Entrevista Eroni José Salles - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Dr Eroni.

Natural de Itajaí/SC, nascido aos 03.03.51, casado com Maria Clarice Salles; Filhos: Graciane Mara, Evandro Eroni e Ariane; 4 netos: Ericson, Eduarda, Júlia e Ana Clara

Sonho de criança?

Era seguir a carreira naval de meu pai.

Pessoas que influenciaram?

Entre outras, citaria o Desembargador Francisco José Rodrigues de Oliveira – Pai do Presidente do TJSC – e a escrivã Maria Salete Guimarães Pereira.

Como foram seus estudos?

Primário em Escola Reunida Municipal em Itajaí, Ginásio , parte no Colégio Pedro Antônio Fayal e parte no Colégio Saleciano, ambos em Itajaí; o Segundo grau fiz no Colegio Bom Jesus, em Joinville; o curso superior na Fepevi, hoje Univali, e a especialização Direito Processual Civil, na FURB.

Como surgiu o MP em sua carreira?

Surgiu como opção para o bacharel em Direito, na época submetíamos a concursos e consegui aprovação para a Promotoria, que passou a ser um ideal.

Comarcas em que atuou ? Um Promotor pode escolher a Comarca?

Já atuei em diversas Comarcas: São José, Biguaçu, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Bom Retiro, Caçador, Chapecó e Brusque. Na verdade, um Promotor pode escolher a Comarca, todavia, a pretensão de rapidez na carreira importa em não escolher.

Como foi o acolhimento no berço da fiação?

No início vim para Brusque com a intenção de passagem e seguir para outra Comarca – almejava ir para Joinville de onde saí para a carreira, mas como tive muito boa ambientação e acolhimento resolvi ficar no berço da fiação.

Há uma tendência de que o MP realize as investigações – como vem sendo desde 1988 – mas dever a regulamentação da ação da promotoria no processo criminal?

A questão do poder de investigação pelo MP encontra-se, atualmente em ampla discussão. O MP como titular da ação penal que é, deve dispor de poderes investigatórios, contudo deve ser esclarecido em não confundir proceder investigação com a presidência de Inquérito Policial, este sim, deve ser da Polícia Civil.

No processo penal a dúvida sobre a autoria beneficia o suspeito, mas a PF tem levado provas contundentes nas operações que realiza, com se justifica que o STF logo solta?

Deve ser dito que as decisões do Supremo são proferidas em temporárias e preventivas, mas garantindo a presunção de inocência, ressalte-se, norma em vigor na Constituição Brasileira.

Os grandes advogados esperam o plantão do Ministro Gilmar Mendes para ingressa com habeas corpus, é correto a um Presidente do maior órgão do Judiciário submeter-se a tal comportamento? Ou deveria ater-se as atribuições ligadas à Presidência?

Cada Presidente do Supremo tem a sua postura, a postura do Ministro Presidente Gilmar Mendes, agrada aos advogados, evidentemente que poderão explorar tal situação.

Se não fosse Promotor de Justiça?

Se não fosse Promotor Público, certamente teria seguido na Marinha Mercante.

A pretendida via Brusque-Guabiruba é viável?

Como cidadão, entendo que as duas ligações que temos com Guabiruba são precárias – uma terceira via de acesso, moderna e atualizada seria perfeitamente viável

Uma sexta feira perfeita?

É aquela que não acontece casos que exigem solução urgente.

Lazer preferido?

Gosto de assistir filmes e passear de barco.

Um bom livro?

Sociedades Secretas.

Grandes doutrinadores na área criminal?

Dentre muitos, destacaria: Magalhães de Noronha, Fernando da Costa Tourin Filho e Nelson Hungria.

Costuma ler jornais?

Sim, leio esporadicamente

Li na entrevista que Thales Ferri Schoedt, o jovem promotor que aos 26 anos matou um e feriu outro defendendo-se –“Primeiramente, o que eu posso dizer sobre os fatos é que eu fiz tudo o que eu podia evitar os disparos. Eu nunca pensei que isso poderia acontecer comigo algum dia. Eu procurei de todo modo evitar que isso poderia acontecer, mas infelizmente em nenhum momento as vítimas desistiram de me agredir e de tomar minha arma. Por isso, eu fui obrigado a agir em legítima defesa. Eu também estou sofrendo com isso. Não tem como passar um dia sem pensar no que aconteceu. Mas eu confio na justiça, acredito que eu agi em legítima defesa”, bastava Thales pegar o celular e poucos minutos a polícia estaria ao lado dele, mas utilizou a arma, naquele momento, poderia pensar diferente?

Não ingressarei no mérito da questão, porque não li os autos. A arma que o MP tem a disposição é para o exercício da função e não para fazer uso nas horas de lazer, se procedeu diferentemente disso, agiu incorretamente.

Não mereceria uma nova chance?

Se proceder a inocência, sim

A internet e os operadores jurídicos?

Foi um avanço significativo. Influi fortemente no trabalho dos operadores jurídicos, com acesso rápido à legislação, doutrina e jurisprudência.

O homem globalizado sabe o que acontece no outro lado do planeta e não percebe o que acontece ao seu redor?

Em muitas situações pode-se concordar com isso, às vezes não olhamos ao nosso redor.

Referências

  • Jornal A Voz de Brusque. Entrevista publicada em 03 de outubro de 2008.