Entrevista Geroldo Zanon - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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GEROLDO ZANON: Filho de Matias Guilherme Zanon e Clara Krieger Zanon; natural de Brusque, nascido aos 03.07.37; Cinco irmãos: Gemano, Ari, Orlando, Guiomar e Geroldo. Quatro filhos: Maria Clara, Marcus Antônio, Marcelo e Milana; quatro netos: Vinícius, João Vítor, Gabriel e Felipe. Técnico Têxtil no Cetiqt, Rio de Janeiro. Torce para o Sport Club Brusquense, Palmeiras e Vasco da Gama

Como foi sua infância e Juventude?

Tive uma infância com dificuldades financeiras, mas foi boa. Jogava peladas, pescava, caçava com gaiola e ia a escola – no Santo Antônio. Aos catorze anos ingressei na Iresa, hoje Têxtil Renaux; na juventude, como todos jovens de minha idade, jogava futebol, tínhamos uma turma na Vila Operária e depois fui para os juvenis do Paysandu.

Como foi para o Paysandu se foi para o C. A. Carlos Renaux?

É que fui convidado pelo saudoso Pedro Werner.

Títulos?

Nos quatro anos que atuei no juvenis do Paysandu vencemos os quatro campeonatos da Liga.

Como surgiu o ramo têxtil em sua carreira?

Naquela época ou trabalhava-se na lavoura ou na indústria têxtil. Muitos de meus familiares trabalhavam no ramo têxtil: Felipe Krieger, meu padrinho – era mestre geral e ainda cuidava da Tecelagem Nova Trento e da filial em Itajaí. Meu pai era tecelão. O tio Ervino Mayer, trabalhava na Iresa.

Por que as tradicionais empresas têxteis do berço da fiação catarinense perderam o poder de fogo?

Primeiro, acho que os planos econômicos descapitalizaram todas as empresas em segundo lugar, devido a forte concorrência do evento malharia.

Grandes nomes na área têxtil?

O saudoso João Bauer, Carlos Cid Renaux e Valdemar Schlosser.

O saudoso Roberto Schlosser fez falta a Cia. Schlosser?

Foi uma perda lastimável, inclusive era um grande amigo meu, assim como o saudoso Arthur Schlosser – colocou-me de Chefe Geral.

E o saudoso Operário padrão Herbert Knop?

Foi motorista geral e da diretoria.

Uma palhinha sobre a vida profissional?

Iniciei a carreira em 1951, oportunidade em que meu pai solicitou uma vaga para mim ao saudoso João Bauer – na indústria têxtil Renaux. Em 1967, passei para a Cia Industrial Schlosser, atuando como Gerente Geral de Tecelagem, Preparação, Tinturaria, Beneficiamento e Confecção; de 71 a 76, fui Gerente Industrial na Têxtil Apucarana; nos idos de 77/78, fui Gerente de novos produtos, responsável pela montagem do referido departamento, vale registrar, que a partir de 77, a Schlosser começou a se destacar em tecidos para vestuário, com o Jeans Color –índigo, flanelas em parceria com a Dupont. Em 1982, a Schlosser foi a primeira a lançar o tecido plano com elastano na trama. Em 1988, prestei assessoramento em todos os segmentos têxteis: Buettner, Tecelagem Gumz (Jaraguá do Sul), Fênix e Tecelagem Rio Sul (Rio do Sul). Na Rio Sul elaboramos as persianas horizontais em 100% algodão. Em seguida, na Nitro Química –Grupo Vontorantin –SP, elaboramos projeto para introdução da celulose regenerada – rayon, na malharia circular. Ressalte-se, contudo, que o rayon é altamente poluente, atualmente predomina o poliéster. Foram trabalhados e desenvolvidos em Brusque e distribuídos para todo o território nacional, inclusive, remetendo para os clientes externos, como Espanha, Portugal e Itália. A Nitro Química comercializava seu produto para tecidos planos, hoje quase 80%, que sai da produção é para o segmento malha. Acredita-se que com este trabalho, técnico e comercial, conseguiu-se – se agregar e diversificar valores na malharia circular. Em 1966, prestei assistência, em todo o país, em novos produtos. Em 1977, trabalhei só na Região Sul: PR/SC e RS, dando assistência técnica e de vendas, como na Planitrade, representante do Grupo Vontorantin, na Região Sul.

Quando recebeu o benefício previdenciário?

Foi em 1983.

A administração Ciro Marcial Roza?

Foi uma das melhores de todas que lembro, ou seja, desde Paulo Bianchini.

O Brasil tem acerto?

Não tem... primeiro, porque o poder é muito assistencialista e em segundo lugar, o PT – que sempre foi partido muito crítico – ao chegar no poder, estranhamente, foi pior que os antigos governantes, o pouco que deu certo foi iniciado por Collor e FHC, como por exemplo, a abertura do mercado.

Lazer?

Sou representante de fios , leio muito jornais, nos finais de semana gosto de ir a restaurantes e assisto noticiários, um pouco de futebol e gosto de filmes instrutivos.

Referências

  • A Voz de Brusque. Entrevista publicada em 12 de maio de 2007.