Maximilian von Schneeburg

De Sala Virtual Brusque
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  • Álisson Sousa Castro, Historiador.
Almanaque de Gotha, onde constam informações sobre Schneeburg.
Acervo Bayerische Staatsbibliothek.

Maximilian von Schneeburg foi o primeiro administrador efetivo da Colônia Itajahy (Brusque). Sobre suas origens pouco se sabe. No Manual Genealógico Gothense de casas baroniais encontramos a informação de que Maximilian nascera em 1799, filho de Joseph Johann (nasc. em 3 de fevereiro de 1769 e falecido em 5 de abril de 1799) com Maria Barbara, nascida Limbek von Lilienau (falecida em 1841). Seus pais haviam se casado em 6 de janeiro de 1799, alguns meses antes do falecimento do marido.[1]

O pesquisador Oswaldo Rodrigues Cabral[2], cita o "Almanaque Gotha"[3], que segundo ele, tem

o nome de um Barão Maximiliano von Schnéeburg (sic), filho de Joseph Johan, barão von Schnéeburg e de Bárbara von Schnéeburg, em solteira Bárbara Lidenck von Lilienan, nascido em 1799 e falecido a 16 de setembro de 1869, em Franzenbad (sic)[4]

Ainda, sobre as origens de Maximilian, o pesquisador Aloisius Carlos Lauth postula[5] uma data:

Maximilian von Schneeburg nasceu em 28 de outubro de 1798, em Eger, na Boêmia, Alemanha, cujo pai falecera no ano seguinte. [...] Aos 16 anos, Maximilian ingressou na Academia de Engenharia de Viena, Áustria, sendo nomeado Cadete do Corpo de Engenheiros Militares. Em 1821, é promovido a Subtenente e transferido para Venedi, como 1º Tenente; e, logo depois, para Josephstadt na Boêmia; porém, ele teve que se afastar da oficialidade para um tratamento psicológico. No retorno, é transferido para Arad, Hungria, onde sofreu nova crise mental e retornaria à Gitschin, na Boêmia. Decidiu então requerer dispensa do serviço militar, cuja licença foi concedida em 1828, perdendo a patente militar.[6]

Sobre o ano de chegada ao Brasil contrastamos a afirmação de Lauth (2012) com a de um Documento datado de 24/9/1865 e transcrito por Cabral:

Em novembro de 1865, escrevia êle ao Presidente da Província, então dr. Adolfo de Barros Cavalcanti Albuquerque Lacerda: "Tenho 40 anos de residência no Brasil, sempre na qualidade de servidor do Estado, principiando a minha carreira em 1825, como Capitão Imperial Corpo de Engenheiros" [...] foi professor e Vice-Diretor do Colégio Calógeras, em Petrópolis [...] figura de importância de uma Sociedade de Agricultura e Indústria, fundada em 1853, pois em 1855 assinou documento como Membro da sua Diretoria[7]

Cabral [8] postula que possivelmente por conta do envolvimento de Maximilian von Schneeburg com a Sociedade de Agricultura e Indústria tenha aceitado colonizar a atual Brusque. Homem já experiente, contando então com 60 anos, sempre se mostrou disposto a colaborar com os colonos. Sobre esta preocupação, Cabral [9] comenta um relatório de Schneeburg datado de 1862 em que este afirma custarem os gêneros alimentícios em Brusque 20% a mais do que em Itajaí:

Em outubro, havia proposto uma fórmula para baratear o custo da vida ali, para o que precisava apenas de 2 contos de réis de adiantamento. Nada havia de milagroso nesta fórmula. O fato era evitar comprassem os colonos a crédito. Em geral, eles faziam as duas compras nas casas de negócio, retirando os gêneros mediante vales sobre os seus ganhos futuros. No fim de cada mês os negociantes resgatavam os ditos vales na Diretoria. Ora, tivesse esta os dois contos, os vales seriam a ela passados e o dinheiro entregue para as compras que, feitas assim, à vista, levaria a “render mais o seu dinheiro”, por comprarem mais barato. Fez mais, aliás, o Diretor: insistiu em que fosse aumentada a diária dos colonos de 900 réis para um mil réis, como já o havia feito em seu Relatório o diretor interino João André Cogoy Júnior, no ano anterior, isto é, em fins de 1861, “pois em outras colônias o salário era maior”.

Além disso, era nos jornais[10] que os colonos se apoiavam quando suas economias acabavam e a ajuda de seis meses do governo findava. Além do fator econômico, Cabral [11] observa que “no trabalho das estradas evitavam os colonos a ociosidade dos dias de espera, longos e vazios, do crescimento das suas lavouras”. Portanto, os jornais além de auxiliarem na parte financeira dos colonos, também os auxiliava na questão psicológica.

Schneeburg teve seu nome reconhecido numa praça central, então nomeada Salgado Filho, recebendo também a Ordem da Rosa, no grau de Cavaleiro, possivelmente em 1867[12][13].


Precedido por
'
Administrador da Colônia
Brasao.jpg
Barão de Schneeburg
04/08/1860 - 31/12/1867
Sucedido por
Brasao.jpg
Friderich von Klitzing
24/10/1868 - 07/10/1869

Referências

  1. Gothaisches genealogisches Taschenbuch der freiherrlichen Häuser. Ano de 1869, p. 795. Disponível em Adler - Heraldisch-Genealogische Gesellschaft, Viena - Áustria.
  2. CABRAL, Oswaldo Rodrigues. Brusque: Subsídios para a história de uma colonia nos tempos do Império. Brusque: Sociedade Amigos de Brusque, 1958. p.39. Informação prestada pela embaixada da Áustria ao Rev. Pe. Frei. Estanislau Schoette, o.f.m., a pedido da SAB.
  3. "Almanach de Gotha", uma foi uma publicação editada entre os anos de 1763 e 1944, e servia como guia de referência da alta nobreza e das famílias reais europeias. Disponível em <http://wiki-de.genealogy.net/Almanach_de_Gotha>, acesso em 16 de agosto de 2012.
  4. Tentamos localizar tal correspondência na Sociedade Amigos de Brusque sem sucesso. Da mesma forma, não obtivemos êxito quando questionamos a Embaixada da Áustria, que nos atendera prontamente. Em buscar pelo Almanaque Gotha, também não localizamos referência ao Barão.
  5. Não foi apresentado, no corpo do texto, referências às fontes.
  6. LAUTH, Aloisius Carlos. Maximilian von Schneeburg. Disponível em <http://aloisiuscarloslauth.com.br/?p=1390>, acesso em 16 de agosto de 2012.
  7. CABRAL, Op. Cit. p.40
  8. Ibid.
  9. Ibid p. 15
  10. Jornada em que se trabalhava na abertura de estradas.
  11. Ibid. p.16
  12. Ibid. p. 14, em referência ao Diário Oficial de 26 de janeiro de 1867.
  13. Cabral, comenta em seu livro, na página 42, que "Vagamente nutriu, depreende-se dos documentos, a esperança de que o seu nome viesse, um dia, a ser dado à sede da Colônia, da mesma forma que a sua vizinha, que possuia o do seu Diretor, o dr. Blumenau. Por mais de uma vez, não êle, mas outros, e naturalmente isso não o desagradava, referiam-se à sede como "cidade de Schnéeburg". Foi, entretanto, pessoalmente, um entusiasta da denominação "Brusque" dada à Colônia Itajaí, sempre consagrada por êle em todos os papéis, oficiais ou não."