Entrevista Cristina Isabel Batistotti Sapata - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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A entrevistada da semana é a Secretária de Comunicação Social do Município de Brusque, Cristina Isabel Batistotti Sapata, nascida em Brusque no dia 18 de março de 1962. Filha de José Alfredo Batistotti e Amélia Bodenmuller Batistotti, casada com Fernando Cezar Sapata com o qual tem dois filhos Fernando Sapata Filho e Ana Paula Sapata

Quais são as lembranças que você tem da sua infância?

Lembro-me de diferentes fases da minha infância; Houve uma passagem muito triste: a morte de minha única irmã, da qual tenho vagas lembranças, pela pouca idade que tinha, mas marcou muito. Porém tenho várias lembranças boas: Brincava com “loucinhas de barro”; depois veio a fase de brincar de escritório. Minha mãe trabalhava na Fábrica Renaux, e uma vez tive a oportunidade de acompanhá-la até o escritório dessa empresa e fiquei maravilhada vendo aquelas mulheres trabalhando. Na escola, sempre tive espírito de liderança; participava de todas as atividades. Nas homenagens, declamava versos, fazia as leituras, era muito dinâmica. Cresci com uma turma grande de primas e amigos, vizinhos e colegas da escola. Fazíamos cabanas, brincávamos de bicicleta, jogávamos vôlei em qualquer espaço vago, as quadras eram de terra ou grama, vivia machucada, era muito “moleca”. Lembro-me com alegria das pescarias com meus pais; íamos bem cedo para Bombas, Quatro Ilhas, Canto Grande, essas praias eram praticamente desertas; passávamos o domingo pescando, com ou sem peixe, aquele era um programa divertidíssimo e feliz.

Nossa entrevistada Cristina Isabel Batistotti Sapata com a família:Fernando Cezar Sapata (esposo) e os filhos Fernando Sapata Filho e Ana Paula Sapata.

Sonho de criança?

Na minha infância não tinha grandes sonhos. Vivia intensamente cada fase.

E a adolescência?

Já adolescente, mantínhamos uma tradição na família e que me traz lembranças muito “gostosas”; na Páscoa, visitávamos a casa da 'Tia Lina, Tia Rosa e Tio Francisco”, os três irmãos moravam juntos, eram solteiros e mesmo com idade bem avançada, mantinham tradições da cultura alemã.

Eles coloriam ovos cozidos e escondiam; toda a família procurava o seu “ninho”. Até hoje o cheiro de noz-moscada faz-me lembrar àquelas sopas deliciosas que elas preparavam. Lá também ajudei a “tirar leite da vaca”, tratar os animais e apanhar frutas direto do pé.

Como foi sua juventude? O que você mais gostava de fazer para se divertir?

Aos 14 anos eu já estava trabalhando e estudava à noite. Dessa forma, não sobrava muito tempo para outras atividades. As amizades iam se reciclando e as atividades também. Tive a fase de ir aos sábados dançar em Balneário Camboriú. Era divertido. Tudo era mais tranqüilo. Depois, participei e formei um grupo de oração, Guiados Pelo Espírito Santo – GUIPES. Viajei bastante em função dos retiros e por um bom período, fomos responsáveis pela liturgia da missa das 17h na matriz, aos domingos.

Quais eventos mundiais tiveram o maior impacto em sua vida durante a sua infância e juventude?

Lembro-me, vagamente, de uma ocasião em que acompanhei meu pai para tentar ver “alguma coisa” em uma TV que foi instalada num morro, na tentativa de conseguir captar alguma imagem. O ano era 1966, e o que estávamos tentando ver, era algum jogo da Copa do Mundo. O avanço da tecnologia me chama muito atenção. Lembro de que fiz cursos de datilografia e de “teletipista” para trabalhar com Telex. É engraçado falar sobre isso com os filhos. Recordo das imagens e da expectativa das pessoas com a chegada do homem à lua; da morte de John Lennon e do Senna. Muitas catástrofes ou eventos podem não ter tido impacto direto, porém, chamaram-me a atenção, assim como de todo o mundo. É o caso do atentado de 11 de setembro, a posse do novo Papa, alguns eventos políticos, o mais recente foi a posse da Presidenta Dilma; independente de religião ou partido político, admiro a força e coragem das mulheres.

Pessoas que influenciaram ?

Meus pais foram a base de tudo. Do meu caráter, da minha educação, da minha índole... mas desde professores, religiosos, leigos, portadores de necessidades especiais (sou voluntária da Associação de Pais e Voluntários de Atletas Especiais - APVAEB) , muitas, muitas pessoas influenciaram-me e influenciam-me, diariamente.

Como era a escola quando você era criança? Quais eram suas melhores e piores matérias? De que atividades escolares e esportes você participava?

Na minha época de criança, na minha opinião, a escola, o diretor, os professores, eram bem mais respeitados; exerciam maior autoridade. Hoje, os valores são outros. A liberdade, as oportunidades, se bem aproveitadas, seriam valiosas, todavia, na maioria das vezes, são desvirtuadas. Fiz o primeiro grau na Escola Básica João XXlll, tive altos e baixos em algumas disciplinas. Por exemplo, em matemática e português, tinha assuntos em que eu ia muito bem e em outros, nem tanto, mas minha grande dificuldade foi Física, no segundo grau. Adorava Educação Física. Participava de todas as atividades, porém, minha modalidade preferida era volei, inclusive, por um período treinei no Bandeirante.

Formação escolar?

Fiz o segundo grau no Colégio São Luiz. Depois, iniciei Pedagogia a Distância. Não conclui, pois tive a oportunidade de fazer uma pós-graduação em marketing pelo Instituto Catarinense de Pós-Graduação - ICPG.

Primeira professora?

Minha primeira professora foi Mariléia Knop. Recentemente tive a felicidade de encontrá-la, foi muito bom depois de anos relembrarmos alguns episódios. Ela, sem dúvida, foi uma grande professora. É muito ruim não mencionar todos, pois muitos foram importantes em minha trajetória, mas há sempre aqueles que se destacam: Daquela época do João XXlll, foram especiais, o diretor Sr Rocy da Luz, Marli Sedrez Deichmann, Vilma Rosin, Marli de Oliveira, Gricelda Wilke, Maria de Modesti e no São Luiz, Sr Moresco, Ilton Montibeller, Sr Valentin, Bernadete Fischer e Silvana Santos. E a excursão para o Rio de Janeiro, não dá para se esquecer daquela turma.

Qual o papel do assessor de imprensa?

Uma das principais funções do assessor de imprensa é aproximar dos meios de comunicação e a realidade das empresas, suas notícias e, principalmente, informações de interesse público. É impossível para os meios de comunicação ficarem sabendo de tudo o que ocorre em entidades privadas e organismos governamentais sem a ajuda de um assessor de imprensa.

O interesse pela assessoria, em geral, é determinado pela geração de informações de interesse público?.

No caso da Administração Pública, de modo geral, os assuntos são de interesse de todos os veículos pois, interessam a toda população.

Press releases ou Comunicados de imprensa, ou apenas releases são documentos divulgados por assessorias de imprensa para informar, anunciar, contestar, esclarecer ou responder à mídia sobre algum fato que envolva a administração?

Sim. São declarações oficiais utilizadas não só pela administração mas por qualquer pessoa ou empresa assessorada. São utilizados para anúncios e lançamentos de novidades, que a Assessoria tem interesse que se tornem notícia.

O direito à informação é um dos princípios básicos da democracia e precisa ser respeitado?

Sim, precisa ser respeitado. Acredito que uma sociedade bem informada é capaz de participar, influenciar, esclarecer, orientar, mas infelizmente, existem os que fazem mau uso das informações.

Para a assessoria de imprensa, as informações inusitadas e inéditas também têm valor essencial. Contudo, fatos corriqueiros podem render boas pautas jornalísticas ?

Penso que tudo depende da forma como os fatos são abordados, mas não se pode negar que determinados assuntos são de maior ou menor interesse de tal veículo ou público.

Como foi a experiência na Havan?

Mais que uma experiência, foi uma vida. Dezenove anos e oito meses englobaram aprendizados, oportunidades, amizades, muita dedicação, projeções, decepções... foi uma escola.

Como surgiu a Secretaria de comunicações em sua trajetória profissional?

Assim que me desliguei da Havan, eu e um grupo de profissionais da área de marketing, montamos uma empresa de comunicação e marketing, e nesse período, recebi alguns convites do Prefeito Paulo Eccel para ingressar na sua equipe da prefeitura. Fiquei bastante surpresa e interessada no primeiro momento, mas o Prefeito foi paciente, deu o tempo que foi necessário para eu tomar a decisão. Hoje, estou bem feliz por ter aceitado. Está sendo um desafio. Tenho um compromisso com a administração e com a população. Quero fazer o melhor.

Fale um pouco de sua trajetória profissional e da sua história de vida?

Iniciei minha vida profissional aos 14 anos de idade e trabalhei durante 7 anos como auxiliar odontológica. Depois, trabalhei 5 anos, como telefonista e auxiliar de escritório em uma transportadora. Desliguei-me para iniciar na Havan, onde permaneci até abril de 2010. Em janeiro de 2011 ingressei na Secretaria de Comunicação da Prefeitura. Sempre fiz tudo com muita paixão. Envolvo-me demais. Digo sempre que sou muito feliz e realizada como filha, como mãe e esposa.Profissionalmente também foi assim. Quando mudei de empresa, o fiz por não estar mais satisfeita onde estava ou por ter surgido alguma oportunidade melhor. Não é justo estar ou fazer algo de má vontade. As pessoas, também devem ficar felizes e satisfeitas com meu trabalho.

Algo que você apostou e não deu certo?

Não tive essa experiência. Tive muitas dificuldades, mas não posso dizer que algo não deu certo. Gosto de desafios e julgo-me persistente.

O que faria se estivesse no inicio da carreira e não teve coragem de fazer?

Talvez me impor mais. Às vezes, excesso de humildade não faz bem.

O que você aplica dos grandes educadores, das aprendizagens que teve, no seu dia a dia?

Procuro trazer ou aplicar na minha vida, o que percebo de melhor nas pessoas. Todos têm algo de bom, então se é para me espelhar em alguém que seja no seu lado bom.

Quais as maiores decepções e alegrias que teve?

Pessoas que me deram muitas alegrias igualmente causaram muitas decepções. Mas sou feliz porque tenho muito mais acontecimentos bons na minha vida e agradeço muito a Deus por isso.

Referências

  • Jornal Em Foco. Edição de 20 de dezembro de 2011.