Mudanças entre as edições de "Bairro Santa Terezinha"

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Crescendo a comunidade e ganhando a capela um número considerável de fiéis, surgiu o anseio por uma nova edificação. Em meados de 1939 foi organizada uma festa com a finalidade de angariar recursos para a construção da Igreja dedicada à Santa Teresinha<ref>Conforme escritos de Nilce Benvenutti Dallago (sd, p.1), Ernesto Cervi apud Sbardelatti (2005, p.6) e Ernesto Cervi apud Machado (2009, p. 291). Achamos referência a festa na capela somente  em outubro de 1938, no jornal "O Rebate", Brusque, de 2 de outubro de 1938.</ref>. Segundo Dallago<ref>Ibid., p.1.</ref>, "no dia 06 de Janeiro de 1940, realizou-se a primeira reunião na residência do Senhor Ernesto Cervi, com a presença de 25 pessoas da comunidade". A diretoria ficou composta por Giacomo Cadore, Alberto Pretti, Francisco Kestring e Ernesto Cervi, contando também com João Imianowsky, Prospero Cadore e Alberto Busnardo, que ingressaram mais tarde.
 
Crescendo a comunidade e ganhando a capela um número considerável de fiéis, surgiu o anseio por uma nova edificação. Em meados de 1939 foi organizada uma festa com a finalidade de angariar recursos para a construção da Igreja dedicada à Santa Teresinha<ref>Conforme escritos de Nilce Benvenutti Dallago (sd, p.1), Ernesto Cervi apud Sbardelatti (2005, p.6) e Ernesto Cervi apud Machado (2009, p. 291). Achamos referência a festa na capela somente  em outubro de 1938, no jornal "O Rebate", Brusque, de 2 de outubro de 1938.</ref>. Segundo Dallago<ref>Ibid., p.1.</ref>, "no dia 06 de Janeiro de 1940, realizou-se a primeira reunião na residência do Senhor Ernesto Cervi, com a presença de 25 pessoas da comunidade". A diretoria ficou composta por Giacomo Cadore, Alberto Pretti, Francisco Kestring e Ernesto Cervi, contando também com João Imianowsky, Prospero Cadore e Alberto Busnardo, que ingressaram mais tarde.
  
O lançamento da pedra fundamental da antiga Igreja de Santa Teresinha ocorreu às 9h da manhã do dia 9 de junho de 1940<ref>Correio Brusquense, Brusque, 8 de junho de 1940. Disponível na Casa de Brusque.</ref>, tendo sua inauguração ocorrido no dia 16 de março de 1941<ref>O Rebate, Brusque, 15 de março de 1941. Disponível na Casa de Brusque.</ref>.
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O lançamento da pedra fundamental da antiga Igreja de Santa Teresinha ocorreu às 9h da manhã do dia 9 de junho de 1940<ref>Correio Brusquense, Brusque, 8 de junho de 1940. Disponível na Casa de Brusque.</ref>, tendo sua inauguração ocorrido no dia 16 de março de 1941<ref>O Rebate, Brusque, 15 de março de 1941. Disponível na Casa de Brusque.</ref>, conforme noticia O Rebate:
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{{cquote|''Efetuar-se-á amanhã, domingo, a inauguração da nova capela de Santa Teresinha, sita na Limeira. A inauguração, constará de missa solene e demais cerimônias religiosas, após as quais haverá pequena kermesse.''}}
  
 
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Esta ampliação aumentara consideravelmente o espaço da Igreja e possibilitou que um número maior de fiéis frequentasse as missas.
 
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====Instalação da Paróquia====
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A expansão populacional da região, aliada ao zelo pastoral dos padres do Sagrado Coração de Jesus, responsáveis pela Paróquia São Luís Gonzaga desde 1905, especialmente o Pe. João da Cruz Stuepp, SCJ, que esteve mais diretamente ligado à então Capela Santa Teresinha, de 1951 a 1974, fez crescer a vontade de seus fiéis de verem sua comunidade ser transformada em Paróquia, até que, por Decreto assinado por Dom Afonso Niehues, a 13 de janeiro de 1974, era instalada a Paróquia de Santa Teresinha, tendo sido nomeado seu primeiro Pároco, Pe. Isidoro Ghislandi<ref>Arquidiocese de Florianópolis. Disponível em <http://arquifln.org.br/box_001.php?cod_052=11&idlink=3&cod_link=27>, acesso em 18 de junho de 2012.</ref>.
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O território da Paróquia vai além do Município de Brusque, incluindo quatro Capelas no Município de Itajaí.
  
 
====A demolição====
 
====A demolição====

Edição das 11h25min de 18 de junho de 2012

  • Álisson Sousa Castro[1], Historiador.

O bairro Santa Terezinha é o bairro mais populoso de Brusque, contando com 10.081 moradores, segundo o Censo de 2010[2].

Primórdios

Nos tempos da Colônia

Para pensarmos sobre o território atual do bairro em longínquos tempos, recorreremos ao relato transcrito pelo pesquisador Oswaldo Rodrigues Cabral[3], onde somos informados de que "à margem direita [do Itajaí-Mirim], de ambos os lados do Ribeirão Limeira [...] está por ora só ocupado por 7 famílias colonas em sete lotes medidos pelo agrimensor da Colônia, e êstes sete lotes limitam com ambas as margens do ribeirão Limeira".

A povoação inicial dá-se, portanto, como no restante da Colônia: por meio de lotes coloniais e por meio de ocupação do elemento germânico. Sendo este um dos primeiros apontamentos de habitação fixa na região do Bairro Santa Terezinha, é importante ressaltar que a comunicação com Brusque se fazia predominantemente pelos rios, o que contribuiu para que logo a localidade tomasse o ribeirão por referência geográfica.

Ainda nos primórdios da colonização, o Barão von Schneeburg, sobre a necessidade de abertura da estrada ligando a Colônia Itajahy-Brusque à Vila de Itajahy, faz "referências ao Tenente João Ricardo Pinto, que se achava incumbido da abertura da picada sôbre o qual seria construida a futura estrada, o que motivou não ter o Diretor tomado qualquer iniciativa no mesmo sentido"[4].

Percebendo a demora, Schneeburg encaminhou ao Presidente da Província (Governador do Estado, na época), um abaixo-assinado, subscrito por 182 colonos, onde solicitou a abertura da estrada ligando Brusque a Itajaí[5].

No fim de 1865, Frederico Heeren concluiu um levantamento topográfico da estrada da barranca do rio, no centro de Brusque, até a praia da Vila de Itajaí. Porém, a estrada só fora finalizada durante a administração de Betim Paes Leme[6], por volta de 1875. Com acesso por terra, logo a localidade ganharia novas referências.

Estrada Itajaí

Apesar de a primeira denominação fazer referência ao Rio Limeira, logo, novos referenciais tomariam conta da localidade. Concomitantemente, o nome "Limeira" parmaneceu por algum tempo, sendo também citado por alguns documentos até a década de 1940[7]

Uma nova referência surgira após as conclusões das obras da estrada que ligava Brusque à vizinha cidade de Itajaí, sendo a denominação aos poucos alterada para o novo referencial da comunidade: "Estrada Itajaí". Muito embora ainda fosse denominada Limeira, conforme já exposto, a nova forma especificava a localidade com o traçado desta via, evitando assim, a confusão por parte dos Correios quanto à entrega de correspondências nas proximidades da atual localidade de Limeira[8][9][10].

Com o tempo, a forma "Rua Itajaí" passou a predominar, o que ocorrera até meados da década de 1930, quando a referência passou a ser também a capela de Santa Teresinha[11]. Mas, foi somente em 19 de junho de 1964 que o Prefeito Cyro Gevaerd sancionou uma lei que autorizava o Poder Executivo Municipal a denominar o "Bairro Santa Teresinha" o trecho compreendido entre o Boeiro Niebuhr até o final do perímetro urbano, no final da rua Santos Dumont e ruas adjacentes[12].

Apesar da lei que autorizava a denominação ter sido sancionada, passaram-se mais de 30 anos e, em 12 de maio de 1995, o bairro ganha sua atual denominação, grafada com a letra "z". Isto ocorre quando o Prefeito Danilo Moritz sanciona uma nova lei, onde fica denominado o bairro "Santa Terezinha"[13], delimitando também sua nova área. No ano seguinte, o Prefeito Danilo Moritz sanciona outra lei[14], desta vez, alterando os limites do bairro, ampliando-o até a divisa com Itajaí.

Religião e identidade

Chácara e Capela São Roque

Muito embora tenha-se criado uma escola na Estrada Itajaí em fevereiro de 1930[15], fora somente em 1932 que a Professora Augusta Dutra de Souza deu início ao referido educandário[16]. Este acontecimento, somado à aquisição da Chácara do Hospital de Azambuja em 1931[17], deu impulso ao povoamento na região.

Sobre a aquisição, a jornalista Carina Machado comenta que

Em meados de 1931, por decisão da Mitra Metropolitana de Florianópolis, padre Guilherme Klein, de Azambuja, compra de Leopoldo Fischer um lote de terras na Estrada de Itajaí. Ali, havia a casa da família, que é reformada e alongada para alojar as Irmãs da Divina Providência, que passam a administrar a Fazenda dos Padres, popularmente conhecida como Chácara.[18]

Nesta chácara havia um casarão que se dividia em três partes: dormitório, sala de refeições e sala de reuniões[19]. Fora havia um pasto que abrigava os animais. Porém, o empreendimento não funcionara a contento, até porque

Devido à inexperiência das Irmãs com o trato de animais e cultivo de hortaliças, a Mitra traz Francisco Kestring e família, de Braço do Norte, Santa Catarina, para tomar conta da criação de gado leiteiro e das plantações que mantêm o Hospital e o Hospício de Azambuja. Algum tempo depois, as Irmãs deixam a Chácara e mudam-se para Florianópolis, deixando, como presente para a comunidade, as imagens de São José e de Santa Terezinha", MACHADO (2009, p. 286)[20]

Com a saída das irmãs, apenas uma parte do prédio fora ocupado por uma família, ficando uma parte vaga. Diante disto, o cômodo que servia à sala de reuniões passou a abrigar a imagem de Santa Teresinha, que havia sido deixada, juntamente com a Imagem de São José, na sala de refeições[21]. Foi o Reitor do Seminário de Azambuja, Dom Jaime de Barros Câmara, quem autorizou a instalação da capela dedicada à Santa Teresinha, da qual o mesmo era devoto[22].

A capela teve sua benção em 6 de março de 1932[23], ficando o Padre Peters responsável por assistir aos religiosos da localidade. No mesmo ano, em outubro, é realizada uma festa em homenagem à padroeira[24].

Também, no mesmo dia, fora abençoada a Capela de São Roque, um pouco modesta, que ficava 50 metros adiante[25], em direção a Itajaí. Moradores contam que esta fora erguida após a peste bovina castigar o gado das fazendas da região[26], sendo São Roque considerado o protetor do gado contra doenças contagiosas.

Eram, portanto, duas devoções: uma a São Roque, por parte dos criadores de bovinos e outra a Santa Teresinha, por conta da devoção de Dom Jaime de Barros Câmara[27]. Em outubro de 1938 é realizada uma festa em homenagem à padroeira da Capela de Santa Teresinha e em benefício da comunidade[28]. Neste local a capela permanece até 1941, quando os fiéis passam a frequentar a nova Igreja.

A chácara é loteada e vendida em 1952, adquirindo a família Westarb alguns lotes, sobretudo onde se localizava a capela de madeira, que é desmanchada alguns anos depois para a construção do Engenho São Roque, de propriedade da família[29].

Quanto à imagem de São Roque, transcrevemos as recordações da professora Maria Caresia Besel (2004 apud ADAMI, 2004) que tratam da mudança de localização da mesma[30]:

Por que a fazenda tinha gado e porque São Roque é protetor dos animais e os livra os animais da peste [...] Como no terreno [de Santa Terezinha,] que foi vendido havia uma capelinha, as primeiras janelas e o altar que conhecemos no Arraial dos Cunhas vieram tudo de lá.

Retornando à Santa, quem foi esta pessoa? Como poderia haver devotos em Brusque após apenas 30 anos de seu falecimento?

A Santa de Lisieux

Nova Igreja de Santa Teresinha em construção
Fonte <http://e-monsite.com>.

Seu nome era Marie Françoise Thérèse Martin, também conhecida por Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, Teresa de Lisieux, Santa Teresa do Menino Jesus ou simplesmente Santa Teresinha, que foi uma religiosa nascida na cidade francesa de Alençon em 2 de janeiro de 1873, filha do casal também beatificado Louis Martin e Zélie Guérin.

Mosaico com fotos da Santa
Fonte: <http://teresinha.com>

A prematura morte de sua mãe quando tinha apenas quatro anos, fez com que se apegasse em sua irmã Pauline, que elegeu para sua "segunda mãe". A repentina entrada dessa irmã no Carmelo, fez a jovem Thérèse, adoecer. Curada pela ‘Virgem do Sorriso’, imagem da Imaculada Conceição por quem seus pais tinham afeição, tomou a decisão de entrar para o Carmelo.

Quase ao completar quatorze anos, no Natal de 1886, Teresa passa por uma experiência que chamou de "Noite da minha conversão". Ao voltar da missa e procurar seus presentes, percebe que seu pai se aborrece por ela apresentar comportamento infantil. A menina decide então a renunciar a infância e toma o acontecido como um sinal inspirador de força e coragem para o porvir [31].

Seis meses depois, Teresa decide que quer entrar para o Carmelo (Ordem das Carmelitas Descalças). Como a pouca idade a impede, é levada por familiares, em novembro de 1887, para uma audiência com o Papa, em Roma, para pedir a exceção, a chorar, ao Papa Leão XIII, contra a vontade do então Bispo de Lisieux. Em Abril do ano seguinte é finalmente aceita. Concedida a autorização ingressou em 9 de Abril de 1888 e tomou o nome de Thérèse de l'Enfant Jesus[32].

Logo após seu falecimento em Lisieux, no dia 30 de setembro de 1897[33], sua irmã Pauline assume o compromisso de publicar sua obra, tendo compilado os três relatos autobiográficos deixados pela irmã em um volume de 474 páginas, lançando-os um ano após a sua morte com o título de “História de uma Alma”[34]. Várias edições foram lançadas, ganhando tradução para vários idiomas, o que contribuiu para o rápido conhecimento a respeito da vida e obra de Teresa[35].

Com a difusão de seus relatos chegam correspondências dirigidas ao Carmelo de Lisieux. As romarias e visitas ao túmulo foram-se somando. Notícias de graças alcançadas não tardam a chegar: em 26 de maio de 1908 cura-se diante do túmulo a menina cega Reine Fauquet, de quatro anos[36].

Sob a responsabilidade de Mons. Lemonnier, bispo de Bayeux, inicia em 1910 o processo de canonização, que fora iniciado pelo Pe. Prévost 4 anos antes. Em 1921 o papa Benedito XV firma o decreto de heroicidade das virtudades e em 29 de abril de 1923 ocorre a beatificação da irmã Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face pelo Papa Pio XI, ocorrendo também o traslado de seus restos mortais do cemitério de Lisieux ao Carmelo [37].

Finalmente, no dia 17 de maio de 1925, o papa Pio XI canoniza Teresinha

diante de cinqüenta mil pessoas dentro da Basílica de São Pedro e diante de mais de quinhentas mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro, em Roma [...] A cerimônia contou com a presença de 33 cardeais e 250 bispos do mundo inteiro. Dois anos depois o mesmo Pio XI proclama Santa Teresinha “padroeira principal das missões”, pondo-a em pé de igualdade com o grande missionário São Francisco Xavier [38].

Em Brusque, o jornal O Progresso noticia um milagre de Santa Teresinha em sua edição de 14 de dezembro de 1929, o que deve ter contribuído para a difusão de sua história entre os fiéis, que dentre eles contava com Dom Jaime de Barros Câmara [39].

Igreja de Santa Teresinha

Crescendo a comunidade e ganhando a capela um número considerável de fiéis, surgiu o anseio por uma nova edificação. Em meados de 1939 foi organizada uma festa com a finalidade de angariar recursos para a construção da Igreja dedicada à Santa Teresinha[40]. Segundo Dallago[41], "no dia 06 de Janeiro de 1940, realizou-se a primeira reunião na residência do Senhor Ernesto Cervi, com a presença de 25 pessoas da comunidade". A diretoria ficou composta por Giacomo Cadore, Alberto Pretti, Francisco Kestring e Ernesto Cervi, contando também com João Imianowsky, Prospero Cadore e Alberto Busnardo, que ingressaram mais tarde.

O lançamento da pedra fundamental da antiga Igreja de Santa Teresinha ocorreu às 9h da manhã do dia 9 de junho de 1940[42], tendo sua inauguração ocorrido no dia 16 de março de 1941[43], conforme noticia O Rebate:

Efetuar-se-á amanhã, domingo, a inauguração da nova capela de Santa Teresinha, sita na Limeira. A inauguração, constará de missa solene e demais cerimônias religiosas, após as quais haverá pequena kermesse.

A ampliação

A Igreja fora ampliada em 1951[44] com a construção de duas torres e ampliação nas laterais. Apelando aos fiéis, o Padre João da Cruz Stüpp, scj, apela aos fiéis:

Os prezados amigos e benfeitores, que de boa vontade desejarem cooperar na construção duma espaçosa igreja, duma linda gruta e dum belo parque infantil naquele próspero bairro operário de Brusque, queiram enviar à Casa ABC suas prendas para os festivais a realizar-se na praça daquela igreja no 1º e 3º Domingo de cada mês.[45]

Esta ampliação aumentara consideravelmente o espaço da Igreja e possibilitou que um número maior de fiéis frequentasse as missas.

Instalação da Paróquia

A expansão populacional da região, aliada ao zelo pastoral dos padres do Sagrado Coração de Jesus, responsáveis pela Paróquia São Luís Gonzaga desde 1905, especialmente o Pe. João da Cruz Stuepp, SCJ, que esteve mais diretamente ligado à então Capela Santa Teresinha, de 1951 a 1974, fez crescer a vontade de seus fiéis de verem sua comunidade ser transformada em Paróquia, até que, por Decreto assinado por Dom Afonso Niehues, a 13 de janeiro de 1974, era instalada a Paróquia de Santa Teresinha, tendo sido nomeado seu primeiro Pároco, Pe. Isidoro Ghislandi[46].

O território da Paróquia vai além do Município de Brusque, incluindo quatro Capelas no Município de Itajaí.

A demolição

O Padre Jorge Gelatti disse que a demolição era necessária, diante da falta de espaço para os fiéis durante a celebração das missas, bem como para as atividades funcionais [...] custo da reforma seria de R$ 300 mil, enquanto que a construção de uma nova vai custar R$ 500 mil [...]a estrutura estava podre, havendo perigo para os frequentadores da Igreja. Eu não iria expor os fiéis a este perigo, tanto que saímos daqui em dezembro por causa dos riscos

Na ocasião da demolição, o morador Bolivar Cervi encontrou dois documentos relativos à construção da Igreja, do início da década de 1940 dentro da "cápsula do tempo", que segundo o morador, foram colocadas por seu pai no interior das paredes da Igreja. No primeiro documento, que inicia com "Anno Domini MCMXL" (Ano do Senhor de 1940), conta-se que era erguida uma Igreja em honra de Santa Terezinha (escrito com "z"), sendo o documento subscrito por Bernardo Peters, Germano Schaefer, João G. Kormann, Ernesto Cervi, Giacomo Cadore e Vicente Schmitz. O segundo documento contém assinatura de vários membros da comunidade que auxiliaram nos trabalhos.

A nova Igreja Santa Teresinha

Arquivo:AP Ifigenia Contesini Vinotti 047.jpg
Nova Igreja de Santa Teresinha em construção
Fonte: FCB/Fundo Ifigenia Contesini Vinotti

A nova Igreja foi inaugurada em 2008.










Educação

No início da década de 1930 foram criadas três escolas isoladas em Brusque nas localidades de "Lageado Grande, Pedras Grandes e Limeira (na estrada de Itajahy)"[47] Para a escola da Isolada Estrada Itajahy fora nomeada a professora Augusta Dutra de Souza no início de 1932[48]. A Professsora Augusta Dutra de Souza já havia atuado em outros municípios, tendo atuado em Brusque há pelo menos seis anos antes, na escola do Cedro Baixo.

Sobre a escola iniciada por Augusta Dutra de Souza na Estrada Itajahy, transcrevemos abaixo sua descrição:

A escolinha era bem modesta e desaparelhada de recursos e técnicas pedagógicas. As aulas eram discursivas e os conteúdos copiados do quadro de giz para a lousa de pedra que os alunos utilizavam para registrar os apontamentos, com um lápis também de pedra. As lições tinham que ser decoradas e posteriormente apagadas para o reaproveitamento do rudimentar caderno. Prevalecia uma forma de educação agressiva e punitiva, inclusive com castigos e uso da palmatória, como exigência para os alunos mentalizarem as lições.[49]

Segundo os moradores[50] esta escola localizava-se nas proximidades do atual Supermercado Amigo, próximo á Igreja Luterana de Santa Terezinha. Na década de 1940, após a transferência da professora Augusta, a escola passou para o outro lado da rua, denominando-se Escola Henriqueta Medeiros até a década de 1950, quando foi instituída no prédio Dom Joaquim o Grupo Escolar Santa Teresinha, que localizava-se próximo à atual capela mortuária, atrás do posto de saúde do bairro.

Campo de futebol, Grupo Escola Santa Teresinha e Igreja Santa Teresinha.
Fonte: FCB/Fundo Ifigenia Contesini Vinotti

Logo após a escola muda-se para o local onde encontra-se atualmente a Polícia Militar e depois para o prédio do CIP, permanecendo lá até os dias atuais, tendo sido inaugurado o prédio atual da Escola de Educação Básica Santa Terezinha em 17 de dezembro de 2010.








Infra-estrutura

Obras da galeria no Ribeirão Moritz em 1967, entre os bairros Santa Terezinha e Santa Rita.
Fonte: O Município, Brusque, 24 de junho de 1967, p. 6/MAHVIM

Em campanha eleitoral, Antônio Heil havia prometido que iria calçar todo o traçado do caminho que ia do final da rua Barão do Rio Branco (entroncamento com a rua do Centenário), no Centro, até o final do bairro Santa Terezinha (Rio Limeira). A obra era enorme e sua finalização, para os padrões da época, gerava dúvidas, tendo deixado apreensivos até mesmo seus correligionários[51].

No seu primeiro dia de trabalho de Antônio Heil como Prefeito, em 1º de fevereiro de 1966, iniciaram-se os trabalhos de calçamento que transformariam a paisagem dos bairros Santa Rita e Santa Terezinha. A ação previa ainda obras de serviço de água, esgoto, luz e a construção de 4 mini-praças, sendo uma no atual bairro Santa Rita.

Em agosto de 1969 são finalizadas as obras de calçamento da via que ligava o Bairro Santa Terezinha ao Centro.






As praças

Praça Pe. João da Cruz Stuepp

Busto do Padre na praça com seu nome.
Acervo FCB/Fundo Ifigenia Contesini Vinotti

A Praça Pe. João da Cruz Stuepp foi assim denominada em 14 de julho de 1969, durante o governo do Prefeito Antônio Heil[52].

Padre João faleceu em 20 de maio de 1996. No ano seguinte, a Associação de Moradores do Bairro Santa Terezinha prestou-lhe uma importante homenagem ao inaugurar um busto em sua homenagem na praça que levara seu nome, no dia 24 de agosto de 1997[53].

Ele desempenhou importante liderança religiosa e comunitária no bairro, tendo contribuído para a ampliação da Igreja, a Construção do Grupo Escolar Santa Terezinha e a fundação da Sociedade Santos Dumont. Foi fundador das escolas SENAC, CTC, Ginásio e Escola Normal São Luiz[54].


Praça Marcelino Pereira

A Praça ganhou sua denominação em 14 de julho de 1969[55], durante o governo do Prefeito Antônio Heil. Localiza-se no entroncamento das ruas Santos Dumont e Guilherme Strecker.

Em novembro de 2012 a praça passou por reformas e também passou a contar com uma escultura do "Roteiro das Esculturas", trata-se da obra "Deusa floresta", do artista tcheco Emil Adamec, do acervo do 3º Simpósio Internacional de Escultura do Brasil.



Praça João Indaya Schaefer - João Bugre

João Indaya Schaefer, o João Bugre - foi um operário, artista e esportista brusquense de origem indígena.

João fora homenageado com uma praça no local onde residia com a família, na esquina das ruas Santos Dumont e Jacob Knihs. Na ocasião, a Prefeitura, sob a administração do Prefeito Antônio Heil, adquire o terreno da viúva Antônia Maria Benatti Schaefer[56].

Do terreno, que media 979,60m², foram utilizados 383,17m² para o alargamento da travessa da rua Jacob Knihs com a rua Santos Dumont e o restante, 596,43m², foram empregados na construção de um jardim público, que ganhou a denominação de João em julho de 1969, quando a praça ficou pronta[57].

Em 2012 a praça passa por reformas[58] e é revitalizada, abrigando a escultura "Gratidão", do artista brusquense Fridel Steiner.



Praça Sady Ramos

Praça durante as obras de revitalização em 2012.
Foto: João Paulo da Silva/SECOM-PMB

A Praça Sady Ramos localiza-se a 50 metros após o entroncamento das ruas Dorval Luz com Alberto Muller e ganhou sua nomenclatura em 1988, durante o governo do Prefeito José Celso Bonatelli[59].

No ano de 2012 ela foi reformada e passou a abrigar uma peça de arte integrante do Roteiro das Esculturas, sendo também pavimentada com paver e piso podotátil.










O processo de retificação do Itajaí-Mirim

Após a enchente de 1961 iniciaram-se os trabalhos de retificação do Rio Itajaí-Mirim do Centro de Brusque até a Barra do Rio, em Itajaí. Neste processo a paisagem dos bairros Centro, Santa Rita e Santa Terezinha sofreram uma considerável mudança.

O antigo traçado do rio, em relação ao bairro saia das proximidades do atual traçado do Itajaí-Mirim, adentrando o bairro Santa Rita paralelo a rua Maria Raulino Coelho até chegar ao posto de combustíveis, defronte ao Supermercado O Barateiro, para então seguir paralelo à rua 7 de Setembro até o atual Ribeirão Moritz, de onde seguia para um local mais afastado da rua Santos Dumont [60]. Mais a frente, o Itajaí-Mirim voltava a aproximar-se da rua Santos Dumont, nas proximidades da Indústria Bilu, seguindo paralelo a esta rua até passar a Igreja. O rio distanciava-se novamente do bairro nas proximidades da rótula defronte à Unifebe e aproximando-se próximo a atual rua Lm Cinco.

Referências

  1. Este artigo foi elaborado com informações fornecidas por Bolivar Cervi, Nilce Benvenutti Dallago, Aurelino de Souza, Raul Amorim, Aurelino de Souza e Ifigenia Contesini Vinotti
  2. Populacional: Sta Terezinha é o maior bairro com 10.081 habitantes. Rádio Cidade AM. Disponível em: <http://www.radiocidadeam.com.br/web/noticia.php?cod_noticia=16305>. Acesso em: 05 junho 2012.
  3. CABRAL, Oswaldo Rodrigues. Brusque: Subsídios para a história de uma colônia nos tempos do Império. SAB: Brusque, 1958. p. 259
  4. Ibid, p. 110
  5. SCHNEEBURG, Maxilian von, 1864 apud CABRAL, 1958. p. 112-113
  6. Ibid, p. 113-114.
  7. Anno Domini MCMXL. In: ADAMI, Saulo. Histórias e lendas da Cidade Schneeburg. Itajaí: S&T Editores, 2009. p.282. Autor desconhecido. Nota: este documento foi recuperado por Bolivar Cervi quando da demolição da Igreja em 2003.
  8. Informação colhida com moradores.
  9. O Rebate, Brusque, 4 de novembro de 1939. Disponível na Casa de Brusque.
  10. Correio Brusquense, Brusque, 8 de junho de 1940. Disponível na Casa de Brusque.
  11. Informação colhida com os moradores.
  12. Brusque, Lei Nº 139 de 19/06/1964. Ressalta-se que na época não existia a Rodovia Antônio Heil e o perímetro urbano alcançava o Rio Limeira. Não encontramos ato normativo do Executivo Municipal em forma de decreto denominando o bairro.
  13. Brusque, Lei Nº 1.999 de 12/05/1995.
  14. Brusque. Lei Nº 2.086, de 19/06/1996
  15. O Progresso, Brusque, 13 de fevereiro de 1930.
  16. O Progresso, Brusque, 13 de janeiro de 1932.
  17. DALLAGO, Nilce Benvenutti. Informações coletadas no livro tombo da Igreja de Santa Teresinha.
  18. MACHADO, Carina. Chuva de Rosas: a história da Igreja de Santa Teresinha. In: ADAMI, Saulo. Histórias e lendas da Cidade Schneeburg. Itajaí: S&T Editores, 2009. p.285-286.
  19. Informação fornecida pelo Sr. Quico Souza, no dia 14/06/2012 em conversa com o autor.
  20. Ibid.
  21. Informação fornecida pelo Sr. Quico Souza, no dia 14/06/2012 em conversa com o autor.
  22. Informação fornecida pelo Sr. Quico Souza, no dia 14/06/2012 em conversa com o autor.
  23. O Rebate, Brusque, 4 de março de 1932
  24. O Progresso, Brusque, 7 de outubro de 1932.
  25. Segundo informações colhidas com os moradores, a capela ficaria na esquina das ruas Dorval Luz com Dom Wilson.
  26. Relatando casos em Porto Franco (Botuverá), conforme noticiado em O Progresso, Brusque, 6 de fevereiro de 1931.
  27. Segundo informações coletadas com os moradores, a imagem de São Roque foi transferida para a Igreja de Arraial dos Cunha, no vizinho município de Itajaí.
  28. O Rebate, Brusque, 2 de outubro de 1938.
  29. Informação obtida através de conversa com membros da família Westarb em junho de 2012.
  30. BESEL, , Maria Caresia. Capela São Roque. 2004. apud ADAMI, Luiz Saulo. História Secreta do Arrayal dos Cunhas. Itajaí: S&T, 2004. Entrevista concedida ao autor.
  31. Paróquia Santa Teresinha. Disponível em <http://www.psantateresinha.org.br/detalhe_00500.php?cod_select=26&cod_002=7>, acesso em 12/06/2006.
  32. Paróquia Santa Teresinha. Disponível em <http://www.psantateresinha.org.br/detalhe_00500.php?cod_select=26&cod_002=7>, acesso em 12/06/2006.
  33. Catholique.fr. Disponível em <http://www.therese-de-lisieux.catholique.fr/Las-grandes-fechas-de-su-vida-y-de-su-glorificacion.html>, acesso em 12/06/2012.
  34. Manuscritos autobiográficos disponíveis em <http://teresinha.com/default.asp?pag=p000096>.
  35. Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus da Santa Face. Disponível em <http://teresinha.com/default.asp?pag=p000096>, acesso em 12/06/2006.
  36. Catholique.fr. Disponível em <http://www.therese-de-lisieux.catholique.fr/Las-grandes-fechas-de-su-vida-y-de-su-glorificacion.html>, acesso em 12/06/2012.
  37. Catholique.fr. Disponível em <http://www.therese-de-lisieux.catholique.fr/Las-grandes-fechas-de-su-vida-y-de-su-glorificacion.html>, acesso em 12/06/2012.
  38. Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, de Campo Grande (RJ). Disponível em <http://www.pstmj.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=46&Itemid=2>, acesso em 12/06/2006.
  39. DALLAGO, Ibid. p.1
  40. Conforme escritos de Nilce Benvenutti Dallago (sd, p.1), Ernesto Cervi apud Sbardelatti (2005, p.6) e Ernesto Cervi apud Machado (2009, p. 291). Achamos referência a festa na capela somente em outubro de 1938, no jornal "O Rebate", Brusque, de 2 de outubro de 1938.
  41. Ibid., p.1.
  42. Correio Brusquense, Brusque, 8 de junho de 1940. Disponível na Casa de Brusque.
  43. O Rebate, Brusque, 15 de março de 1941. Disponível na Casa de Brusque.
  44. O Rebate, Brusque, 10 de março de 1951.
  45. O Rebate, Brusque, 10 de março de 1951.
  46. Arquidiocese de Florianópolis. Disponível em <http://arquifln.org.br/box_001.php?cod_052=11&idlink=3&cod_link=27>, acesso em 18 de junho de 2012.
  47. O Progresso, Brusque, 13 de fevereiro de 1930. Disponível na Casa de Brusque.
  48. O Progresso, Brusque, 13 de janeiro de 1932.
  49. ACON'AD. Staack: Raízes e Memórias. ACON'AD, Brusque, 2003. p. 50
  50. Informação coletada com os moradores em 2012.
  51. Jornal O Município, nº 698, p. 1, de 8 de agosto de 1969. Acervo SAB.
  52. Brusque. Lei nº 403 de 14 de julho de 1969.
  53. Data empregada no busto.
  54. KOCH< Pe. Eloy Dorvalino, SCJ. Catolicismo em Brusque: Recordação do Centenário. SAB: Brusque, 1956. p. 39
  55. Brusque. Lei nº 404 de 14 de julho de 1969.
  56. Brusque. Lei nº 276 de 12 de junho de 1967
  57. Brusque. Lei nº 1999 de 12/05/1995.
  58. Brusque. Revitalização de mais duas praças garante o bem estar dos moradores. Disponível em: <http://www.brusque.sc.gov.br/web/noticia.php?noticia=5960:Revitalizacao_de_mais_duas_pracas_garante_o_bem_estar_dos_moradores>, acesso em 13/06/2012.
  59. Brusque. Lei nº 1.408 de 17 de maio de 1988.
  60. Continuação da 7 de Setembro, no bairro Santa Terezinha