Entrevista Élio João Gonçalves - Luiz Gianesini

De Sala Virtual Brusque
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Élio João Gonçalves.

Apresentação:

Élio João Gonçalves, casei com Gertrudes de Souza Gonçalves, popular Dona Cuxa e temos 5 filhos: Rose, Ivone, Salete, Rut e Gilmar. Nasci em 03 de setembro de 1930, na localidade de Tigipió, São João Batista (lugar que se faz a melhor farinha do Brasil). No dia 19 de março de 1947 (dia da festa de São José) me mudei para Brusque. No dia 19 de abril de 1947 comecei a trabalhar na Fábrica Renaux, onde me aposentei em 01 de Janeiro de 1979. Desde 1960 (ano do centenário), trabalhei também nos transmissores da Rádio Araguaia. Trabalhava das 04:00h até as 12:00h nos transmissores e das 13:30 as 22:00h no segundo turno da Fábrica Renaux. Na rádio Araguaia trabalhei até 1990.

Sonho de Criança?

Meu sonho de criança era ser jogador de futebol.

Em quem mais se espelhou?

Time do Vasquinho: Em pé: Gianesini, Henrique, Élio, Mazinho, Hudson, Pelé e Lete. Agachados: Saliva, Lino, Valmor, Vilela, Zeca (e o massagista Juca).

A pessoa que mais me influenciou na minha vida profissional foi o Wilson Santos, popular piava.

Por que "EL VOADOR"?

Apelido que me deram quando jogava no Operário. É que havia um jogador, o Renô - que atuava pelo Paysandú - ele dava uma tainha, ou seja, tirava abola de cabeça de dentro da área com uma 'voadora'. A bola vinha a meia altura, não dava para cabecear e nem chutar, então o jogador colocava a mão no chão de cócoras e mergulhava em direção a bola num salto (uma tainha) e já se projetando saindo correndo com a bola. Aprendi a jogada vendo o jogador Renô faze-lá durante as partidas do Paysandu.

Em que equipes atuou?

Iniciei no juvenil do Paysandu em 1947, depois atuei na equipe do Operário de Águas Claras, Santa Luzia, Ipiranga (time fundado por mim na Rua Nova Trento) e Vasquinho também da Rua Nova Trento. Encerrei a carreira no futebol amador em 1975. Atuava também no time da Rádio Araguaia, que era formado por funcionários e jornalistas, só para jogos festivos.

TIME DA ARAGUAIA: Em pé, da esquerda para direita - Luis Evérton; Jota Duarte; (...), Rubens Kinstner; Sapo; Pinhão; Paulinho Santos. Agachados - (...); Wilson Santos; Bigorrilho; Saulo Tavares; Ramon Rodriguês; Élio Gonçalves; Dario Silva..

Só futebol de campo?

Sim, só joguei futebol de campo.

Posição?

Lateral-esquerdo, sempre com a camisa 04.

Títulos que conquistou?

Campeão pela Liga Guabirubense pelo Operário. Campeão de vários torneios de várzea. Aqueles que são disputados por dez, doze, catorze ou até dezesseis equipes, geralmente aos domingos.

Lembrança marcante no futebol?

Sim, duas.

A primeira foi Botafogo e Carlos Renaux em 1958. O placar do jogo foi 5X5. Pelo lado do Botafogo estavam em campo entre outros o Didi, Mané Garrincha e Nilton Santos. Pelo Carlos Renaux o Ivo Willrich, o Mosimann e o Afonsinho, entre outros.

A Segunda lembrança foi o Jogo Rádio Araguaia contra o Nacional. O jogo foi 2X1 para nós. Jogamos a noite e o jogo foi transmitido pelo Neco Heil. O nosso time estava com os reforços do Zé Natividade, Ramon Rodrigues, o Otávio Bolognini, Saulo Tavares, Jota Duarte, o Bolinha que eu lembro agora.

Maior alegria e tristeza no futebol?

Alegria: O Paysandu, campeão especial da Federação Catarinense de 56.

Tristeza: a taça do campeonato de 56 que não foi entregue.

Grandes atletas amadores com os quais atuou junto ou contra?

Entre outros destaco:Henrique Hechert (quarto-zagueiro); Orides Azevedo popular Pelé (meia-atacante);Nene Ristow (meio campo); Luiz Gianesini Luizinho (goleiro); Neri Farias (meio-campo).

Torce para que equipes?

Torço pela ordem, para o Paysandu, Botafogo-RJ e em São Paulo simpatizo com o Palmeiras pelas cores verde-branca.

Gol memorável?

Citaria o meu e o do mais querido da Pedro Werne. O me foi quando atuei por um combinado do Sesi contra o meu ex-time o Operário e vencemos com um gol anotado por mim, foi um gol de cabeça e pelo Paysandu foi um Gol do Dino (casado com a Nega Appel) atuando pelo Paysandu contra o Carlos Renaux. O jogo foi à noite e o Paysandu ganhou por 2X1, gol do Dino. Ele fazia dupla de ataque com o Cartola. O presidente do Paysandu era o Armando Poli.

Grandes Dirigentes?

Pelo Paysandu, Arthur Jacowicks (Polaco); Arthur Appel; Bruno Maluche. Pelo Carlos Renaux, Érico Bianchini; Leopoldo Bauer, Cid Bauer.

Um grande treinador?

Nilton Manglioti. Árbitro? Vilson Silva (da Liga Blumenauense de Desporto)

Vitória memorável?

América de Joinvile 1 X 2 Paysanndu. O jogo foi lá dentro de Joinvile. O gol da vitória foi do Júlio Hildelbrand (melhor centroavante do Estado).

Derrota que ficou atravessada.

O jogo em que o Paysandu ganhava do Palmeiras de Blumenau por 5X1 no final do primeiro tempo, e eles acabaram empatando o jogo. Mais tarde a Federação devolveu a taça para o Paysandu porque o time adversário estava escalado com um jogador irregular.

Por que o futebol amador perdeu a graça?

O futebol amador era uma das coisas mais queridas do mundo; era um celeiro para o Paysandu e para o Carlos Renaux. Hoje não tem mais graça porque a juventude perdeu o interesse e partiu para as danceterias e outras diversões que não fazem bem para a saúde.

Finalizando?

Na minha opinião o maior meia-esquerda de Santa Catarina foi o Teixeirinha e o maior Goleiro foi o Amo Mosimann.

Referências

  • Jornal Em Foco. Edição de 18 de maio de 2010.