunt%C3%A1rios_da_p%C3%A1tria%22_de_Brusque_na_Guerra_do_Paraguai&diff=16925Os "voluntários da pátria" de Brusque na Guerra do Paraguai2024-01-22T12:07:30Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Os "Voluntários da Pátria" de Brusque na guerra do Paraguai'''<br />
<br />
NOTA: EXATAMENTE 13 ANOS DEPOIS, VOLTO A DAR PUBLICIDADE A ESTAS NOTAS, NESTA NOSSA REVISTA, NA ESPERANÇA DE DESPERTAR, EM NOSSOS ADMINISTRADORES, A CONSIDERAÇÃO QUE BEM MERECEM OS NOSSOS ANTEPASSADOS, "VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA".<br />
<br />
No dia 14 de Outubro de 1865, há 100 anos, em urna lancha e duas canoas, partiram da então colônia Itajahy-Brusque, rumo à Capital da Província, 25 voluntários que atenderam à convocação da Lei n°. 3.371 de 7 de Janeiro desse mesmo ano, do Governo Imperial.<br />
<br />
Contando apenas 5 anos, Brusque ofereceu esse apreciável número de voluntários, graças às atividades empreendidas por [[Maximilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] junto aos colonos germânicos, que sabia em condições necessárias e qualidades para defenderem sua nova Pátria. O alistamento foi rápido, aproximadamente 15 dias, pois o diretor recebera, nos primeiros dias de Outubro, ofício do presidente da Província, autorizando-o a abrir o voluntariado.<br />
<br />
Houve uma série de pequenos incidentes relacionados com a convocação, provocados pelo agrimensor [[Frederico Heeren]] e [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]], ex-secretário da Colônia, ambos pretendendo disputar com o [[Maximilian von Schneeburg|Barão]] a autoridade e a primazia do Voluntariado. [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]], entretanto, contornou diplomaticamente a situação, mantendo a dignidade de seu cargo e da missão orientadora do alistamento. Realizaram-se algumas reuniões preparatórias e de esclarecimento, especialmente com relação aos benefícios que teriam os conscritos e suas famílias. O governo concedia um abono de 300$000 a cada voluntário engajado e o [[Maximilian von Schneeburg|Barão]] entendeu-se com o Presidente da Província pedindo para que cada um recebesse, antes da partida, a metade daquela importância. Outras quotas seriam concedidas mensalmente, destinadas às Famílias e descontadas de seus soldados. Cada voluntário, ao partir, recebeu uma ajuda de 15$000. Ultimadas as providências em reunião realizada numa taberna da sede, seguiram os voluntários sábado, 14 de Outubro. O percurso deu-se normalmente até a Barra do rio de onde marcharam até a sede da vila de Itajahy, embarcando dias mais tarde rumo a Desterro. [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]] acompanhou os seus voluntários, confiando-os então a [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Seckendorf]], já no posto de tenente. Eis a relação: <br />
<br />
[[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]] — Tenente [[Augusto Peters]] — cabo [[Roberto Schmidt]], [[Ricardo Vollrath]], [[Frederico Moritz]], [[Germando Glokenkemper]], [[Valentin Schaefer]], [[Simão Habitzreuter]], [[Eduardo Becker]], [[Eduardo Bachmann]], [[José Schorck]], [[Guilherme José Oelhafen]], [[João Schwanberger]], [[Antônio Dinkelborg]], [[Emílio Puhlmann]], [[Vicente J. Barth]], [[João José Hermes]], [[José Schlindwein]], [[Augusto Jansen]], [[João Zabel]], [[Cosmo Vogel]]; [[Francisco A. Day]], [[Guilherme Oestrenger]] e um brasileiro cujo nome não consta da relação.<br />
<br />
Quando foram recolhidos os documentos que se encontravam em Florianópolis no Departamento de Terras e Colonização, entre os quais se encontravam os que ilustram estas linhas, julguei ter sido [[Raymundo Rodrigues]], de côr preta, o brasileiro cujo nome não se acha registrado. Dele adquiri uma espada de cavalariano, atualmente figurando no [[Museu e Arquivo Histórico do Vale do Itajaí-Mirim|Museu da "Casa de Brusque"]]. Entretanto, há pouco tempo, deparei com um exemplar do jornal "[[Brusquer Zeitung]]", de 1912, informando que naquele ano viviam em Brusque, [[Francisco A. Day]] e [[José Galiza]], veteranos da Guerra do Paraguay. Consultei pessoas idosas, contemporâneas dos dois velhos soldados, as quais confirmaram a nota do jornal inclusive que [[José Galiza]] era brasileiro. Até serem encontrados outros elementos, perdura a dúvida quanto à identidade do voluntário brasileiro. Os nomes dos voluntários citados constam da relação que inclui outros, das Colônias Dona Francisca<ref>Atual município de Joinville-SC.</ref>, Blumenau, Terezópolis e S. Pedro de Alcântara, lista assinada por [[Victor de Gilsa]] — capitão, [[Emílio Odebrecht]] — tenente e [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido Sekendorf]] — tenente.<br />
<br />
Mais tarde [[Eugenio Rieger]], um dos primeiros que se apresentou ao [[Maximilian von Schneeburg|Barão]], recebeu autorização para reunir novos voluntários. Conseguiu sete, que com ele seguiram no dia 8 de Fevereiro de 1866: [[Bernardo Josiger]], [[Detlef Sacht]], [[Antônio Boos]], [[Henrique Sacht]], [[Germano Boos]], [[Henrique Doreakot]] e [[Antônio Straub]]. Além de Rieger, [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]] e [[Alexandre Rufener]], médico da Colônia, foram os primeiros que se apresentaram, tendo [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]], em carta ao Presidente da Província, os recomendado ao oficialato. Rufener, entretanto, não seguiu, retirando mais tarde sua inscrição.<br />
<br />
São poucas as notícias que temos com relação ao destino que ti-veram os nossos voluntários. Guido de Sekendorf transferiu-se para Blumenau, segundo apontamentos em documentos daquela Colônia. José Schork serviu dois meses, recebendo baixa em virtude de questões familiares. Em 1867 Roberto Schmidt foi dispensado por inválido, an posto de 2°. sargento e ao apresentar-se ao diretor da Colônia, pediu a pensão a que tinha direito. Ainda em 1877, dia 16 de Novembro, es-posas de voluntários que ainda se encontravam no Paraguai requereram ao Ministro da Guerra meios para sustentarem seus filhos frisando que a situação era insustentável. O requerimento foi devolvido ao diretor Barzilar Cottle, por falta de selo! O Pastor evangélico Henrique San-drescky, segundo documento original em poder da S.A.B., recebia par-te dos soldos dos soldados, entregando-os ,às esposas ou familiares res-ponsáveis. Registrou [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Sandreczki]] no Livro de Tombo da Comunidade, o nascimento de um filho do voluntário Augusto Peters, ocorrido no dia <br />
— 87 —<br />
12 de Março de 1866. Fm 1871, 27 de Abril, Francisco A. Day requereu um lote de terras na qualidade de veterano da Guerra e de acordo com o decreto 3371 de 7,de Janeiro de 1885, tendo Maxifiliano de BorrovsL ky, na direção interina da Colônia, considerado justo o pedido de Day. Novamente Day, em 21 de Maio de 1872, e os seguintes veteranos: José Schlindwein, Roberto Schmidt, Frederico Moritz, Augusto Peters, Jorge Grünn, Eduardo Bachmann e as senhoras Catarina Dinkelborg, Regina Glokenkemper, Luiz Ostringer, Ana Oelhafen e Bárbara Schaeffei entre-garam ao diretor Dr. Luiz Betin Paes Leme documento firmado por todos, solicitando do Governo da Província sua intercessão junto ao Governo Imperial para que lhes fossem concedidas as gratificações e mais vantagens garantidas em Lei, pedido já feito em 1870. Paes Leme endossou o pedido considerando justas e até sagradas as reivindicações desses colonos e viuvas. Caíram, pois, em defesa da nova Pátria que os acolhera os Voluntários: Antônio Dinkelborg, Germano Glokenkemper, Guilherme Ostringer, Guilherme José Oelhafen e Valentin Schaefer. <br />
No dia 27 de Julho de 18177 os nossos veteranos voltaram a re-querer do Governo auxílio "na consideração que lhes merecer", e con-forme regulamento. Não encontramos documentos ou notícias relacio-nadas com a concessão de benefícios a que tinham direito. É certo que sofreram agruras por falta desse direito que o Governo garantira an-tecipadamente. É bem possível que alguns tiveram o amparo de almas generosas como aconteceu a Raymundo Rodrigues, que faleceu em Brusque com quase 100 anos, extremamente pobre. A Colônia tribu-tou aos que regressaram as honras merecidas e o Governo bem cedo os esqueceu. Posso imaginá-los em suas andanças junto a tantos di-retores de nossa Colônia, reclamando com humildade, numa desespe-rada tentativa de receber pequena parte do que lhes fora prometido. Aos poucos foram desaparecendo e a história apenas guardou os seus nomes. Brusque de hoje bem que poderia, decorridos 100 anos da partida de seus voluntários, render-lhes homenagem, fazendo inaugu-rar uma rua na forma como tantas outras cidades brasileiras o fize-ram: RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA. Brusque, 14 de Outubro de 1965. <br />
Ayres Gevaerd <br />
Cópia Colonia Itajahy em 24 de Setembro de 1865. Ilmo. e Emano. Snr. <br />
Accuso a recepção do 04fficio que Va. Excia. me fez a honra de dirigir-me confidencialmente do GaWnete da Presidencia com da-ta de 5 de Setembro corrente, o qual só recebi no dia 18 do mesmo mez. Grato a todos os beneficios e benevclencias, que sempre me foram <br />
— 88 —<br />
prodigalizados pelo Imperial Governo e pela hospitaleira Nação do Imperio do Brazil, minha Patria adoptiva a 40 annos, continuo com toda diligencia. e de todo coração a cooperar e a promover a apresen-tação de Voluntários desta Colonia, naturalizados ou não, como briosos defensores do Brazil sua nova e generosa Patria e da alta Soberania do Augusto Imperador, contra os bandos atrozes do inimigo que in-vadiu o territorio Brazileiro, o devasta e massacra os habitantes com inauditas barbaridades, insultando a honra attentando à integridade do Império. Acompanha-me o pezar dos meus 65 anos. de idade, sem os quais eu seria o primeiro de correr á Defeza do Brazil. Apresen-tarão-se resolvidos e 'dispostos para pegar as armas nesta Sagrada Guerra como Voluntarios o colono [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Seckendorf]], 35 annos de idade, casado e pai de familia — militou em Austria na cavallaria e em Schleesvig Holstein como official de infantaria. O doctor Alexan-dre Ruffener, actual e erudito medico da Colonia, 36 annos de idade, casado pai de familia, estando sua mulher e filhos ainda na Suissa. O colono Eugenio Rieger, 33 annos de idade, casado, pai de familia, militou na Prussia na divisão pyrotechnica d'Artilharia e no Brazil como official instrutor da Theoria e Exercicio das armas de agulhas fulminantes no 1° batalhão de fuzileiros na Côrte em 1853. Tomo respeitosamente a liberdade de expor a Vá. Excia. com toda devida franqueza fundada em pronunciadas declarações de vários, que de bom grado se alistariam como Voluntarios, se o Governo Imperial (eles são pobres) lhes mandasse pagar a gratificação de Rs. 30.4000 prometidos a cada um, ou a metade no momento em que se alistão, alem de que os casados possão deixar algum dinheiro á suas familias para arranjos domesticos durante as suas ausencias, e os solteiros para que possão em parte remediar a seus pais a falta que por suas ausencias necessariamente mais ou menos se deriva. Assim animados se apresentarão com tranquilidade e sem receios para suas familias ou paes em numero consideravel e com energia para o nobre serviço de defensores voluntarios de sua nova Patria. Os primeiros que men-cionei á Va. Excia. no presente officio serem bem dispostos para o serviço voluntario tem habilitações a serem nomeados oficiais. Peço a Va. Excia. para o bem do proprio alistamento de Voluntarios, de mandar especificar com a mais veloz e determinante resposta: quais são as garantias que o Imperial Governo concede a estes Voluntarios, por isto que os decretos Imperiais emanados á favor dos Nacionais Voluntarios da Patria, de que tãobem os não naturalizados go-zarão igualmente, afixados nos lugares mais Publicos da Colonia, Po-rão destruidos pelas chuvas e não existem mais. • Os mencionados e muitos outros bem resolvidos a prestarem Serviços voluntarios per-guntam e querem saber: "Se as Companhias a formar serão como esperam exclusiva-mente compostos por individuos a officialidades allemães". "Qual é o vencimento completo mensal de cada official confor-me a sua graduação", <br />
<br />
"Se os officiais e medicos recebem a mesma gratificação de 200$000 ou mais". " Qual é o pret-etapes e mais achegos de cada soldado Volunta-rio por dia". "Se os aleijados nesta Guerra por feridas recebem pensão e qual". "Se as viuvas daquelles que ficão mortos percebem pensão e qual". Os dispostos para se prestarem como Voluntarios requerem que o Imperial Governo lhes mande pagar a gratificação promettida de 300$000 ou parte della e quanto na occasião de prestarem o juramen-to a Bandeira, a qual quantia por equidade pedem não ser inferior a qualquer concessão que o Governo se dignar a pagar a Colonos de qualquer outra Colonia do Estado neste sentido. Peço a Va. Excia,. que me mande fornecer os meios para poder fazer as despezas como me authorizam os Voluntarios na sua viagem daqui a Desterro, pres-tarão o juramento a Bandeira. Peço finalmente ordens precisas de Va. Excia. quanto por dia eu posso pagar (Como V. Excia. me au-thorizou) desde o dia em que se apresentem os Voluntarios nesta Di-rectoria de Colonia de seus soldos, e de mandar-Ime os meios para isto. É quanto tenho com o mais alto respeito de levar ao conhecimen-to de V. Excia. e sou persuadido que só e principalmente pelo paga-mento adeantado de uma parte da gratificação prometida se apresen-tam promptamente um bom numero de Voluntarios. DEOS GUARDE a V. Excia. <br />
Illmo. e Exmo. Senr. Dr. Adolfo de Barros Cavalcanti de Al-buquerque Lacerda, Digmo. Presidente da Provincia de Santa Catarina. O Director da C'olonia Itajahy — Brusque: Barão de Schneéburg. <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 86-90. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
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[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Os_%22volunt%C3%A1rios_da_p%C3%A1tria%22_de_Brusque_na_Guerra_do_Paraguai&diff=16924Os "voluntários da pátria" de Brusque na Guerra do Paraguai2024-01-22T11:58:45Z<p>Alicas: </p>
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<div>'''Os "Voluntários da Pátria" de Brusque na guerra do Paraguai'''<br />
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NOTA: EXATAMENTE 13 ANOS DEPOIS, VOLTO A DAR PUBLICIDADE A ESTAS NOTAS, NESTA NOSSA REVISTA, NA ESPERANÇA DE DESPERTAR, EM NOSSOS ADMINISTRADORES, A CONSIDERAÇÃO QUE BEM MERECEM OS NOSSOS ANTEPASSADOS, "VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA".<br />
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No dia 14 de Outubro de 1865, há 100 anos, em urna lancha e duas canoas, partiram da então colônia Itajahy-Brusque, rumo à Capital da Província, 25 voluntários que atenderam à convocação da Lei n°. 3.371 de 7 de Janeiro desse mesmo ano, do Governo Imperial.<br />
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Contando apenas 5 anos, Brusque ofereceu esse apreciável número de voluntários, graças às atividades empreendidas por [[Maximilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] junto aos colonos germânicos, que sabia em condições necessárias e qualidades para defenderem sua nova Pátria. O alistamento foi rápido, aproximadamente 15 dias, pois o diretor recebera, nos primeiros dias de Outubro, ofício do presidente da Província, autorizando-o a abrir o voluntariado.<br />
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Houve uma série de pequenos incidentes relacionados com a convocação, provocados pelo agrimensor [[Frederico Heeren]] e [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]], ex-secretário da Colônia, ambos pretendendo disputar com o [[Maximilian von Schneeburg|Barão]] a autoridade e a primazia do Voluntariado. [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]], entretanto, contornou diplomaticamente a situação, mantendo a dignidade de seu cargo e da missão orientadora do alistamento. Realizaram-se algumas reuniões preparatórias e de esclarecimento, especialmente com relação aos benefícios que teriam os conscritos e suas famílias. O governo concedia um abono de 300$000 a cada voluntário engajado e o [[Maximilian von Schneeburg|Barão]] entendeu-se com o Presidente da Província pedindo para que cada um recebesse, antes da partida, a metade daquela importância. Outras quotas seriam concedidas mensalmente, destinadas às Famílias e descontadas de seus soldados. Cada voluntário, ao partir, recebeu uma ajuda de 15$000. Ultimadas as providências em reunião realizada numa taberna da sede, seguiram os voluntários sábado, 14 de Outubro. O percurso deu-se normalmente até a Barra do rio de onde marcharam até a sede da vila de Itajahy, embarcando dias mais tarde rumo a Desterro. [[Maximilian von Schneeburg|Schneéburg]] acompanhou os seus voluntários, confiando-os então a [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Seckendorf]], já no posto de tenente. Eis a relação: <br />
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[[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Sekendorf]] — Tenente [[Augusto Peters]] — cabo [[Roberto Schmidt]], [[Ricardo Vollrath]], [[Frederico Moritz]], [[Germando Glokenkemper]], [[Valentin Schaefer]], [[Simão Habitzreuter]], [[Eduardo Becker]], [[Eduardo Bachmann]], [[José Schorck]], [[Guilherme José Oelhafen]], [[João Schwanberger]], [[Antônio Dinkelborg]], [[Emílio Puhlmann]], [[Vicente J. Barth]], [[João José Hermes]], [[José Schlindwein]], [[Augusto Jansen]], [[João Zabel]], [[Cosmo Vogel]]; [[Francisco A. Day]], [[Guilherme Oestrenger]] e um brasileiro cujo nome não consta da relação.<br />
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Quando foram recolhidos os documentos que se encontravam em Florianópolis no Departamento de Terras e Colonização, entre os quais se encontravam os que ilustram estas linhas, julguei ter sido Raymundo Rodrigues, de côr preta, o brasileiro cujo nome não se acha registrado. Dele adquiri uma espada de cavalariano, atualmente figu-rando no Museu da "Casa de Brusque". Entretanto, há pouco tempo, deparei com um exemplar do jornal "Brusquer Zeitung", de 1912, in-formando que naquele ano viviam em Brusque, Francisco A. Day e José Galiza, veteranos da Guerra do Paraguay. Consultei pessoas ido-sas, contemporâneas dos dois velhos soldados, as quais confirmaram a nota do jornal inclusive que José Galiza era brasileiro. Até serem en contrados outros elementos, perdura a dúvida quanto à identidade do voluntário brasileiro. Os nomes dos voluntários citados constam da relação que inclui outros, das Colônias Dona Francisca, Blumenau, Te-rezópolis e S. Pedro de Alcântara, lista assinada por Victor de Gilsa — capitão, Emílio Odebrecht — tenente e Guido Sekendorf — tenente. Mais tarde Eugenio Rieger, um dos primeiros que se apresentou ao Barão, recebeu autorização para reunir novos voluntários. Conse-guiu sete, que com ele seguiram no dia 8 de Fevereiro de 1866: Ber-nardo Josiger, Detlef Sacht, Antônio Boos, Henrique Sacht, Germano Boos, Henrique Doreakot e Antônio Straub. Além de Rieger, Guido de Sekendorf e Alexandre Rufener, médico da Colônia, foram os primei-ros que se apresentaram, tendo Schneéburg, em carta ao Presidente da Província, os recomendado ao oficialato. Rufener, entretanto, não se-guiu, retirando mais tarde sua inscrição. São poucas as notícias que temos com relação ao destino que ti-veram os nossos voluntários. Guido de Sekendorf transferiu-se para Blumenau, segundo apontamentos em documentos daquela Colônia. José Schork serviu dois meses, recebendo baixa em virtude de questões familiares. Em 1867 Roberto Schmidt foi dispensado por inválido, an posto de 2°. sargento e ao apresentar-se ao diretor da Colônia, pediu a pensão a que tinha direito. Ainda em 1877, dia 16 de Novembro, es-posas de voluntários que ainda se encontravam no Paraguai requereram ao Ministro da Guerra meios para sustentarem seus filhos frisando que a situação era insustentável. O requerimento foi devolvido ao diretor Barzilar Cottle, por falta de selo! O Pastor evangélico Henrique San-drescky, segundo documento original em poder da S.A.B., recebia par-te dos soldos dos soldados, entregando-os ,às esposas ou familiares res-ponsáveis. Registrou [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Sandreczki]] no Livro de Tombo da Comunidade, o nascimento de um filho do voluntário Augusto Peters, ocorrido no dia <br />
— 87 —<br />
12 de Março de 1866. Fm 1871, 27 de Abril, Francisco A. Day requereu um lote de terras na qualidade de veterano da Guerra e de acordo com o decreto 3371 de 7,de Janeiro de 1885, tendo Maxifiliano de BorrovsL ky, na direção interina da Colônia, considerado justo o pedido de Day. Novamente Day, em 21 de Maio de 1872, e os seguintes veteranos: José Schlindwein, Roberto Schmidt, Frederico Moritz, Augusto Peters, Jorge Grünn, Eduardo Bachmann e as senhoras Catarina Dinkelborg, Regina Glokenkemper, Luiz Ostringer, Ana Oelhafen e Bárbara Schaeffei entre-garam ao diretor Dr. Luiz Betin Paes Leme documento firmado por todos, solicitando do Governo da Província sua intercessão junto ao Governo Imperial para que lhes fossem concedidas as gratificações e mais vantagens garantidas em Lei, pedido já feito em 1870. Paes Leme endossou o pedido considerando justas e até sagradas as reivindicações desses colonos e viuvas. Caíram, pois, em defesa da nova Pátria que os acolhera os Voluntários: Antônio Dinkelborg, Germano Glokenkemper, Guilherme Ostringer, Guilherme José Oelhafen e Valentin Schaefer. <br />
No dia 27 de Julho de 18177 os nossos veteranos voltaram a re-querer do Governo auxílio "na consideração que lhes merecer", e con-forme regulamento. Não encontramos documentos ou notícias relacio-nadas com a concessão de benefícios a que tinham direito. É certo que sofreram agruras por falta desse direito que o Governo garantira an-tecipadamente. É bem possível que alguns tiveram o amparo de almas generosas como aconteceu a Raymundo Rodrigues, que faleceu em Brusque com quase 100 anos, extremamente pobre. A Colônia tribu-tou aos que regressaram as honras merecidas e o Governo bem cedo os esqueceu. Posso imaginá-los em suas andanças junto a tantos di-retores de nossa Colônia, reclamando com humildade, numa desespe-rada tentativa de receber pequena parte do que lhes fora prometido. Aos poucos foram desaparecendo e a história apenas guardou os seus nomes. Brusque de hoje bem que poderia, decorridos 100 anos da partida de seus voluntários, render-lhes homenagem, fazendo inaugu-rar uma rua na forma como tantas outras cidades brasileiras o fize-ram: RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA. Brusque, 14 de Outubro de 1965. <br />
Ayres Gevaerd <br />
Cópia Colonia Itajahy em 24 de Setembro de 1865. Ilmo. e Emano. Snr. <br />
Accuso a recepção do 04fficio que Va. Excia. me fez a honra de dirigir-me confidencialmente do GaWnete da Presidencia com da-ta de 5 de Setembro corrente, o qual só recebi no dia 18 do mesmo mez. Grato a todos os beneficios e benevclencias, que sempre me foram <br />
— 88 —<br />
prodigalizados pelo Imperial Governo e pela hospitaleira Nação do Imperio do Brazil, minha Patria adoptiva a 40 annos, continuo com toda diligencia. e de todo coração a cooperar e a promover a apresen-tação de Voluntários desta Colonia, naturalizados ou não, como briosos defensores do Brazil sua nova e generosa Patria e da alta Soberania do Augusto Imperador, contra os bandos atrozes do inimigo que in-vadiu o territorio Brazileiro, o devasta e massacra os habitantes com inauditas barbaridades, insultando a honra attentando à integridade do Império. Acompanha-me o pezar dos meus 65 anos. de idade, sem os quais eu seria o primeiro de correr á Defeza do Brazil. Apresen-tarão-se resolvidos e 'dispostos para pegar as armas nesta Sagrada Guerra como Voluntarios o colono [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Seckendorf]], 35 annos de idade, casado e pai de familia — militou em Austria na cavallaria e em Schleesvig Holstein como official de infantaria. O doctor Alexan-dre Ruffener, actual e erudito medico da Colonia, 36 annos de idade, casado pai de familia, estando sua mulher e filhos ainda na Suissa. O colono Eugenio Rieger, 33 annos de idade, casado, pai de familia, militou na Prussia na divisão pyrotechnica d'Artilharia e no Brazil como official instrutor da Theoria e Exercicio das armas de agulhas fulminantes no 1° batalhão de fuzileiros na Côrte em 1853. Tomo respeitosamente a liberdade de expor a Vá. Excia. com toda devida franqueza fundada em pronunciadas declarações de vários, que de bom grado se alistariam como Voluntarios, se o Governo Imperial (eles são pobres) lhes mandasse pagar a gratificação de Rs. 30.4000 prometidos a cada um, ou a metade no momento em que se alistão, alem de que os casados possão deixar algum dinheiro á suas familias para arranjos domesticos durante as suas ausencias, e os solteiros para que possão em parte remediar a seus pais a falta que por suas ausencias necessariamente mais ou menos se deriva. Assim animados se apresentarão com tranquilidade e sem receios para suas familias ou paes em numero consideravel e com energia para o nobre serviço de defensores voluntarios de sua nova Patria. Os primeiros que men-cionei á Va. Excia. no presente officio serem bem dispostos para o serviço voluntario tem habilitações a serem nomeados oficiais. Peço a Va. Excia. para o bem do proprio alistamento de Voluntarios, de mandar especificar com a mais veloz e determinante resposta: quais são as garantias que o Imperial Governo concede a estes Voluntarios, por isto que os decretos Imperiais emanados á favor dos Nacionais Voluntarios da Patria, de que tãobem os não naturalizados go-zarão igualmente, afixados nos lugares mais Publicos da Colonia, Po-rão destruidos pelas chuvas e não existem mais. • Os mencionados e muitos outros bem resolvidos a prestarem Serviços voluntarios per-guntam e querem saber: "Se as Companhias a formar serão como esperam exclusiva-mente compostos por individuos a officialidades allemães". "Qual é o vencimento completo mensal de cada official confor-me a sua graduação", <br />
<br />
"Se os officiais e medicos recebem a mesma gratificação de 200$000 ou mais". " Qual é o pret-etapes e mais achegos de cada soldado Volunta-rio por dia". "Se os aleijados nesta Guerra por feridas recebem pensão e qual". "Se as viuvas daquelles que ficão mortos percebem pensão e qual". Os dispostos para se prestarem como Voluntarios requerem que o Imperial Governo lhes mande pagar a gratificação promettida de 300$000 ou parte della e quanto na occasião de prestarem o juramen-to a Bandeira, a qual quantia por equidade pedem não ser inferior a qualquer concessão que o Governo se dignar a pagar a Colonos de qualquer outra Colonia do Estado neste sentido. Peço a Va. Excia,. que me mande fornecer os meios para poder fazer as despezas como me authorizam os Voluntarios na sua viagem daqui a Desterro, pres-tarão o juramento a Bandeira. Peço finalmente ordens precisas de Va. Excia. quanto por dia eu posso pagar (Como V. Excia. me au-thorizou) desde o dia em que se apresentem os Voluntarios nesta Di-rectoria de Colonia de seus soldos, e de mandar-Ime os meios para isto. É quanto tenho com o mais alto respeito de levar ao conhecimen-to de V. Excia. e sou persuadido que só e principalmente pelo paga-mento adeantado de uma parte da gratificação prometida se apresen-tam promptamente um bom numero de Voluntarios. DEOS GUARDE a V. Excia. <br />
Illmo. e Exmo. Senr. Dr. Adolfo de Barros Cavalcanti de Al-buquerque Lacerda, Digmo. Presidente da Provincia de Santa Catarina. O Director da C'olonia Itajahy — Brusque: Barão de Schneéburg. <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 86-90. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Os_%22volunt%C3%A1rios_da_p%C3%A1tria%22_de_Brusque_na_Guerra_do_Paraguai&diff=16923Os "voluntários da pátria" de Brusque na Guerra do Paraguai2024-01-22T11:49:35Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''Os "Voluntários da Pátria" de Brusque na guerra do Paraguai'''<br />
<br />
NOTA: EXATAMENTE 13 ANOS DEPOIS, VOLTO A DAR PUBLICIDADE A ESTAS NOTAS, NESTA NOSSA REVISTA, NA ESPERANÇA DE DESPERTAR, EM NOSSOS ADMINISTRADORES, A CONSIDERAÇÃO QUE BEM MERECEM OS NOSSOS ANTEPASSADOS, "VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA".<br />
<br />
No dia 14 de Outubro de 1865, há 100 anos, em urna lancha e duas canoas, partiram da então colônia Itajahy-Brusque, rumo à Capital da Província, 25 voluntários que atenderam à convocação da Lei n°. 3.371 de 7 de Janeiro desse mesmo ano, do Governo Imperial.<br />
<br />
Contando apenas 5 anos, Brusque ofereceu esse apreciável número de voluntários, graças às atividades empreendidas por [[Maximilian von Schneeburg|Maximiliano de Schneéburg]] junto aos colonos germânicos, que sabia em condições necessárias e qualidades para defenderem sua nova Pátria. O alistamento foi rápido, aproximadamente 15 dias, pois o diretor recebera, nos primeiros dias de Outubro, ofício do presidente da Província, autorizando-o a abrir o voluntariado.<br />
<br />
Houve uma série de pequenos incidentes relacionados com a convocação, provocados pelo agrimensor [[Frederico Heeren]] e [[Guido de Sekendorf]], ex-secretário da Colônia, ambos pretendendo disputar com o Barão a autoridade e a primazia do Voluntariado. Schneéburg, entre-tanto, contornou diplomaticamente a situação, mantendo a dignidade de seu cargo e da missão orientadora do alistamento. Realizaram-se algumas reuniões preparatórias e de esclarecimento, especialmente com relação aos benefícios que teriam os conscritos e suas famílias. O governo conc.edia um abono de 300$000 a cada voluntário engajado e o Barão entendeu-se com o Presidente da Província pedindo para que cada um recebesse, antes da partida, a metade daquela importância. Outras quotas seriam concedidas mensalmente, destinadas às Famílias e descontadas de seus soldados. Cada voluntário, ao partir„ recebeu uma ajuda de 15$000. Ultimadas as providências em reunião realiza-da numa taberna da sede, seguiram os voluntários sábado, 14 de Ou-tubro. O percurso deu-se normalmente até a Barra do rio de onde marcharam até a sede da vila de Itajahy, embarcando dias mais tarde rumo a Desterro. Schneéburg acompanhou os seus voluntários, con-fiando-os então a [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Seckendorf]], já no posto de tenente. Eis a re-lação: <br />
Guido de Sekendorf — Tenente Augusto Peters — cabo Roberto Schmidt, Ricardo Vollrath, Frederico Moritz, Germando Glokenkemper, Valentin Schaefer, Simão Habitzreuter, Eduardo Bec <br />
80 — <br />
<br />
ker, Eduardo Bachmann, José Schorck, Guilherme José Oelhafen, João Schwanberger, Antônio Dinkelborg, Emílio Puhlmann, Vicente J. Barth, João José Hermes, José Schlindwein, Augusto Jansen, João Za-bel, Cosmo Vogel; Francisco A. Day, Guilherme Oestrenger e um bra-sileiro cujo nome não consta da relação. Quando foram recolhidos os documentos que se encontravam em Florianópolis no Departamento de Terras e Colonização, entre os quais se encontravam os que ilustram estas linhas, julguei ter sido Raymundo Rodrigues, de côr preta, o brasileiro cujo nome não se acha registrado. Dele adquiri uma espada de cavalariano, atualmente figu-rando no Museu da "Casa de Brusque". Entretanto, há pouco tempo, deparei com um exemplar do jornal "Brusquer Zeitung", de 1912, in-formando que naquele ano viviam em Brusque, Francisco A. Day e José Galiza, veteranos da Guerra do Paraguay. Consultei pessoas ido-sas, contemporâneas dos dois velhos soldados, as quais confirmaram a nota do jornal inclusive que José Galiza era brasileiro. Até serem en contrados outros elementos, perdura a dúvida quanto à identidade do voluntário brasileiro. Os nomes dos voluntários citados constam da relação que inclui outros, das Colônias Dona Francisca, Blumenau, Te-rezópolis e S. Pedro de Alcântara, lista assinada por Victor de Gilsa — capitão, Emílio Odebrecht — tenente e Guido Sekendorf — tenente. Mais tarde Eugenio Rieger, um dos primeiros que se apresentou ao Barão, recebeu autorização para reunir novos voluntários. Conse-guiu sete, que com ele seguiram no dia 8 de Fevereiro de 1866: Ber-nardo Josiger, Detlef Sacht, Antônio Boos, Henrique Sacht, Germano Boos, Henrique Doreakot e Antônio Straub. Além de Rieger, Guido de Sekendorf e Alexandre Rufener, médico da Colônia, foram os primei-ros que se apresentaram, tendo Schneéburg, em carta ao Presidente da Província, os recomendado ao oficialato. Rufener, entretanto, não se-guiu, retirando mais tarde sua inscrição. São poucas as notícias que temos com relação ao destino que ti-veram os nossos voluntários. Guido de Sekendorf transferiu-se para Blumenau, segundo apontamentos em documentos daquela Colônia. José Schork serviu dois meses, recebendo baixa em virtude de questões familiares. Em 1867 Roberto Schmidt foi dispensado por inválido, an posto de 2°. sargento e ao apresentar-se ao diretor da Colônia, pediu a pensão a que tinha direito. Ainda em 1877, dia 16 de Novembro, es-posas de voluntários que ainda se encontravam no Paraguai requereram ao Ministro da Guerra meios para sustentarem seus filhos frisando que a situação era insustentável. O requerimento foi devolvido ao diretor Barzilar Cottle, por falta de selo! O Pastor evangélico Henrique San-drescky, segundo documento original em poder da S.A.B., recebia par-te dos soldos dos soldados, entregando-os ,às esposas ou familiares res-ponsáveis. Registrou [[Johann Anton Heinrich Sandreczki|Sandreczki]] no Livro de Tombo da Comunidade, o nascimento de um filho do voluntário Augusto Peters, ocorrido no dia <br />
— 87 —<br />
12 de Março de 1866. Fm 1871, 27 de Abril, Francisco A. Day requereu um lote de terras na qualidade de veterano da Guerra e de acordo com o decreto 3371 de 7,de Janeiro de 1885, tendo Maxifiliano de BorrovsL ky, na direção interina da Colônia, considerado justo o pedido de Day. Novamente Day, em 21 de Maio de 1872, e os seguintes veteranos: José Schlindwein, Roberto Schmidt, Frederico Moritz, Augusto Peters, Jorge Grünn, Eduardo Bachmann e as senhoras Catarina Dinkelborg, Regina Glokenkemper, Luiz Ostringer, Ana Oelhafen e Bárbara Schaeffei entre-garam ao diretor Dr. Luiz Betin Paes Leme documento firmado por todos, solicitando do Governo da Província sua intercessão junto ao Governo Imperial para que lhes fossem concedidas as gratificações e mais vantagens garantidas em Lei, pedido já feito em 1870. Paes Leme endossou o pedido considerando justas e até sagradas as reivindicações desses colonos e viuvas. Caíram, pois, em defesa da nova Pátria que os acolhera os Voluntários: Antônio Dinkelborg, Germano Glokenkemper, Guilherme Ostringer, Guilherme José Oelhafen e Valentin Schaefer. <br />
No dia 27 de Julho de 18177 os nossos veteranos voltaram a re-querer do Governo auxílio "na consideração que lhes merecer", e con-forme regulamento. Não encontramos documentos ou notícias relacio-nadas com a concessão de benefícios a que tinham direito. É certo que sofreram agruras por falta desse direito que o Governo garantira an-tecipadamente. É bem possível que alguns tiveram o amparo de almas generosas como aconteceu a Raymundo Rodrigues, que faleceu em Brusque com quase 100 anos, extremamente pobre. A Colônia tribu-tou aos que regressaram as honras merecidas e o Governo bem cedo os esqueceu. Posso imaginá-los em suas andanças junto a tantos di-retores de nossa Colônia, reclamando com humildade, numa desespe-rada tentativa de receber pequena parte do que lhes fora prometido. Aos poucos foram desaparecendo e a história apenas guardou os seus nomes. Brusque de hoje bem que poderia, decorridos 100 anos da partida de seus voluntários, render-lhes homenagem, fazendo inaugu-rar uma rua na forma como tantas outras cidades brasileiras o fize-ram: RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA. Brusque, 14 de Outubro de 1965. <br />
Ayres Gevaerd <br />
Cópia Colonia Itajahy em 24 de Setembro de 1865. Ilmo. e Emano. Snr. <br />
Accuso a recepção do 04fficio que Va. Excia. me fez a honra de dirigir-me confidencialmente do GaWnete da Presidencia com da-ta de 5 de Setembro corrente, o qual só recebi no dia 18 do mesmo mez. Grato a todos os beneficios e benevclencias, que sempre me foram <br />
— 88 —<br />
prodigalizados pelo Imperial Governo e pela hospitaleira Nação do Imperio do Brazil, minha Patria adoptiva a 40 annos, continuo com toda diligencia. e de todo coração a cooperar e a promover a apresen-tação de Voluntários desta Colonia, naturalizados ou não, como briosos defensores do Brazil sua nova e generosa Patria e da alta Soberania do Augusto Imperador, contra os bandos atrozes do inimigo que in-vadiu o territorio Brazileiro, o devasta e massacra os habitantes com inauditas barbaridades, insultando a honra attentando à integridade do Império. Acompanha-me o pezar dos meus 65 anos. de idade, sem os quais eu seria o primeiro de correr á Defeza do Brazil. Apresen-tarão-se resolvidos e 'dispostos para pegar as armas nesta Sagrada Guerra como Voluntarios o colono [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Seckendorf]], 35 annos de idade, casado e pai de familia — militou em Austria na cavallaria e em Schleesvig Holstein como official de infantaria. O doctor Alexan-dre Ruffener, actual e erudito medico da Colonia, 36 annos de idade, casado pai de familia, estando sua mulher e filhos ainda na Suissa. O colono Eugenio Rieger, 33 annos de idade, casado, pai de familia, militou na Prussia na divisão pyrotechnica d'Artilharia e no Brazil como official instrutor da Theoria e Exercicio das armas de agulhas fulminantes no 1° batalhão de fuzileiros na Côrte em 1853. Tomo respeitosamente a liberdade de expor a Vá. Excia. com toda devida franqueza fundada em pronunciadas declarações de vários, que de bom grado se alistariam como Voluntarios, se o Governo Imperial (eles são pobres) lhes mandasse pagar a gratificação de Rs. 30.4000 prometidos a cada um, ou a metade no momento em que se alistão, alem de que os casados possão deixar algum dinheiro á suas familias para arranjos domesticos durante as suas ausencias, e os solteiros para que possão em parte remediar a seus pais a falta que por suas ausencias necessariamente mais ou menos se deriva. Assim animados se apresentarão com tranquilidade e sem receios para suas familias ou paes em numero consideravel e com energia para o nobre serviço de defensores voluntarios de sua nova Patria. Os primeiros que men-cionei á Va. Excia. no presente officio serem bem dispostos para o serviço voluntario tem habilitações a serem nomeados oficiais. Peço a Va. Excia. para o bem do proprio alistamento de Voluntarios, de mandar especificar com a mais veloz e determinante resposta: quais são as garantias que o Imperial Governo concede a estes Voluntarios, por isto que os decretos Imperiais emanados á favor dos Nacionais Voluntarios da Patria, de que tãobem os não naturalizados go-zarão igualmente, afixados nos lugares mais Publicos da Colonia, Po-rão destruidos pelas chuvas e não existem mais. • Os mencionados e muitos outros bem resolvidos a prestarem Serviços voluntarios per-guntam e querem saber: "Se as Companhias a formar serão como esperam exclusiva-mente compostos por individuos a officialidades allemães". "Qual é o vencimento completo mensal de cada official confor-me a sua graduação", <br />
<br />
"Se os officiais e medicos recebem a mesma gratificação de 200$000 ou mais". " Qual é o pret-etapes e mais achegos de cada soldado Volunta-rio por dia". "Se os aleijados nesta Guerra por feridas recebem pensão e qual". "Se as viuvas daquelles que ficão mortos percebem pensão e qual". Os dispostos para se prestarem como Voluntarios requerem que o Imperial Governo lhes mande pagar a gratificação promettida de 300$000 ou parte della e quanto na occasião de prestarem o juramen-to a Bandeira, a qual quantia por equidade pedem não ser inferior a qualquer concessão que o Governo se dignar a pagar a Colonos de qualquer outra Colonia do Estado neste sentido. Peço a Va. Excia,. que me mande fornecer os meios para poder fazer as despezas como me authorizam os Voluntarios na sua viagem daqui a Desterro, pres-tarão o juramento a Bandeira. Peço finalmente ordens precisas de Va. Excia. quanto por dia eu posso pagar (Como V. Excia. me au-thorizou) desde o dia em que se apresentem os Voluntarios nesta Di-rectoria de Colonia de seus soldos, e de mandar-Ime os meios para isto. É quanto tenho com o mais alto respeito de levar ao conhecimen-to de V. Excia. e sou persuadido que só e principalmente pelo paga-mento adeantado de uma parte da gratificação prometida se apresen-tam promptamente um bom numero de Voluntarios. DEOS GUARDE a V. Excia. <br />
Illmo. e Exmo. Senr. Dr. Adolfo de Barros Cavalcanti de Al-buquerque Lacerda, Digmo. Presidente da Provincia de Santa Catarina. O Director da C'olonia Itajahy — Brusque: Barão de Schneéburg. <br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 008|Revista Notícias de Vicente Só n. 08]] na página 86-90. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Revista_Not%C3%ADcias_de_Vicente_S%C3%B3_-_n%C3%BAmero_008&diff=16922Revista Notícias de Vicente Só - número 0082024-01-22T11:36:18Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>SUMÁRIO DA REVISTA NOTÍCIAS DE VICENTE-SÓ - NÚMERO 008<br />
<br />
ANO II - Outubro, Nov. e Dezembro de 1978<br />
<br />
*[[Os "voluntários da pátria" de Brusque na Guerra do Paraguai]]<br />
*[[Histórico da Comunidade Evangélica de Brusque - Hoje Paróquia Evangélica Luterana de Brusque]]<br />
*[[A rua das Carreiras]]<br />
*[[Personalidades do passado brusquense]]<br />
*[[Brusque em 1910]]<br />
*[[Documentos da Administração Barão Maximiliano de Schneéburg - A grande enchente do Rio Itajaí Mirim, em 1862]]<br />
<br />
'''CAPA: Concepção e gentileza de Wolfgang L. Rau.'''<br />
'''Clichê: vista parcial da Vila de Brusque no início do século.'''<br />
<br />
Acervo [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]. Para acessar a revista escaneada em formato PDF, basta acessar o site da Casa de Brusque em https://casadebrusque.com/noticias-de-vicente-so ou clicar diretamente aqui: https://adm.casadebrusque.com/uploads/paginas/6/arquivos/noticias-de-vicente-so-edicao-08-1677243214.pdf<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]] [[Categoria:Edições da Revista Notícias de Vicente Só]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|8]]</div>Alicashttps://enciclopedia.brusque.sc.gov.br/index.php?title=Documento_de_06_de_outubro_de_1862&diff=16921Documento de 06 de outubro de 18622024-01-17T19:40:14Z<p>Alicas: </p>
<hr />
<div>'''DIRECTORIA DA COLONIA BRUSQUE EM 06 DE OUTUBRO DE 1862.'''<br />
<br />
'''Exm°. e Revm°. Snr.'''<br />
<br />
Remetto à. Vª. Exª. o requerimento incluso de [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Guido de Seckendorff]], que foi entregue à, este Directoria com o acto anexo de cessão, feito pelos Colonos [[João Koole]] e [[Mathias Wagner]]. Pedio-se-me de diregir este requerimento às mãos de Vª. Exª.<br />
<br />
Afim de que Vª. Exª. esteja no especial e pleno conhecimento dessa transação informo respeitosamente o seguinte: <br />
<br />
[[João Koole]], Colono, chegou solteiro isolado, marinheiro, e recebeu em Outubro de 1860 o Lotte de terias N°. 83 no districto de [[Bateas|Batéas]], lugar chamado [[Poço Fundo|Poço fundo]], terreno incontestavel muito bom para cultura e industria. Elle casou-se com a filha do Colono [[Melchior Petermann]], estabelecido no seu Lotte N°. 4 situado na margem esquerda do Itajahy-mirim em terras superiores. [[João Koole|Koole]], pouco trabalhador no seu Lotte Nº. 88, reunio-se depois à familia do seu sogro no Lotte Nº. 4, procurando em meios parte seu sustento com navigar, ora por propria conta, ora como conductor de lanchas ou canoas. —<br />
<br />
[[João Koole|Koole]] cedeu livre e espontaneamente a metade occidental deste Lotte N°. 88 à [[Mathias Wagner]], com a condição de que [[Mathias Wagner|Wagner]] tome sobre si, sobre a parte cedida, e sobre as futuras bemfeitorias que nelle ficer, a metade de todo onus real, do que [[João Koole]] é devedor ao Imperial Governo; devendo [[Mathias Wagner|Wagner]] comprar esse parte de Lotte ao Estado.<br />
<br />
Pelo mencionado requerimento de [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Seckendorff]], assim como pelos dous actos de livre e espontanea cessões juntos, consta: que [[João Koole|Koole]] e [[Mathias Wagner|Wagner]] cedem juntos agora essa mesma metade occidental do Lotte 88 ao peticionario (se Vª. Exª. o consente e o admitte no nucleo da Colonia) tomando [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Seckendorff]] sobre a sua responsabilidade e sobre as suas futuras bemfeitorias a dita metade da divida total do primitivo proprietario [[João Koole|Koole]].<br />
<br />
[[Mathias Wagner|Wagner]] e familia vão domiciliar-se por circunstancias de familia, no estabelecimento de seus parentes no rio Itajany-assu, logo não aproveita do despacho de Vª. Eª. data 12 de Fevereiro de 1862, e por isso renuncia.<br />
<br />
Koole é pouco trabalhador na lavoura no seu Lotte N°. 88. Julgo por isso no interesse da Colonia e para maior garantia ao Estado, que o peticionaro [[Guido Arthur Hartmann von Seckendorff|Seckendorff]] cultive a metade do dito Lotte; principalmente que errija tambem, como declara na sua petição, um engenho de soccar arroz e de moer fuba de milho, o que julgo: seria não somente de utilidade aos Colonos do lugar, como daria maior valor a esse Lotte N°. 88 e mesmo aos Lottes hereos. —<br />
<br />
Sendo o essencial do requerente: o pedido de sua admissão no nucleo da Colonia, e da concessão de poder fazer os pagamentos da Divida e da compra deste terreno da metade do Lotte N°. 88 ao Estado, nos mesmos prazos, concedidos aos mais Colonos, submetto à consideração de Vª. Exª. esse caso, sobres o que Vª. Exª. determinará como por bem houver. — <br />
<br />
Deos Guarde à Vª. Exª.<br />
<br />
Exm°. e Revm°. Snr. Conselheiro [[Vicente Pires da Motta]]<br><br />
Dm°. Presidente da Provincia de Sta. Catharina<br><br />
O Director da Colonia [[Maximilian von Schneeburg|Barão de Schneéburg]]<br />
<br />
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 007|Revista Notícias de Vicente Só n. 07]] nas páginas 82-83. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
<br />
[[Ficheiro:Casa_de_Brusque.jpg|450 px|Casa de Brusque|Casa de Brusque]]<br />
[[Categoria:Notícias de Vicente Só|7]] [[Categoria:Documentos da Administração Colonial|1862]]</div>Alicas