Mudanças entre as edições de "Brusque"

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{{Info/Município do Brasil
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*[[Síntese Histórica|Clique aqui para ler a síntese histórica]]
<!-- GeoID=4202909 -->
 
<!-- Cabeçalho -->
 
|capital                = Brusque
 
|população                = 102.000
 
|leg_foto            = Sentido Horário: Ponte Estaiada Irineu Bornhausen, Réplica da [[Estátua da Liberdade]] na sede da Havan, Museu Arquidiocesano Dom Joaquim e Igreja Matriz Católica.
 
|apelido              = Cidade têxtil
 
|data_pib_per_capita  = [[IBGE]]/[[2008]]<ref name="IBGE_PIB"/>
 
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'''Brusque''' é um [[município]] [[brasil]]eiro do [[estados do Brasil|estado]] de [[Santa Catarina]]. Localiza-se a uma [[latitude]] 27º05'53" [[sul]] e a uma [[longitude]] 48º55'03" [[oeste]], estando a uma altitude de 21 metros. Sua população recenseada em [[2010]] é de 107.763 habitantes, sendo a 11ª maior cidade em população no Estado.
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*[[Francisco Carlos de Araújo Brusque|Clique aqui para ler a biografia de Francisco Carlos de Araújo Brusque]]
 
 
Possui uma área de 280,66&nbsp;km².
 
 
 
==Os primeiros imigrantes...==
 
 
 
De acordo com o historiador Oswaldo Rodrigues Cabral, o movimento colonizador de Santa Catarina iniciou-se no ano de 1829, dirigindo-se especialmente para a zona litorânea, com a chegada dos primeiros imigrantes alemães, que se localizaram, então, em território que constituía o Município de São José.
 
 
 
Estes escritos iniciam a obra: “Brusque: subsídios para a História de uma colônia nos tempos do Império”, pedra fundamental da pesquisa sobre a história de Brusque. Livro este que foi editado pela Sociedade Amigos de Brusque em comemoração ao primeiro Centenário da fundação da Colônia, em 1960.
 
 
 
O ano de 1829 marca a fundação da Colônia de São Pedro de Alcântara. Outras colônias alemãs podem ser enumeradas, 1837 em Vargem Grande; 1847 em Piedade; 1850 em Blumenau; Itajaí em 1860.
 
 
 
Voltemos a 25 de julho de 1860! Desembarcam em Itajaí, a primeira leva de 55 colonos alemães! O céu se achava nublado, quando partiram da ilha de Santa Catarina, com o vapor Belmonte, este que havia participado das operações da Guerra do Paraguai.
 
 
 
Sulcando o verde mar, o Belmonte tinha como destino à pequena vila de Itajaí! A bordo encontrava-se o Presidente da Província, Dr. Francisco Carlos de Araújo Brusque, que acompanhou os primeiros colonos até a barra do Itajaí-Mirim.
 
 
A nova colônia “Itajahy” leia-se Brusque, vai ser fundada pelo Barão Von Schneeburg, primeiro Diretor da Colônia em 1860. Guiados pelo Barão austríaco, esperançosos colonos alemães, seguiam em canoas rio acima, para o seu novo lar, entre eles: Augusto Hoeffelmann, João Wilhelm, Frederico Guilherme Neuhaus, João José Scharfenberg, Frederico Orthmann, João Germano Boiting, João Ostendarp, Jacob Morsch, Daniel Walter, Luis Richter ...
 
 
 
 
1860 - primeiro mapa de Brusque, assinado pelo Barão Maximiliano Schneeburg
 
Fonte: Museu e Arquivo Histórico do Vale do Itajaí-Mirim
 
 
De valor inestimável, são as cartas (relatórios) do Barão Schneeburg trocadas com o Presidente da Província Francisco Carlos de Araujo Brusque, sobre os primeiros tempos da colônia, reproduzidas por Cabral em seu livro. Vejamos alguns trechos da carta de 31 de agosto de 1860:
 
“Ilmo. E Exmo. Sr. Presidente da Província de Santa Catarina.
 
 
 
Tenho a honra de levar ao conhecimento de V. Excia. que em 4 de agosto, corrente, quinto dia de viagem pelo Rio d’Itajaí-Mirim acima, cheguei com a primeira turma de 55 colonos com bom tempo e com muito zelo conduzidos pelo contraente Pedro Werner (vulgo Pedro Miúdo) ao lugar Vicente-Só [...] Em 19 de agosto chegaram a Vicente-Só os 139 colonos da 2ª turma [...] que tiveram má viagem pelas frequentes chuvas.
 
 
 
Todos os 194 colonos gozam de boa saúde, menos muito poucos, que se acham bastante incomodados em conseqüência da má viagem e que, pela feliz presença do sr. Eberhardt são por ele com muito cuidado socorridos, sendo ele químico com curso de medicina[...]
 
 
 
Rogo a v.exª. de mandar-me as suas ordens[...] a fim de colocar utilmente os piquetes dos soldados, que tem de formar o cordão de defesa contra o agresso dos bugres[...]
 
 
 
==Os donos da terra: Xokleng==
 
 
 
Quando enfocamos nosso olhar para o sul do Brasil e o tema são os povos que habitavam esta terra, buscamos as palavras do antropólogo Sílvio Coelho dos Santos, no seu livro “Índios e brancos no sul do Brasil: a dramática experiência dos Xokleng”:
 
 
<cit>no território em foco, duas regiões podem facilmente ser distinguidas: litoral e planalto. Entre este ou aquele, a floresta subtropical cobria as serranias e os vales, dificultando a penetração. Este obstáculo natural impossibilitou as empreitadas escravocratas dos portugueses e permitiu abrigo às populações que logravam pressentir a aproximação dos atacantes. No primeiro século da conquista, entretanto, os “Carijó” foram dizimados ou levados para os mercados de escravos de São Vicente. Na região de florestas e campos, da encosta e do planalto, permaneceram dois grupos tribais: os Xokleng e os Kaingang.</cit>
 
 
Silvio Coelho dos Santos, ainda nos informa que os Xokleng ocupavam um território em “movimento”, pois mantinham uma disputa secular com os Guaranis e os Kaingangs, para controlar esse território. Podemos desenhar o seu contorno pelas florestas do litoral e o planalto, terras que ao Norte chegavam até a altura de Paranaguá; ao Sul, até as proximidades de Porto Alegre; ao nordeste abrangiam até o rio Iguaçu e aos campos de Palmas1. Como eram caçadores e coletores, o grupo vivia em movimento, e os acampamentos formados por construções de simples para-ventos, aproveitando ramos de árvores, que eram devidamente arqueados e cobertos de folhas de palmeira... quando o tempo era favorável, dormiam ao relento, com o fogo acesso durante toda a noite.
 
 
 
Na busca por respostas, o pesquisador Pe. Dorvalino Eloy Koch, também aborda o tema no livro “Tragédias Euro-Xokleng e o contexto”, enfatizando que o confronto entre colonos e “indígenas”, acontece diante de um quadro político do Império, colocando os imigrantes como encarregados de ocupar e “civilizar” a área. Assim, a figura do “bugreiro” aparece em nossa história, mais especificamente em 1905, quando uma expedição desfechou um ataque, enquanto os nativos dormiam, trazendo como troféu um menino que fora adotado pela família Schaefer.
 
 
 
 
Desfile do Centenário: A criança Wilmar Walendowsky, ao lado de João Indaya Schaefer - representante dos primeiros habitantes, adotado pela família Schaefer.
 
Fonte: Museu e Arquivo Histórico do Vale do Itajaí-Mirim
 
 
Voltando ao antropólogo Silvio Coelho dos Santos, devemos ter em mente que:
 
 
 
Os Xokleng formavam um povo. Tinha língua, cultura e território que os diferenciavam dos outros povos indígenas [...]. Se identificavam a si próprios como “nós” e, todos os demais estranhos, como os “outros”. O nome Xokleng é apenas uma palavra de seu vocabulário pela qual foram identificados na literatura antropológica. Regionalmente, continuam a ser Botocudos, em conseqüência do uso pelos homens de um enfeito labial, denominado tembetá, ou Bugres, termo pejorativo também dado pelos brancos. Atualmente, alguns índios preferem uma outra autodesignação, o termo “lacranon” que quer dizer “povo ligeiro” ou “povo que conhece todos os caminhos.
 
  
 
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* {{Link||2=http://www.brusque.sc.gov.br |3=Página da Prefeitura}}
 
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* {{Link||2=http://www.fcbrusque.sc.gov.br |3=Página da Fundação Cultural}}
 
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[[Categoria:Brusque| ]]
 

Edição atual tal como às 13h33min de 30 de julho de 2012