Entrevista Érico Zendron - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Érico Zendron, atleta do Floriano.

ÉRICO ZENDRON: Filho de Antônio e Ida; natural de Brusque, nascido aos 30.06.28; cônjuge: Corália Merico Zendron; 7 irmãos: Valdemar, Eulália, Mário, Urbano, Luzia (in memoriam), José e Érico.Três filhos: Antônio Zendron Neto, João Carlos e Érico Zendron Filho; sete netos: Daniela, Natália, Marina, Fernanda, André, Marcelo e Alexandre.

Equipe do Brusquense: Em pé: Mário Olinger (técnico), Oswaldo Arêas Horn (Presidente), Valdir Bianchini, Irineu Gonzaga, Norival Mosimann, Nilo Bianchini, Pilolo, Antônio Kunitz (Nino), Alois Kunitz. Agachados: Nelson Olinger, Hélio Olinger, Julinho Hidelbrand, Valtinha Olinger e Érico Zendron.

Em que equipes atuou e em que épocas?

De 45 a 47, atuei pelo Independente, já que as duas equipes da cidade resultaram numa fusão. Em 48, atuei pelo tricolor brusquense, em 49, pelo verde e branco e em 50, atuei 7 (sete) meses no Floriano, de Novo Hamburgo, hoje o nome do Clube é o da cidade, ou seja, Novo Hamburgo.

Como foi essa fusão?

Em 45, houve a fusão dos dois times da cidade, mas com pouca representatividade no futebol, aí nós mais jovens formamos o Independente. E, olha que jogamos contra diversos adversários e sempre conseguimos grandes resultados! Presidiram o Independente: Antônio –Néco – Heil, Cyro Gevaerd, Carlito Pruner, Heberat Roma, eu e o Antônio Kunitz.

Participações em campeonato?

Aqui convém registrar que as equipes do Vale, que vencessem o regional, praticamente, sagrava-se campeão catarinense. E, em 1949, perdemos a classificação para a grande final – quartas de final – para o Tupi de Gaspar, pelo placar de 2 x 1, enquanto o Carlos Renaux venceu o Olímpico.

Como era o clássico na época?

Ah, era uma grande rivalidade ... uma verdadeira paixão futebolística! Acima de tudo, amor à camisa! Veja, tínhamos comércio, se eu atuasse no Paysandu, os torcedores do Renaux não compravam de nós, e se eu atuasse no Renaux, os torcedores esmeraldinos não adquiriam em nossa loja.

Como pendurou as chuteiras?

Meu pai – em 50 – disse “Tu deixas o futebol ... que nossas vendas crescerão”, assim parei de atuar, já que ocorria o problema da ‘marcação’ pela torcida adversária.

O coração é tricolor ou esmeraldino?

Olha se jogar o clássico torço pelo empate, agora se for uma das duas equipes contra adversários de fora, torço pelo time da casa. Até mesmo porque atuei nas duas históricas e tradicionais equipes.

Paira dúvidas quanto ao escorre Paysandu e São Cristóvão, qual foi mesmo o resultado daquele jogo?

Foi 4 x 2.

O Sr acompanhou a fusão de 87? Quem poderia destacar como coerente?

Sim, participei de todas as reuniões, quem realmente não queria a fusão dos patrimônios foi o Ruy Carlos Queluz, portanto o Ruy é coerente.

Algum fato interessante da época?

Tem o fato de que as fotos de 1950 a 1966, a respeito dos clássicos e dos jogos das equipes de Brusque, com as de fora, foram todas tiradas por mim. Em todos os jogos eu tinha a liberdade de fotografar, registre-se, que não só de fora das quatro linhas. Nas cobranças de escanteios lá estava nas proximidades da grande área para registrar o momento e, outros lances ocorridos durante a realização da partida.

Deu para faturar algum “tutuzinho”, com a fotografia?

Para um clube – como o mais querido – sobreviver que medidas deveriam ser tomadas pela Diretoria? Dava sim, veja eu colocava um filme de 12 poses, fotografa as duas equipes e vendia onze fotos de cada equipe e, com as dez restantes poses, fotografava lances dos jogos e, também, vendia, vez que eu era o único que fazia tal trabalho.

Para um clube - como o mais querido – sobreviver que medidas deveriam ser tomadas pela Diretoria?

Hoje, a cidade comporta só uma equipe. A rivalidade acabou-se. Pretender ver o grande clássico voltando a brilhar é saudosismo.

Fato curioso?

No que diz respeito as fotografias, muitas vezes, você vê onze atletas – aliás, onze não, geralmente, 12, já que era comum dispor de 12 camisas e, ainda sem número – todavia, alguns que aparecem focados nem sempre jogaram. Geralmente, fotografava a equipe na quinta feira, que só iria atuar no domingo e na quinta alguns titulares não se encontravam... então hoje você olha uma foto e são identificados os atletas, mas só quem sabe porque alguns estão ali é o pessoal daquela época.

Fato marcante?

Um fato marcante foi num jogo em Itajaí contra o Marcílio Dias, quando vencíamos por 2 x 0 e o pessoal do Marcilio invadiu o gramado - - inclusive o Presidente daquele Clube, agredindo o árbitro da partida. Tiraram a máquina fotográfica de mim e só não apanhei porque era conhecido. Resultado: O Marcílio virou o jogo para 3 x 2.

Fato lamentável?

Um fato muito lamentável que a maioria das fotos que guardava com carinho daquela época, com a enchente perdi quase tudo.

Referências

  • Jornal A Voz de Brusque. Entrevista publicada em 24 de agosto de 2002.