Entrevista Hermes Morsch - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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HERMES MORSCH: Filho de Oscar Morsch e Edla Muller Morsch; natural de Brusque, nascido aos 16.07.49. São em dois irmãos: Marlene e Hermes; dois filhos: Allan e Michele. Torce para o C. A. Carlos Renaux. Foi Assessor Jurídico – a Procuradoria-Geral foi criada em 1991, mediante a Lei 1675/91 - na Administração César Moritz/Antônio Abelardo Bado, hoje é empresário

Como foi sua vida profissional até aqui?

Aos 17 anos ingressei no Banco Agrícola Mercantil, que depois passou ao Unibanco, permanecendo por 5 anos; depois fui para a Desentex – fazia desenhos têxteis para a Cia Schlosser – em 73, já formado passei a ser o Assessor Jurídico da Administração César Moriz/Antônio Abelardo Bado, popular Badinho e, atualmente, como empresário, tenho a Metalúrgica Mohaza, desde abril de 1977.

Como era ser Assessor Jurídico do Município?

A Assessoria Jurídica era um órgão de assessoramento direto ao Prefeito, juntamente com a Chefia de Gabinete. Em seguida, vinham os Diretores de áreas – o que hoje denomina-se Secretarias Municipal. Nos primeiros meses não recebíamos remuneração, vez que o Projeto de Lei da Reforma Administrativa estava em tramitação. Muitas vezes saíamos da Prefeitura, por volta das 22 horas ou até mesmo pela madrugada, devido os trabalhos junto ao Chefe do Poder Executivo.

Os Projetos de Leis, Decretos e Portarias, eram da competência da Assessoria Jurídica ou da Chefia de Gabinete?

Na Assessoria Jurídica predominava matérias atinentes ao patrimônio, tais como: desapropriações, indenizações, e também a elaboração de Pareceres e a revisão dos Projetos de Leis a serem encaminhados ao Legislativo, bem como, revisar os Decretos e Portarias.

O Assessor Jurídico assinava os atos administrativos?

No início não, mas na sequência, sim. O Assessor Jurídico assinava, juntamente, com o Prefeito César Moritz – nas suas ausências com o Vice, Antônio Abelardo Bado – e com o Responsável pela área a que se referia o ato: matérias de cunho geral, como denominações de ruas, era com o Chefe de Gabinete, Roberto Hartke Filho; se financeiro, como dotações orçamentárias, era com o Abrão Colzani; se administrativo, com Carlos Henrique Jacobs.

Com qual dos Prefeitos daria para comparar o governo de César Moritz/Badinho?

O César Moritz era muito ativo, inovador e empreendedor, enfrentou o conservadorismo da cidade, programou o Município para 20 anos adiante: Sistema de esgoto, abertura e alargamento de ruas, calçamento e implantação de empresas. Contratou o IBAM, para elaborar a reforma administrativa e o Estatuto do Servidor. Determinou a elaboração do levantamento aerofotogramétrico da cidade, no sentido de implantar o Cadastro Urbano. No início pode deslanchar, vez que o Pilolo deixou as finanças em dia. Compararia com o Ciro Marcial Roza, pelo espírito ativo, inovador e fortemente empreendedor.

Algumas realizações da Administração César Moritz/Badinho?

Em Obras e Serviços Públicos: Abertura de ruas, Calçamentos de ruas à paralelepípedos, incentivos à instalação de várias empresas: Metalúrgica Bomasi, Tecelagem Santo Antônio; Malhas e Conf. Saragon, Serras Piranhas, Industrial Appel, Irmãos Zen; terrenos para a construção do trevo do Steffen, de um Posto de Ambulatório e Igreja Santa Luzia às Escolas; Foi criado o Cadastro Urbano e o serviço agropecuário e o terreno para a Agência do Besc. Na área jurídica: Regulamentação de concurso; de Incentivos Econômicos e estímulos fiscais, do código tributário, da promoção e acesso do servidor, a organização da defesa civil, o estatuto da Febe, o quadro de pessoal do Município e o Regime Jurídico dos Servidores Públicos.

Lembra dos integrantes do primeiro e segundo escalão?

Entre outros: Roberto Hartke Filho –Chefia de Gabinete; Carlos Henrique Jacobs- administração; Abrão Colzani – Finanças; Moacir de Souza – Obras e Serviços Públicos; Walmir Wagner –Educação e Cultura; Agenor dos Santos –Contabilidade; José Laércio Gonzaga- Receita; Hilário Cervi – Tesouraria; Valmor Fidélis –Pessoal e, Sílvio Zucco – Expansão Econômica.

Pelos atos administrativos da época houve alternância de chefia? O Sílvio antes era finanças e o Colzani, Obras e Serviços Urbanos e também, Expansão Econômica?

O Prefeito César, conforme as necessidades de agilização, procedia permuta dos Diretores, de conformidade com o problema que surgia, aproveitando melhor a competência de cada Diretor. Como empreendedor, visualizava uma situação e adequava a equipe, segundo a competência dos integrantes.

Em 76, Roberto Hartke Filho, licenciou-se para concorrer nas eleições, e você acumulou o cargo de Chefe de Gabinete?

Sim, naquele período.

Lembra que Conselhos e Comissões existiam ou foram criadas?

Lembro do Conselho Municipal de Engenharia Sanitária, Conselho Municipal de Desenvolvimento de Brusque, Conselho Municipal de Cultura, da Comissão Municipal de Turismo, Comissão Municipal de Defesa Civil –COMDEC e, a Comissão de Promoção e Acesso.

A comissão de Promoção e Acesso, formada por você – Assessor Jurídico, Carlos Henrique Jacobs – Administração, Abrão Colzani – Finanças, apurava o merecimento e habilitação dos servidores, obteve resultados positivos?

Com certeza, foi levado muito a sério, inclusive acabamos com alguns privilégios e, efetivamente o servidor passou a ter a possibilidade de crescer no quadro do município.

No apagar das luzes do governo Pilolo, foram alterados os feriados municipais, passando a ser: Sexta feira santa, Ascensão do Senhor, 4 de agosto e 15 de agosto, posteriormente, com a extinção do feriado de 15 de agostos, contribuiu para o enfraquecimento da tradicional festa de Azambuja?

Se o evento já contava com menor freqüência de romeiros, a extinção do feriado, certamente, enfraqueceu sensivelmente o evento.

Quando o saudoso Antônio Luiz da Silva presidia a OAB de Brusque, você era um assíduo participante das reuniões e eventos, continua firme na participação?

Nos últimos dois anos, em virtude dos compromissos com a atividade profissional, reduzi minha participação.

Politicamente, nunca pensou em envolver-se – em sair como candidato?

Na última eleição, quase sai candidato a vereador pelo PMDB. Na última convenção, para facilitar o comando político desisti, vez que tínhamos dois candidatos a mais do que o permitido.

O que faz Hermes Morsch, hoje?

Sou empresário –Metalúrgica Mohaza – e como hobby, pratico o motociclismo.

Referências

  • Jornal A Voz de Brusque. Entrevista publicada em 25 de julho de 2003.