Mudanças entre as edições de "Ayres Gevaerd - O pioneiro Engelbert Gevaert e seus descendentes"

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O brigue "Jean Eyck" chegou a Desterro no dia 17 de novembro, 86 dias depois da saída de Ostende, sendo os 107 colonos (dois desertaram no navio ao chegar ao Rio de Janeiro) recebidos por autoridades provinciais pelo Cônsul da Bélgica e por Van Lede e esposa.
 
O brigue "Jean Eyck" chegou a Desterro no dia 17 de novembro, 86 dias depois da saída de Ostende, sendo os 107 colonos (dois desertaram no navio ao chegar ao Rio de Janeiro) recebidos por autoridades provinciais pelo Cônsul da Bélgica e por Van Lede e esposa.
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Dias depois, em iate costeiro, 90 colonos (17 separaram-se, preferindo terras no atual município de São José), com o diretor Fontaine, Charlen Van Lede e senhora, complementaram a viagem até Ilhota. A 27 de Novembro de... 1844, data da fundação da "Colônia dos Belgas", iniciaram o desmatamento e a construção dos primeiros ranchos.
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A relação nominal completa dos primeiros belgas chegados ao Brasil com o brigue "Jean van Eyok" não se encontra nos documentos. Tampouco os que chegaram em meados de 1846 - 16 - pelo navio "L'Adile", contratados por Pierre van Loo na cidade de Gand, foram relacionados. Antes, a 19 de maio do mesmo ano, outros 18 colonos chegaram a Desterro, destinados porém ao Alto Biguaçu e Tijucas Grandes.
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Cedo o descontentamento tomou conta da Colônia, verificando-se, inclusive, motins.
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As causas, entre outras: questões de terras, brigas com os nacionais, falta de títulos de propriedade, indolência de alguns colonos, indiferença da direção com relação ao cumprimento dos compromissos com os colonos.
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*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 004|Revista Notícias de Vicente Só n. 04]] páginas 85-88. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]
 
*Publicado originalmente na [[Revista Notícias de Vicente Só - número 004|Revista Notícias de Vicente Só n. 04]] páginas 85-88. Acervo da [[Sociedade Amigos de Brusque|Casa de Brusque]]

Edição das 14h18min de 2 de julho de 2019

O pioneiro Engelbert Gevaert e seus descendentes

Há muitos anos venho recolhendo subsídios para um relato históricos e composição da árvore genealógica da Família Gevaert. Mas a carência de documentos fundamentando a história pouco conhecida da "Colônia dos Belgas" no rio Itajaí-açu, à qual deveria pertencer o primeiro Gevaert a emigrar para o Brasil, impediam meu propósito.

Carlos Ficker, dedicado cultor das letras históricas de Santa Catarina, propiciou-me esta oportunidade, por intermédio de importante documentários: "Charles Van Lede e a colonização Belga em Santa Catarina".

Notáveis foram também as atividades dos amigos José Ferreira da Silva e Jean Rul, meu "patrício", que cuidaram do trabalho preliminar, permitindo acesso ao Arquivo Histórico da Bélgica.

Não pretendo, evidentemente, fazer um novo relato dos atribulados dias da "Colônia dos Belgas", largamente documentado no livro de Carlos Ficker. Quero lembrar, simplesmente, alguns acontecimentos: a origem da Colônia e a situação dos primeiros colonizadores. Em seguida adiciono notar que a tradição familiar conservou e os aspectos genealógicos mais interessantes que podem servir de orientação a outras famílias de origem belga. Procuro dar, assim, aos meus familiares, meios de conhecerem os primeiros tempos da Família aqui no Brasil.

Contam, pois, os registros, que no dia 24 de agosto de 1844 o brigue "Jean van Eyck" saía do porto de Ostende, na Bélgica, levando à bordo 109 colonos, todos das Flandres, com destino à Província de Santa Catarina.

O seu objetivo era dar cumprimento ao contrato firmado entre o governo do Império do Brasil e da Bélgica, fundando a Companhia Belgo Brasileira de Colonização: exploração comercial e mineral, assim como instalar nas margens do rio Itajaí-açu uma colônia agrícola.

Foi Charles Van Lede o idealizador desse movimento colonial e comercial e J. P. Fontaine o seu primeiro diretor.

Charles Van Lede adquirira do Major Henrique Flôres uma légua quadrada de terras na margem direita do Itajaí-açu, no local chamado Ilhota, visitado pelo adquirente em março - abril de 1842 em viagem de exploração, inspeção geológica e procura de jazidas de ferro e carvão mineral.

O brigue "Jean Eyck" chegou a Desterro no dia 17 de novembro, 86 dias depois da saída de Ostende, sendo os 107 colonos (dois desertaram no navio ao chegar ao Rio de Janeiro) recebidos por autoridades provinciais pelo Cônsul da Bélgica e por Van Lede e esposa.

Dias depois, em iate costeiro, 90 colonos (17 separaram-se, preferindo terras no atual município de São José), com o diretor Fontaine, Charlen Van Lede e senhora, complementaram a viagem até Ilhota. A 27 de Novembro de... 1844, data da fundação da "Colônia dos Belgas", iniciaram o desmatamento e a construção dos primeiros ranchos.

A relação nominal completa dos primeiros belgas chegados ao Brasil com o brigue "Jean van Eyok" não se encontra nos documentos. Tampouco os que chegaram em meados de 1846 - 16 - pelo navio "L'Adile", contratados por Pierre van Loo na cidade de Gand, foram relacionados. Antes, a 19 de maio do mesmo ano, outros 18 colonos chegaram a Desterro, destinados porém ao Alto Biguaçu e Tijucas Grandes.

Cedo o descontentamento tomou conta da Colônia, verificando-se, inclusive, motins.

As causas, entre outras: questões de terras, brigas com os nacionais, falta de títulos de propriedade, indolência de alguns colonos, indiferença da direção com relação ao cumprimento dos compromissos com os colonos.


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