Entrevista Giselle Mirley Armelin Moritz - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Giselle com o marido Marcus.

A entrevista da semana é a médica, Dra. Giselle Mirley Armelin Moritz (formada pela PUC/PR- Pontifícia Universidade Católica -Curitiba, completando a formação profissional em Ribeirão Preto/SP), nascida em Mandaguari/PR aos 17 de agosto, filha de Rubens e Laura Peres Armelin; Casada com Dr Marcus V. Bauer Moritz, com o qual têm três filhos: Marcela , Rebecca e Nicolle

Quais são as lembranças que você tem da sua infância?

Tive uma infância muito feliz, alegre com muito carinho, harmonia e amigos. Adorava visitar a fazenda de minha avó.

Você tem amigos da infância ainda?

Sim, mas com o tempo vamos nos distanciando, perdendo um pouco o contato (que é uma pena).

O que sente falta da infância?

Da vida sem compromisso.

Quando você era criança queria ser adulto?

Não; queria curtir aquele momento, gostava muito de ser criança, brincar, pular, andar de bicicleta.

Sonho de criança?

Pensava: quando crescer vou ser médica, quero ajudar as pessoas doentes!

Como foi sua juventude? O que você mais gostava de fazer para se divertir?

A juventude foi muito boa, com amigos verdadeiros. Nos divertíamos na época indo em discoteca e pizzaria, na pequena cidade de Campo Mourão/PR.

Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e juventude?

Lembro o dia que anunciaram a morte de Elvis Presley e do Brasil sendo campeão Mundial de Futebol nos Estados Unidos nos idos de 1994..

Giselle Mirley Armelin Moritz.

Pessoas que influenciaram ?

Tive muita influência de minha mãe que sempre deu a maior força para fazer o tão almejado curso de Medicina. Meu pai sempre me ensinando a ser uma pessoa cada dia melhor, falava: seja sempre uma pessoa responsável e ética

Como conheceu o Dr Marcus?

Estava no 4º ano de medicina fazendo plantão na obstetrícia do hospital São Vicente em Curitiba, nos vimos no corredor, naquele momento nossos olhos se cruzaram e nossas almas se reconheceram – “Foi amor à primeira vista”

Como era a escola quando você era criança? Quais eram suas melhores e piores matérias? De que atividades escolares e esportes você participava?

A escola era de freiras e bastante rígida, tinha regras para tudo. Melhores matérias: Biologia, Química e Matemática; pior: Geografia. Quanto a esportes sempre gostei de vôlei.

Primeiro/a professor/a?

A primeira professora foi a Irmã Catarina

Grandes professores?

Os grandes professores já foram na época da faculdade: Dr Marcos Parreira, Dr Renato Bonardi, Dr Antônio Bailão.

Como surgiu a medicina em sua trajetória?

A medicina surgiu quando era criança, tinha e queria ser médica de qualquer maneira. Sempre tive boas condições financeiras, isto favoreceu muito a realizar meu sonho. Meu pai era gerente do Banco do Brasil.

Qual sua especialidade na medicina?

Atuo na área da ultrassonografia – Obstetrícia e ginecologia

Além do SUS em que locais atende?

Sou concursada pela Prefeitura Municipal de Brusque, atuando na Policlínica, onde adoro atender “meus pacientes”. Trabalho também em minha clínica e, também, fazemos nossos procedimentos cirúrgicos nos hospitais de Dom Joaquim e Azambuja.

A entrevista com o paciente é um dos instrumentos essenciais para o clínico geral elaborar um diagnóstico seguro?´É importante escutar o paciente no atendimento?

A entrevista com o paciente: Anamnese - (Anamnese - entrevista realizada pelo profissional de saúde ao seu paciente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença. Em outras palavras, é uma entrevista que busca relembrar todos os fatos que se relacionam com a doença e à pessoa doente) constitui um instrumento essencial para elaborar um diagnóstico seguro, salientando-se que não escutar o paciente é uma falha do médico.

Deve-se informar e motivar o paciente?

O paciente tem que se motivado sempre: explicar o diagnóstico e orientar o uso da medicação, e a importância de usá-la corretamente.

Maus hábitos no dia a dia adoecem alguém?

Maus hábitos no dia a dia adoecem o paciente sim e eles só percebem com o passar do tempo

O que são medicamentos de referência?

É o medicamento que o laboratório pesquisa e lança no mercado.

Qual a diferença entre o medicamento genérico e o chamado similar?

O genérico é produzido sobre a supervisão da Agência Nacional de Saúde, já o similar é feito sem uma fiscalização rigorosa, portanto devemos dar preferencia da medicação referência ou genérico.

E a causa de os genéricos serem mais baratos? Mas como se pode saber se um determinado genérico é mesmo eficaz?

Genérico é mais barato pois é produzido com incentivo do governo. A sua eficácia é supervisionada pelos órgãos do governo e Ministério da Saúde.

Se não fosse médica?

Se não fosse médica não saberia ser outra coisa. Pois amo de paixão a minha profissão, principalmente a minha especialidade

E a depressão – resulta da falta de atividades como tínhamos antigamente?

A depressão em muitos casos acaba sendo desencadeada por uma tristeza profunda e crônica, por exemplo, a perda de alguém que amamos muito, mas muitas vezes é genético Medicação específica com atividade ocupacional ajuda bastante, além da psicoterapia de apoio.

Uma palhinha sobre o Genético?

Sim, a Genética é a ciência dos genes, da hereditariedade e da variação dos organismos. Ramo da biologia que estuda a forma como se transmitem as características biológicas de geração para geração.

Qual foi o maior desafio até agora?

O maior desafio para mim foi ser “mãe”... uma experiência muito difícil e complicada, porque em dois anos tive as três filhas (as duas últimas são gêmeas). Dividir o trabalho profissional e o cuidar das minhas três filhas que naquele momento precisavam tanto de mim. A sorte é que pude contar com o Dr Marcus que foi um pai maravilhoso, muito presente e carinhoso.

Você se arrependeu de alguma coisa que disse ou que fez ?

Não, se dizemos algo é por algum motivo e se o fizemos também. Arrependo-me, apenas de não ter curtido mais o meu pai.... a saudade dele parece ser cada dia maior

Você tem algum ressentimento?

Não, nenhum ressentimento.

Você tem algum medo? O maior medo é o de envelhecer ou o de entristecer ?

Sim, de ficar doente, até porque nós que trabalhamos na área da saúde cuidamos de todos que nos consultam e às vezes esquecemos de cuidar de nós mesmos! Outro, é o de de não conhecer meus netos.

Algo que você apostou e não deu certo?

Sempre aposto e vou até obter o objetivo apostado

O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?

Talvez morar por um período fora do Brasil.

O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?

Aos meus grandes educadores tenho muito que agradecer, porque sempre tentei pegar de cada um que passou pela minha vida profissional: “o melhor deles”. No meu dia a dia tenho a paixão da minha vida que é simplesmente meu marido, o Dr Marcus, que juntos discutimos sobre pacientes em comum ... parceiro de todos os momentos, trabalhamos há 26 anos é o meu “tudo”. Obrigado amor... (espero trabalharmos juntos por mais uns 26 anos né!!!!)

Finalizando, quais as maiores decepções e alegrias que teve?

A minha maior decepção foi a morte repentina do meu pai. Quanto as alegrias tive algumas marcantes

1) No dia da colação de grau – OK : consegui ser médica!!!) ;

2) No dia do meu casamento (porque casei com o amor da minha vida);

3) o nascimento de minhas filhas: agradeço a elas o carinho e aprendizado: pois somos muito melhores quando somos mãe! A vida fica alegre, temos razão para viver a cada dia mais.

Referências

  • Jornal Em Foco. Edição de 14 de agosto de 2012.